quinta-feira, 30 de outubro de 2008

VARINHA DE CONDÃO


Pudesse eu ter uma varinha de condão
e tudo o que nos incomoda,
e é excremento,
seriam definitivamente varridos da terra!

Pudesse eu ter uma varinha de condão
e esta criança,
nascida ao mesmo tempo que outros meninos,
menino ainda rosado e puro,
não se pareceria nunca mais
com aqueles meninos-velhos gordos,

sudentos e anafados,
que se realizam a semear a tristeza

entre os presentes,
com os seus grandes tridentes
em forma de grande

e reluzente cifrão
que tudo ceifa,
metendo o garfo em toda a seara!

Pudesse eu ter uma varinha de condão,
e decretaria que todo o novo homem
só se realizaria na solidariedade e amizade!

Pudesse eu ter uma varinha de condão,
que se sobrepusesse à varinha de mandão
do outro homem,que da solidariedade
só conhece a espada e o bastão,
a força e a ilusão
do seu desmando,

pudesse eu ter uma varinha de condão
e a fome, a violência, a corrupção e a guerra,
eram apenas formas de canção
em tom piano,
fininho, fininho,
até à extinção e explosão
num grande solfejo!

2 comentários:

Eloah Borda disse...

... e tivesse eu
uma varinha de condão,
usá-la,
eu nem precisaria,
- bastaria
colocá-la
em tua mão.

Abraço, e bom fim de semana.
Eloah

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Obrigado, Eloah
resta-me
a esperança
e a confiança,
dessa enorme
herança de gente boa
desse lado do Atlântico.

Um abraço e
um grande obrigado
pela amizade
mesmo à distância!

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