«Com a mesma frontalidade
de sempre, penso, claramente, que o tempo
para mais cortes de salários e pensões, como aconteceu, isso acabou. Não
será mais
possível porque não é suportável», afirmou
Miguel Frasquilho perante o Congresso do PSD.
Para Miguel
Frasquilho,
«alguma coisa terá que ser feita, e é do lado
da despesa», admitindo que não se pode «fustigar mais a economia com
mais impostos».
«Assim, não cresceremos»
Aquilo que Miguel Frasquilho disse de viva voz no congresso do PSD revela que há no PSD quem esteja do lado do bom senso.
Desde o início desta crise que venho dizendo que o ajustamento era necessário, mas um ajustamento do lado da despesa não do lado da receita, através de uma bateria de impostos que coloca dezenas ou centenas de milhar de Portugueses à beira de ficar sem casa e numa situação de miséria ou pré-miséria - através do aumento do IMI, das novas avaliações da propriedade, do aumento das rendas - além do efeito destrutivo nas micro e pequenas empresas.
O que a Troika pretendia e era claro, era uma desvalorização salarial de salários de sectores não transaccionáveis claramente exagerados e uma diminuição do peso do estado de molde à economia Portuguesa reganhar competitividade.
O que este governo tem feito insensatamente não são muitas medidas de correcção de abusos (nomeadamente os das PPP, BPN, etc...), o combate aos desperdícios em sectores como o da saúde ou do ensino, que se aplaudem, nem a diminuição das deduções fiscais, nomeadamente as da saúde que têm um efeito degressivo de impostos, cortes (infelizmente tímidos) em algumas estruturas do estado, cortes em massa salarial da administração e SEE, mas a insensatez do aumento das taxas dos impostos, a começar pelo IVA, e a terminar no IMI (retirando qualquer competitividade que a economia pudesse ganhar com a diminuição de despesa pública e combate aos desperdícios).
Nesse aspecto a posição de Seguro é correcta, ao falar na dimensão dos cortes como o pomo da discórdia, idêntica à correcta posição de Frasquilho (a identificação e resolução dos problemas não pode nunca ser uma questão ideológica de barricadas dos contrários, como forma afirmativa das diferenças, como se a população Portuguesa necessita-se desse tipo de opostos para afirmar as suas lealdades).
O problema não se pode subsumir aos contrários que os partidos tem necessidade de afirmar, mas ao senso de matar o doente económico Português com o sobre excesso do grau de medidas.