quinta-feira, 15 de março de 2012

A POLÍTICA TÓXICA DO GOLDMAN SACHS? E O SECTOR FINANCEIRO

«Demissão no Goldman Sachs por política «tóxica»
O banco Goldman Sachs viu a sua reputação novamente manchada após a demissão de um dos seus responsáveis, o qual denunciou publicamente a cultura de empresa, que diz ser «tóxica» e sacrifica o interesse dos clientes.

Greg Smith, responsável de vendas de derivados com sede em Londres, bateu na quarta-feira com a porta e denunciou, numa carta aberta publicada no «New York Times», uma cultura de empresa que coloca «o interesse do cliente em segundo plano», criando um «clima tóxico e destrutivo».

O Goldman Sachs já desmentiu estas acusações: a opinião expressa «não ilustra a nossa forma de gerir os nossos negócios. Não podemos ser bem sucedidos sem que os nos clientes sejam bem sucedidos», garantiu um porta-voz, citado pela Lusa.

O banco contactou os meios de comunicação social para esclarecer que Greg Smith não era um alto dirigente da estrutura, sendo «um simples quadro» do Goldman Sachs.

Num memorando ao pessoal assinado pelo presidente do banco, Lloyd Blankfein, e pelo seu número dois, Gary Cohn, amplamente distribuído à imprensa, acrescentava-se que o banco tem 12.000 «vice-presidentes» do mesmo nível hierárquico que Greg Smith, em mais de 30.000 trabalhadores.

O bancário demissionário recebeu já o apoio do antigo presidente da Reserva Federal (Fed) Paul Volcker, o qual considera que o Goldman Sachs «mudou de mentalidade» desde a sua entrada em bolsa, em 1999.

De banco de investimento discreto centrado nas fusões e aquisições e em operações de financiamento dos clientes, o Goldman Sachs passou a orientar-se cada vez mais para atividades de mercado, por vezes por sua conta própria. Estas atividades representaram, nos últimos anos, o dente de leão dos seus lucros.»
Esta notícia é muito interessante pelo que contém de confirmação de algo que já percebíamos relativamente ao sector financeiro.
Para os defensores do mesmo diria que estaria de acordo com eles na defesa da sua continuidade em mãos privadas, se estivéssemos a falar num sector financeiro tradicional, ponto de encontro entre os activos "emprestados" pelos clientes e a gestão tradicional em razão de fidúcia, cuidada e não exponencialmenete gananciada por veículos perigosos para os clientes - aforradores.
Só que o sector financeiro mudou neste tempo de privatizações e muitas vezes não para melhor, pelo que o debate em torno destas matérias começa a estar novamente em cima da mesa.

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