segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A JUSTIÇA É LENTA MAS VALE A PENA

Há uns anos Isaltino, o modelo, o exemplar (esse mesmo), voltava-se para mim e atirava: "Oeiras, vale a pena!".

Eu, um ingénuo cidadão do Portugal verdadeiramente democrático, fiquei siderado, estático, estupefacto pelo alcance escondido putrefacto daquela frase. Eu, um gestor de pequena monta, sem ambições mais austeras que prover a minha função e a minha subsistência dividindo com os demais, um filho de meu pai, militar austero, filho e neto de outros militares austeros, era brindado com essa frase enigmática vinda de um filho, risonho e próspero na extensão do seu charuto, de Trás os Montes. Eu que acreditava no mérito, nos negócios a contento para as partes, nos compêndios e manuais das boas práticas. 
Talvez por Oeiras não ter extraído o potencial que continha, Oeiras valeu a mim e a Oeiras - não aos seus cidadãos - muito pouco a pena. Passado uns anos largos, folgo por concluir que se Oeiras vale a pena, muito mais vale a pena esperar pacientemente pela justiça deste país: a justiça é lenta, mas vale definitivamente a pena! 

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