Depois de acabar de reler a «Identidade Nacional» de José Mattoso, foge-me a palavra para um dos últimos parágrafos « como é evidente o passado Português caracteriza-se por os poderes políticos, sociais e económicos terem sempre estado nas mãos de uma minoria social intimamente dependente do Estado e proporcionalmente mais reduzida do que na maioria dos países Europeus».
A realidade é que Portugal nunca abandonou a sociedade de ancient regime que se replica de notáveis em notáveis. Assim, percebo e entendo cada vez melhor o importante papel e as espadeiradas que de quando em vez, os militares como último esteio de alguma ponta de carácter, sincretizado no companheirismo de armas, e a necessidade do levantamento do rancho, proporcionaram a Portugal, mesmo que aqueles que sempre foram responsáveis pelo Estado mais desigual da Europa e pelas manobras locupletórias mais eticamente condenáveis o vejam como um escândalo e um atraso nacionais. Há alturas que é necessário pontos de ordem à mesa do anedotário e da hipocrisia nacional!
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