terça-feira, 5 de maio de 2009

A DERRADEIRA LUTA

Decididamente a história só se totaliza noutros espaços e noutros tempos. De facto, a história representa cada vez menos um flash do momento, e mais puros momentos de fruição comparada, aprendizagem do futuro de modo a contrariar as sebastiáticas saudades do futuro, afastando uma espécie de negritude de entediamento, de que a história está hoje em Portugal conotada.
Sendo a época Vitoriana um "fresco" diversificado, onde se misturam desde a origem das espécies à consciencialização da "espécie operária", às adaptações de Frankenstein e ao desencadear do vampirismo, às deambulações de Jack o estripador, ao exército de salvação, ao humor de Óscar Wilde, à grandeza e diferença de Bernard Shaw e de James Joyce, foi o rechamamento da actividade física do homem total que me concentrou mais a atenção.
Daí a colagem e comparação ao tempo e espaço presente não ser dispiciendo, onde impressiona o cada um pedalar a sua bicicleta, num self-help liberal e vencidismo da vida revisitado, de quem não apreende os sinais do passado.
Afinal andava a sociedade Inglesa a suportar o humor de Shaw e de Wilde, enfiada na negritude das minas e fábricas, e andavam - e andam! - as nossas gerações de 70 em posses suicidárias e de vencidismo da vida.
A construção de um mundo melhor é possível, uma única luta terá o homem total que travar: a luta contra o seu eu de ganância, pecado mortal que nos trava a entrada no jardim do Éden!

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