quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A MICROECONOMIA, ESSE PARENTE MENOR DA SOCIEDADE PORTUGUESA

Outro dos aspectos no interessante debate propiciado pelo workshop foi a questão levantada do corporativismo da sociedade Portuguesa que conduz a uma certa estagnação e dificuldade de entroncar diversas perspectivas.
Infelizmente aspecto que a própria academia de "ancien regime", felizmente não toda, cultiva através de "paramentos" que lhe retiram alguma capacidade de inovação e de interdisciplinariedade.
Interdisciplinariedade, essa, que permite um menor enquistamento e uma maior abertura ao mundo moderno.
Dado ter formação de macroeconomia mas também de microeconomia e economia de empresa, para além de ter sido brindado com um sem número de cadeiras de direito comunitário, constitucional, constitucional comparado, contratos e obrigações, fiscal, económico e por aí adiante... comecei a aperceber-me que um dos mais terríveis vícios da sociedade e da economia Portuguesa (já de si enxameada de juristas com uma apetência macabra e fatal para a resolução dos problemas societários por normas de curta duração e com problemas de generalidade e abstracção) é uma enorme displicência pela economia de empresa como visão menor.
A economia é quase sempre vista de cima para baixo e não de baixo para cima, sendo recorrentemente as finanças e os grandes agregados "as peças que entravam" a engrenagem económica dos pequenos agregados que consubstanciam os grandes.
Assim, tenho para mim que o todo nunca consegue ser superior à soma das partes, o que significa que "à nossa economia falta uma parte substantiva de sinergias de um verdadeiro mercado liberalizado".
Daí que o nosso grande problema seja para mim a (falta de) concorrência e o deficit de economia de empresa (do pensar a economia como lugar do circuito das famílias, empresas e só por fim do estado)... a visão "picuinhas", metódica e disciplinada Alemã, a visão do "rigor do pequenino".
E daí que assista estupefacto a esta confusão pouco madura de recorrentemente se confundir liberalismo de mercado com liberalismo intervencionista de estado.
E, assim, não há disciplina nem limites ao deficit (mesmo que constitucionalizado) que nos valha.

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