terça-feira, 27 de março de 2012

FERNANDO PINTO, O EXCELENTE GESTOR DA TAP

«TAP extremamente endividada? Isso é «bobagem»

Garantia é dada pelo presidente da companhia aérea
A TAP tem uma dívida de quase 1,2 mil milhões de euros. Estará super endividada? «Isso é bobagem», garante o presidente executivo da empresa.

«O endividamento de uma empresa aérea é alto porque os aviões são caros. Cada avião de longo curso custa 100 milhões. Nós temos 16. Os aviões de médio curso vão de 30 a 50 milhões. São investimentos altíssimos. E 70% da nossa frota é adquirida. Por isso é natural que tenhamos endividamento. Quando falam que a TAP é extremamente endividada estão dizendo bobagem. Como empresa aérea tem hoje um endividamento muito baixo», assegurou Fernando Pinto, em entrevista ao «Jornal de Negócios».

E justificou que, «dentro das empresas do universo empresarial do Estado, nós somos uma das poucas que reduz ano a ano o seu endividamento, de forma consistente. Do ano passado para cá reduzimos em 40 milhões o endividamento».

O problema é outro: «A empresa precisa de capital», pelo que a privatização deve ser feita por essa via.

Os resultados dos últimos três anos são, segundo Fernando Pinto, aliciantes para potenciais candidatos à compra da TAP.

O presidente executivo da companhia explica porque é que esta é a solução: «Antes de mais, para se estabilizar definitivamente, a empresa precisa de capital. Se não estamos sujeitos a chuvas e trovoadas o tempo todo». Depois, «o Governo não pode injetar capital por razões óbvias e nós precisamos de alguém que o faça».

«Não podemos ter a ilusão de que vamos conseguir, sempre, esta posição de solteiros». São necessárias «sinergias de um grupo», sendo que Fernando Pinto defende que esse grupo «deve ser estratégico». Prefere um parceiro da indústria e vê margem para que um grupo português compre parte do capital, embora desconheça que haja interessados.

O único candidato assumidamente interessado na TAP é o International Airlines Group (IAG), que resulta da fusão entre a Bristish Airways e a Iberia.

O IAG pretende manter o centro de operações da companhia aérea em Lisboa, mas não está disponível, segundo o «Diário Económico», para partilhar o capital da companhia com os pilotos, como eles querem.

Ainda em entrevista ao «Jornal de Negócios», Fernando Pinto argumenta que «o objetivo de venda da TAP é que ela continue a crescer e a ser a empresa que é, contribuindo para o Estado de forma eficaz. Ou seja, com exportações e com uma enormidade de fatores».

«Já ouvi de muita gente boa dizerem: Nós sustentamos a TAP. não sustentam não. A TAP, hoje, é o inverso. Ela é que contribui para o Estado. Além de turismo e exportações, o ano passado fizemos 1,7 mil milhões de euros. Vendas lá fora e o dinheiro vem para cá. O turismo que trouxemos para o país equivaleu a mil milhões de euros e tudo o que recolhemos em termos de impostos pagamos e cumprimos religiosamente. À volta de 250 milhões».

Por outro lado, Fernando Pinto defende a solução, «temporária», do «Portela + 1», por causa das dificuldades em aprovar horários de descolagem de novas linhas.

Esta solução consiste em «ter um aeroporto que acomode um outro tipo de tráfego que permitiria à TAP continuar a crescer».

A ideia seria transferir para lá as companhias low cost, mas «obrivamente há outros tráfegos», como charters e cargueiros «que podiam ser deslocados».

«Tanto Montijo como Sintra são excelentes aeroportos», assegurou. O primeiro é «próximo e pouco interfere nas aproximações à Portela»; no segundo «existem questões técnicas».

Fernando Pinto, questionado sobre o futuro, diz que «não deixaria a empresa numa hora destas, por minha vontade. Mas o Governo pode achar conveniente ter outra pessoa aqui». «Não costumo abandonar o barco. Se eu for chamado a ajudar ficarei para a privatização e para a transição. Depois logo se vê»

A TAP, sendo a empresa dos Portugueses, e pela importância que tem na captação de verbas e impostos, é uma daquelas empresas onde o estado deveria ter sempre uma palavra a dizer. Privatização parcial, sim, mas não total.

Para além disso, o Luso - Brasileiro Fernando Pinto, que teve a visão de guindar a TAP a empresa da Lusofonia e um dos maiores operadores do mercado Africano e Brasileiro, demonstra ser o homem certo no lugar certo, pela sua experiência e fidelidade à empresa.

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