segunda-feira, 16 de novembro de 2009

SERÁ QUE EXISTE UMA HISTÓRIA EUROPEIA?


Colocaram-me esta pergunta. Linear, fria e claramente. E o leitor o que acha?

Quando a imaginação deu lugar à história, da pulsão do célebre Touro, que depositou Europa na montanhosa ilha de Creta, mal sabia ela que a geração desses filhos gloriosos cujos ceptros acabaram de dominar todos os homens da terra, necessitariam um dia de ser aplacados por um projecto comum que os reconduzisse à paz e à abastança e lhes devolvesse, como o plátano da ilha de Creta, uma sombra comum.

Assim esta história, reescrita no pós segunda guerra mundial por inúmeros e sequenciais factos, tentou por voluntarismo, de um modo minimalista, funcional, gradual, de quem tinha feridas comuns, sará-las, evitando recaídas, “valorando” o que era comum, solidarizando de facto, “miscigenando” e integrando factores, carvão com aço, energia com nuclear, pautas com “aduanas”.

Será que existe uma história Europeia? Na resposta, positiva, traduzida através da acção e do sonho de homens individuais e de forças colectivas, de novas e solidárias lealdades e novas proximidades que fazem a exegese laica do homem traumatizado e marcado, do homem “agarrado” a velhas e muralhadas soberanias … por entre guerras, já Kalergi e Briand, entre outros, sonhavam com uma Europa sem baias.

Na resposta, positiva, encontramos no concreto e encostados no tempo, Churchill, movimento Europeu, UEO, OECE, Conselho da Europa, Monet, Schuman, CECA, Tratados de Roma e tantos outros elementos de catarse de uma Europa a recuperar de uma anomia profunda.

Ainda não a uma, duas ou mais velocidades, mas a zero velocidades, onde vencidos foram todos, possivelmente até mais os vencedores, a quem se exigiu serem locomotivas desta Europa do meio, paulatina e futuramente alargada mais a Ocidente e Leste, à procura de respostas e resultados plurais.

Será que existe uma história Europeia? Os factos e a história estão lá, capazes sejam os homens de manter a chama que de Roma a Lisboa, fez perceber, a outros homens, que o presente e o futuro constrói-se diária e gradualmente na integração, na criação de uma nova e alargada identidade, com respeito pelas antigas, na diversidade, na solidariedade, na lealdade, na transparência, na democracia, e em todos os outros princípios deste acervo, adquirido comunitário que, cimentando uma unidade, é a melhor resposta à pergunta: será que existe uma história Europeia?

Eu por mim que algumas vezes me engano e bastas vezes tenho dúvidas, fazendo apelo a uma resposta com alguma imaginação delirante, quero acreditar que houve e continuará a haver, atrevendo-me a reproduzir um dos maiores Europeus, Winston Churchill: we will never surrender!

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