quinta-feira, 4 de abril de 2013

A LUZ DO «SOL» E DEIXEM-NOS RESPIRAR

Este artigo do Sol resume o problema de portugal: e este chama-se Assembleia da República. UM local onde quase sempre gente ignorante da realidade do país, sem chão e mundo, (elevada a deputada da nação, quantas vezes a «empresários de aviário da república», por obra e graça de inscrição num partido político) fabrica regras que matam há muito portugal.


«Enfrentar o 'inimigo' chamado burocracia
4 de Abril, 2013por Ana Serafim
Karl Heinz Stock, empresário alemão residente no Algarve, lançou o movimento Deixem-nos Respirar para conseguir pôr cobro à burocracia, um «inimigo» que está a deixar o «país de joelhos». O objectivo é reunir uma série de empresas nacionais para que, juntas, tenham voz para pedir mudanças ao Governo.
Em Fevereiro, os operadores logísticos alertavam que o excesso de burocracia associada ao transporte de produtos podia dificultar o abastecimento de supermercados, prejudicando os consumidores. E é contra esse «inimigo que vem de dentro» que Karl Heinz Stock, empresário alemão residente no Algarve, com negócios na área da indústria, comunicação social e vitivinicultura, lançou a campanha Deixem-nos Respirar – (http://www.deixemnosrespirar.com) –, ou Let Us Breath, em inglês.
Objectivo? Reunir o máximo de empresas nacionais, sobretudo pequenas e médias, e somar mil milhões de euros em volume anual de negócios ou investimentos em Portugal, para que possam ter voz para pedir mudanças ao Governo.
Uma das alterações mais urgentes é a das guias, defende o dono da Quinta dos Vales, em Estombar, onde produz vinhos e expõe algumas das esculturas que também faz. A partir de 1 de Maio, transportar qualquer tipo de mercadorias obrigará a uma comunicação prévia à Autoridade Tributária. Depois desse contacto, via internet, o fisco emitirá um código que deverá constar na guia de transporte. Caso contrário, não podem circular.
Para o fundador do movimento, e ainda que concorde com o combate à evasão fiscal, «as guias são inúteis». «Com a nova lei de transparência fiscal, têm de ser registadas electronicamente e, com isso, estamos realmente a perder muito dinheiro», pondo em causa a liquidez das empresas e postos de trabalho, critica. Se se demorar cinco a dez minutos a preencher a papelada e documentos electrónicos, Karl Heinz Stock estima que se perca «20% a 25% do tempo produtivo de uma empresa, por dia». «E a nossa margem é menor do que 20%, o que significa que, com cada cliente que servimos, perdemos 5% de receita», assume. «É totalmente ridículo».
E, por isso, deixa um conselho aos governantes. «Se querem fazer dois a três mil milhões de euros sem esforço, extingam as guias e, no mínimo, vamos poupar 1,5% do nosso PIB, que ronda os 170 mil milhões». Garante também que não existe sistema semelhante em nenhum dos países que analisou, pelo que também é preciso nivelar o volume de burocracia em Portugal com os padrões europeus.
«Já debati a questão com a ASAE e GNR. Em privado dizem-me que tenho razão, mas que mesmo que tentem mudar, não terão resultados porque têm os seus próprios regulamentos», definidos pelos políticos, conta o empresário, que também tem duas fábricas no norte do país e jornais e revistas, como a Essential.
«Temos de gastar o tempo da GNR nisto? O trabalho deles é prevenir o crime, mas o que o Governo está a fazer é desperdiçar o tempo da Guarda em controlos estúpidos, roubando tempo à prevenção do crime violento», continua, defendendo mesmo que poderá cair-se em abuso de poder. «Sabemos que os guardas estão nas ruas também para alcançar determinados resultados em termos de receitas de multas. Isso é inconstitucional, porque as multas existem para prevenir comportamentos errados e não para aumentar orçamentos».
Até ao início desta semana tinham aderido ao movimento cerca de 260 empresas, representando 2.933 empregos e quase 387 milhões em vendas. Os investimentos no país rondavam os 800 milhões. «A cada dia, cinco a dez empresas se juntam ao projecto», contabiliza o investidor. Mas também sublinha que a maioria não quer dar a cara por medo de retaliações. «Precisamos de mais gente a dizer que algo está errado para que os superiores oiçam. Mas, infelizmente, as pessoas pensam que vão ter problemas se abrirem a boca».
E salienta: «Se sabemos que algo está errado e não fazemos nada contra isso, somos culpados. Essa é uma culpa que muitos trazem aos ombros, desde o cidadão comum aos políticos mais importantes», resume.
Herança da ditadura
Consciente que a luta contra a burocracia em Portugal já tem barbas, para Karl Heinz Stock trata-se de uma herança da ditadura, que está a deixar
 o país «de joelhos». É certo que ainda pode levantar-se. Mas é preciso reformar a administração pública, desburocratizar, descentralizar, pôr a justiça e os licenciamentos a funcionar. «Ninguém está a lutar. Até agora, apenas se fala, mas nada se faz. Se se quer fazer uma viagem de dez mil quilómetros, tem de dar-se o primeiro passo. É isso que estou a tentar fazer com este movimento».
Ainda assim, o fundador quer encontrar um empresário português que dê a cara pelo Deixem-nos Respirar, porque considera que não deve ser um estrangeiro a levar o projecto adiante. E alerta para a não politização da iniciativa. «Não quero que acabe na mão de um partido político. Quero falar com todos os partidos, porque temos de resolver este problema unidos. Quero que os empresários portugueses se unam e sejam bravos o suficiente para dizer ao Governo que tem de os ouvir».
Assegurando que manterá as suas empresas em Portugal, Karl Heinz Stock assume, no entanto, que se em 2006, quando começou a investir no país – depois de ter deixado negócios ligados ao petróleo e ao imobiliário na Rússia – soubesse o que sabe hoje, não teria actuado da mesma forma.
«Não investiria porque nunca fiz investimentos financeiros. Só obtenho lucro através do valor acrescentado que crio. E estou completamente frustrado porque investi dezenas de milhares de euros neste país, que ganhei fora, e agora tenho de me prevenir para não perder demais. Se fosse um investidor financeiro, claro que viria para Portugal. Esses podem fazer muito dinheiro agora, comprando terras e negócios por quase nada. Mas se se for um verdadeiro investidor, o melhor é manter-se afastado», aconselha.


O excesso de burocracia, do qual o estado português sempre foi campeão, tem sido talvez um dos maiores travões da nossa economia. É um desaforo e uma obsessão querer controlar tudo, acabando por controlar muito pouco, porque o sistema se volta contra si. Foi lançado um livro há anos atrás chamado "Portugal voando baixinho" (não me lembro quem é o autor) que trata deste assunto duma forma concisa e que deveria ser lido por muito mais gente. Infelizmente teve pouco impacto, e a doença obsessiva das guias, impressos, registos, inscrições, selos, etc. continuou e possivelmente vai continuar por bom tempo. Uma coisa que este alemão não referiu (no fim, não nos diz nada que já não soubéssemos) é que a burocracia, FACILITA A CORRUPÇÃO. Quem já não deu (ou foi tentado a fazê-lo, uma "lembrança" a um funcionário público para que lhe facilitasse a vida? Quando não são eles (alguns funcionários)a exagerar um problema, para depois, com as mão untadas, se apressar a resolver, prestando um "especial favor". Dá medo quando o governo, diz que quer reduzir o numero de funcionários, sem entretanto alterar o sistema. Se como está, funciona mal, imaginem com menos gente tratando de despachar montanhas de papel, onde os burocratas convictos deveriam morrer sufocados»

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