segunda-feira, 1 de junho de 2009

INVESTIMENTO PÚBLICO VERSUS SUBSÍDIO DE EMPREGO

Pode-se não concordar com tudo, também não é esse com certeza o objectivo, mas o mérito do valor das ideias, numa sociedade civil que só aos poucos começa a habituar-se ao contraditório, é inquestionável!

Assim e relativamente A falsa dicotomia entre investimento público e subsídio de desemprego implícita nos programas de direita: um debate de política económica do http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/05/falsa-dicotomia-entre-investimento.html, verto aqui a minha opinião.

Começando pelas conclusões, concordo que talvez seja errado auto - excluir qualquer dos dois instrumentos, a não ser que a utilização de uma exclua, por impossibilidade orçamental, a outra. Entre uma e outra, optaria no entanto pela primeira na actual conjuntura por três motivos fundamentais:
1) Porque tenho dúvidas relativamente à reprodutividade de algum investimento público, muito centrado em grandes empresas de capital intensivo e utilização de factores de produção externos e a médio prazo mais gerador de ineficácia e de prejuízo público (a não ser que estejamos a falar em requalificar hospitais, escolas, cidades, …). A curto prazo não se divisa a sua eficácia!
2) Porque penso que tem de haver uma resposta imediata, que permita às empresas já existentes não serem removidas do mercado, criando uma situação de bola de neve insustentável, com perdas de consumo dificilmente recuperáveis a prazo.
3) Porque duvido que transferências e subsídios sociais gerem, na actual situação, qualquer tipo de propensão à poupança, acreditando na maior rotatividade e reprodução destas verbas num mercado atomizado.
4) O quarto prende-se com o tipo de sociedade de futuro (e a necessidade de nos adaptarmos rapidamente a ela - sociedade que penso diametralmente oposta à que conhecemos actualmente, baseada num ex - enorme consumismo e desperdício sem sustentabilidade futura) e com as correcções de ordenamento do território. Sociedade baseada num verdadeiro equilíbrio com a natureza, expurgada da exagerada cimentização e betumização existente, com os valores Cultura, Lazer, Desporto, Reciclagem, como contraponto à Incultura (pelo menos para parte considerável da população que vive em limiares de subsistência), insuficiente lazer (pela má organização do território) e desperdício (bens, tempo, energias). Criação, e era para aí que apontava a curto prazo, a exemplo da França dos Trinta Gloriosos, das denominadas metrópoles de equilíbrio com criação concomitante de mais tecnopólos (como já são exemplo os de Aveiro, Vila Real, …) e da regionalização. E veja lá como o tempo muda opiniões: se anteriormente muito céptico quanto à regionalização pelos problemas costumeiros da criação de mais clientelismo político e despesismo, hoje pelos exemplos de sucesso das duas regiões insulares, penso que esse reordenamento e descentralização administrativa com a criação de mais cinco regiões, daria maior dinamismo e democracia a Portugal.
5) Por fim e porque conhecendo as dificuldades das empresas, deixe-me que enuncie o aspecto que penso mais grave hoje existente e que se prende com a falta de elasticidade dos preços de factores de produção fundamentais para o nosso tecido produtivo como o preço da electricidade (pensando que se deveria manter um empresa de capitais do Estado, desde que pelo menos equilibrada, num mercado não “monopólico” ou “oligopólico”). O que não se pode é manter monopólios de estado ou privatizar monopólios, sem uma verdadeira liberdade de mercado.

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