segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ORGANIZAÇÃO MEMORIAL

Fundada em 1988, a organização não governamental Memorial reuniu documentos, acompanhou e procurou repor a verdade sobre as violações dos direitos humanos na Rússia e em outras repúblicas da ex-URSS, numa tentativa de lhes assegurar um futuro democrático.
Ao longo dos anos, conseguiu mais de 1.300.000 nomes de pessoas perseguidas, tendo em vista criar um arquivo, acessível ao público, de documentação histórica sobre as consequências da repressão totalitária.
Através do seu trabalho de protecção dos refugiados e vítimas de discriminação e de repressão política, a Memorial contribuiu para a aprovação da lei sobre a reabilitação das vítimas de repressão política e para a instituição do Dia de Evocação das Vítimas da Repressão Política nos países da ex-URSS.
O preço pago foi alto. Em 2008, a ONG viu confiscados pelas autoridades russas os discos rígidos com a totalidade do arquivo dos crimes cometidos durante o período estalinista. Um ano depois, a sua representante em Grozny, Natalia Estemirova, que investigava crimes na Checénia, foi raptada e assassinada. No mesmo ano, outros dois colaboradores foram mortos nas mesmas circunstâncias.
O prémio foi atribuído a três representantes: Sergei Kovalev, Oleg Orlov e Lyudmila Alexeyeva, os dois últimos também detidos no passado devido à defesa dos direitos humanos na Rússia.PRÉMIO SAKHAROV para a liberdade de pensamento - 2009

Apesar da “Memorial” que tenta contrariar o branqueamento histórico e afirmar-se como "património mundial da verdade histórica", resquícios estalinistas/totalitários repousam ainda em áreas da ex – URSS pós- Perestroika - podendo afirmar-se no capítulo dos direitos humanos, glosando E. M. Remarque, que "a Leste ainda muito pouco de novo". Para quem julga as liberdades irreversíveis e a memória histórica consolidada, esta ONG é exemplo de luta contra a fragilidade democrática de alguns regimes/culturas e contra a violação da memória do passado - projecção das saudades do futuro.

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