sábado, 17 de março de 2012

PARA QUANDO A REFORMA DO SISTEMA POLÍTICO?

Este texto de MCA vem de encontro à minha perplexidade de reformas económicas sem reformas reais no sistema político.

Neste sistema blindado e pouco participado, há alguns indivíduos que ficarão inscritos na história do nosso Portugal contemporâneo como vómitos e excrescências, cancros de um verdadeiro regime democrático.

Soubemos hoje quem a Parque Escolar teve como grande adjudicador, bem como sabemos hoje que há presidentes de monopólios naturais a ganhar 3000€ por dia, bem como antigos governantes a "sobreviver" com despesas de 10.000€ por mês em Paris, sob o silêncio ensurdecedor dos seus pares e de entidades públicas que são lestas a cobrar 30% a falsos recibos verdes, etc... 

Felizmente soubemos também que há Câmaras como a da Mealhada que têm endividamento zero, pagando no acto aos fornecedores, universalizando as consultas públicas ao nível do clip (como foi degradante e desmotivante, para o ganho da causa pública, assistir na tomada de posse de muitos dos últimos governos, à mexida quase imediata na legislação sobre contratos públicos - alargando a pretexto da simplificação os valores do não ajuste directo). 

Desde há muito que sabemos que a diferença entre Portugal e os países do Norte da Europa, mais que um problema de uma das componentes da produtividade, o factor trabalho (ou não fossem os portugueses produtivos se bem enquadrados pelas verdadeiras boas práticas), é um problema de (falta de) ética Republicana.
 
E é isso que alimenta hoje o asco por um sistema político lodoso, do faz contrário ao que diz, dos maus exemplos, das excepções, da falta de solidariedade institucional, da falta de bom senso, das lealdades partidárias fundamentalistas irracionais tipo clubite... em cujo lamaçal se movimentam agentes que são o que há de pior (nos efeitos), na sociedade Portuguesa.

Como bem diz Medina Carreira, com este sistema político (não o regime que por via disso é percepcionado como uma democracia incompleta, que não se autoregenera por dentro), vamos arrastando com a barriga os problemas e alimentando a falta de coesão social e a decadência nacional.

Posta perante um sistema tentacular, a Manuela Ferreira Leite só lembrou a suspensão da democracia. Mas será que a verdadeira reforma do sistema não devia constar do 1º acto, sob pena das reformas serem apenas cosméticas e incapazes de congregarem todas as vontades para um verdadeiro e coeso desígnio colectivo?

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