sábado, 9 de outubro de 2010

A MANCHA CHINESA

Será que a ida da China à Grécia significará o fim da Civilização Ocidental como a conhecemos?
Será que depois do domínio Africano, a China prepara a entrada no Continente envelhecido, aberta a porta Grega?
Será que há muita gente distraída na Europa?

SOCIALISMO DE AVIÁRIO

«A Anacom, entidade a quem o Estado cometeu a função de regular as comunicações, resolveu comemorar o seu 20º Aniversário. Como os tempos são de austeridade, no evento entrou um jantarito, em que se autolimitou a gastar a insignificância de 147.000 euros, 147.000.
Pouca coisa, atendendo a que a pantagruélica lista de gastos se ateve ao mínimo indispensável, a saber:
61.000 euros para a “organização”, decoração, catering e animação
74.000 euros para o aluguer, montagem, decoração de tendas com equipamento audiovisual
12.000 euros, para os convites
Claro que a Anacom nada em dinheiro. As contas demonstram que, em 2009, tinha Depósitos em Bancos de 86,8 milhões de euros e teve lucros de 14,6 milhões (23,9 milhões, em 2008 e 20,6 milhões em 2007).
Por que cobra a Anacom tantas taxas, com prejuízo da economia, e para que quer tão elevado montante de depósitos? Claro, que para gastar. Para além da modesta refeição, a coberto da mudança de imagem, gastou mais 184.000 euros na compra de agendas e moleskines, produção de um filme, tapetes de rato e pen-drives.
Mas para quê tantos lucros, sem justificação para um organismo regulador? E para quê tal magnitude de depósitos? Não deveriam ser já transferidos para o Estado?
Pergunta que gera todas as dúvidas. É que o Estado rapidamente lhe daria idêntico ou pior uso.
E assim vamos indo. A austeridade é para os porcos. Mas, cuidado!...Eles, às vezes, triunfam.»
Há muito que o marketing estratégico e o operacional fazem parte do dicionário político Português, principalmente quando se trata de criar e colmatar  fartas e esfamélicas necessidades à mesa do orçamento.
Há uns anos disse a um amigo: menos Estado e melhor Estado!
Ele olhou-me como quem olha um ave rara, saída do Triunfo dos Porcos.
- Mas tu, um humanista, um defensor do Estado Social, um defensor dos pobres e desvalidos, um socialista na forma que não no conteúdo!
Encolhi os ombros e respondi:
-Porque meu caro, quanto menos aves no galinheiro para rapinar, melhor e autêntico será o socialismo!

O CÃO, A RAPOSA E OS COIOTES DE JOÃO DUQUE

«O cão e a raposa

Por João Duque
ERA UMA VEZ, no tempo em que os animais falavam, um bosque muito bonito onde habitavam em perfeita harmonia todos os bichinhos da região: coelhos e coiotes, galinhas e raposas, perdizes e cães de caça.

Um dia, os lenhadores que por lá passaram, deixaram uma tabuleta pregada numa das árvores da periferia com o seguinte texto: "Estado Social". E os animais começaram a chamar ao bosque Estado Social. Um dia resolveram eleger um dos animais para dirigir os trabalhos de limpeza e manutenção da floresta. Candidataram-se ao cargo a raposa e o cão.

A raposa começou a campanha prometendo que a floresta ia ser limpa sem requerer qualquer esforço, porque o vento, ao soprar como de costume, se encarregaria de varrer o lixo não sendo pois necessário que qualquer animal tivesse de levantar uma pata ou morder um saco de plástico. Os animais, delirantes, apoiavam as atraentes ideias da raposa sublinhando com vivas e olés as delícias apresentadas. Entusiasmada, a raposa prometia mais: "- Garanto que podemos ter manjares com que nem sonham e iguarias inimagináveis no Estado Social!" A bicharada, encantada, rejubilava com mais olés e vivas.

O cão, acabrunhado, e pressentindo que não era possível manter tais promessas, repetia a sua receita: "- Se trabalharmos muito talvez se consiga o necessário para nos mantermos. O bosque encolhe todos os anos e nem sei se amanhã vamos todos manter o Estado Social, quero dizer, o bosque que temos hoje...". Fez-se a votação. Ganhou a raposa.

A cada novo dia que passava a raposa continuava a proclamar o bem que se vivia no Estado Social, embora todos os dias caísse mais uma árvore e se reduzisse o Estado Social. Passados uns meses, o cão, entristecido e preocupado com a redução do tamanho do bosque, voltou a falar aos animais: "- Eu não sei se vamos todos ter o espaço e as condições que temos hoje no Estado Social. Talvez devêssemos rever as regras do bosque e pedir aos animais mais poderosos para começarem a procurar comida e refúgio fora do Estado Social..."

Os coiotes, amigos da raposa, furiosos, começaram por insultar o cão acusando-o de uma infame campanha contra a vida no Estado Social. Ele, cão, deveria saber que os seus pais lhe deixaram em herança o Estado Social que deveria manter com fé. Passados dias, com a chegada do inverno, o frio atacou cortante e sem dó. Para responder à crise provocada pela intempérie, a raposa mandou cortar metade do Estado Social para mandar queimar as árvores e com a fogueira aquecer os animais enregelados. O cão ainda bradou que tinha previsto que isso ia suceder e que o Estado Social era agora metade do que já tinha sido. Mas a raposa e os seus amigos coiotes começaram a rosnar dizendo que os seus ruidosos protestos atrairiam os homens que lhe trariam a morte.

Final da história: a) o cão, a bem da bicharada, conteve a ira e calou-se; b) o cão, a bem da bicharada, mordeu ferozmente a raposa, e expulsou-a.

Como devo concluir a fábula?
Pede-nos João Duque a conclusão da fábula. 
Como não encontramos a terceira hipótese excluída, aqui vai: 
a raposa e os seus amigos coiotes atiraram-se a todos os bichinhos do bosque tosquiando-lhes o pêlo e apropriando-se da sua gordura - que enviavam satisfeitos para o certinho e Angélico bosque  vizinho - enquanto expulsavam os mais destemidos do bosque encantado.

OS DONOS DA JUSTIÇA DAS RAINHAS DO GOLFO

Entre o poder da Rainha de Inglaterra e o poder de Khadafi ou Chavéz, há quem suspire pela cheiro agridoce do poder de monarca do Golfo.
Este senhor não irá decerto para o cemitério das Virgens.
Mais que umas prebendas do Poder, é o uso do carácter que nos levará para um  mundo melhor.
«Denunciado pela prática dos crimes de denegação de justiça, abuso de poder, usurpação de funções e peculato de uso pelo procurador-geral adjunto Carlos Santos Monteiro» há muito que Pinto Monteiro já não consta do meu catálogo de Portugueses de bem!

MUDAR PORTUGAL

O recente escândalo dos gastos astronómicos das empresas públicas, muitas delas deficitárias, e a publicação dos valores obscenos percebidos por muitos dos seus gestores, trazem à colação um problema transversal aos diferentes partidos políticos: a distorção salarial em Portugal!
Sabendo nós que só a cultura do exemplo criará um Portugal motivado e com vontade de operar no mercado mundial, a manutenção destes estado de coisas é já não só um imperativo ético, mas também um imperativo nacional.
Sem o corte radical com esta realidade, não haverá saída para Portugal!

A ÉTICA DOS "PATRÕES" DOS GINÁSIOS

Todos estamos lembrados da polémica sobre a diminuição da taxa de IVA nos ginásios. Taxa de IVA, essa, que não foi repercutida na diminuição do valor das mensalidades dos ginásios, ou em aumentos dos seus funcionários.
Pois agora pasmamos quando nos dizem que, à eventual alteração do IVA reduzido para IVA normal, já os responsáveis dos ginásios afirmam: o aumento do IVA vai significar diminuição das remunerações aos funcionários.
É pena é alguns - os maus responsáveis - se esquecerem que a prestação de anos de muitos destes funcionários estão "  isentas"   de pagamento de período de férias, subsídio de natal e férias. 
Fiscalize-se, pois, sem dó nem piedade!

INICIATIVA PARTIDÁRIA: CORTAR COM

Do Gabinete de Estudos do PSD  foi recebida a seguinte mensagem:
«Cara(o) concidadã(o),
Gostaríamos de lhe agradecer a contribuição que deixou para que, nesta conjuntura difí­cil, consigamos encontrar caminhos alternativos no combate à crise que assola o nosso País.
O Gabinete de Estudos do PSD está consciente da confiança que nos foi testemunhada por quem contribuiu para o cortardespesas.com e da responsabilidade que daí nos advém.
Em resposta a esta verdadeira avalanche de ideias, mobilizámos uma equipa alargada para analisar as ideias de poupança, de racionalização de serviços e/ou exemplos de desperdí­cios a identificar e combater. O nosso objectivo é fazer com que a voz dos cidadãos que se exprime por via do cortardespesas.com seja ouvida no debate público, de modo a ter traduções práticas e concretas a breve prazo...»
Porque a questão da diminuição da despesa é um imperativo nacional, ficamos à espera da mesma abertura de outros partidos políticos para ouvir, promover e CORTAR COM a falsa cidadania.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

FREI FERNANDO VENTURA: A BARRACA COM UM SUBMARINO À PORTA

Atitude de serviço
Falta de líderes
Não há responsabilização política
Jogos de poder, jogos de influência
O sentido da coesão nacional
Desafios novos com soluções velhas
Os mesmo profissionais da política que nos trouxeram até aqui
Projecto de consciência comunitária da vida
Perderam vontade de energia
O fado ligado ao Sebastianismo
A catarse colectiva
Temos demasiado denunciadores, não temos anunciadores.
Classe política que desrespeita o país
Eu não posso fazer nada para mudar a meu respeito
Construir uma consciência cultural e social
Cultura do penacho, dos títulos, da fachada, do peneirismo nacional
Um barraca de um bairro da lata com um submarino à porta
Gente capaz de formar consciência
É tempo de mudar as estruturas podre que nos trouxeram até aqui
Excesso de garantismo, excesso de facilitismo
Sócrates no país das maravilhas
Estamos a deformar gerações, gente a crescer sem bases, sem valores, que esqueceu o ser, montada no ter
Criar gerações de monstros: sem história
As crianças não tem sequer pais
Não somos técnicos de coisa  nenhuma
A fachada dos técnicos profissionais
Nós somos os limpadores do mundo
Deixar de discutir trocos e jogos de poder
Falta de liderança 
Temos vergonha da nossa história, repetimos os nossos erros
Crescemos colectivamente sem memória
O destino é sermos comandados pela Srª Merkel
Nós somos gente com coração
O coração  a bater na história
Não posso sonhar TGV com gente com fome nos caixotes de lixo

Acordem senhores,
Estamos numa barraca com um submarino à porta, 
que vergonha!

LA GRANDE BOUFFE: IL FAUT MANGER, IL FAUT MANGER!


«Instituições do Estado gastam milhões em festas, brindes e consultores. Turismo dos Açores pagou mais de 1,5 milhões de euros para organizar a cerimónia das 7 Maravilhas de Portugal»

REPÚBLICA DOS BANANAS

Joel e os seus homens da Luta em resposta à nossa rosinha mais linda, a Maria de Belém Roseira. 
«Todos somos responsáveis!» diz ela.
Joel e os Portugueses de mãos limpas e cabeça erguida, não parecem concordar com a nossa Roseira.
Afinal socializar os - desastrosos - resultados e a responsabilidade de yes men and women, enquanto se capitalizou as venturas, é de republicano e socialista das bananas.
E o povo, pá?

MÁRIO VARGAS LLOSA

Finalmente, um grande escritor!

MATEMÁTICA DA CRISE

Com cerca de 400.000 funcionários públicos a verem cortados à sua remuneração uma média de 1000€ num ano, concluímos que estes 400.000.000 de Euros servirão na quase totalidade para pagar um - e só um - dos "  Três dentes. "  
Não está em causa a necessidade destes equipamentos, mas sim a necessidade de revitalizar segmentos industriais de grande valor acrescentado. O que seria 400.000 funcionários públicos a construir submarinos? Teríamos pela certa uma flotilha de centenas destes cavalos marinhos do mar e estaríamos preparados para nos tornarmos numa temível jangada de pedra, qual nova Atlântida do fundo dos mares.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

AUREA, UM NOME A RETER NO PRESENTE FUTURO DA MÚSICA NACIONAL

PONTO CONTRAPONTO

  1. Caro VB
    Sempre pensei que a cidadania só existe quando somos chamados a pagar por ela. De outro modo a indiferença dos “da margem”, não tolhe as múltiplas aleivosias. A ciência económica desenraizada do palco social…não existe! São apenas inferências de algumas séries regulares que não se reproduzem igualmente em palcos com outros actores. Como diz César das Neves, o que importa são as margens.
    Esta notícia dá uma cinzenta imagem do Portugal de hoje:
    «Mais de metade das famílias não paga IRS
    Crise económica que assolou Portugal faz com que menos contribuintes tenham IRS liquidado. Dezenas de milhares deixam de pagar imposto porque não têm rendimentos
    O fisco lançou um novo alerta: mais de metade dos contribuintes com rendimentos declarados não paga IRS. Uma tendência que, de acordo com os fiscalistas, deverá acentuar-se nos próximos tempos.
    Do «bolo» superior a 4,6 milhões de agregados com rendimento bruto declarado, em 2008, mais de 2,5 milhões não apresentam IRS liquidado. São mais 143 mil que não apresentam rendimentos suficientes para serem tributados, avança este sábado o «Diário Económico».
    «Do total dos agregados com rendimento bruto declarado em 2008, cerca de 55% não têm IRS liquidado (2,5 milhões)», de acordo com os dados das Finanças. Em 2007, eram 2,4 milhões as famílias nesta situação (53%).
    Em causa está o facto de não terem rendimentos superiores a 7.980 euros, considerado o mínimo de existência a partir do qual se é tributado.»
    Um Portugal sem cidadania é assim um Portugal marginal.
    E sem a crença do retorno à ética, garanto-lhe que as intenções do apelo à “boa economia” ficarão sempre pelo caminho.
  2. VBa 02 Out 2010 as 14:43
    Caro causavossa,
    A economia normativa, i.e. a da escolhas, não é boa nem má economia. É um exercício de preferências e, por isso mesmo, não é ciência, é política. Pela mesma razão, não é campo de acção de economistas, mas de políticos (mesmo que formados em Economia).
    O papel da Economia, enquanto ciência (positiva), é o de informar das consequências mais prováveis das escolhas efectuadas ou a efectuar. Até como instrumento fundamental para permitir escolhas informadas. E este, sim, é o papel dos economistas. E aqui também não há boa nem má economia: há “economia” certa ou errada. E é precisamente neste campo que muitos que frequentaram os cursos de Economia - alguns mesmo doutorados (e catedráticos) em Vulgaridades Económicas - não aprenderam nada. E/ou então são intelectualmente desonestos.
    Dou-lhe só alguns exemplos: a) Em 2009 e por razões exclusivamente eleitorais, o Governo decidiu aumentar os funcionários públicos em 3% (apesar de uma inflação negativa, de condições económicas recessivas e de uma economia não competitiva (por os custos salariais terem evoluído sem ter em conta a evolução da produtividade), qualquer economista tinha obrigação de alertar (como muitos “desengajados” fizeram) que isso iria ser contraproducente e que se iria ter que se pagar com juros. O que fizeram os economistas “engajados”?! E agora qual é a consequência? Vão tirar 5% do rendimento aos funcionários públicos, mais parte da ADSE e da Caixa Geral de Aposentações, etc.. Ou seja, vão tirar mais do que lhes deram. Mas, entretanto, conseguiram os votos dos incautos (que agora o vão pagar com língua de palmo).
    b) Sobre os grandes projectos, os economistas (i.e. os verdadeiros economistas) sempre disseram que não estava em causa a sua bondade e que a sua escolha seria uma questão de preferência política; mas que escolher avançar com eles numa conjuntura economicamente adversa, com o País financeiramente esgotado, com crédito a escassear, com uma economia não competitiva (a precisar de investimento produtivo e incrementador da produtividade), iria ser altamente contraproducente, porque: i) iria consumir recursos financeiros que iriam faltar para o investimento produtivo; ii) dada a baixíssima eficiência desses investimentos, não iriam aumentar o potencial produtivo imediato, mas iriam aumentar o défice externo e constranger ainda mais as condições de funcionamento da economia, etc. O que fizeram os “economistas” engajados?! Assinaram dois manifestos políticos, de que qualquer verdadeiro cientista se envergonharia, a incentivar a aposta, iludindo todas as consequências cientificamente comprováveis. O resultado está à vista e vamos te que o pagar com língua de palmo!!!
    Quanto à importância da margens, tem toda a razão. A democracia prática - isto é, a democracia eleitoral - assenta praticamente toda na importância das margens - que decidem marginalmente os resultados eleitorais - e na desconsideração do core da sociedade. É uma das perversões da Democracia.
    Se assim não fosse, não teríamos andado a discutir casamentos gays e outras “causas fracturantes”, enquanto à nossa frente se elevava o maior tsunami económico e financeiro da nossa história e que vai arrasar muito do core da sociedade.
    É por isso mesmo que um pouco mais de razão e um pouco menos de fé, da parte de muita gente honesta que se tornou cúmplice do descalabro em que estamos metidos, teria sido muito útil para o core da nossa sociedade.
    Eu sei que é muito tentador tirar ilações políticas do que digo acima, mas, por favor, não siga essa via. É-me positivamente indiferente quem governa - dentro dos que partilham o quadro essencial dos valores da democracia liberal - desde que governe razoavelmente bem e com sentido do bem comum.
    Por fim e sobre a questão da ética. Isso daria oportunidade para um texto muito mais longo, do que um breve comentário. Mas, sinteticamente, pode ser muito ilusório, e perigoso, querermos basear um programa de governação num “manifesto” ético. Tanto mais que a história prova que nunca houve nada de mais terrível do que os governos de “santos”. O que uma Democracia republicana deve assegurar, como princípio fundamental da governação, são instituições que limitem seriamente as possibilidades de estragos por parte de governantes mal formados ou mal intencionados. E a exigência destas instituições (que impediriam, por exemplo, que se mentisse sobre a verdadeira situação das finanças públicas) deveria ser a principal exigência dos democratas empenhados numa sociedade boa.
    Com amizade.
  3. ricardo saramagoa 02 Out 2010 as 19:42
    Caro VB
    ” E aqui também não há boa nem má economia: há “economia” certa ou errada. E é precisamente neste campo que muitos que frequentaram os cursos de Economia - alguns mesmo doutorados (e catedráticos) em Vulgaridades Económicas - não aprenderam nada. E/ou então são intelectualmente desonestos.
    Muito Bem!!!!
  4. causavossaa 03 Out 2010 as 13:00
    Caro VB
    Na introdução aos seus princípios de economia política César das Neves dedica-os “À minha e nossa mãe, a Imaculada Conceição, rainha de Portugal há 350 anos”. Uma questão de fé, portanto! Curiosa e estranhamente, e sendo um ponto de vista apenas a vista de um ponto, concordo consigo quase integralmente, independentemente da sua fé inabalável na positividade da ciência económica!
    A ciência económica, parafraseando CN, parte do pressuposto da racionalidade dos agentes e do equilíbrio dos sistemas. A utilização destes princípios permite a obtenção de teorias simples, plausíveis.
    Afinal todos concordamos que L=R-D e podíamos, e devíamos, adoptar esta igualdade adsituação - evitaríamos pelo menos o cancro de Portugal: o eterno défice público que mata a economia. Mas as teorias simples dão apenas possibilidades de resposta. Lembra CN sobre Marshall: “as leis da economia devem ser comparadas com as leis das marés, e não com as leis simples e exactas da gravitação. Pois as acções dos homens são tão variadas e incertas que a melhor afirmação de tendências, que podemos fazer numa ciência da conduta humana, deve ser inexacta e defeituosa”. Acrescenta CN o valor ético das leis económicas para contrapor a mão invisível de Adam Smith, o pai da Economia fascinado com a ordenação automática do sistema.
    O exemplo do autocarro de CN, que invoca a eficiência do carácter simplista da solução económica, atem - se entretanto à colocação assimétrica das portas do autocarro, ao comportamento correcto das pessoas na confrontação com a distorção dos incentivos.
    A complexidade do sistema exige, assim, três instrumentos essenciais na óptica de CN - que é a vista de um ponto - tradição, autoridade, mercado. Na miscigenação dos princípios fundamentais da economia, a racionalidade e o equilíbrio, e as formas do enfrentamento dos problemas económicos - T.A.M.
    Concordo também com a sua afirmação dos governos de santos em mundo de pecadores. Não concordo já com a sua fé nas instituições reguladoras, pois essas já moram, viciosas ou viciadas ou tementes, tão pecadoras como as demais. E é por isso que penso que à excepção de umas igualdades e de umas evidências assertivas, a economia é uma espécie de seiva contaminada pela massa dos homens - a que chamo pouco rigorosamente, ética, e esse é o drama dos nossos tempos: a renegação da tábua de Moisés em detrimento da má percepção da utilidade - valor de cada coisa.
    Assim e porque não há uma má e uma boa economia, nem a economia é uma aritmética de soma certa, mas um tabuleiro onde se alimentam utilidades, o mais certo era termos o homem perfeito, justo, humilde, trabalhador, desprendido… para não termos de fazer da economia, essa seiva incerta, com laivos de racionalidade, política!
    Duplico a amizade,
    porque ela se cimenta nos homens e verdadeiros democratas, e humanistas, espero, de boas intenções.
  5. VBa 03 Out 2010 as 13:45
    Meu caro Causavossa,
    A minha fé na economia positiva é menos inabalável do que pode parecer do meu último comentário. Mas há duas ou três coisas que, pelo menos por enquanto, tenho como certas. Uma, é que a Economia, não sendo uma ciência exacta, é, pelo menos, uma “ciência aproximada”. E, nesse sentido, é mais útil do que a sua ausência, pois que o que explica ou prediz é, em geral, mais útil e acertado do que a incerteza absoluta que resultaria da sua ausência.
    Outra, é que a razão por que a Economia é inexacta é porque o Homem é um ser livre (por outras palavras, a Economia seria tão mais exacta, quanto menos livre, e mais mecanicista, o homem fosse). Os resultados da Economia são o resultado de muitos milhões de interacções entre muitos milhões de homens e agrupamentos sociais, mais ou menos livres, mas o suficiente para que as suas decisões não possam ser integralmente previsíveis, o que afectará necessariamente o seu resultado global.
    Outra, é que, sempre que se quer intervir na economia, o número de variáveis que não se controlam é muito maior (muitíssimo, geralmente) do que as que se controlam, pelo que os resultados alcançados tendem a ser mais dominados por “unintended consequences” do que pelos objectivos desejados.
    Outra ainda, é que a ética (ou a moralidade) está fora da Economia (e não dentro), e que o maior ou menor sucesso das teorias económicas depende da sua maior ou menor incorporação da moralidade social dominante no universo social contemplado (porque é esta que influencia decisivamente os comportamentos dos homens, com reflexos económicos).
    Enfim, matérias muito complexas para tratar num comentário ou mesmo num post. Tenho sobre elas cerca de 10 mil palavras escritas num texto integrado, mas que ainda precisa de outras tantas para poder ver a luz da publicação…
    Todavia e tendo dito isto, não tenho dúvidas de que a Economia já dispõe de um conjunto de certezas razoáveis e aproximadas, suficiente para poder fazer algumas previsões fidedignas. Algumas delas, nem precisam de muito mais do que a compreensão de certas identidades que definem a restrição dos recursos disponíveis para a satisfação das ilimitadas necessidades ou desejos. E era basicamente sobre o papel dessas que me referia no último comentário. E que todos os que se intitulam de economistas têm obrigação de saber. Tanto mais que, para muitas delas, basta a intuição de uma boa dona de casa para as perceber. E que, portanto, tentar ignorá-las ou desvalorizá-las é, ou ignorância pura e dura, ou desonestidade intelectual.
    E um dos conhecimentos básicos que qualquer economista mediano tem obrigação de saber é a distinção entre as restrições aplicáveis a uma economia (predominantemente) fechada e a uma economia (predominantemente) aberta. Mas, acredite, há muitos catedráticos de Vulgaridades Económicas que não sabem! Mas são catedráticos…
  6. causavossaa 03 Out 2010 as 16:26
    Caro VB
    Concordo na íntegra com este seu último post e subscrevia-o na totalidade.
    Veja lá, caro VB, como o diálogo tem este estranho condão de chamar à colação a relatividade das coisas e de pôr a nú a aproximação às diferenças.
    Não leve a mal algum contraditório, até porque não me sobram dúvidas sobre o empenho de alguns meus compatriotas para a construção de um país melhor… para todos! O segredo da receita parece estar na dose! Como muito bem diz e não sendo um indefectível de Lula, a realidade é que Lula mostrou a intuição de uma boa dona de casa da classe média. Uns usam mais condimentos económicos para gerar um melhor cidadão; outros acham que melhores cidadãos apaladarão uma melhor economia!
    Um abraço
  7. VBa 03 Out 2010 as 16:39
    Caro Causavossa,
    Não levo nada a mal, antes pelo contrário. O contraditório honestamente motivado é uma das melhores formas de aprendermos e de corrigir erros. Eu costumo até, em muitas discussões, quando o meu “oponente” tem posições semelhantes às minhas, fazer a argumentação contrária, seja para aprender melhores respostas, seja, se tiver que ser o caso, para me aperceber que as respostas de que estamos convencidos ser certas, estão afinal erradas.
    Quanto ao Lula, isso é de um outro capítulo, a Política. Esta não tem necessariamente que seguir as recomendações da Economia (ciência), precisamente porque lida com funções de preferência social e estas são necessariamente subjectivas e dependem dos grupos sociais que o poder pretende satisfazer prioritariamente. Tem é que assumir as consequências se conduzir a maus resultados, sobretudo se estes tiverem sido avisados atempadamente.
    Lula parece ter conseguido um bom equilíbrio. Mas também há que não esquecer o terreno cuidadosamente preparado que lhe deixou o FHC.
    PS: Uma correcção aos meus comentários anteriores. Quando referia “Vulgaridades Económicas” deveria dizer com mais propriedade, “Esoterismos Económicos”. Parece-me mais apropriado.

GUERRA DAS DIVISAS

O FMI parece ter finalmente saído do torpor que o assaltou.

«FMI: «Sem ajuste no valor das divisas não haverá reequilíbrio da economia»
Strauss-Khan critica facto de alguns países estarem a usar moedas como «arma»

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

TIRIRICA PORTUGUÊS: MELHOR QUE ISTO NÃO FICA!

A tirada do dia do Tiririca Português: nunca Portugal precisou tanto dos empresários Portugueses!
Depois de anos seguidos a esvaziar os bolsos e a empresariar o Estado, jogando um estranho jogo de monopólio, onde se cruzaram interesses privados e partidários, Tiririca lança a frase com mais  graça de palhaço rico: nunca tantos ficarão a dever tanto a tão poucos!

O COLONIZADOR COLONIZADO

 
Os meus queridos amigos e irmãos Brasileiros continuam a alimentar a versão mau colonizador, bom colonizado.
Porque amo o Brasil e os Brasileiros com o mesmo amor e desamor como Portugal e os Portugueses, deixem-me contar-lhes a estranha sensação de quando cheguei ao Rio.

Gente linda, afável, maravilhosa, falando uma língua cantada que era a do meu Portugal.
Ao entrar em casa de um tal de Souza, deparei-me com a imagem de nossa senhora de Fátima e uma enorme lápide de um antepassado que rezava assim: Sousa, Freixo de Espada à Cinta. 
Na casa de outros amigos maravilhosos, pés e coração quentes, encontrei uma foto relíquia de um camponês tisnado, das jornas, um tetravô de Terras do Bouro. 
Em S. Paulo, onde o betão cheira a dinamismo vibrante e calcado, a atenção, numa padaria, para um homem de bigode farfalhudo, que me fez lembrar o Tiririca. Não o «pior que está não fica», mas um seu homónimo Portuga que bradava e rodava, a outra versão do copo, enquanto retirava do forno um papo-seco Brasileiro: «melhor que está, não fica!»

Confesso que fiquei angustiado naqueles primeiros dias, com a visão do colonizador, colonizado espoliado: tanto ouro humano do meu país, por terras de Vera Cruz derramado!

Três dias depois, multiplicadas as experiências por cem e por mil naquele país quente e maravilhoso, revi a minha posição. Derramado? Sim! Desperdiçado? Não!

Desde aí sempre que me perguntam, neste mundo de soberanias mitigadas, cidadão és de onde, respondo orgulhoso: sou de todoomundo e todomundo é de ninguém!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CHAMPALIMAUD: O RETORNO AO POVO!

 Seria interessante ver Belmiro, Amorim, Manuel dos Santos ou outros grandes aproveitadores da terra Portuguesa, rivalizarem com Champalimaud e o seu centro de pesquisa do cancro.
Seria sinal que a aristocracia financeira e económica Portuguesa percebeu, finalmente, que é devedora ao povo Português de um enorme crédito de cidadania.

PARQUE ESCOLAR: O DEBOCHE DO DESPERDÍCIO!

 O deboche do parque escolar!
Bem podiam os Queridos avançar para a reconstrução, sustentada e poupada, do Parque Escolar! 

REPÚBLICA: A CIRCULAÇÃO DOS ASNOS NOS ÚLTIMOS 100 ANOS!

Cavaco diz que o País mudou em 100 anos. 
Obviamente! Mal seria que Portugal não tivesse evoluído nos últimos 100 anos e ainda circulassem carroças, que não asnos, nas nossas avenidas!
Mas Portugal não mudou na desigualdade e na relatividade face ao exterior. 
A não ser nas mordomias dos políticos, mais Europeias e progressistas!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

RECONSTRUIR

Numa altura em que a descrença gera descrença, saber que Lisboa é a melhor cidade do mundo para uma escapadela não surpreende os Alfacinhas.
A resiliência de Lisboa, às inúmeras malfeitorias do desordenamento do território, puxado por uma errada municipalização e política de solos, na criação deste megafloramento que se estende, mal medido, do Terreiro das Nações até Cascais, é notável.
Vamos então reverter o mal passado, e construir uma grande feira popular, onde caibam os forasteiros das escapadelas e os resistentes autóctenes.

POUPARAM OS DA GESTÃO DO FAVOR

Diz Henrique Neto que a austeridade poupou  a oligarquia dominante.
Concordo plenamente com ele! Todos os sectores responsáveis pela simbiose parasitária que matam o hospedeiro, mantêm-se intactos e intocados.
As medidas de austeridade se afectaram a população em geral, não afectaram o core essencial da desgraça nacional: a oligarquia, que domina sectores do Estado improdutivos, na óptica da gestão do favor.
Esta teria sido uma altura ideal para transformar Portugal pela posivitiva, mesmo que se tivesse indisposto as clientelas dos partidos.
Mas obviamente era preciso uma grandeza de espírito que não se coaduna com os mestres dos egocêntricos da mentira.

domingo, 3 de outubro de 2010

MUNDO DE EQUILÍBRIOS

Não sendo ainda tempo de balanço do ano houve, para além de desaparecimentos a destempo do foro familiar, dois homens do espaço público cujo desaparecimento me marcaram para além do imaginável: José Saldanha Sanches e António Feio!

Feio pela dimensão humana que lançou para fora do pequeno écran, Sanches pelo seu ardor na luta por convicções de justiça e equidade.
Aos dois devemos algum equilíbrio por outros homens que jogam em sentido contrário.

VITAL: A AUSTERIDADE RECOMENDADA PARA OS OUTROS NA VOZ DO VITINHO DE PORTUGAL!

«Mais complicado do que corrigir o défice orçamental -- que se alcança em dois ou três anos com mais ou menos medidas de austeridade -- é corrigir do défice estrutural de competitividade da economia portuguesa, que está na base do défice externo e do endividamento externo da economia portuguesa e das próprias dificuldades orçamentais do país.
Sem maior competitividade não haverá melhoria das exportações, nem do investimento externo entre nós, nem do potencial de crescimento da economia, nem das perspectivas de emprego, nem aumento da receita fiscal do Estado.
Para melhorar a competitividade há que conter ou reduzir os custos de produção (crédito, trabalho, serviços), aumentar a produtividade (qualificação profissional, inovação tecnológica, organização empresarial), incentivar o investimento nos sectores de bens exportáveis, melhorar as infra-estruturas de transportes (rodoviárias, aéreas, portuárias), manter baixa a inflação interna (controlando ao aumento da procura), reduzir os custos administrativos da actividade empresarial (licenciamentos, etc.), superar as constrições do sistema judicial (cobranças, falências, etc.).»
Mesmo que pelo caminho vão caindo corpos em catadupa, como tordos caídos em Campo de Mártires da Pátria!
Afinal as pessoas é que interessam, não se lembrem eles de retirar 10% aos salários dos Euroqualquercoisa!

ESTADO NOVO OU NOVO ESTADO?

A história do Procurador que queria vender um bilhete do espectáculo da Madonna a um agente infiltrado da ASAE demonstra a capacidade do Novo Estado para a  recriação dos contornos PIDESCOS e vícios passados.
Que a ASAE se erija como defensor dos consumidores da carne estragada, tudo bem. 

Que a ASAE persiga cidadãos que querem vender o seu bilhete, mesmo com ganho, tudo mal. 
Esta Nobre Arte muito inquisitória, muito Idade Média, muito rasca ou serrasqueira, da reprovação e perseguição do lucro, acontece paradoxalmente com um governo dito socialista, de laicidade infelizmente não comprovada.  

Urge retirar do mercado, a bem da saúde e da sanidade pública, antes que seja tarde, esta avariada e adulterada carne socialista!

NOBRE NOBREZA

CM: «EDP dá três milhões a curso de Pinho»
Companhia eléctrica patrocina Universidade de Columbia, onde ex-ministro da Economia é professor. Escola agradece «generoso apoio» da empresa»
A definição de povo ficou na memória daqueles que do povo já só querem um toque ao de leve na altura do facturar.
A nova Monarquia Republicana que dá pelo nome de elite Portuguesa, as novas famílias reais, Marqueses  da Mota Engil e do BES, Duques da PT, EDP e da REN, Condes da EPUL e da EMEL, governam o país com mão de monopólio, dizimando com os seus dízimos sempre crescentes sem fim à vista, o Nobre Povo, Nação Ligeiramente Cobarde e Profundamente Descrente.
Em Portugal a nova Nobreza, com uma pequena nobreza de Cravo a indignar-se de quando em vez, vai cantando e rindo alegremente num jogo de soma zero: devo-te eu agora um favor, deves-me tu amanhã outro,...
E entretanto esta nova Nobreza, alicerçada  nestes  novos monopólios privados sempre em crescendo, tendo na mão os Condottieris da política, essa nova vaga de mercenários internacionalistas, que estagiam mais tarde nas Unesco, OCDE's, Eurojust, e outros lugares que de próprios se podem tornar impróprios, vão sugando o tutano da pequena e média economia nacional até ao estoiro final e à tomada das Tulheries e ao derrube das Bastilhas!