segunda-feira, 9 de abril de 2012

SUBIDA DO PREÇO DA ÁGUA INEVITÁVEL?

Quando se lê a afirmação de que o preço da água é inevitável, feito pela cristã e com muita fé Assunção Cristas, percebemos que estamos perante uma geração impreparada, incompetente, sem noção de serviço público, de gente na política,  cujo único móbil é sustentar lobbies e alimentar minorias locupletadoras de bens públicos. 
A inevitabilidade do aumento dos preços da prestação de um serviço essencial como a captação e distribuição de água, só existe no quadro de privatizações, pelo que um estado de bem não o faria, já que em primeiro lugar está o serviço deste bem essencial à vida das populações. 
Infelizmente os partidos políticos tornam-se inimigos da democracia quando se apoderam dos bens públicos para auto-sustentarem com empregos as suas clientelas.
Até hoje a água sempre foi, nas mãos do sector público, um bem que proveu com equilíbrio e com razoabilidade os seus utilizadores.
Infelizmente o actual governo, que se apresentou como de maioria social democrata, à imagem do anterior que se apresentou como socialista, só compreende a linguagem dos negócios e das negociatas para alguns e não a linguagem do bem comum.
Para este governo tudo é inevitável, a austeridade, o aumento de impostos, a exclusão, a destruição do tecido produtivo, a emigração, quase tudo, quase tudo à excepção do combate às desigualdades; à proporcionalidade das medidas, aos princípios da parcimónia e boa gestão que deviam promover a sustentabilidade das famílias. Para a ministra centrista que enchia a boca de defesa das famílias, o aumento anunciado do preço da água não está mal como continuação depois do apelo à fé nas medidas para suster os prejuízos da seca deste ano.  

A falta de princípios democráticos de um estado de partidos a precisar urgentemente de reforma (e esta será impossível de dentro para fora) que perdeu a vergonha relativamente à sua representatividade chega a um estado tal, que reforça-se a arbitrariedade das polícias como forma de sustentar as aleivosias que se cometem às populações (despovoamento do país, apelo à emigração e à descrença, ...) esquecendo-se que as forças da ordem pertencem ao povo e não podem ser usadas como instrumento contra o estado democrático.

Neste espaço quando os órgãos de comunicação social eram ainda inertes em crimes públicos como o que se passava na parque escolar, com a sua caterva de ajuste directos, fomos avisando que Portugal precisava de uma nova identidade de serviço público. O aviso mantêm-se com este governo. 

A única subida inevitável é, assim, a da ética de serviço público, a auscultação mais directa das populações sobre assuntos que lhes dizem respeito, a maior vergonha nos cargos públicos.   

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