sábado, 2 de janeiro de 2010

BOM ANO DE 2010! SÃO ROSAS, SENHOR, SÃO ROSAS E ESPINHOS DE PORTUGAL!



Cheira inelutavelmente a aumento dos impostos sobre a banca. Que inelutavelmente irá cair sobre os clientes da banca. Que inelutavelmente irá cair sobre a economia nacional. Que inelutavelmente irá abrir mais poros de pobreza ... a não ser que se faça com subtileza ... da parte da banca, da parte dos banqueiros, como que percebendo que a continuação da orgia capital os terá como os últimos seres vivos ... os orgulhosamente ricos num deserto sem gente, num bilhete postal!

Dia 31, cinco da tarde, véspera de ano novo,  avenidas novas, desprovidas de gente, de carros, estacionamentos vazios em banda, tarde de tolerância, a minha primeira e intolerante multa, por falta de moedinha na maquininha, logo eu cidadão exemplar, prosélito do cumprimento como manda o bom comportamento, a razão de boa cidadania, a ética do dever e da obrigação, a civilidade por caminho. Esquecimento, distracção, zanga por penalização de um anjo do cumprimento. Atacar a banca ou as dispiciendas Emel'es e outras tantas EM'es e EP'es, dispiciendas, improdutivas e inconsequentes, dos salários administradores obscenos, dos assessores, dos importadores de máquinas a crédito de implicações nas balanças, ralações, dos ceguinhos que agradecem - impoluta infâmia a do seu uso - dos reprodutores de uma economia vazia, intransaccionável, parasitária, das empresas que produzem, que "consequentam", que não criam emprego obsceno, perdulário, irritantemente criador de mortalhas de novas e transaccionáveis empresas amigas da balança comercial e da de pagamentos.

Bom ano de 2010, a todos os recibos verdes - porque não acabam, Deus meu? - a todos os desempregados, a todos os bancos alimentares e a todos os pobres e ... aguentem-se lá por 2010, sem explodir, sem implodir, sem rosnar, porque a vossa existência permite-nos a nossa, muito mais glamorosa, nós os da economia do controle, do chicote, do papel, do faz de conta, do estudo, da Teoria da escolha racional, da paternalidade, do papá Goriot, nós os que sabemos o que tu queres, tu que trabalhas, crias, produzes, exportas ... mas não te iludas, porque eu estarei aqui sempre ao teu lado, à espera do dízimo da minha superioridade, a pedir-te vassalagem, a dizimar-te, afinal ainda há muito pouco éramos fidalgos, de fidelidade, de feudalidade, de pagens, de alforrias, de obrigações  e  de direitos de cidade.


Bom ano de 2010! De novos impostos que cairão inelutavelmente no ... nosso regaço! São rosas, senhor, são rosas e espinhos de ... Portugal!
 

Sem comentários:

Enviar um comentário