quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

REPLICAÇÃO OU NOVOS CAMINHOS?

«Esta crise só se vai resolver com os Estados Unidos, a China, a Europa e os países produtores de petróleo. Agora é a época das ideias, dos projectos, da política», afirmou B.Horta.

Basílio Horta tem razão! Esta não é a época da tecnocracia, é a época da política, mas da política dos princípios, da imaginação, da reposição da confiança, que de maneira nenhuma pode ser confundida com demagogia ou homens providenciais.

Todos nós trazemos ao debate as nossa experiências, as nossas visões, devendo tentar frenar as nossa ambições, enriquecendo e lançando neste melting pot outras visões. E essa é a riqueza do debate, que nos poderá levar para fora de um quadro mental espartilhado, e essa curiosamente foi a mensagem que pudemos extrair da vitória e do regresso à esperança e às novas solidariedades de Obama!

O problema que se pode colocar hoje, é: é este o tempo da economia pura e dura, ciência que se replica de outros modelos mas que é manca perante imprevisíveis condições? Vamos continuar a seguir modelos defuntos e falhados, que se replicam e substituem por outros falhados, ou queremos algo verdadeiramente novo (não necessariamente salvador e redentor)?

Por este caminho sem chama, e pela tentativa neste país conservador e excluente de abrir outros mundos, a que alguns chamam de demagogia?, e que eu chamo pensar fora dos quadros mentais normais de tempos anormais, sem uma visão ampla e uma integração ampla, daqui a 50 anos, os nossos filhos estarão aqui a reclamar termos de baixar os salários da União Europeia para podermos competir com os salários dos Estados Unidos de África.

E outros estarão ainda a tentar perceber que este país não se faz só de uma dimensão, porque ainda hoje é composto de várias, a que damos o feliz nome de extractos sociais, quintinhas, autênticas enclosures, muitas excluentes, sendo que o que serve para uns não serve para outros. Podemos assim continuar a viver em quintinhas, mas Portugal nunca será um País, mas um sítio recheado de nichos de iluminados e de conspiradores! Mas não é a união que faz a força?

Assim, como é que poderemos nos sentir integrados na União Europeia se ainda nem integrámos o nosso próprio país e o trouxemos em termos sociais ao último quartel do séc. XX?

E é esse o meu único dogma (dogma achado estranhíssimo, em Portugal, já que quem por ele pugna é logo conotado e enredado neste muito estranho costume Português do clubismo ferrenho, do ou és por mim ou contra mim, sem outras cores e matizes de permeio e de acordo com a racionalidade do pensamento), acomodar todos no mesmo cantinho mesmo que tenha de apertar um pouquinho a abertura de braços de uns tantos, para que sem frio a soma das partes possa ser bem mais produtiva que o todo!

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