quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A DEMOCRACIA DOS 24 EM PERPLEXO

«Os políticos fazem a leitura que lhes agrada das eleições; Cavaco, Nobre, Lopes e Coelho acham que ganharam. Só Alegre e Defensor reconheceram a derrota. Mas os próceres ou porta-voz dos partidos – Sócrates, Relvas, etc – todos consideraram que tinham ganho. Mas a verdade, que não lhes convém ver (e que seria óptimo para nós que vissem), é que todos perderam. Cavaco foi eleito por 246 portugueses em cada mil - 24 por cento! O problema não é o sistema; a democracia ainda é a melhor forma de Governo a que se chegou (nas civilizações conhecidas) e o nosso sistema, expresso na Constituição, é competente e tem os difíceis controles e equilíbrios que a melhor prática democrática recomenda. Não, não é o sistema. São as pessoas. É precisamente o triunfo do bem-estar proporcionado pela democracia que esvaziou as ideologias. Sem ideologias para defender, os políticos dedicam-se à única ideologia que faz sentido para eles: ganhar dinheiro. É também esse vácuo ideológico que leva os 950 dos mil portugueses a ir para os shoppings em dia de greve geral, em vez de ir para a rua gritar pelos seus direitos. Ficam de fora os 50 que militam na esquerda verdadeira (BE+PCP). Esses têm ideologia, mas infelizmente é uma ideologia que deu as piores provas práticas e não se adequa com as oportunidades dadas pelo sistema capitalista – oportunidades que nem todos conseguem ou sabem aproveitar, mas que todos querem ter como opção.»
Fonte: Perplexo

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