sábado, 30 de abril de 2011

OUVIR O POVO

«CM: «Desemprego jovem atinge 21 por cento»
Na chamada «Geração à Rasca», um em cada cinco jovens está sem trabalho»

Não é verdadeiramente uma geração que está à rasca, mas um país. 
Um país onde os dinheiros públicos foram gastos como se não houvesse amanhã, um país onde foi feita uma má interpretação do Keynesianismo (políticas públicas delineadas em cima do joelho, sem querer saber de taxas de retorno, custos de oportunidade e de consequências futuras).

Portugal sofre de mediocridade gestionária derivada de muita ignorância e de voluntarismo salvador. As políticas públicas devem ser desenhadas depois de efectuada Investigação em Gestão, sendo esta sinónimo de métodos e técnicas onde as variáveis são sujeitas a quadros conceptuais que as suportem.

Medidas a vulso de salvadores iluminados, de ondas de políticos e de políticas que trazem A SOLUÇÃO estão votadas ao fracasso. Nem é possível em Portugal ignorar o papel do estado na vida das pessoas, nem o papel fundamental da iniciativa privada que gera riqueza. O Português que parece individualmente ter sucesso falha recorrentemente em espaço público.

Às nossas elites cabe perceber que Portugal só tem futuro, uno. Uno na capacidade de ouvir O ÓBVIO, de ouvir o povo fora dos grandes espaços cénicos da política do faz de conta,  de novamente não enveredar por NÓS E O POVO. Políticas públicas só fazem sentido ouvindo e dando voz ao povo, não o minorizando  e excluindo da sua própria vida colectiva.

O ano de 2011 já não se compadece com medidas de iluminados que não saibam ouvir, que não saibam motivar, ignorando o povo como se não soubesse o que o mesmo pretende.  Não mais lugar para Povo que se quer afirmar como Realeza, negando a sua condição de Povo. Uma sociedade só faz sentido na sua unidade.

Do mesmo modo que só fazem hoje sentido políticas de gestão voltadas ao consumidor que lhe dêem a percepção da criação de valor, do mesmo modo a política só fará sentido e motivará quando criar valor para o colectivo.

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