sexta-feira, 15 de março de 2013

UE SEM POVO?

Algo que começa a ser cada vez mais evidente na «grande democracia unionista» é o desapego do povo europeu ao projeto europeu.
Não porque os europeus não pensem este projeto como um projeto com virtudes, mas pela captura do projeto pelos capturadores, os ditos representantes europeus.
O projeto europeu foi um projeto bonito, enquanto princípios como o da subsidiariedade e da solidariedade pareciam vingar, enquanto a importância do conselho não foi tão vincada como atualmente, e os europeus sentiam-se parte livre de um todo, com uma perceção de um futuro a várias vozes.
Quando Rompuy vem hipocritamente lembrar que os líderes europeus estão «conscientes do desespero» das pessoas, acrescentando que não há respostas fáceis (como se houvesse só e apenas uma resposta) e que é preciso conjugar consolidação e reformas estruturais com a aposta no crescimento e emprego (como se da contração económica e da destruição do emprego saísse, por obra e graça do espírito santo, um novo mundo de crescimento e emprego – nesse aspeto a eleição do novo papa Francisco, não terá a virtude de lembrar a Rompuy que só através da virtude da missionação efetiva os povos europeus sacrificados no altar da normalização pelo mais forte, serão efetivamente novamente «repegados» ao projeto europeu?);
quando Rompuy vem acrescentar isto ao debate: «Estamos totalmente conscientes do debate, das crescentes frustrações e do desespero», afirmou, acrescentando que, «tendo em conta as fracas perspetivas económicas e a crescente tensão social», os líderes europeus olharam «com muito cuidado para a situação». «Também sabemos que não há respostas fáceis. A única saída da crise é continuar a atacar as suas causas (?)», defendeu, avançando que houve «grande consenso» (?) em torno desta ideia. Por isso, a estratégia europeia (?) vai manter-se focada em quatro pontos - chave: restaurar a estabilidade financeira, lutar por finanças públicas estruturalmente sãs, combater urgentemente o desemprego, especialmente o jovem, e realizar reformas para melhorar a competitividade e o crescimento a longo prazo.
«Tudo isto é necessário, ao mesmo tempo», sublinhou,

não se coloca a questão de que a competitividade e o crescimento a longo prazo, não podem fazer esquecer o curto e médio prazo como se a economia fosse um corpo dissociado das finanças? e à consolidação fosse dada a esperança da recuperação através do crescimento?  

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