sábado, 7 de fevereiro de 2009

O BLOCO COMO OPÇÃO?

Com este discurso adaptado à prática, o bloco de esquerda, será inevitavelmente alternativa ao PS que perdeu com Sócrates qualquer tipo de credibilidade e que só a recuperará com homens como António José Seguro!

«Perante a actual conjuntura, «a nossa opção é a solidariedade e não a de cada um por si e que vença o mais forte», sublinhou o eurodeputado bloquista.

«O BE costuma ser atacado pelo primeiro-ministro» todos os dias «por ser moralista», disse, frisando quer pela primeira vez José Sócrates «tem toda a razão, porque a esquerda não vê a política como um jogo ou um exercício frio e calculista do poder».

Miguel Portas assegurou ainda que cada uma das propostas do Bloco de Esquerda tem por trás critérios de natureza ética e moral, considerando que essa é a única forma de responder à actual crise financeira, económica e social.»

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

REPLICAÇÃO OU NOVOS CAMINHOS?

«Esta crise só se vai resolver com os Estados Unidos, a China, a Europa e os países produtores de petróleo. Agora é a época das ideias, dos projectos, da política», afirmou B.Horta.

Basílio Horta tem razão! Esta não é a época da tecnocracia, é a época da política, mas da política dos princípios, da imaginação, da reposição da confiança, que de maneira nenhuma pode ser confundida com demagogia ou homens providenciais.

Todos nós trazemos ao debate as nossa experiências, as nossas visões, devendo tentar frenar as nossa ambições, enriquecendo e lançando neste melting pot outras visões. E essa é a riqueza do debate, que nos poderá levar para fora de um quadro mental espartilhado, e essa curiosamente foi a mensagem que pudemos extrair da vitória e do regresso à esperança e às novas solidariedades de Obama!

O problema que se pode colocar hoje, é: é este o tempo da economia pura e dura, ciência que se replica de outros modelos mas que é manca perante imprevisíveis condições? Vamos continuar a seguir modelos defuntos e falhados, que se replicam e substituem por outros falhados, ou queremos algo verdadeiramente novo (não necessariamente salvador e redentor)?

Por este caminho sem chama, e pela tentativa neste país conservador e excluente de abrir outros mundos, a que alguns chamam de demagogia?, e que eu chamo pensar fora dos quadros mentais normais de tempos anormais, sem uma visão ampla e uma integração ampla, daqui a 50 anos, os nossos filhos estarão aqui a reclamar termos de baixar os salários da União Europeia para podermos competir com os salários dos Estados Unidos de África.

E outros estarão ainda a tentar perceber que este país não se faz só de uma dimensão, porque ainda hoje é composto de várias, a que damos o feliz nome de extractos sociais, quintinhas, autênticas enclosures, muitas excluentes, sendo que o que serve para uns não serve para outros. Podemos assim continuar a viver em quintinhas, mas Portugal nunca será um País, mas um sítio recheado de nichos de iluminados e de conspiradores! Mas não é a união que faz a força?

Assim, como é que poderemos nos sentir integrados na União Europeia se ainda nem integrámos o nosso próprio país e o trouxemos em termos sociais ao último quartel do séc. XX?

E é esse o meu único dogma (dogma achado estranhíssimo, em Portugal, já que quem por ele pugna é logo conotado e enredado neste muito estranho costume Português do clubismo ferrenho, do ou és por mim ou contra mim, sem outras cores e matizes de permeio e de acordo com a racionalidade do pensamento), acomodar todos no mesmo cantinho mesmo que tenha de apertar um pouquinho a abertura de braços de uns tantos, para que sem frio a soma das partes possa ser bem mais produtiva que o todo!

«CORTES CEGOS NA DESPESA PÚBLICA DESTRUÍRAM ECONOMIA»

Pode-se discordar do PCP em muita coisa, não nisto, porque a sua razão é total!
Este governo foi de facto responsável pela destruição do tecido produtivo nacional, pelos cortes abruptos que ocasionou no rendimento dos Portugueses. Mas como uma causa nunca vem só, o fundamentalismo dos impostos e da ASAE, as reversões de dívidas de imposto das empresas para os donos delas, destruíndo a ténue capacidade de risco, deram a estocada total, destruíndo pequenas e médias empresas, e desmotivando futuros empreendedores. Nunca nenhum governo tinha feito tão mal à economia nacional como este! A responsabilidade aqui, no entanto, é compartilhada pelo PCP que com a sua sempre invectiva contra os agentes económicos e a sua sistemática campanha contra a fuga ao fisco, fazendo de todos os agentes económicos usurpadores do fisco sem limite, não separando claramente os pequenos e médios daqueles que têm práticas pouco claras e monopólicas, vivendo no mundo da não concorrência, ajuda a criar estes fundamentalismos que destróem o tecido empresarial Português.
Aquilo que não se percebe relativamente ao PCP e que lhe causa também danos de credibilidade é como é que puderam acompanhar o PS, na tentativa de tirar aos emigrantes capacidade de voto. E com esse tipo de decisões dificilmente alguma vez poderão ser opção!

A EUROPA A 27 VELOCIDADES,
ALIMENTADA PELA FORNALHA DOS EGOÍSMOS DOS 27 DESEMPREGADOS

«British jobs for British workers»
Aberta a fornalha dos self-egoísmos, está instalada a coprafagia da união, da diversidade e solidariedade do mundo real!

É A COBARDIA UMA CARACTERÍSTICA ENDÉMICA NACIONAL?



«Há no PS quem tenha medo de falar»

Os ideólogos do regime são a pior espécie de gente que a política fabrica, porque normalmente mimetizam e ampliam a radicalidade e a intolerância. Abraçando com radicalidade os Mein Kampf, muitas vezes pior que os leaders são normalmente estes sinistras figuras, normalmente vindas de fileiras de extrema qualquer coisa e que perdem rapidamente o contacto com a realidade na sua ânsia de se colarem e agradarem.

Se o regime nazi criou figuras sinistras como Joseph Goebbels , arrastando consigo para as áreas democráticas as sua endémicas cargas totalitárias, outras culturas e regimes ditos democráticos arrastam também consigo gente pequenina em bicos de pés, pouco consentânea com propaladas ideologias onde devia campear a democraticidade e a tolerância.

Está provado que a cobardia e a falta de carácter é algo endémico na sociedade Portuguesa. O tempo dos Martins Moniz, das Padeiras de Aljubarrota, os Albuquerques e os Mouzinhos já ficaram para sempre na história. Hoje o tempo já não se compraz com epopeias, com grandiloquências, com gestos heróicos, hoje o tempo é o tempo do desfrute imediato, do egoísmo mesquinho e encapotado, do interesse, do remunerado.

E é assim que obviamente a responsabilidade da existência e da propagação destas figuras feias, porcas e más, é uma construção da própria sociedade: uma sociedade cinzenta, indiferente, iníqua e corrupta onde a falta de carácter e a cobardia, permitem a ousadia destes seres ad infinitum e náusea até serem confrontados e despojados, por um assomo espontâneo e instante da maioria, da sua arrogância tigre de papel.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

TAMBÉM QUERO UMA VERDADEIRA DEMOCRACIA!



http://risco-continuo.blogs.sapo.pt/133351.html

A inveja é um sentimento feio! Mas a inveja por paz, pão, habitação, saúde, só há liberdade assim ... cantava in illo tempore Sérgio Godinho!

Agora que quereríamos uma democracia assim DE APARENTE E INICIÁTICA ÉTICA SÃ... isso é verdade!

E PERDOEM-NOS A PETIT PONTINHA DE INVEJA!

AINDA SOBRE O SERMÃO DE JPP AOS PEIXES - PARTE 2 -
E A GESTÃO DE UMA POBRE CIDADE!

O GRANDE GABTSY, A PASSADEIRA DE COSTA, A GRANDE INAUGURAÇÃO OU O COSTA A CASTELO!

DO ESTRANGEIRO UM AMIGO DIZIA-ME: SÃO MAIS OS BARÕES QUE OS SOLDADOS! PROFUSO MUNDO DE DOUTORES E ADVOGADOS, MAS AFINAL PARA ALÉM DOS TRÊS DE VERDE, HÁ MAIS ALGUÉM QUE TRABALHE?

AINDA SOBRE O SERMÃO DE JPP AOS PEIXES

Como a bloggiana barbearia do sr. Luís, sítio onde se aparam cabelos e barbas, como é bom afastarmos a espuma que nos encobre a todos um pouco. E quando isso acontece descobrimos que afinal é muito mais aquilo que nos une daquilo que nos separa e do excelente e concordante post de André Barata destaco aquilo que especialmente me toca: «da ética pública; aproximar o senso comum do bom senso; lei como único regulador aceitável! ... ; o fundamento ético, e a coragem do pensamento de Hannah Arendt». É que colocar a crise na tónica meramente economicista é esquecer que por detrás dela estão homens com motivações e valores e é aos valores que temos que dar cada vez mais atenção. Refugiando-me vezes sem conta num enorme chapéu de chuva do intenso snobismo Pachequiano, como me comove o sermão de JPP aos peixes, recuperados excertos dos textos do Padre António Vieira (e perdoem-me a extensão dos excertos)!

E é por isto que considero que o jogo do monopólio foi e é um dos jogos mais perniciosos da minha e da actual juventude: porque compram-se e vendem-se propriedades mas esquece-se a dimensão dos homens e as consequências que isso vai ter nos outros homens! E é isso que distingue um tecnocrata de um estadista!

SERMÃO DE JPP AOS PEIXES!


Podemo-nos irritar com JPP pelo seu enorme snobismo, pela sua recusa à normal vulgaridade, não nos podemos é irritar com JPP é com o seu amor ao Padre António Vieira, porque chega de sermos peixes nesta poça inquinada e barrenta que dá pelo nome de Portugal!

«O texto de Santo Agostinho fala geralmente de
todos os reinos, em que são ordinárias semelhantes opressões e injustiças, e diz
que, entre os tais reinos e as covas dos ladrões — a que o santo chama
latrocínios — só há uma diferença. E qual é? Que os reinos são latrocínios, ou
ladroeiras grandes, e os latrocínios, ou ladroeiras, são reinos pequenos:
Sublata justitia, quid sunt regna, nisi magna latrocinia? Quia et latrocinia
quid sunt, nisi parva regna? É o que disse o outro pirata a Alexandre Magno.
Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia,
e como fosse trazido à sua presença um pirata que por ali andava roubando os
pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém, ele,
que não era medroso nem lerdo, respondeu assim. — Basta, senhor, que eu, porque
roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois
imperador? — Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o
roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas
Séneca, que sabia bem distinguir as qualidades e interpretar as significações, a
uns e outros definiu com o mesmo nome: Eodem loco pone latronem et piratam, quo
regem animum latronis et piratae habentem. Se o Rei de Macedónia, ou qualquer
outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata, o ladrão, o pirata e o rei, todos
têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.
Ponhamos o exemplo da culpa, onde a não pode
haver. Pôs Deus a Adão no Paraíso, com jurisdição e poder sobre todos os
viventes, e com senhorio absoluto de todas as coisas criadas, excepta somente
uma árvore. Faltavam-lhe poucas letras a Adão para ladrão, e ao fruto para furto
não lhe faltava nenhuma. Enfim, ele e sua mulher — que muitas vezes são as
terceiras — aquela só coisa que havia no mundo que não fosse sua, essa roubaram.
Já temos a Adão eleito, já o temos com ofício, já o temos ladrão. E quem foi o
que pagou o furto? Caso sobre todos admirável! Pagou o furto quem elegeu e quem
deu o ofício ao ladrão. Quem elegeu e quem deu o ofício a Adão foi Deus: e Deus
foi o que pagou o furto tanto à sua custa, como sabemos. O mesmo Deus o disse
assim, referindo o muito que lhe custara a satisfação do furto e dos danos dele:
Quae non rapui, tunc exolvebam . Vistes o corpo humano de que me vesti, sendo
Deus; vistes o muito que padeci, vistes o sangue que derramei, vistes a morte a
que fui condenado, entre ladrões. Pois, então, e com tudo isso, pagava o que não
furtei. Adão foi o que furtou, e eu o que paguei: Quae non rapui, tunc
exolvebam.
Mas estou vendo que com este mesmo exemplo de
Deus se desculpam ou podem desculpar os reis, porque, se a Deus lhe sucedeu tão
mal com Adão, conhecendo muito bem Deus o que ele havia de ser, que muito é que
suceda o mesmo aos reis, com os homens que elegem para os ofícios, se eles não
sabem nem podem saber o que depois farão? A desculpa é aparente, mas tão falsa
como mal fundada, porque Deus não faz eleição dos homens pelo que sabe que hão
de ser, senão pelo que de presente são. Bem sabia Cristo que Judas havia de ser
ladrão; mas quando o elegeu para o ofício em que o foi, não só não era ladrão,
mas muito digno de se lhe fiar o cuidado de guardar e distribuir as esmolas dos
pobres. Elejam assim os reis as pessoas, e provejam assim os ofícios, e Deus os
desobrigará nesta parte da restituição. Porém as eleições e provimentos que se
usam não se fazem assim. Querem saber os reis se os que provêem nos ofícios são
ladrões ou não? Observem a regra de Cristo: Qui non intrat per ostium, fur est
et latro . A porta por onde legitimamente se entra ao ofício, é só o
merecimento. E todo o que não entra pela porta, não só diz Cristo que é ladrão,
senão ladrão e ladrão: Fur est latro. E por que é duas vezes ladrão? Uma vez
porque furta o ofício, e outra vez porque há de furtar com ele. O que entra pela
porta poderá vir a ser ladrão, mas os que não entram por ela já o são. Uns
entram pelo parentesco, outros pela amizade, outros pela valia, outros pelo
suborno, e todos pela negociação. E quem negocia não há mister outra prova: já
se sabe que não vai a perder. Agora será ladrão oculto, mas depois ladrão
descoberto, que essa é, como diz S. Jerônimo, a diferença de fur a
latro.
Suponho finalmente que os ladrões de que falo
não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a
este género de vida, porque a mesma sua miséria, ou escusa, ou alivia o seu
pecado, como diz Salomão: Non grandis est culpa, cum quis furatus fuerit:
furatur enim ut esurientem impleat animam.O ladrão que furta para comer, não
vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são
outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do
mesmo nome e do mesmo predicamento, distingue muito bem S. Basílio Magno: Non
est intelligendum fures esse solum bursarum incisores, vel latrocinantes in
balneis; sed et qui duces legionum statuti, vel qui commisso sibi regimine
civitatum, aut gentium, hoc quidem furtim tollunt, hoc vero vi et publice
exigunt: Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os
que se vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e
dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os
exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das
cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os
outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam
debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são
enforcados: estes furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista
que os outros homens, viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça
levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: — Lá vão os ladrões grandes
a enforcar os pequenos. — Ditosa Grécia, que tinha tal pregador!»

É bom revisitarmos e recordarmos o Padre António Vieira, para nos pormos em dia com o nosso passado e vermos aonde e como perdemos a nossa dignidade como povo!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

SERÁ A COMPETÊNCIA FUNÇÃO DOS NÚMEROS?

O que me confrange é a falta de percepção de que Portugal começa a ficar eivado de gente com formação e competência a 450€ por mês! Demagogia reinante ou essência da democracia?

Perdoe-me que lhe diga, mas quando vejo alguém a defender a relação directa entre o serviço público e o conforto pessoal dos desiguais euros, penso com quem afinal Portugal se têm afundado nos últimos largos anos? Onde estão os responsáveis das receitas de sempre? Ou não é Portugal um dos países mais desiguais da Europa e não deverão os ordenados de topo comparar com os ordenados da base? Se se paga tão bem no sector privado, tenha-se então a decência de se pagar melhor aos escalões mais baixos.

Porque o problema, V.B., não é um problema remuneratório, é um problema ético! O que Portugal precisa é de um banho de verdadeira democracia! Eu não quero políticos de grande craveira daqueles que criaram a Solomon Brothers ou outras, eu quero alguém mais simples, humilde e incorruptível com empatia, verdadeiramente amante do seu país e do seu povo. Um verdadeiro e não interesseiro Estadista!… e digo-lhe isto com toda a amizade e sem qualquer ponta de ismos. Falta a Portugal mobilidade social, que não nos deixemos fechar e não nos deixemos conheçer, e essa é a tendência Portuguesa do poder, da fuga da dor do conhecimento das dores, que poderiam ser nossas, do nosso semelhante. Porque V.B. a ambição humana é sem limites, mas quase sempre tão vazia, sem entrega ao seu semelhante! E eu sei V.B., que como diz, a economia não tem sentimentos!

Porque lhe garanto, V.B. qualquer dona de casa que confecciona as refeições do marido com 450€, seria uma muito maior mais valia para o país, do que alguns daqueles que do seu País e das suas gentes conhece o fumo do vidro dos veículos e os halls de entrada dos edifícios!

O SIMPLEX E O RESPEITO PELOS EMIGRANTES

«Novo veto de Cavaco Silva
Fim do voto por correspondência dos emigrantes não foi promulgado pelo Presidente»

Muito bem! Valha-nos Cavaco! Primeiro fecha-se embaixadas e consulados. Depois "simplifica-se" o voto dos emigrantes. Como é que é possível querer afastar desta maneira os emigrantes deste País? Este P.S. está louco!
António José Seguro à regeneração deste P.S. Já, enquanto é tempo!

A TRANSPARÊNCIA DA DESPESA

«Orçamentos de Angola e São Tomé e Príncipe entre os dez menos transparentes do mundo - Estudo»

Que sentido faz pôr a toda a vida dos cidadãos em termos fiscais e não pôr a todos os gastos dos orçamentos? Se poderá haver razões para alguns Estados ainda à procura de si próprios, haverá alguma razão para que num Estado da União, com os meios informáticos actuais, não seja obrigatório a discriminação contabilística, de todos os gastos dos serviços públicos, aos olhos de todos ? A quem serve afinal a falta de transparência do lado da despesa no Estado ou na administração local?

A montante porque é que sempre pensei que devemos ter um Estado pequeno pouco consumidor de bens públicos? Pela pouca transparência e grande opacidade que promove más redistribuições de dinheiros públicos.

Um dos problemas actuais é que a redistribuição hoje em Portugal já chegou ao limite de ser retirado dinheiro aos mais pobres para ser opacamente distribuído.

O que se pergunta então é: não seria preferível pagar menos impostos e deixar que cada um provesse da melhor maneira à sua subsistência, obviamente com limites suficientes para um sistema que chegasse verdadeiramente aos mais necessitados?
Ou esta pergunta está verdadeiramente fora de tempo, pelo menos do tempo da intervenção do Estado e à cause de ...?

O GRANDE BRANQUEAMENTO

«A EUROPA NA CRISE
No Finantial Times, de 27Janeiro 2009, um interessante artigo sobre a realidade da crise económica nos estados da União Europeia e suas consequências sociais, políticas e “europeias”:»
http://claro.motime.com/ Claro ou claro-escuro?

Mas afinal para que serve este arquivo: para branquear a excelente governação caseira, ou para afirmar preto no branco que nunca deveríamos ter aderido à zona Euro?

Branquear e desculpabilizar a excelente governação socialista da década de crescimento de 1,1%, da sociedade cada vez mais crispada, manietada e corrupta?

É que ad contrário a zona Euro não é responsável pelas políticas internas erradas, por um estado manietador, controleiro e desmotivador da criação de riqueza! Nem da suspeita utilização de dinheiros públicos!

A GRANDE NOITE DAS MISÉRIAS LONGAS


E de repente o mundo virou! Um grande buraco negro parece querer tomar conta de tudo, homens e mulheres a arrastarem-se nos tempos cinzentos, a crise da mentira a desnovelar-se aos nossos olhos, tudo parece tão intensamente indiciar uma nova e longa noite de proteccionismos e de misérias longas. E culpados, há? Há, mas mais que culpados vai haver agora muitas vítimas. Vítimas da ganância, da ignomínia, do desprezo, da desolidariedade, vítimas da desesperança. É neste quadro que uma nova ordem mundial terá que ser reconstruída e uma nova ordem interna expurgada dos vendilhões de promessas e todos os ladrões do tesouro público! Na sequência dos Prós e Contras de ontem o meu aplauso para Abreu Amorim, Paulo Morais e Saldanha Sanches e o meu profundo despeito para outros cuja imensa fortuna fruto da simbiose dos interesses, os tornou personna malquistas pelo cinismo e indiferença perante o grande buraco negro de que foram, pelo menos na omissão, cinicos e oportunistas cúmplices !

E é neste quadro de grande buraco negro que Susana Abecassis liberta:

«A fronteira entre a verdade e a mentira pode parecer ténue, mas um Primeiro-ministro deve resistir à tentação de pisar o risco. Quem se queixa de campanhas negras e de insídias deve ser o primeiro a não facilitar, porque as facilidades pagam-se caras.

O Primeiro-ministro diz-se vítima de uma campanha negra na comunicação social, por causa de alegadas irregularidades na legalização do Freeport em Alcochete.

Não sei se há campanha negra ou não. Certamente, não será na comunicação social, que se tem limitado a publicar os dados recolhidos numa investigação judicial em curso, dados que, até ver, não foram desmentidos.

Mas é curioso que este Primeiro-ministro se queixe da comunicação social, ele que, como ninguém, tem gozado da benevolência e da apatia dos jornalistas. Tem sido assim ao longo dos últimos três anos, sem que se faça uma investigação séria aos gastos em marketing e agências de comunicação que promovem os diversos anúncios das políticas do Governo.

Tem sido assim quando a cara do Primeiro-ministro aparece no material distribuído nas cerimónias de inauguração de equipamentos públicos, como aconteceu na semana passada.

E terá sido a contar com essa apatia que o Primeiro-ministro achou que podia vender gato por lebre e chamar a um estudo encomendado pelo Governo a ex-funcionários da OCDE um estudo daquela organização. A OCDE não gostou e fez questão de repor a verdade.

A fronteira entre a verdade e a mentira pode parecer ténue, mas um Primeiro-ministro deve resistir à tentação de pisar o risco. Quem se queixa de campanhas negras e de insidias deve ser o primeiro a não facilitar, porque as facilidades pagam-se caras.

Melhor do que ninguém, o engenheiro Sócrates sabê-lo-á, habituado como está a utilizar as técnicas de propaganda para, subtilmente ou nem tanto, veicular a sua propaganda e a do Governo. É que, para quem tão violentamente se indigna com aquilo a que chama insídia contra si, não deveria ser irrelevante a autoria de um estudo que o seu Governo encomendou.

Ao contrário do que se pensa.

Raquel Abecasis»