segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

OS SENHORES DAS MOSCAS

Vai-me desculpar, mas que manifestação a aparentar (e tenho a certeza que é só isso) tão pouco socialismo e solidariedade.
Sem dúvida que o civismo pela cidadania não é o melhor.
Mas que isso não sirva de álibi para um certo elitismo provinciano que perpassa nos detentores do poder, que rapidamente se esquecem das suas raízes.
Felizmente que na minha árvore genealógica há alguns governadores da Índia e do Brasil e muitos engenheiros militares do melhor que a escola de carácter aparentou criar. Foram do melhor que a humanidade criou? Não sei! Mas pelo menos assim ficaram para a história, espero que não de forma injusta para com os seus ditos “inferiores”. Afinal posso sempre dizer que é uma questão de berço. Como nunca parasitei o Estado, que são os impostos e o suor dos meus concidadãos, mesmo daqueles que palitam os dentes à vista de todos, sinto-me cidadão solidário por inteiro imune aos muitos milhões que se tomam como seus. E irrito-me com o pretensiosismo, o pedantismo e o sentimento de superioridade de quem sempre viveu à conta do pedreiro e do carpinteiro do bairro, mesmo que sejam boçais e pouco educados. E tenho pena de quem não conhece o verdadeiro eu de muita boa gente humilde deste país. Daquela que divide o pouco pão que sobra dos saqueadores dos cofres públicos e do monopólio da promiscuidade. E com os falsos críticos da responsabilidade dos outros que se esquecem da sua responsabilidade do passado. Afinal não havendo inocentes na política, foi um certo parasitismo inigualitário que lhes não permitiu melhores modos e maneiras. E um certo mimetismo de quem devia dar o exemplo! Ou não fossemos a sociedade mais desigual da Europa, a sociedade dos comendadores, onde os senhores gostam de ser tratados por meritíssimos, os doutores por senhores doutores e os pedantes por vossa excelência. Mas isso não me dá o direito de achar que o meu mundo é um mundo de novo riquismo e de défice de seriedade. Afinal a seriedade não está no padrão das vestes ou do emprego, mas no sentido de humanidade e de uma verdadeira igualdade socialista!

Tenho a certeza que o senhor embaixador concorda comigo! Afinal é tudo uma questão de amor ao próximo, humildade e humanidade. E esse défice, infelizmente em Portugal, vejo-o mais nas classes com maior responsabilidade do que naquelas que são o espelho das falsas elites! Afinal, neste século XXI, já nem devia haver classes, apenas gente solidária entre si! Felizmente que o metalúrgico Lula com todos os defeitos que todos temos, inscreveu um novo Graal na história dos injustiçados, o tesouro que todos os povos procuram: que se faça simplesmente, o óbvio!

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