domingo, 13 de novembro de 2011

CARTA DE UM SOCIAL DEMOCRATA A RELVAS E PASSOS

Como gestor e economista de empresa, depois de ver os argumentos fundamentados do impacto não só social, mas acima de tudo económico sobre a economia, chego à triste conclusão que este governo ou é antipatriótico e quer destruir Portugal ou é constituído por gente pouco inteligente e com deficiências de formação. À macroeconomia deve sobrepor-se a microeconomia!

Uma análise microeconómica de diversos impactos, conclui que os aumentos do IVA em actividades pouco utilizadoras de bens importados, muito baseado na mão de obra, não tem impacto na balança comercial do lado da despesa mas tão somente do lado da receita. Serve isto para a indústria do golfe, a restauração, o sector dos ginásios... Subir o IVA devia ter sido feito nos bens superiores de luxo com efeito pelo lado da despesa. Aumentar o IVA no golfe significa alimentar ignorâncias, já que os operadores turísticos retiram-se do país, as low - cost não trazem mais turistas a Portugal - com o efeito que têm no valor final das receitas de impostos, no IVA, no IRS e no acréscimo de despesa para o estado sob a forma de subsídio de desemprego. 

Tal é idêntico em sectores como o dos ginásios, onde o valor acrescentado é quase todo nacional, bem como na restauração. Será que Passos não vai aos restaurantes (a definhar), ou só vai aqueles (poucos) que estão sempre cheios da nomenclatura?
Será que Passos entende que Portugal por esta via está a caminhar para o colapso social e económico? O que farão milhões sem subsídios de desemprego? E, no entanto, contradição das contradições, é ver os não transaccionáveis como os preços da electricidade, dos operadores de autoestradas a aumentar os seus preços mantendo o "parasitismo" sobre o que resta do transaccionável e das famílias esbulhadas dos seus rendimentos.

Se nos combustíveis é perceptível que o aumento do consumo não é desejável, por serem bens importados, tal não se verifica nos sectores de mão de obra nacional intensiva.

Isto não é uma questão política (de esquerda ou de direita), é uma questão económica de boa gestão e governação. Portugal não pode continuar a ser governado por amadores sob pena de estar a ser destruído. Nem se pode argumentar que é a Troika que assim o exige (lavando as mãos como Pilatos), já que seria fácil de explicar à Troika que estes argumentos teriam de ser sujeitos de um Trade-Off (palavra cara ao estudante de Economia Passos, com a matéria mal digerida) que não afectasse a receita fiscal. 

E é por isso que se exige um governo de salvação nacional, sob pena destes senhores quando saírem da governação terem aprofundado ainda mais a governação criminosa de Sócrates. Cuidado com a arrogância do poder, Passos.

ISTO NÃO É UM JOGO, UMA APOSTA POLÍTICA OU UMA INICIATIVA DE PRINCIPIANTES QUE CONFUNDEM O INTERESSE DAS TROIKAS EUROPEIAS COM OS INTERESSES DE PORTUGAL OU UMA TENTATIVA DE ROLETA RUSSA DE EQUILIBRAR A BALANÇA ORÇAMENTAL A TODO O CUSTO (MESMO COM 8000 M € DE JUROS DE DÍVIDA). O QUE ESTÁ EM CAUSA É A SOBREVIVÊNCIA DE PORTUGAL E DE MILHÕES DE PORTUGUESES E OS PORTUGUESES (MESMO OS QUE VOTARAM EM PASSOS, ENGANADOS COM OUTROS ARGUMENTOS) E A CONTINUAÇÃO DE POLÍTICAS ECONÓMICAS DESASTROSAS QUE DESTROEM PORTUGAL.

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