sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

FALSO AMOR PRÓPRIO POR PASSOS

«António Silva. E volta-se a erguer...
Há montanhas, ou pequenos montes, que foram erguidos sobre detritos de destruição (2ª GG), sobre ossos de vítimas (Camboja), sobre ruínas queimadas de cidades vezes sem conta...E, o topo, aparecem os Passos Coelho deste mundo. Dos que estão debaixo, de uma forma ou de outra, e que têm, cada um, uma história para contar, ninguém fala. São os anónimos, o povo de desempregados cada vez mais deficitário, de idosos cada vez mais desapoiados, de trabalhadores de direitos cada vez mais cerceados, de reformados cada vez mais reduzidos à malga de sopa, à bisca lambida, ao olhar perdido nos bancos de jardim. De jovens que, a pedido, a sugestão, vão ter que emigrar. Só destes. Porque, à sombra do topo, permanecem, em quase absoluto silêncio, a massa dos afilhados, boys, girls, afiliados e lobistas, tentando não dar nas vistas. Até pagando para não dar nas vistas...do povo. Estes moralismos de Passos Coelho, este discurso patriótico, tão vazio de ideias e tão bolorento, porque parcial, porque desajustado, porque ineficaz, fica-lhe tão mal como o momento de incoerência do PR. O governo de cortes e austeridade e falho de ideias de crescimento e de empregabilidade é fraco remédio e mesmo fraco lenitivo para esta situação - para sair da situação - e a clara impreparação deste executivo para uma tarefa que lhe passa as competências. País honrado? Semre fomos. De mão estendida? Sempre andamos, e isso não impediu a compra dos submarinos bacalhoeiros - nem para isso - que jazem, em exposição, numa qualquer doca. Agora já começam a assacar responsabilidades aos anteriores executivos...Bem diferem dos primeiros meses de contenção. Mau sinal. »
Lastimo. Lastimo que um social democrata ande a fazer esta triste figura, a figura de um homem deserto, de discurso motivador e de ideias vazias.
Em todo o lado, nos transportes e nos passeios tristes da capital, ouve-se a classe média, média baixa, menos a do mundo dos boys, os papagaios dos regimes, indignada com um homem que mentiu para ser eleito e se colocou ao serviço de um oca ideologia em nome de um levantar que deixa corpos - cadáveres por todos os lados. 
Fazer austeridade, à bruta, é não perceber os equilíbrios instáveis há muito já instalados na sociedade Portuguesa, equilíbrios que só podiam ser quebrados defendendo verdadeiramente os mais fracos, os mais frágeis, ao mesmo tempo brandindo um discurso de esperança que agiornasse os Portugueses.
Salva-se no meio desta total desgraça a medida, "é de homem!", de VGM, que pôs o idiota acordo ortográfico na prateleira do CCB.
Parabéns António Silva. 

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