segunda-feira, 7 de junho de 2010

CAPITALISMO SEM ESCRÚPULOS

Em economia regional fala-se em convergência versus divergência, fala-se em rendimentos crescentes à escala, teoria das vantagens comparativas, mas também em rendimentos marginais decrescentes, os tais que permitiriam que países pobres e ricos se aproximassem.Os Keynesianos e neo-Keynesianos, versus a teoria neo-clássica, Solow, a adaptação ao espaço e aos modelos de crescimento económico do mundo da concorrência imperfeita.
Este texto abaixo do Economia e Finanças, parece, entretanto, advogar que o mundo globalizado caminha no sentido de afirmar as teorias neo-clássicas, dada a perspectiva de equilíbrio apesar da lenta convergência  não se acomodar aos interesses imediatos do "povo" Europeu. Será que o mundo do modelo social Europeu, deve-se reger pelo m.d.c., ao acomodar no seu seio "traidores", que abanam a bandeira do não intervencionismo e do mercado regulado só a Norte, enquanto deslocalizam as suas empresas justificando as teorias do centro-periferia?
É por isso que o projecto Europeu só será reconhecido pelos povos Europeus, quando se afirmar globalmente o modelo social Europeu, sem esperar por convergências absolutas futuras dolorosas.
«Numa altura em que algumas vozes críticas dos acordos de comércio internacional ganham mais ânimo com os balanços sobre a actual situação económica na União Europeia que levam analistas insuspeitos a considerar que o dumping social dos países emergentes tem sido excessivamente explorado pelas empresas industriais transnacionais que se têm deslocalizado da Europa para essas paragens, com dano para a perda de emprego e riqueza do primeiro mundo, surgem também sinais de concretização paulatina de uma outra realidade advogada por alguns dos defensores da globalização: num mundo global haverá também uma tendência para uma harmonização ao nível do trabalho e do seu custo. A tese é que aos poucos os direitos e liberdades existentes no mundo ocidental alastrarão também para outros espaços económicos.
Na Europa, pelo menos em alguns países chave como a Alemanha, as estatísticas indicam que os custos com o trabalho têm vindo a cair, ou seja, a harmonização parece estar a fazer-se pela negativa, aproximamo-nos da situação dos países emergentes. Mas esta não é toda a história. A pressão social interna na China (veja-se o caso dos suicídios na Foxconn e as greves a ameaças de greve que parecem atingir uma dimensão pouco divulgada) bem como a pressão por parte dos clientes (ainda muito concentrados no mundo ocidental e junto das elites e classes médias emergentes e socialmente mais conscientes e exigentes) pode levar e está a levar a uma progressiva transferência crescente da riqueza gerada em países como a China para os seus trabalhadores em muitos caso ainda semi-escravizados.
É dificil perceber em que medida o aumento progressivo dos custos de trabalho na China e em outros países onde se produz para exportar com recurso intensivo ao factor humano estará a contribuir para a tal harmonização global mas parece evidente que há indicadores de que a convergência se estará a fazer também a nível global.»

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