segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ACAVACADO

A história relatada por Daniel Oliveira e visionada por nós, demonstra o distanciamento de quase todos os políticos Portugueses (da esquerda à direita) no Portugal actual.
Já sabíamos que a Cavaco falta uma dimensão de proximidade com o outro, já sabíamos que Cavaco está gasto, acomodado e descrente de um povo que precisava de verdadeiras referências e não autoelogios, não sabíamos é que Cavaco não tinha no bolso uma palavra mais amiga ou dez euros para matar o desespero desta cidadã. 
E ainda há quem pense que não precisamos de gente Nobre na política, que esperamos não se deixe corromper pelo anel de Frodo.
«Uma senhora aproxima-se do Presidente da República e fala-lhe de pobreza. Da sua pobreza. Cavaco Silva começa por atacar os adversários, que o criticaram por usar a pobreza em campanha. Depois responde: "vá a uma instituição de solidariedade que não seja do Estado".
Para quem não se recorde: o cidadão Cavaco Silva ocupa um cargo. Ele é o chefe de Estado. Ou seja, ocupa o cargo máximo do Estado. E explica à senhora que não deve, para resolver o seu problema, procurar a entidade que ele dirige e para a qual pagamos impostos para, entre outras coisas, combater a pobreza.
Cavaco Silva, o Presidente, não representa o Banco Alimentar contra a Fome ou a Caritas. Representa o Estado. E demite esse mesmo Estado, naquela frase, das suas funções sociais. E com isso demite-se ele próprio das suas obrigações.
Para quem não se recorde: o cidadão Cavaco Silva é candidato a um cargo político. Mas não responde com escolhas e soluções políticas concretas pelas quais tem responsabilidades, mesmo que de representação. Responde, mandando a senhora procurar a caridade de outros. Cavaco não se limita a demitir-se do seu papel de homem de Estado. Demite-se do seu papel de político.
Esta episódio vale mais do que mil discursos. Cavaco expõe o seu programa contra a pobreza: a caridade. O papel que reserva para o Estado no combate à pobreza: a demissão. E a sua utilidade como político: nenhuma. Se é para termos um chefe de Estado que manda os portugueses que sofrem os efeitos mais dramáticos da crise bater em porta alheia, o mais longe possível do Estado que ele representa, para que precisamos nós dele?»

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