sábado, 30 de maio de 2009

HOJE SOMOS TODOS UM POUCO VOLTAIRE, O ANTI-SÓCRATES

Quando me dizeram nem queria acreditar. Este senhor é François Marie Arouet. Que não, disse eu! Não pode ser, que o seu rosto é-me familiar! Que, sim, não teime! Mania de teimar com tudo e todos. Voltado de costas para a fenêtre - balcony mundo, magro e pálido, por tão mal maltratarem o seu liberalismo, o sr. de Voltaire, não pôde assistir ao desfile onde setenta mil na frondosa Avenue de la Liberté esconjuravam a amordaçada nouvelle liberté, A INcultura e a mimética ignorância das nouvelles opportunités.

HENRYCARTOON, O VERDADEIRO ARTISTA TRADUTOR DA BLOGA

Estando nós reféns dos tangos deste mundo, que melhor voyeur para descrever os casais que se arrastam, para nossa dor e prazer em danças e desamores, pelas mais incríveis salas de dança deste mundo? Bravo ... bis ... bravo ... bis!

EM PONTO MORTO

Uma das situações que mais me fez confusão nos últimos anos foi a apatia proverbial que os Portugueses em geral demonstravam perante os impostos. Confrontados com o é impossível pagar mais impostos, a resposta era invariavelmente um encolher de ombros ou o mais puro olhar de indiferença ou omissão.
Hoje percebe-se que havia muitos a quem tal não afectava e preocupava, porque simplesmente não pagavam. Mas face à indubitável e positiva maior eficácia da máquina fiscal, exorbitando até demasiadas vezes do razoável, continua-se sem se perceber a estranha indiferença de muitos perante um carga que já passou a marginal e deixa as sociedades desde os gloriosos trinta, em crescimentos do produto quase asténicos. Ou ainda alguém tem dúvidas que a excessiva carga fiscal enferma o crescimento e mata o enfermo?

EGOÍSMO E EGOCENTRISMO

Diz Eugéne Labiche: um egoísta é incapaz de gostar de um amigo. Mas ele não pode passar sem amigos: ele já mais gostará de si sozinho. Diz Mme de Sévigné: para julgar quanto importunamos a falar de nós, é preciso sondar quanto os outros nos importunam quando falam de si.
Será por isto que a política é feita com muitos egoístas e egocentristas?

O ORGASMO DOS IMPOSTOS

Na mesma semana que introduziu um novo imposto sobre as receitas da Santa Casa da Misericórdia de 4,5% sobre o Euromilhões e conexos, este governo do baralha muito e pouco dá, lança-se em mais um orgasmo de impostos e taxas colocando, as verdadeiras entidades com consciência social, as Misericórdias, em risco. Possivelmente para a semana anunciará algum apoio adicional às mesmas. De imposto em imposto até à Misericórdia fatal!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

DÁ-LHES MANELA!

São quase vinte horas de um sexta feira, véspera de fim de semana, melhor dia Português, meia soalharenta com uma camada de cúmulos - nimbos a voarem baixinho. Mas o melhor está aí a vir e não é outdoor! Farnel na mesa, com um ice - tea fresquinho a adornar um copo de cristal com uma rodela de limão, o espectáculo indoor está prestes a começar.

E ainda há quem diga que o Jornal das oito de Sexta não é uma verdadeira instituição nacional. Olhos franzidos, óculos na testa, pergunta-me a filha: e tu com esses óculos para o perto vês alguma coisa? Dá-lhes Manela, respondi distraído, com a apresentação da bocas mais sensual da Rádio Televisão Nacional!

ACTIVISMO DE FALCON IBÉRICO

«A polémica que envolve o primeiro-ministro espanhol «embaraça» de alguma forma o homólogo português, José Sócrates, refere esta sexta-feira o Sol. O gabinete de Sócrates não esclareceu como regressou sábado a Portugal o líder do PS para participar no comício em Coimbra com Zapatero, depois de ter participado no congresso do PSOE em Valência, noticia o semanário.
A dúvida coloca-se porque Zapatero ofereceu boleia a Sócrates no Falcon do Estado espanhol. Em resposta ao Sol, o gabinete do primeiro-ministro apenas disse que Sócrates «não usou nenhum meio do Estado português nas suas deslocações» . E garantiu que o líder do PS seguiu para Madrid num voo da TAP, na noite de sexta-feira.»
Como amante da aviação por gosto e condenação, questionei-me nesse rápido toma lá dá cá de solidariedade socialista Ibérica, como teria tempo Sócrates de vir de Valência para Portugal, de molde a estar nesses dois comícios pouco espaçados no tempo. Como em Portugal a aviação tem pouco respeito pela cidadania, passando literalmente na aproximação à pista tudo o que é avião, seja meio-dia, seja três ou quatro da manhã, tive o prazer de ver o Falcon passar nesse sábado, não a desoras felizmente, por cima da minha cabeça. Estranhei o Falcon, algo diferente, mas pensei como cidadão desconfiado, consciente e vinte e quatro horas a escrutinar quem vive do nosso salário: mau, que há aproveitamento!
Folgo agora saber que Sócrates viajou para Valência na Tap, companhia com aviões bem mais seguros que os vetustos Falcon, não lhe vá acontecer algum trágico acidente como aos saudosos e impolutos patriotas Sá Carneiro e Amaro da Costa, numa demonstração de solidariedade Ibérica e Socialista do seu camarada Zapatero, governante mau exemplo para o nosso Sócrates, a quem os cidadãos Espanhóis, Portugueses e Europeus deviam solidariamente com os contribuintes Espanhóis, mostrar um enorme cartão vermelho comunitário!
Ah, e quando será que os Lisboetas dão um cartão vermelho à ANA e ao aeroporto de Lisboa, que não os respeita fazendo pousar e levantar aviões para além das 11 horas da noite? Afinal, até eu que sou um amante da aviação e um fervoroso adepto da manutenção do aeroporto de Lisboa no local onde está, por respeito aos impostos de cada um, começo a achar que às três e quatro da manhã, começa a ser um enorme abuso! Ou será que são os Falcon ao serviço da nação? E diga lá, Mário Lino, que não é um bom argumento de ajuda para transformar rapidamente a Portela, num extenso e excitante condomínio de luxo ou num comercial aerópago Dolce Vita?

RESPÚBLICA MUI MONÁRQUICA


«Novo elitismo e pessimismo cultural da mui nobre http://blog.fundacaorespublica.pt/?p=806
1. Segundo Emmanuel Todd, a França teria entrado numa fase de estagnação e de (re)estratificação educativa, a que corresponderia um crescente pessimismo cultural das suas elites. Se entre 1950 e 1995 a proporção de jovens que em cada geração acedeu a uma formação superior passou de 5% a 33%, desde então teria estagnado naquele patamar superior. Estagnação que teria conduzido ao fechamento de uma classe educada numerosa que, pela sua dimensão, permitiria que os produtores culturais e ideológicos se dirigissem exclusivamente a ela, desprezando a maioria da população. A este novo elitismo corresponderiam novas justificações da desigualdade social com base num pessimismo cultural desvalorizador dos progressos educativos e da escola de hoje.
2. O quadro traçado por Todd sugere, imediatamente, a comparação com o sector nacional-pessimista representado, entre outros, por António Barreto e Vasco Pulido Valente. Não admira, naquele contexto, a rejeição pelo sector de medidas que visem superar a estagnação da progressão educativa também observável em Portugal. Trata-se, na realidade, de defesa de privilégios ocultada por representação negativa de todo o fenómeno de massificação, bem retratada por Todd: “o mundo dito superior pode fechar-se sobre si próprio, viver em circuito fechado e desenvolver, sem disso se dar conta, uma atitude de distância e de desprezo em relação às massas, ao povo e ao populismo que nasce por reacção a esse desprezo” (Aprés la Démocratie, Gallimard, 2008, p. 84)».
3. Resistir ao novo elitismo pessimista e relançar a progressão educativa não é pois apenas justificável por (legítimos) objectivos modernizadores. É, também, imperativo democrático fundamental.
As premissas em 1º parecem reais e até, cedamos, as vagas e instrumentais intenções. As conclusões, sem correspondência no campo e no factual, é que para além de uma falta de ética intelectual, de mistura do social com os bugalhos das lutas intestinas, esquecem o essencial: é que são governos ditos de avanço social que mais tem massacrado, desprezado e anulado os desejos das classes menos favorecidas no caminho da ascensão social. Ou esta Respública da diminuição de reformas sociais e do micro e médio tecido económico não está para o mundo dito superior em relação às massas como o arroz que parasita e reconduz à trinca?

долгую жизнь в России = LONGA VIDA À RÚSSIA

Para quem se preparava para transformar o caso de Alexandra num confronto entre soberanias, enganou-se redondamente. O caso de Alexandra como muito bem diz a presidente da fundação Nacional Russa de Defesa das Crianças da Violência, Marina Igorova, «a menina não deveria ter saído de Portugal. A menina Alexandra não pode ser vista como um objecto, propriedade da mãe, que pode ser dado e devolvido", declarou à Lusa.
Tristemente os interesses superiores da criança caíram às mãos de uma justiça Portuguesa e de uma Segurança Social, burocrática, imperial, ancien regime e desumana, a necessitar urgentemente de uma disrupção de notabilidade e de afectos.
O Portugal Pilatos dos Aparatchki, branqueador de responsabilidades, desigual, salve-se qui peux e comunitariamente indiferente, resquício do antigo regime, caiu ainda mais na vertical dos meus afectos!
A Rússia do bom povo Russo, que até prova em contrário não se confunde com a de Putin, mas com a de Tolstoi, Pasternak e Dostoievski cresceu, ao invés, nos meu afectos!
Que a Rússia de Putin mostre grandeza e como Salomão sentencie, que a humanidade dos homens está acima da mesquinhez do falso orgulho das soberanias!

VANTAGENS COMPARATIVAS

Eu sei, eu sei o que é a teoria das vantagens comparativas ... mas não se estará a transmutá-la em Portugal para teoria das ... desvantagens comparativas! É que isto, passe o exagero, de Portugal ter como única vantagem comparativa a do consumidor ...
Para reflectir, por Maria:
O António, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt), começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã. Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China). Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss). Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas. Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro Saab (Made in Sweden) e continuou à procura de emprego. Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o António decidiu relaxar por uns instantes. Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em PORTUGAL...
O Ministério da Economia de Espanha estima que se cada espanhol consumir 150€ de produtos nacionais, por ano, a economia cresce acima de todas as estimativas e, ainda por cima, cria não sei quantos postos de trabalho ... Pode ser que acorde alguém.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

AVANÇÁMOS COM UMA REFORMA DA SEGURANÇA SOCIAL MAIS DIFÍCIL

Numa conferência promovida pelo Financial Times, a propósito da utilização das verbas postas à disposição da banca e como argumento da nossa posição mais confortável na utilização dessas verbas o Governador do Banco de Portugal (BdP) sublinhou: o nosso país está numa situação «mais confortável», já que «avançámos com uma reforma da Segurança Social mais difícil».
O que Vítor Constâncio disse implicitamente é: as reformas dos Portugueses, da maioria, foram baixadas de forma drakoniana. Face à crise o Governo assobia para o ar e deixa centenas de milhar de pessoas sem qualquer tipo de subsídio.
Ou seja, estamos numa situação melhor, ou está uma minoria, como habitualmente, a pensar apenas na sua própria e bem nutrida REFORMA, nem que ela acarrete, pelo manifesto exagero da dose, um colapso social?

ERC, ESSE ORGANISMO MUITO DEMOCRÁTICO


Com muitas parecenças com organismo de má memória, este organismo é mais um daqueles organismos parasitas que para nada serve num regime democrático, senão para anulá-lo e domar a liberdade, vivendo no fio da navalha da constante atracção deste povo para o totalitarismo.
Como de costume, figuras cheias de comendas e lustro compõem-no, deslustrando novamente os notáveis, que em Portugal confundem-se sistematicamente com a figura do simultaneamente pilha e guarda - aviários.

PORTUGAL E A PIOR QUALIDADE DE EMPREGO

Num trabalho efectuado, entre outra, pela minha antiga professora Ilona Kovács, as investigadoras do ISEG, analisando centenas de indicadores do inquérito, colocam Portugal longe das novas formas de organização do trabalho e como um dos países com pior qualidade de emprego.
Nada que já não tenhamos sentido no campo, ausência de diálogo entre os trabalhadores e as respectivas chefias que tem consequências na produtividade e inovação das próprias empresas: os chamados notáveis de empresa do quero, posso e mando, uma sociedade de privilégios, de padrinhos e de castas.
De qualquer modo seria interessante cruzar estas conclusões e dados com o ambiente hostil, o subdesenvolvimento de contexto que o Estado cria às empresas e a intensa conflitualidade do casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!

ESTÃO A MATAR TODOS OS DIAS PORTUGUESES OU O GOULAG À PORTUGUESA


Hoje com vontade de ver os filhos da minha pátria felizes e sorridentes descri em mais um momento.
Pensei num País, como no País da minha infância, onde os homens sorriam e as mulheres cantavam e o que vi foi arrepiante.
Caras fechadas, esgares perturbados, infelicidades em cada esquina!

Hoje a administração fiscal lançou mais milhares de devedores fiscais para a lista dos a serem penhorados, numa atitude de irresponsável autismo e intransigência de quem não percebe de que mais do que regozijo numa luta pela igualdade e ética fiscal, é este mais um tiro no já meio depauperado e afundado porta-aviões Português da criação de riqueza nacional.

Alguns, cínicos, dirão: não é grave, é só mais uma redistribuição! Não, não é, porque estão a atirar para a miséria os com iniciativa para derreter na má utilização da mais e mais, sem limite, despesa improdutiva!
Tirar-lhes-ão casa, vida, alegria, alguns porque fugiram deliberadamente às suas responsabilidades comunitárias, muitos porque tiveram a ousadia de querer criar com o seu suor empresas e empregos para os seus concidadãos. Alguns porque fugiram deliberadamente às suas responsabilidades comunitárias, mas muitos porque foram apanhados nas contradições de Kafkianas leis, no exagero dos deveres, no exagero das obrigatoriedades, nas brutais e desadaptadas penalidades, nos moras por atrasos, na inflexibilidade da legislação das empresas que as pode colocar rapidamente no lado negativo da vida. Contei dezenas de milhares de pessoas individuais, dezenas de milhar de empresas, mais de uma centena de milhar de empregos a fazer tanta falta, a quem não tem nem pão, nem solidariedade do Estado naquilo que poderíamos definir como o novo liberalismo - mas agora liberalismo de Estado!

Neste Estado miserável, neste Goulag à Portuguesa, pergunto: quem nos governa é deste mundo ou é completamente desprovido de face humana? E o futuro, e as suas próprias criancinhas?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

NASCER, VIVER E MORRER COM O DINHEIRO E O ESFORÇO DOS OUTROS

Em nome do Socialismo moderno e quando já se confunde solução com criação, a verdade desponta como as cerejas! Para este coerente socialista, dos actos e factos, 20% de pobres é insuficiente, há que afogar rapidamente em impostos a classe média e adicioná-la aos 20%.
«Questionado sobre se esta proposta garante o não aumento da carga fiscal dos portugueses, Almeida Santos respondeu: «Não garante nada. Garante a solução de problemas que sem isso não têm solução»

PUST GOVORIAT! BUT IN SILENCE!

«O programa da televisão russa será transmitido em diferido e não em directo, como acontece normalmente. Contactada por telefone pela Lusa, a porta-voz do programa «Pust Govoriat!» (Que falem!) do 1º Canal da Televisão russa, que se apresentou apenas como Maria, recusando revelar o apelido, declarou: «Normalmente, o programa é transmitido em directo, mas o de quinta-feira será transmitido em diferido».
Ao pedido do correspondente da Lusa de assistir à gravação do programa, a porta-voz respondeu, sem avançar qualquer explicação: «Isso não é possível.»
Quanto à possibilidade de a família Pinheiro, que acolheu a menina nos últimos quatro anos, não receber o visto para voar para Moscovo, Maria afirmou: «Se assim for, só ouvirá o nosso comentário durante a transmissão do programa»

HENRIQUE O NAVEGADOR FALOU E BEM

O Terreiro do Paço merece melhor sorte do que ser deixado apenas nas mãos dos Arquitectos: porque o Tecto que falamos é o da vida!

«27.05.2009 - 10h57 - Henrique o Navegador, Bélgica
A remodelação do Terreiro do Paço só vale verdadeiramente a pena se os serviços públicos que lá estão saírem para bem longe. Os edifícios que enquadram o terreiro são tão maravilhosos que merecem melhor sorte do que ter lá dentro funcionários públicos e... papeis. Dê-se um ar novo à praça, mas utilizem-se as salas e salões dos "palacetes" em restaurantes de bom nível, em bares e esplanadas grandiosas, em discotecas, em centros de convívio variado, em lugares de espectáculo nocturno, nomeadamente de fado. Lisboa terá um impacto extraordinário se o Terreiro do Paço for o centro do Bom Gosto em Portugal. Evite-se, por isso, que esta linda praça possa receber concertos ao ar livre, para não estragar um ambiente de bom nível que este terreiro merece. Enfim, dê-se vida a um dos melhores, senão mesmo o melhor local de Portugal. Fazer obras bonitas não chega. Se o Terreiro do Paço não for um espaço com vida própria quotidiana, não terá valido a pena gastar-se dinheiro com obras de fachada para "inglês ver".»

A POBREZA DENTRO DE CASA

Por essa Europa fora multiplicam-se os debates respeitantes às novas formas de pobreza e à possibilidade de uma resposta concertada ao nível da Europa.
A pobreza que parece uma lembrança passada após os Trinta Gloriosos, ou seja os anos do take-off pós 2º guerra Mundial, já não afecta só desempregados, idosos ou famílias numerosas, mas também os jovens, as famílias monoparentais, as pessoas que vivem sós e os trabalhadores precários. A agravar o isolamento e a falta de sentido comunitário! Qual é, então, a responsabilidade do Estado ou da União Europeia?
Em Portugal a história dos últimos anos é conhecida. A cegueira pelo deficit, a diminuição da protecção social e dos salários, precarizaram ainda mais a situação do depauperado tecido social. Agora, face à crise mundial real, pergunta-se? Não é tempo de afastar as falsas subsidiariedades e avançar para um chapéu de chuva comunitário que nos proteja da desumanidade e incompetência nacional?

COMÍCIOS: FORMA DE COMUNICAÇÃO ULTRAPASSADA?

São os comícios formas de comunicação ultrapassadas?
São definitivamente! Pelo menos para as organizações que se dão por acção e omissão todo o ano a conhecer, normalmente pelos piores motivos ou para aqueles que já perceberam que a democracia representativa do faz de conta das eleições a quatro anos tem os dias contados.
Penso mesmo, que muitas formas de contacto até são gravosas para as cores políticas intervenientes, dado a descrença total nos políticos e políticas, sendo vistas pelos Portugueses como uma afronta e irritação à sua condição de exclusos representados.
A melhor forma hoje de comunicação política passa então pela capacidade dos putativos eleitos se renderem à democracia directa, através de uma verdadeira e sentida representatividade com linha aberta via e-mail, net, twitter, ... com os cidadãos ... e justiça seja feita, há já alguns políticos que a fazem!
Serão os velhos protagonistas capazes de internamente, na solidão e ruído das suas consciências, se renovar e renovarem as mais conservadoras das organizações, os partidos?

NUNCA VI UM FALSO OPTIMISTA AFUNDAR E DEPRIMIR TÃO RAPIDAMENTE UM PAÍS

Depois de ver apontamentos do comício de ontem de Vital, onde participou, também, Pedro Silva Pereira, a iminência parda deste mau regime, a colocar o punho esquerdo no ar em vez do direito, e mais outras linguísticas gaffes à mistura e para aumentar o meu pessimismo ainda tenho de concordar inteiramente com o abaixo de Helena Matos.

Jóse Sócrates: “Nunca vi um pessimista criar um único posto de trabalho”
Não é bem uma questão de pessimismo ou de optimismo. É mais de pagar a segurança social, cumprir toda a legislação alegadamente de protecção ao trabalhador, não ter a certeza de ter encomendas mas saber que se vai continuar a ter de pagar os ordenados, os subsídios, as horas extraordinárias e claro o IRC, o PEC, o PPC, a medicina do trabalho, o contabilista, proceder aos acertos do IVA, sem esquecer as ameças de multa por parte do INE por não se conseguir preencher todos os impressos que o INE pretende… e no fim disto tudo ter de ouvir baboseiras destas a umas almas que nunca criaram um posto de trabalho digno desse nome ou quando criam é o que se sabe. Sem os parvos que fazem empresas de vão de escada, do meio da casa ou do que quer que seja cabe perguntar do que viveriam estas almas? Sim, donde viriam os impostos que os sustentam?

Resposta interessante de um blogger:
“Como é que Portugal vai pagar a dívida pública?

Medina Carreira“Aumentar os impostos ou vender património” “Pagando com dinheiro. O meio de pagamento através dos impostos é o normal. É pedir dinheiro emprestado para pagar dinheiro emprestado, ou então aumentar os impostos ou vender património. É aquilo que uma família faz quando tem que pagar as suas dívidas.”

Silva Lopes“A dívida pública vai ser paga com outra dívida pública” “Espero que Portugal não tenha que pagar a dívida pública nos próximos anos. O que é normal é que seja substituída por outra dívida pública. O Estado, daqui a uns anos, vai ter uma dívida ainda maior do que a que tem.”
Luís Campos e Cunha“Através de excedentes orçamentais” “Portugal só pode pagar a dívida pública através de excedentes orçamentais, que se obtêm, ou através do aumento dos impostos, ou através da diminuição das despesas públicas.”
Miguel Beleza“Não vai pagar” “Não vai pagar a dívida pública. Vai manter a dívida durante muitos anos. Desde que a dívida não ultrapasse um certo limite não é um problema grave. Para se pagar a dívida tem que existir um orçamento superavitário e isso vai ser muito complicado.”
João César das Neves“Vamos ser nós a pagar através dos impostos” “Vai pagar como andou a pagar nos últimos tempos: recorrendo aos impostos. É o que tem que ser, não há alternativa. É só começar a controlar a despesa para ver se não continua a subir a dívida e depois cobrar impostos. Vamos ser nós a pagar.”
Henrique Neto“Impostos não são solução” “Não faço ideia e o mais grave é que ninguém sabe. Nós não estamos a produzir riqueza para pagar a dívida e, portanto, não há nenhuma hipótese de nos próximos anos, com as políticas actuais, Portugal vir a pagar a sua dívida externa. Se aumentarem os impostos, isso enfraquece ainda mais as empresas e a dívida tenderá a aumentar. Face a isto, o aumento dos impostos não é uma solução.”
Rui Teixeira Santos“Há que reformar o Estado e reduzir a despesa pública” “Por um lado, temos que amortizar a dívida, por outro, temos que pagar mais pelos encargos da dívida. Que fazer? Aumentar os impostos? Há um limite para o aumento dos impostos. As pessoas não podem pagar mais impostos. Uma dívida hoje são sempre impostos amanhã. Temos que reformar o Estado e reduzir a despesa pública. A sustentabilidade passa pela redução das assimetrias entre ricos e pobres.”
Mira Amaral“Subsidiar a dívida pública, através do aumento de impostos, é uma solução facilitista. O país já não é fiscalmente atractivo e a economia não aguenta mais impostos. O caminho é reduzir a despesa pública ”

DEMOCRACIA EM BRANCO E OUTRAS ALEIVOSIAS

«Candidato do PS diz que não significa aumentar os impostos nacionais e que o mais importante é haver mais recursos para distribuir. Mais pormenores só quando for eleito para o Parlamento Europeu e apresentar propostas nesse sentido.»
Não vá ele querer fazer como Sócrates, pormenores para depois do jogo!
«Salário mínimo vale menos hoje que há 35 anos. A decisão, na altura, iria beneficiar 50 por cento da população activa O Salário Mínimo Nacional vale actualmente menos do que em 1974 quando foi criado. Se tivesse evoluído ao ritmo da inflação deveria ser hoje de 584 euros, mais 30 por cento do que os 450 definidos no início do ano. Em 1974, faz hoje 35 anos, o decreto-lei então publicado explicava os objectivos de criar uma retribuição mínima mensal: garantir a correcção dos desequilíbrios sociais e económicos, melhorando os «níveis de vida muito baixos». Na altura, a decisão iria beneficiar 50 por cento da população activa. Era esse o objectivo escrito no decreto-lei assinado pelo primeiro Governo provisório, liderado por Adelino da Palma Carlos. 3.300 escudos (ou 16 euros e meio) era o salário mínimo de então.»
Decreto-lei de boas intenções, faltou nomear foi os protagonistas executores das boas intenções!

terça-feira, 26 de maio de 2009

NÃO BATAM NA MINHA MENINA ALEXANDRA

Palavra que eu não lhe queria bater. Palavra que a educação na Europa não presta. Como a justiça. É mole, leve, cheia de sim's e poucos não's. Palavra de mãe é que conta. Porque fui eu que a fiz nascer. Porque isto é um assunto de Estado. É fruto de mim, filha da mãe Rússia, neta da mãe Rússia, Imperial, dura, radical. A educação copo de leite da Europa não toma em conta um vento frio que sofra dos Urais, esta singular entidade Euro-Asiática, conjunção da ursa e borrachosa bonomia de Boris e a fria, implacável e caprichosa mão de ferro de Putin. A mãe Russa saberá educar Alexandra: entre a borrasca da entorpecente e quente lassidão do Vodka, e o passo de ganso da disciplina própria dos Stalins e dos Czares Ivans. Valha-lhe a protecção e a grandeza dos Tolstoi, Dostoiesvky, Pasternak, do Kazatchoc e da candura da Santa Madre Igreja Russa.

ALÓ, ALÓ, FALA JOSÉ P SOUSA, EM QUE É QUE POSSO SER ÚTIL?

Palavras esparsas dos actores!
Presidente da Zon Multimédia: «Gente bem preparada», «Futuro interessante».
Primeiro Ministro de Portugal: «É este tipo de investimento que nós estávamos a pensar quando lançámos o plano tecnológico», «Viemos visitar para deixar um mensagem de estímulo».
Que mal fizemos a Deus para merecer isto?
- Aló, aló, Zon Multimédia em que é que posso ajudar:
- ... ajuda, tirem-me estes tipos daqui, por favooooooooooooooooooooooooooooooooooooor!

REVERSÃO E DECADÊNCIA

«Números referem-se ao ano passado
Segurança Social exige pagamento de 317 milhões a gestores
2009/05/26 08:30
Redacção / LF
Entidade foi bater à porta de 10.892 administradores. A Segurança Social foi bater à porta de 10.892 administradores e gestores, o ano passado, para lhes exigir o pagamento das dívidas acumuladas pelas empresas que dirigiram, noticia o «Jornal de Negócios».
Em causa estão 317 milhões de euros de contribuições que não puderam ser recuperados directamente através do património das respectivas sociedades.
Os números, facultados ao «Jornal de Negócios» pelo Ministério da Solidariedade Social, mostram que a
reversão de dívidas-um instrumento que o Estado tem ao seu dispor para cobrar o que lhe é devido quando as empresas não têm património suficiente ou já estão falidas-está a ser usado em crescendo.»

Para quem usa pouco a cabeça, tem uma óptica justicialista, pensa feudal e ignorantemente e não vive no cinismo de quem não é igual a mim está contra mim, naquela óptica de que todos os patrões e gestores são ladrões, esquecendo-se que a grande maioria são antigos funcionários e TPCO que arriscaram com energia, este instrumento de reversão de dívidas parece um instrumento de vingança divina.
Nada mais errado, porque este instrumento tem vindo a destruir o maior capital de uma sociedade, o empreendedorismo e a vontade do risco que cria empregos e paga impostos ao Estado, para por sua vez redistribuir riqueza e exercer as suas funções primárias - a justiça, a segurança, ...
Perguntarão muitos, mas se as empresas devem, a responsabilidade é dos seus corpos administrantes, logo em caso de dívidas que paguem os seus administradores ou gestores.
Ora, ao longo da história foi criada uma figura empresarial que dá pelo nome de empresas de responsabilidade limitada, que permitiu pelo carácter aleatório e pelo risco associado alguma protecção a quem arriscava até ao montante do capital em jogo. Tal foi a grande fatia dos investimentos do passado que permitiu a entrada de centenas de milhar de pequenos aforradores na produção e no mercado, como agentes económicos, como criadores de riqueza e emprego. Porque há risco em toda a actividade económica, pelos múltiplos factores conducentes ao sucesso ou insucesso, os putativos agentes económicos arriscavam, a economia crescia e desenvolvia-se.
Ora sabendo nós que muitos empresas acabam por não singrar, podendo em algum momento da sua vida, no quadro do mercado e das múltiplas responsabilidades para com fornecedores, Segurança Social, Finanças, acumular dívidas, caberia ao Estado EFICAZ, ao menor sinal de disrupção de responsabilidades das actividades, estar para tal facto alerta intervindo de imediato, ou não sendo fautor de inflexibilidade na resposta imediata da empresa à situação de crise, não permitindo uma distorção do capital das empresas, exigindo a sua extinção em tal caso ou permitindo-lhe qualquer tipo de saneamento em caso de empresas de relevante interesse comunitário, e não se assumindo já não só como credor privilegiado, mas como credor de quem arriscou com responsabilidade limitada ao capital e património da empresa, indo aos seus bens pessoais ou seja criando um risco de implosão pessoal e familiar para além do risco próprio da actividade empresarial e de um revirar de agulha e capitalização mínima para outra iniciativa.
Este privilégio do Estado é, assim, uma bom estratagema para um Estado que pensa apenas em manter um alto padrão de despesa, mas acaba por outro lado e a prazo de ter um efeito de diminuição do investimento privado e de aversão pelo investimento e risco, o que o diminuindo, o faz entrar em circuito fechado e numa bola de neve de cada vez menos empresas a pagar verbas mais elevadas para o bolo total.
Com este Estado, burro, cego, surdo e mudo, que pensa mais a curto prazo e com a carteira e pouco com a razão, não admira, assim, que ninguém queira arriscar em Portugal, e que a decadência empresarial e colectiva entre todos os dias pela porta dentro!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

JU RIGONI

Porque nem tudo é fado, a vez e voz da poesia em jeito escancarado e escarrapachado, a minha homenagem e o meu desvelo a JU RIGONI, Brasileira do lado bom de Portugal!

Esse moreno é um arraso…Pedaço de mau caminho! Coisa mais linda, esse moço, quando vem, assim … Pena que não venha para mim!… Quando está por perto esqueço o reumatismo, as rugas, a miopia, as hérnias de disco, -esqueço que esqueço! -, não há força nem lei que me domem os sentidos … Ele é um benefício … uma prova de que o tesão eu não aposentei.
Hummm!
…esse jeito escancarado, moleque, de olhar…Preciso de um leque! Preciso pegar!…
- Moreno, não tenha medo de queimar-se em minhas chamas…Só alguém como eu pode antecipar-lhe, da cama,… os segredos que o passar dos anos tornaria possível desvendar…Ou não!…
- Moreno, me escute: não fique assustado com meu jeito abusado…O tempo passou e eu não acompanhei…Eu sou assim mesmo! A era é de hormônios artificiais, e eu não perco tempo, -o tempo é que não quer mais perder-se de mim.
Posso até engasgar,mas quero comer…provar algum naco desse prato cheio…
- Moreno, moreno,…eu só me arrependo do que eu não fiz!…
- É certo que darei em troco,muito mais que carícias,corpo, gozo, poemas,…delícias, -tudo que se acende quando você está perto…
- Não sou o seu tipo?…Passei da idade?… Apague a luz e eu dou á luz um novo moreno, plural em qualidades e em singulares venenos…
- Não fique assustado,eu sou mesmo assim…Coragem, moreno! Chegue aqui, do meu lado…Não tenha cuidados!…Quem sabe, eu até lhe arranje uns trocados?!…
ju rigoni (2005)

Que pena o mundo,
pelo menos este nosso mundo da língua Portuguesa,
não ser governado por poetas!
Não seríamos mais
estes chatos e ascéticos impedernidos,
que lançam setas e recolhem as bandeiras…
do assédio!
Seria e votaria com rigor, rigoni,
a tal poeta que salga o insonso
a troco de uns maduros e sublimes trocos!
Que pena o mundo,
pelo menos este nosso mundo da língua Portuguesa,
não ser governado por poetas!
Não seríamos mais estes ascetas impedernidos,
que lançam setas e desfraldam as bandeiras…
do assédio!
Seria e votaria rigorosamente, rigoni,
a tal poeta que nos quer trocar o sal
por uns maduros e sublimes trocos!

... FOMOS PIRATAS, DE GUARDANAPO ...

«Os tigres da Malásia
Por Joaquim Letria
JÁ DEVEM TER VISTO a falta de médicos que vai por aí. A gente, nos Bancos dos Hospitais, tem de falar línguas, senão não podemos queixar-nos de nada, nem compreendemos os médicos dessas empresas que os alugam ao Estado Português. E a competência de todos eles?!Não haja dúvida!!
O que nos vale, nestas dificuldades, é a fé do primeiro-ministro. O homem não vacila. Ele já disse, para quem o quis ouvir, que a Ciência vai ser a nossa salvação. Lembram-se da fúria do MIT? Acham que para haver Magalhães não houve muitos portugueses a queimarem as pestanas?!
O primeiro-ministro já anunciou nova parceria: médicos e laboratórios portugueses vão para Harvard.
Não sei se temos alguma coisa a aprender com os “camones”, mas com eles vai ser fulminante: não tarda, só vemos médicos americanos, vestidos de piratas, em congressos na Malásia. Ah, tigres!»

Inércia, estupidez e corporativismo não é percepcionarmos a falta dos dr. semanas ou tiradentes do amanhã.
Inércia, estupidez e corporativismo é passarem trinta anos de manhãs, a chorarmos pelos esquálidos dias do amanhã!
Trinta anos mais virão e mais trinta seguirão e ouviremos os pobres, os hipócritas, os anafados e rosados bastonários e ministros: já está para amanhã resolvido o número!
Estará, mas só na condição de bastonário ou ministro, enquanto milhares gritarão: mamãe, mamãe, eu quero ir para médicozinho!
Não, não, meu filho, que aqui a quantidade não faz a qualidade, que é bem melhor a qualidade do "não há", que a qualidade do "há", mas é fraquinho!
Mas, Mamãe eu tive um dezassete?
Pois, tivesses um dezanove, que isto de doutorzinho de medicina não é para gente esquálida e fraquinha! Ou tu julgas que isto é a ordem massificada e proletária dos doutos colegas do Marinho Pinto?

NA BARBEARIA DO GENTIL E JUSTO TIRADENTES

«São seis da manhã. Que difícil é a vida de contribuinte. Paga e além disso tem de estar seis horas a preparar papéis para poder declarar o IRS. Felizmente há um sistema que permite fazer estas coisas de madrugada e, diga-se, até funciona bem, mas a preparação dos números é de vomitar.Brrhaaaa...».

Na barbearia do sr. Luís a luz teima em não se apagar, mas não se fazem barbas nem se aparam bigodes e muito menos manicures torneiam unhas. Dão-se, à luz das Edipianas e usurárias velas de ouro, horas extraordinárias ao Estado, horas desperdiçadas, não recebidas, mas bem pagas! Na barbearia do sr. Luís ao contrário, como há muitos séculos na barbearia dos pavorosos e temidos tiradentes, não se sangram as almas a corte de unhas como se extraíam dentes, para se alimentar as cortes de El-rei e agora os seguidores desta multi - indecente e estonteante república.

Barbeiro: há uns anos, em que tudo ainda não era Simplex, fui buscar um mix de economia e gestão. Hoje fui buscar uns mais temperados e subsidiários Estudos da Europa. Subsídios nem vê-los, que são como cogumelos pouco espontâneos, húmidos de indecências, em floresta alheia. Mas como o nosso amigo Barbeiro, magoo-me sempre no espelho ao escanhoar. Não apenas por mim, que me dói a lâmina metida nos outros, mas por todos aqueles milhões de pobres confrades ileteratas falsamente iletrados, porque muitos, mui dignos e sábios, pró-ratas da nossa ineficácia e estupidez, gente maltratada e digna a quem um burocrata dos não transaccionáveis, no seu afã de se fazer nobre e necessário, congemina pratos de complicado economês, fazendo ar de desprezo e de conhecida altivez, como quem diz: afinal eu sou o senhor e o master, tu és o povo, contrata se desconheces, trabalha e paga, qual mula que não merece o pouco feno, eu que eu sou a imagem da simplificada e Lusitana honradês!
Será, talvez, neste país de gente muito mais mal que "mala" - qual pobre criança lixo Angolana moradora e morredora de contentor - neste país de anti-cristos descidos à terra e de cristos retribuintes, escravos a já a darem a outra face, estando ainda a ser malhados e vergastados na outra!

DSA

No século XIX Jane Austen escrevia Pride and Prejudice que se adequava ao snobismo e pedantismo da época.
Nós por cá, século XXI, em pleno, também temos o nosso DSA, eventual forma de Encefolopatias Espongiformes, BSA, pelo menos pela afectação do órgão: desprezo, soberba e arrogância.
Melhor, no entanto, diria o sr. de La Bruyére, mesmo nestes tempos em que a Nobreza já não é heráldica mas uma estranha forma de egótica alma: os Nobres são como os livros, há muitos que não brilham senão pelos títulos.

domingo, 24 de maio de 2009

PALAVRAS DE HONORÉ DE BALZAC A SÓCRATES, O DETESTADO

O que terei eu feito a este povo para fora do meu círculo de adulação ser tão detestado?

«Eu conseguirei! A palavra do jogador, do grande capitão, palavra fatalista que perde mais homens do que aqueles que salva.»

IDEIAS

Cada vez mais um país se tem de basear num catálogo de ideias sempre renovadas. Quem se mantiver à mercê do bem bom da imitação fora de tempo ou na imitação barata sem a massa crítica necessária para isso tem os dias contados. Vem isto a propósito da similitude entre a cópia descarada que os Chineses, a quem ninguém nega a massa crítica, se preparam para fazer através de uma viatura de seu nome Continental, que imita ao melhor estilo linhas e imagens da Bentley e BMW, e o porvir de um país e o entusiasmo e imaginação posto ao seu serviço.
Os anos de execução Sócrates foram enxameados de auto-propaganda, manipulação de dados, teatrialização e espectáculo mediático tout court, alicerçado no profissionalismo de agências de comunicação e ilusionismo ao jeito do melhor Houdini. Foram também anos de Chinesização colectiva por pastas, com o cativo slogan das políticas da nova, sua, geração.
Mas honra lhe seja feita e a crédito, algumas linhas de força, que o futuro e o presente se encarregarão de descortinar e avaliar nos resultados gerais e concretos. O sublinhado e entusiasmo posto nas qualificações, as novas oportunidades, a mensagem necessidade/massificação das novas tecnologias de informação, a aposta nas energias renováveis, a aposta no cluster/utilização do automóvel eléctrico, a enunciação no simplex da administração, tudo isso são aspectos a crédito desta administração.
A débito, no entanto, os múltiplos sinais contrários, muitos deles que anularam os eventuais efeitos positivos anteriores, que farão a história desta passagem furacão: o fundamentalismo da ASAE que alicerçado numa legislação radical destruiu a confiança e o empreendedorismo de muitos agentes económicos; o irrealismo das obras públicas de fachada, elefantes brancos agravadores da dívida pública; a mentira descarada de apresentação à legitimação; a destruição do Estado social por baixo, não pelas mordomias dos de cima; a total falta de apoio e realismo face ao verdadeiro tecido produtivo, o das micro-pequenas e médias empresas; a falta de ética nas relações público-privadas e a falta de transparência dos concursos pouco públicos; o fundamentalismo das finanças com o objectivo de arrecadação a todo o custo de mais receita fiscal e concomitante penhora da massa crítica mínima para o desenvolvimento dos agentes económicos; a má e frenética produção legislativa, contrária à realidade; a arrogância, o autismo, falta de humanidade, humildade e ditame que não são fruto de iniciativa, mas de incapacidade de ouvir, repartir, consensualizar e tolerar que atirou o país para as mãos de substanciais clones falhos de competência e repletos de tiques autoritários radicais.
As escolhas pequeninas de Sócrates foram também indiciadoras da sua incapacidade para empatizar, sendo Vital Moreira o homem do blog sem direito ao contraditório, exemplo das suas escolhas para a Sociedade de Corte Sócratiana, que não admite sombra.
Para a história fica que Sócrates nunca deveria/poderia ter sido primeiro-ministro de um País, paulatinamente mais esclarecido e informado, mas cada vez mais distante de uma fraca democracia de Presidencialismo de Primeiro-Ministro.

E,agora, Portugal?