quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO FAMILIARES: O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA FAMÍLIA X


1.                  INTRODUÇÃO
O presente trabalho, baseado num caso prático, dá uma panorâmica descritiva exaustiva de um sistema de informação e comunicação familiar, com uso a meios digitais e não digitais, de uma família de classe média do Portugal “contemporaníssimo”.

2. DESCRIÇÃO DA FAMÍLIA X 
A FAMÍLIA X 
Descrever a família X é simples. Basta abrir a “gaveta” denominada “Documentos família X” e retirar desse Directório um histórico de relevantes ficheiros recebidos, enviados e armazenados, dando acesso a informação “visual” da mesma. Família anónima low - profile da classe média, com parentalidade quarentona com formação universitária e casal de filhos “vintões” em vias disso, experiências várias vividas no sector público e no privado (do ensino a Institutos públicos), quadros técnicos com experiências multivariadas (de contratos sem termo aos “incertos”), de independentes a empresários, com cargos de execução a direcção, cientes q.b. da cidadania e do direito à privacidade - no mundo da informação dos bits “na hora”.

ANTECEDENTES HISTÓRICO - INFORMATIVOS FAMILIARES
Numa perspectiva histórica os pais fazem ainda parte de geração educada na informação pelo suporte físico livro, periódicos e hebdomadários de tempo infantil na velocidade e cruzamento da informação, ainda veiculada por suportes (mais as ondas hertzianas sem imagem), de informação concentrada e armazenada nos backups – prateleiras de bibliotecas familiares relevantes. As suas próprias formações foram construídas no toque do “papel” de sistemas familiares e no das grandes catedrais bibliográficas Nacionais. Trabalhos e relatórios escolares seguiam a via do “meio - meio”, do manual à velha Singer[1] mecânica, com que se matraqueava a produção de informação em letra de imprensa. Uma das primeiras actividades profissionais de um dos pais foi mesmo efectuada na redacção de diário de grande tiragem, ainda hoje sobrevivente físico das novas plataformas de informação e comunicação.

3. ANÁLISE DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO EXISTENTE 
O SISTEMA DE INFORMAÇÃO FAMILIAR NA RELAÇÃO COM AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
Do espectro multiuso do sistema de informação baseado na partilha e participação voluntária nas múltiplas comunidades, faz hoje parte a relação das famílias (a que não se exime a família X) com as instituições do denominado e – Government, ou Governo Electrónico. Portais das Finanças, da Segurança Social, em relações que obrigam a manifestações declarativas (seja de rendimentos, de IVA…) – a provas de recursos, de frequências (para falar apenas das mais recorrentemente utilizadas) até à próxima obrigatoriedade de recurso ao recibo electrónico, concorrendo com muitas outras funcionalidades consultivas e informativas do “Estado dentro de casa”.  

O SISTEMA DE INFORMAÇÃO FAMILIAR NÃO ELECTRÓNICO
Sendo os sistemas de informação cada vez mais alicerçados em ferramentas electrónicas, há na família três tipos não dependentes dos meios digitais. O primeiro, o modo de gestão de compras de provisões, servindo o frigorífico como suporte de notas de faltas existentes. O segundo, as pastas de arquivo de múltiplos documentos que regem as relações familiares com o Estado em todas as suas vertentes e com as múltiplas empresas fornecedoras de serviços ou produtos à família. Englobadas nestas últimas a manutenção de pastas com todo o tipo de garantias de produtos comprados e alguma informação recorrente como “reserva” de recurso. O terceiro, a biblioteca com cerca de 2000 volumes (herdada em parte, montada noutra em vida de família).

 O SOFTWARE E O HARDWARE  
3.3.1        A ENUMERAÇÃO DOS HARDWARES E SOFTWARES COMO SUPORTES DO SISTEMA FAMILIAR DE INFORMAÇÃO
Num tempo cada vez mais efémero de plataformas e “tools”, da afirmação do “novo paradigma” de leitura “Amazónico” Kindle e da afirmação dos iPads /Tablets, a família X vive balizada por alguns Desktops, alguns portáteis, MP3, MP4 e iPod da Apple, sem direito (ainda) aos iPhone, aos iPad (estes com o sistema operativo Android à espreita), instrumentos de colecta e manuseamento de informação mais recentes. O “patriarca” ainda se lembra dos monitores assentes no processador, do sistema operativo MSDOS (o pré - Windows da Microsoft), do Basic, DBase3, Clipper, C++ (posteriormente substituídos pelo VisualBasic, pelo Acess e pelo Visual C++), sem falar nos Word e Excel que substituíram os velhinhos Work. Período de grande utilização, também, de software de facturação, contabilidade e processamento de salários como os da TI[2] (o ArtPOC e o ArtSalários), que ainda repousam (nas primeiras versões de DOS) como relíquias de tempos de formação. Alterações de hardware vivenciadas pelo “patriarca” (o mais versado na manipulação da actual arquitectura de placas modulares), que vão desde as flexíveis diskettes de 5.4 polegadas[3] (de “máquinas” sem discos físicos duros de armazenagem de informação, apenas com drives idênticas de 5.4’’), às subsequentes de 3.5’’, aos primeiros discos rígidos (discos de armazenagem de memória ROM, ou discos “duros”) de 300 MB de armazenamento, que comparam com os 300 GB de cada um dos dois discos actuais do hardware de processador do Quad actual, do patriarca, e dos “Tetrabytes” que por aí já andam. E que dizer do 1 GB da placa gráfica, das pen – drive que deram mobilidade a trabalhos e fotos, do armazenamento/backup de fotos que no sistema “de cautela” se repartem entre disco rígido externo (ao abrigo de Spywares, Trojans e outros aparentados “desregulados” da Web, bem como de partições “cobardes” consequentes na confusão de sectores e ficheiros) e DVD’s como armazenadores secundários de informação de tipo vário.

PROTECÇÃO DOS SISTEMAS: CÓDIGOS, OU CIFRAGEM, FIREWALLLS, ANTIVÍRUS, CÂMARAS, MÁQUINAS DE FOTOS DIGITAIS E MOLDURAS DIGITAIS
Cabe dizer que “há na família” também lugar para um anti-vírus, o Kapersky, que substituiu familiarmente o “velho Norton”, bem como um freeware de recuperação de ficheiros “desavindos”, sendo os Firewalls os do sistema. Mas outros hardwares “comungam”, também, neste sistema multi – informação familiar, caso da câmara digital, da “Webcam”, da máquina fotográfica digital, da PSP3 (da “bicharada”), tudo “tools” que dão “voz familiar” aos denominados sistemas de imagem, vídeo e texto. De moldura digital como fonte de deleite visual informativo (de escapadelas) aos visitantes, e não só, nem rasto. 

3.2.3        AS IMPRESSORAS
É estranho a importância e o lugar das impressoras no mundo actual, parecendo quererem assumir utilidade maior que os frigoríficos. É o caso na família X, visto a importância que o “paterfamílias” dá à palavra escrita, à criativa, à especializada e à sua intervenção regular em algumas plataformas. Daí e ciente da sua propriedade intelectual nesta sociedade do conhecimento, as impressoras parecem ter um lugar de “frigoríficos de ideias”. Contrariamente ao que se pensou na família o produto da “celulose” não “encolheu”, alargou, tendo o arquivo em papel digital crescido em linha com o digital. A Impressora de jacto de tinta dos “infantes” convive, com uma “esquentada Amiga” laser monocromática e com uma colorida e altiva (de cara e reservada produção) laser, daquelas que custam menos que os toners.    

3.2.4        AS TELEVISÕES E OS CASOS BLOGGER E TWITTER
As televisões fazem parte do mundo moderno, forma de contacto familiar com o mundo. A informação e o entretenimento fluem, na família em apreço, em dois velhinhos CRT com LCD, ou LED’s (à espera), do impacto da TDT e do fim de vida. A ferramenta de edição Blogger é a única utilizada, independentemente dos mais jovens quererem migrar para plataformas como o WordPress. Teve, também, o Twitter um período de curiosidade e experimentação, sendo forma actual de informação pouco utilizada pelos X, destronada pelo “ritmo brutal e sincopado” do S.M.S. Falar da mais “nobre” forma de comunicação e troca de informação actual, obriga a mencionar o verdadeiro “Elvis da comunicação actual”: “o King Mobile” que duplica na mão dos jovens e eterniza na dos mais velhos do case study em questão.

3.2.5        STICK NOTES, POST IT’S, CORREIO ELECTRÓNICO E MEGAFONE
Com o Windows7 mais uma funcionalidade foi adoptada pela família: a utilização dos Stick Notes, complementos rápidos dos Post It’s do mundo real, que ainda enxameiam as secretárias. A utilização profundamente intensa do correio electrónico reparte-se entre IOL, GMail e Hotmail aderentes. Correio electrónico que veio substituir o correio físico no “trade – off” de informação e comunicação, com terceiros deslocalizados do perímetro familiar. Aqueles que utilizam o IOL fazem uma arrumação do mesmo por grupos e temas, facilitando o envio e funcionando como forma de arrumação da informação de acesso às diferentes moradas do e-mail/correio electrónico. O megafone? Bem, esse faz parte dos períodos de exigência de chamada à disciplina e repousa na arrecadação à espera de momentos de comunicação intensa.

3.2.6        OS TELEMÓVEIS
Utilização desmedida, a do telemóvel, que substituiu numa primeira fase o telefone fixo, repescado como suporte à instalação do triple Play - da Internet, ao telefone e à televisão por Cabo. A utilização cada vez mais frequente de software como o Skype caminhará, no entanto, inevitavelmente para a passagem do triple para o duo, ou mesmo para o single, dado a cada vez maior utilização da televisão por computador.

3.2.7        O VÍDEO E O LEITOR DE DVD
Sistemas de comunicação já datados e maduros no ciclo de vida, o vídeo e o DVD pró - TV. Os dois como suportes televisivos de armazenamento de imagem, cada vez mais substituídos pelo Pay Per View, ainda familiarmente serviços desconectados à espera de melhor ambiente de oportunidade.

  
ROUTER, LARGURA DE BANDA, BROWSER’S, MAIS SOFTWARE E PORTAIS   
A largura de banda da internet no download e upload dependente do provedor do serviço é, também, ponto importante no sistema de informação montado pela família. Os 30Mbps de velocidade na comunicação interactiva, “jogam-se” menos na interactividade dos jogos online e mais no domínio do e - learning das plataformas “Moodle”. Os browsers utilizados dividem-se pela quase exclusividade do Firefox em detrimento do IExplorer. A utilização de separadores de browser é forma generalizada de utilização arrumada e rápida de links - ligações mais utilizadas. Nos sistemas operativos a família queda-se entre o XP, o 7 de 64 bits e a utilização do Office 2010. Nesta os sistemas mais utilizados são o Word, o Excel e o Power Point. O SPSS da análise estatística, utilizado pelo mais velho, foi recentemente redescoberto. O Youtube, o Goggle Earth e o G.P.S. no tablier completam o visionamento “na mobilidade”, bem como a linguística com os Dicionários de Línguas, episodicamente os tradutores, que complicam as mais das vezes mais, que os descomplicadores dos dicionários de línguas originais.

3.1      AS COMUNIDADES DE INTERESSE
AS REDES, AS REDES SOCIAIS E OS “GLUTÕES”
A relação da família com as comunidades de interesses na Internet desdobra-se multivariadamente. O pai, “criado” na geração Spectrum[4] do domínio Basic das linhas dos “input” e das instruções, ”recheado de “Packman’s”, diferente do Cobol e dos Fortran, adoptou sempre uma postura algo reservada relativamente aos chats - e aos IRC iniciais - optando por uma intervenção mais activa, no seio das comunidades de interesse através da participação activa de blog versado em questões económico políticas. O Facebook, o Orkut e outras redes sociais foram sendo adoptados pela figura feminina numa utilização internacionalista, mais focada no contacto com múltiplos amigos de juventude de paragens longínquas. A Wikipédia foi também uma comunidade de interesse para o pai, dada a sua experiência em ambiente de redacção informativa e da do ensino formal. A constante consulta a todo o tipo de salas de conversação sobre temáticas ligadas à informática, qualidade comparativa de equipamentos, diagnósticos variados. A própria consulta da informação diária tendo substituído a imprensa escrita, complementando-a com assuntos focalizados e como ver televisão pela Internet. Falhanço rotundo foi a utilização do “Netbanking”. Utilizadora inicial, a nível de consulta da conta bancária, as falhas constantes e os ataques proporcionados pelo aumento exponencial da fraude na Internet através dos Trojans e outros “bugs” intrusivos e fraudulentos, mesmo com sistemas recorrentes de confirmação, “obrigaram” ao “despedimento” familiar do sistema Netbanking. Os filhos, nascidos no tempo da geração Walkman e da geração micro informática como passatempo, pré Web 2.0, uns seguiram a via do pai, tornando-se “fanáticos” da bloga, outros tornaram-se apenas “surfistas” da Web 2.0 numa relação muito próxima com a interacção multimédia e a interacção com os amigos. Os benefícios foram, assim, sempre multivariados, de A a Z na família de apelido X, tantos quantos a adopção imediata a novas formas de informação e comunicação. Um Avatar familiar, tipo familiar Simpson, tipo Oliveira do Tintim, anda também no virtual mundo do Second Life.

4.                  CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Trabalho sem limitações de uma família em “linha tecnológica” com a apetência vigorosa pela inovação e tecnologias demonstrada pelos Portugueses, em geral, parecendo o seu sistema de informação indicar estar em linha e actualizado às necessidades familiares modernas. Qualquer melhoria passa apenas pela substituição do monitor da “pequenada” - que já só estabiliza à pancada - e com a institucionalização do “Skype” como forma avisada de comunicar mais economicamente.

BIBLIOGRAFIA:

Graham, G. (1999). A internet e as novas comunidades. Obtido em 20 de 01 de 2011, de http://members.fortunecity.com/cibercultura/vol6/intnova.html
Rigold Vidali, G. (08 de 2010). Regulação do direito à privacidade na Internet. Obtido em 07 de 12 de 2010, de Jus Navigandi: http://jus.uol.com.br/revista/texto/17798/regulacao-do-direito-a-privacidade-na-internet-o-papel-da-arquitetura
Turban, E., R. Kelly Rainer, J., & Potter, R. E. (2003). Administração de Tecnologia da Informação. Rio de Janeiro: Editorial Campus.
Wikipedia. (2011). Virtual community. Obtido em 21 de 01 de 2011, de Wikipedia: http://ee.wikipedia.org/wiki/Virtual_community



[1] A SWERT familiar que serviu de suporte aprendente  à posterior familiar companheira de redacção.
[2] “Tecnologia Informática”.
[3] Ainda hoje num museu vivo “embaixo” de casa.
[4] Seu primeiro ordenador pessoal a que seguiriam os “Amstrad” - de que foi revendedor – nos primórdios da massificação da micro - informática e das marcas brancas “assembladas”. Dos 8086 aos 8088, aos 286, 386, 486 e por aí adiante…

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