sexta-feira, 9 de abril de 2010

PORCOS, FEIOS E MAUS: OS MANDARINS E OS NOTÁVEIS À PORTUGUESA NO SÉCULO QUE SE QUERIA SOLIDÁRIO E NÃO É MAIS QUE UMA ORGIA DE GENTE MISERAVELMENTE GANANCIOSA!

«Gestores rendem 5,3 milhões ao Fisco
Presidentes das empresas cotadas pagaram taxa média de IRS de 36%. Mexia deu 1,2 milhões ao Estado
Os presidentes das 16 empresas do PSI20 que já divulgaram as remunerações de 2009 entregaram ao fisco 36% do seu rendimento, avança o jornal «Sol».
Em média, auferiram um milhão de euros, 69 vezes mais do que um contribuinte com um salário médio (15 mil euros anuais) e pagaram uma taxa de imposto sete vezes superior, o que permitiu ao Estado conseguir 5,27 milhões de euros em IRS.
Além do rendimento, só foram contabilizadas as deduções correspondentes aos descontos para a Segurança Social.
Ainda assim, o gestor que mais contribuiu para os cofres do Estado foi o presidente da EDP, António Mexia. Ao rendimento de 3,13 milhões de euros foi cobrado um imposto de quase 1,2 milhões em IRS.»
Obviamente que todos nós sabemos que o dinheiro corrompe e pode tornar-se assim uma espécie de anel de Frodo, uma espécie de sofrimento de ilusão monetária tão do agrado dos neo-clássicos.
Esta notícia posta a circular, para rebater consciências como uma almofada ao escândalo, pode ser vista por dois prismas e dois ângulos conforme a posição em que nos encontremos:

1) o prisma: ganhamos dinheiro mas também deixamos muito dinheiro nos cofres do Estado!  Dormimos bem, pois, mesmo que atrás dos vidros fumados das nossas viaturas vislumbremos uns tantos pés-descalços desempregados a vasculharem o lixo. Para isso, muito à boa maneira do Chico - espertismo Português, quanto mais aumentarem os imposto, mais nós aumentaremos os nossos prémios e remunerações que no fim... ficaremos sempre a ganhar!

2) o prisma o vosso rendimento 69 vezes o contribuinte com um salário médio!, reflecte a vossa excelsa posição, o valerem sessenta e nove vezes um qualquer ser humano contribuinte. É isto um mundo coeso e solidário, onde a diferença devia esbater-se cada vez mais nas cada vez maiores qualificações gerais, século XXI?

Para o homem comum a resposta célere à superioridade ímpar de insolidariedade é: o que é isto me interessa, se sou obrigado a pagar balúrdios pela electricidade e por outros serviços que vivem do quase monopólio? 

E ainda há quem não perceba porque se fazem  e fizeram revoluções e se penduraram uns tantos nos galhos das árvores?

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