Começa a ser muito claro que uma desvalorização monetária tem benefícios superiores em países não competitivos como portugal, de periferia, à desvalorização salarial.
Porquê? Porque o primeiro ajusta o país uniforme e rapidamente, enquanto o segundo mantêm os desequilíbrios económicos já existentes - nomeadamente a relação entre consumidores e rentistas -, mantendo a destruição por anos infindos e agravando cada vez mais as condições de concorrência interna.
Permite, além disso, contrariar automaticamente exportações e fomentar produção interna substitutiva.
Poderia ser de outra maneira, no quadro da zona euro em países com endividamento não pagável?
Podia, se a componente solidariedade se tivesse mantido entre países centrais e periféricos da zona euro, entre países de pouco competitivos de partida - e sem escala - com países com processos produtivos mais estabilizados e polarizadores.
E a quem serve o euro no quadro de um país com mais de um milhão de desempregados sem apoios sociais mínimos? Aos rentistas e a todos aqueles que se equiparam à «europa rica» na distribuição de riqueza, perpetrada por meio de transferências iníquas e abusivas: talvez isso explique como é difícil baixar impostos e para - impostos numa «economia de estado» como a portuguesa, o único instrumento que podia dinamizar uma economia em destruição e espoliação!