quinta-feira, 29 de março de 2012

MUDAR PARA QUE TUDO FIQUE NA MESMA?

Infelizmente não acredito que com o sistema fiscal actual e os altos índices de emigração, da mais qualificada, ambiciosa e determinada, seja possível inverter a situação de declínio que vivemos. O equilíbrio a dar-se será em níveis mais baixos de rendimento, sendo que qualquer melhoria a prazo do saldo orçamental terá no médio/longo prazo um efeito de reposição dos desequilíbrios anteriores (pelos vícios privados, públic(a)os...vícios).

As reformas para darem resultado teriam de envolver toda a população Portuguesa, a modificação, que não se decreta, do tecido industrial Português, um novo olhar sobre a agricultura, uma nova classe empresarial que apostasse no risco do transaccionável acobertada por um estado estável e com uma visão empresarial de longo prazo; um contexto amigável para as empresas e que recuperasse a segurança do investimento do século XIX com a introdução da responsabilidade limitada e a separação vida privada/vida empresarial (já alguém em Portugal se deu conta que foi com a atitude securitária do estado como credor - quase esbulhador - de 1ª instância que a economia decaiu? E é esse bom liberalismo que temos vindo a assistir ou mantêm-se o mau colesterol da intervenção na vida privada e na não libertação dos agentes económicos?). Tal tendência têm sido alterada ou agrava-se a cada dia que passa com uma complexificação e um apertar/suspeição esquizofrénica da malha?
Novamente, como homem de empresa do sector da PMeconomia concorrencial, considero que Portugal só vingará quando se alterar o paradigma do domínio da macroeconomia sobre a visão da economia de empresa - criação de verdadeira concorrência (nada do que se assiste hoje no comércio, nas commodities, etc...); criação de um quadro fiscal adequado e não constritivo da economia; libertação da economia de sectores associativos (tanto patronais como de trabalhadores) apenas representativos de pequenas franjas da economia real; de corporações; dissociação da política versus empresas/agentes económicos; introdução de uma atitude mais pedagógica, mais motivadora, menos repressiva; simplificação jurídico-processual e uma nova ética de exemplo (baseada numa contenção ética quase protestante, na humildade, sustentabilidade, solidariedade das elites Portuguesas...).

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