A primeira sensação é avassaladora. Chega não de mansinho, mas como um vómito de um bafo quente, demasiado quente ao inalar, para se comparar e assemelhar às portas do 999 inferno. Mas antes, o ritual da chegada, ou não, da bagagem, revela um insólito e estranho episódio.
Em terra das Árabias uma mala vermelha plástica, demasiado familiar para ser mentira, escorrega rápida para as mãos de um homem de tez escura, que se afasta rapidamente para a porta do inferno. Um corridinha rápida, coração a baquear por uma entrada de leão e... que não, que é igual, igualzinha, não fosse uma pequenina mossa indiciar um outro master. Saída de Sendeiro, ainda por cima o putativo dono era um compatriota daqueles que são empurrados, todos os dias, porta fora pelo magnífico leader, não fosse um pouco à frente uma moça de igual tez escura mediterrânea perguntar: vocês são do país de S? É que já tal tinha percebido em Frankfurt! Podem-me ajudar a perceber a saída? É que venho ter com o meu irmão, que aqui trabalha, e o meu Inglês deixa muito a desejar!
Despachada a moça, possivelmente para fazer companhia ao seu expatriado irmão, e a mais alguns milhões de Asiáticos e a centenas de milhar de Ocidentais em terra de castas, Árabes primeiros , os senhores do lugar, Ocidentais a seguir, Europeus e Americanos por esta ordem, Indianos, Paquistaneses, Filipinos e tudo o mais que compõe o mapa-mundo Asiático, eis chegado o grande momento, a saída do terminal onde abundava meia Ásia de mãos dadas com África e Ocidente!
E a hora, onze da noite, foi a hora do bafo, murro seco pulmonar de 40ºC, ao luar!