sábado, 3 de dezembro de 2011

QUANDO UMA PESSOA NÃO SABE DEVE FALAR COM AS PESSOAS QUE SABEM: CHAMA-SE GOVERNAR !

"O turista do golfe é um turista de um nível elevado", afirmou o ministro à margem do evento, que decorre até domingo.
Por seu lado, Diogo Gaspar Ferreira, PRESIDENTE DE ASSOCIAÇÃO DE RESORTS DE GOLFE,  foi claro: "Quando uma pessoa não sabe, deve falar com as pessoas que sabem" "o aumento do IVA de seis para 23% pode levar ao encerramento de 20% dos campos de golfe em Portugal".
Enquanto os políticos não forem criminalizados pelas asneiras que fazem, não há volta a dar: é Portugal sempre em plano inclinado!

QUO VADIS, SOBERANIA OU A REVOLTA DO 1 DE DEZEMBRO?


Mesmo que as datas sejam dias de imaginário colectivo, quem se atreverá a matar a Restauração num tempo de achincalhamento da restante soberania e da tentativa de afirmação de uma Europa Alemã? Por ventura algum coelho?

ANA GOMES: " A MINHA QUERIDA EURODEPUTADA"

«Queridos amigos alemães
A Europa fez-se para esconjurar a guerra, integrando
a Alemanha num projecto solidário de
progresso e democracia. Sentindo-a hoje à beira
do precipício, falemos claro: se o euro ruir, a
UE desfaz-se. Morre-vos a galinha dos ovos de
ouro – sem mercado único e euro, a Alemanha perde infl
uência, mercados e boa vizinhança. A responsabilidade
será sobretudo vossa. Por não assumirem as obrigações
como mais forte e rica potência europeia.
Políticos e media populistas venderam-vos que portugueses,
gregos, italianos e espanhóis são PIIGS chafurdantes
em ócio e desperdício. Não contam que quem encorajou os
nossos governos, bancos, empresas e cidadãos a endividarse
foram os vossos banqueiros, empresários e caixeiros
viajantes, instigando-nos a tirar partido do baixo juro do
euro para lhes comprar submarinos, carros, equipamentos,
tecnologias. Em muitos contratos formatados para
esbulhar os nossos Estados à conta de subornos, contrapartidas
fi ctícias e depósitos em paraísos fi scais (para os
nossos e os vossos corruptos). Não faltam investigações
ao Deutsche Bank, Siemens, Man/Ferrostaal, Daimler, Infi
neon, Volkswagen, Ratiopharm, Linde, etc., nos nossos
países e EUA, Argentina, África do Sul, Índia...
O vosso empresariado descobriu a China para vender
o que produzíamos nas vossas fábricas. Para lá tratou de
deslocalizá-las, substituindo-nos (e a vocês) por explorável
mão-de-obra local. A falta de competitividade das nossas
economias não é só culpa nossa: a UE desindustrializou-se
nas últimas décadas, pagou a agricultores para não produzirem
e a pescadores para não pescarem. E agora, que
não temos fábricas, agricultura ou barcos, vêm empresas
alemãs buscar-nos jovens qualifi cados mas sem trabalho.
Dão jeito também para conter os vossos salários.
O euro pode ruir amanhã: por mais cimeiras que façam,
esses aprendizes de feiticeiro não controlam o feitiço que
puseram à solta nos mercados fi nanceiros. Os vossos bancos,
com o choque do Lehman Brothers, terão aprendido
a livrar-se do subprime tóxico incautamente acumulado.
Mas não despacharam obrigações emitidas pelos nossos
Estados e desvalorizadas quando a Sra. Merkel negou
que dívidas soberanas pudessem ser resgatadas. Depois
tiveram mesmo de ser. E os especuladores fi caram a perceber
que valia a pena especular, muitos apostados em
arrasar o euro. Ao exigir haircuts aos privados no resgate
da Grécia, a Sra. Merkel deu-lhes gás: dispararam juros e
o contágio na zona euro.
A especulação já dobra Espanha e Itália e ameaça França.
É urgente que a Alemanha deixe o BCE assumir-se
como fi nanciador de último recurso na zona euro. Na
verdade, o BCE já acorre a afl ições, mas compra dívida a
investidores, em vez de directamente aos Estados. Quanto
ao reforço do FEEF, já se viu que não vamos longe, com
o patético apelo aos chineses...
Os portugueses estão a penar para equilibrar contas.
Perigosamente, sem equidade social e em dose cavalar
de austeridade recessiva, ditada pela nossa direita, mais
“troikista” que a troika. Mas só com austeridade ninguém
paga dívidas! Precisamos de estratégia e recursos
para relançar crescimento e emprego. E de políticas de
coesão e convergência para contrariar crescentes desequilíbrios
macroeconómicos entre países do euro. Os
vossos superavites orçamentais, amigos alemães, são
contrapartida dos nossos défi ces.
Para não terem de nos sustentar, deixem mutualizarmos
a dívida, para voltarmos aos mercados a juros comportáveis;
respeitando regras, bem-entendido, mas benefi -
ciando da boa notação que vocês e poucos na zona euro
ainda mantêm. Chamem-lhes eurobonds, “obrigações de
estabilidade” ou o que queiram.
Queremos mais Europa, incluindo união fi scal, contra
a evasão, a fraude e o dumping fi scal que priva os nossos
Estados de cobrar impostos a empresas que se domiciliam
no Luxemburgo ou na Holanda sem declarar o que ganham
pelo mundo. Queremos o imposto sobre transacções fi -
nanceiras que propõe o ministro Schauble, para fúria do
Cameron e da City — além do que renderá para investirmos
na economia, trava a drenagem para off shores.
Os vossos governantes foram recuando no que tinham
por impensável, atascando a UE em reacções tardias e
insufi cientes. Mas agora ensaiam uma fuga para a frente:
querem uma alteração limitada e rápida do tratado, para
impor sanções automáticas aos incumpridores do Pacto
de Estabilidade e Crescimento (não abona a moralidade
de quem, como Alemanha e França, o violou em 2004/5).
Mas a mudança não é necessária: o Tratado de Lisboa
permite avançar na integração política e económica. Falta
é ser aplicado. E os nossos povos, exasperados com a
crise e a inacção europeia, não estão nada virados para
tratar do tratado. O Parlamento Europeu já avisou: não
embarcará sem processo democrático, ou seja, sem convenção
com PE e parlamentos nacionais. O que nunca
será rápido, nem limitado.
Queridos amigos alemães: não criámos a UE para a ver
agonizar agora, com mezinhas Merkozy. Digam aos vossos
governantes que queremos a Alemanha europeia, mas
nunca engoliremos uma Europa alemã.
Ana
Gomes
Eurodeputada
pelo PS»

Que haja alguém na Europa verdadeiramente Europeísta e corajoso nas opções e na defesa que toma da verdade e justiça. Obg. Ana Gomes!... e um bom Natal aos nossos queridos amigos Alemães, sem muitas favas que lhes possam quebrar caninos ou molares  com que rasgam e digerem a Europa.

OS BAIXOTES OU AS MULETAS DE SAKORZY

Se há algo que eu temo são homens baixinhos em bicos de pés. É que a sua ambição carregada na frustração do ser pequenino é normalmente nefasta para o ser humano.

A VITÓRIA DA CORRUPÇÃO NA INTRODUÇÃO DAS PORTAGENS DA A22

«Ridículo. A A22 foi construida semdinheiro nacional, desdde Castro Marim a Ferreiras. Porquê pagar ? para entupir a EN125, sem quaisquer condiçoes. Isto é roubo! E quem rouba é o Estado. E quem manda no Estado não somos todos nós; quem manda no Estado é o governo e a corrupção! 
O comentário deste cidadão demonstra o estado de espírito deste cidadania. O que é extraordinário é como em defesa da diminuição do deficit, destrói-se economia regional, introduzem-se medidas discriminatórias negativas de planeamento regional, faz-se os cidadãos pagar por vias rápidas que foram pagas em parte substancial do troço com verbas comunitárias a fundo perdido.

Decididamente   nunca fomos governados por tantos e tamanhos idiotas e incompetentes! 

CAVACO DIZ QUE O EURO ESTARÁ AQUI DENTRO DE UM ANO: E OS PORTUGUESES ESTARÃO?

"Dentro de um ano, dentro de 20 anos, o euro estará aqui"
Em entrevista à revista norte-americana Time, Cavaco Silva diz-se convicto de que dentro de um ano ou de 20 anos "o euro estará aqui". 
 
Será que O Euro não é apenas uma moeda interessante para alguma elite que beneficiou com a entrada no Euro, alguns que recebem mais que o Presidente da Reserva Federal Americana e que tremem como varas verdes ao pensarem perder os seus privilégios que os levaram a tornar-se cidadãos privilegiados da Europa - sendo cidadãos de um estado miserável que decreta aumentos de idade de reforma e deixa social e completamente desprotegidos cidadãos desprovidos do essencial da condição humana, o emprego?

CONTEÚDO OU APARÊNCIA?

Há muita mulher triste aos amores que confunde a lógica do penso, logo existo, e se deixa confundir pelo exterior em vez de se seduzir pelo conteúdo.
Este anátema parece, no entanto, que não é uma questão de género, já que a homens e mulheres afecta. Faz-me lembrar aqueles donos de cãezinhos que se alguém chamar Bobby são os primeiros a abanar o rabinho. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O PAÍS DA MANIPULAÇÃO E DO ESTERTOR DOS AFECTOS

Como país, Portugal vive abaixo de cão na ética e nos valores. Ele são os concursos de fornecimento que são manipulados, ele é até um simples concurso para escolha de um comentário. Os regulamentos não são respeitados, os vencedores são nítida e  antecipadamente escolhidos por serem cómodos ou incómodos, independentemente do mérito ou da avaliação não discricionária. A discriminação já não é só positiva, mas é já também negativa. Esterco de país e esterco de afectos que promove o assistencialismo e a esmola por detrás de um frio vidro fumado em detrimento dos valores e do mérito! A hipocrisia e o cinismo andam de mãos dadas, a filiação é já só a dos interesses, principalmente o do lugar único no pódio, a sensibilidade é abaixo de verme e invertebrado. Há gente Judas cujo lugar no firmamento nunca passará de um lugar sentado ao lado do diabo. Vivemos tempos não de implosão da moeda Euro, mas do valor facial da amizade e da própria filiação fraternal. Da próxima constará - simplesmente Pedro.   

CAUSAS E CONEXÕES EPISTEMOLÓGICAS

Quando você perceber que para produzir precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho; que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.
Ayn Rand

MERCOZY: SCARY EUROPE

PAIXÃO EUROPEIA OU O REMAKE DE SINGING IN THE RAIN

A primeira vez que ouvi le petit Napoleon foi entre a sua eleição e a sua tomada de posse, onde se via um homenzinho cambaleante, estranhamente risonho como se estivesse acometido por uma qualquer pastilha de eleição.

Sakorzy, o petit Polonês, cuja figura recorda a decadência da inteligentsia Francesa quer agora refundar a Europa em vibrante conúbio com Madame Merkozy, a quem vê bem maior virtude que à sua entusiástica Bruni. Afinal a irrelevância de Lisboa do coelho de Merkel e do Tratado de Sócrates e Barroso, teriam uma forma muito mais imperial como Tratado de Berlim-Paris. 

Nesta Europa dual, com raízes a Leste, que se afunda na cobardia de um grito de Europa dos 25+2 da fotografia, sobressai pela ausência da Josefina deste Napoleon, Carla Bruni, a quem Woody Allen se arrependeu de dar um take no seu Midnight en Paris - em detrimento de um  casal muito mais Woodiano, o verdadeiro casal de apaixonados Europeus Merkosakorzy ou Merkozy para a irrelevante Europa do SUL, PIG e periférica. 

A imagem acima atesta que Ângela e Nicola seriam os verdadeiros protagonistas de um remake de Singing in the rain, quais Gene Kelly e Debbie Reynolds deste excelente musical Americano em Paris.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

MIGUEL RELVAS: A IGNORÂNCIA E ARROGÂNCIA NO PALATO NACIONAL

Miguel Relvas está para o PSD como Lello estava para o PS. Lamentável a ignorância deste Português que até há pouco tempo andava na SIC Notícias com um ar falsamente humilde. Para este recém licenciado pela Universidade Lusófona (sempre as universidades privadas a meter a chancela nos políticos) a opinião de profissionais com formação e conhecimento não interessa. Relvas é agora Doutor e já se pode arrogar o direito de tudo sobre tudo saber e diagnosticar. E, assim, vai Portugal depois do engenheiro de má memória e dos políticos que chegam a ministros sem nada saber fazer (e muitos vezes sem nunca terem trabalhado sem ser no partido). Porreiro, Passos!
«Miguel Relvas é claro a afastar a redução das entradas de turistas golfistas por qualquer aumento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) nesse ramo: "Não acredito que quem joga golfe deixará de vir jogar golfe a Portugal por essas circunstâncias. Essa é para nós uma falsa questão."
Em relação ao impacto na restauração, Miguel Relvas disse que é preciso "retirar impacto ao consumo" e aumentar a poupança, bem como "cortar, e cortar muito, na despesa do Estado".»

AS PIADAS DO BARBEIRO

Avisos:
Este blog ainda não adoptou o acordo ortográfico. O autor prefere escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais. 

Só um barbeiro para escrever isto, com muita graça. Afinal o barbeiro não (o)usa cobrir brancas com tinta de Chinês! 

A SUSCEPTIBILIDADE DA ACADEMIA NA VISÃO ARGUTA DE MARCELO REBELO DE SOUSA


Marcelo, considerado por alguns como fazendo parte do naipe de personagens que entopem como pó o elevador social nacional, é no entanto uma personagem simpática, espirituosa e povoada de humor. 

No Congresso dos 25 anos de Instituto Europeu da Faculdade de Direito de Lisboa dirigiu uma mensagem de agradecimento a todos os envolvidos na sua preparação, da esquerda à direita, dos ausentes aos presentes. 

Justificou-se pelos extensos agradecimentos lembrando que pior que susceptibilidade de político que gira à volta de 90%, só susceptibilidade da academia que atinge os 100%.

25 ANOS DE UE COM JACQUES BOURRINET, STUART HOLLAND E SILVA LOPES: ALGUMAS NOTAS SOBRE A PARTICIPAÇÃO

A intervenção de Jacques Bourrinet no Congresso dos 25 anos da UE, trouxe à luz da crise financeira da UE os seus paradoxos. A manutenção de um valor do deficit face ao PIB que esquece que um corte no produto de 3% significa através do efeito multiplicador um efeito de corte muitas vezes superior e a elencação da viabilidade da zona Euro através da monetização, dos eurobonds ou da mutualização das obrigações.

Neste congresso, a posição do casal Mercozy na resolução imediata da crise esteve definitivamente em cheque, chegando Stuart Holland a divagar sobre a influência Luterana Alemã da Schuld (expiação da culpa) dos gastadores que faz com que a Alemanha mais uma vez ponha em risco a Europa de paz e liberdade.
Silva Lopes lembrou também como só um valor de 7% para o orçamento comunitário podia permitir à Europa ter instrumentos equilibradores que fizessem funcionar o mecanismo dos estabilizadores automáticos. 
 

RESTAURAR A MONARQUIA DA PRATELEIRA

Nesta dia 1 de Dezembro de evocação da reconquista soberana, constato que já há algum tempo que a monarquia invadiu o meu espaço de reflexão republicana, mais a mais quando a república de partidos tenta apagar a memória da reflexão em detrimento de um dia de trabalho para o pagamento da dívida acumulada pelos boys dos partidos republicanos - como diria uma amiga, o trabalho não remunerado para a felicidade parece um retorno à não saúde do esclavagismo.
Face a uma república imatura e não temente à cidadania, a monarquia representativa, congregadora da ideia de nação e do espaço de nascimento não me repugna, como não me repugna voltar a arear o brasão que pode salvar a terceira república de atirar Portugal para a irrelevância e um esclavagismo de sessenta anos em nome da dívida dos monsenhores, dos Duques e Barões dos partidos.

Assim, entre o escape de uma memória histórica destruída e o F1 do siga, voltarei a calçar que nem uma luva o Baronato, que já julgava definitivamente arrumado na prateleira.  

NOTAS SOBRE O CONGRESSO EVOCATIVO DOS 25 ANOS DA UE E DO INSTITUTO EUROPEU DA FDL

Terminado o congresso internacional sobre os 25 anos na UE e do Instituto Europeu da Faculdade de Direito de Lisboa fica uma grande afirmação de desencanto mas simultaneamente uma, embora ténue, nuvem de esperança.

É interessante verificar o Eurocepticismo de uma geração que se sente mais Lusófona que Europeia em contraponto com a geração do Erasmus e da Europa como fim de semana.

Para o Profº Jorge Miranda não há uma cidadania Europeia. Mas também há hoje uma cidadania Nacional de facto? Não estará a cidadania refém da necessidade de uma nova participação? A intervenção de Teresa Moreira, directora geral do consumo, também foi interessante na explanação da realidade comunitarizada da protecção de defesa do consumidor. Mas a pergunta que deixo é: haverá na Europa um Direito do Consumidor senão há na Europa um efectivo direito de concorrência?

A participação de Ferreira do Amaral revela uma outra dimensão com que me identifico pelo conhecimento dos mecanismos equilibradores da economia - ou pela imperfeição dos mesmos.

Ferreira do Amaral não é contrário ao Euro, mas à participação na moeda única dos estados mais frágeis, normalmente identificados como os mais periféricos. Para FA, Portugal deve sair ordeiramente da zona Euro já que o equilíbrio só pode ser encontrado no quadro de uma estrutura produtiva competitiva. A desvalorização competitiva é, assim, para FA o único caminho, a única que fará regressar Portugal à rota do transaccionável. Todas as soluções Eurobonds, intervenção do BCE, ou outras não resolvem o problema estrutural da economia Portuguesa e aquilo que muitos de nós conhecedores de economia regional aprendemos com Myrdal: numa zona monetária comum, o efeito da polarização não pode ser sustentado pelas teorias do equilíbrio dos neo - clássicos, já que o esvaziamento é inexorável para as zonas de periferia. 

É interessante verificar como a Alemanha que acusa os estados do Sul de calinice económica e empreendedora, bem sabe disto quando abre as portas aos emigrantes qualificados Portugueses. Estará, no entanto, a Europa do sul e a sua cidadania  a abdicar de viver no seu território para ir alimentar o crescimento económico da Mittleuropa? Não me parece que a resposta fosse positiva! A acrescer a tudo isto o problema da globalização como espaço económico de primeiro óptimo face aos espaços regionais.

Ferreira do Amaral levanta outra hipótese interessante para salvação da própria Europa que é a moeda de troca ambiental. Hipótese inteligente de uma Europa que levantaria o estandarte exclusivo da qualidade em  detrimento da quantidade. Houvesse grande vontade de algo pouco falado. A responsabilidade dos grandes patrões Alemães, responsáveis por uma parte substancial da deslocalização que faz da Europa um cemitério de industrialização.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SEGURO E A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

«Seguro: «Estou de consciência muito tranquila»
«Se fosse primeiro-ministro, se tivesse maioria absoluta, o próximo ano seria bem diferente para a economia e para Portugal», garante o líder do PS»
 
Acredito em Seguro e lastimo os argonautas do costume a criticarem uma pseudo passividade que é apenas uma nova forma mais cívica, mais respeitosa e mais focada de fazer política. Aqueles que pensam que em política vale tudo, desenganem-se.
 
Moderação e Inteligência competitiva é necessário!

MANIPULAÇÃO: A ESCOLA DA VIDA OU A FALTA DE VALORES?

Há na sociedade Portuguesa uma tendência para apontar aos outros os defeitos que teimam em não se ver interiormente.

Vulgarmente vemos Portugueses de primeira a criticarem comportamentos que são os primeiros a adoptar.

Há uma geração que bebeu os vícios de outras incapazes de lhes darem valores. Uma geração que absorveu a competição como o salve-se quem puder, a esperteza saloia antes da inteligência.

Num concurso com um regulamento e regras, mudá-las a meio sem avisar os concorrentes é uma dessa formas que pode ser confundida com manipulação de última geração.

ECONOMIA COMPETITIVA DIFERENTE DE DESTRUIÇÃO CRIATIVA

Enquanto Carlos Costa diz isto,
Carlos Costa volta a alertar para «economia competitiva»
Governador do Banco de Portugal diz que a par das medidas em curso para controlar o défice e as contas públicas, é necessário apostar no fortalecimento da «produtividade»
o orçamento de Estado funciona no sentido da destruição económica. Má sorte nascer Português num estado partidário de gente autista e impreparada.

HU JIA

«Hu Jia é um dos mais proeminentes activistas dos direitos humanos na China. Tem dedicado a sua vida a diversas causas, desde as questões ambientais, à protecção de doentes de HIV. É igualmente um dos responsáveis pela realização de um inquérito oficial ao massacre da Praça de Tianamen, em 1989, e um dos coordenadores do "Movimento de Advogados de Pés Descalços".

Em 27 de Dezembro de 2007 foi preso juntamente com a sua mulher, Zeng Jinyan, após o seu testemunho através de uma teleconferência com a Subcomissão dos Direitos do Homem do Parlamento Europeu – uma acção que, segundo a Amnistia Internacional, fez parte da campanha de repressão que o governo de Pequim levou a cabo antes dos Jogos Olímpicos de 2008. Foi acusado de "incitar à subversão contra o poder do Estado".

Nessa altura, Jia tinha também publicado uma carta aberta onde dizia: "Os Jogos Olímpicos vão ser realizados num país onde não existem eleições nem liberdade religiosa...onde a tortura e a discriminação são suportados por um sofisticado sistema de polícias secretas".

Foi libertado em Junho deste ano após três anos e meio de cativeiro.PRÉMIO SAKHAROV para a liberdade de pensamento - 2008»
Gigante económico, anã na democracia, a China do Estado socialista pragmático - e do modo capitalista - ergueu à volta do seu regime Imperial uma enorme muralha de restrições. Qual cidade proibida que teme a sua Tianamen, a falta de liberdades, a tortura e a repressão fere a sua afirmação no mundo como bem sabe Hu Jia, activista cívico Chinês. A ilusão da manutenção de um “exército terracota”, que mantenha o Império do Meio unido, “paradoxa” na repressão aos activistas e à liberdade. O gigante só deixará de ser de pés de barro, quando derrubar a muralha e abrir o seu império ao “sol democrático”.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

REPRESENTANTES DA PRIMAVERA ÁRABE

"No ano de 2011, o Prémio Sakharov foi atribuído a cinco representantes da Primavera Árabe: Asmaa Mahfouz (Egipto), Ahmed al-Zubair Ahmed al-Sanusi (Líbia), Razan Zaitouneh (Síria), Ali Farzat (Síria) e, a título póstumo, Mohamed Bouazizi (Tunísia).

Na altura da escolha do prémio o Presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek afirmou: "Estas pessoas contribuíram para mudanças históricas no mundo árabe. Este prémio reafirma a solidariedade e o apoio firme do Parlamento Europeu à sua luta pela liberdade, pela democracia e pelo fim dos regimes autoritários".

Asmaa Mahfouz

Asmaa Mahfouz é uma das fundadoras do movimento juvenil egípcio "6 de Abril", ao qual aderiu em 2008. A opressão de jornalistas e activistas pelo regime de Mubarak e o exemplo tunisino levou-a a organizar os seus próprios protestos. Os seus apelos à liberdade, colocados no YouTube, Facebook e Twitter, foram vistos por centenas de milhares de pessoas e levou-as à Praça Tahrir, para aí pedirem reformas democráticas, justiça social e respeito pelos direitos fundamentais. Asmaa Mahfouz foi detida sob a acusação de difamação dos dirigentes militares egípcios e presente a um tribunal militar, tendo sido libertada sob fiança devido às pressões de proeminentes activistas.

Ahmed al-Zubair Ahmed al-Sanusi

Ahmed al-Zubair Ahmed al-Sanusi foi o "prisioneiro de consciência" com mais tempo de detenção na Líbia. Em 1970, foi acusado de conspiração numa tentativa de golpe contra o Coronel Kadhafi e passou 31 anos na prisão, muitos deles em regime de isolamento. Membro do Conselho Nacional de Transição, está agora a trabalhar pela liberdade e pela democracia na era pós- Kadhafi.

Razan Zaitouneh

Razan Zaitouneh é uma activista dos direitos humanos na Síria. Fundou um blogue intitulado SHRIL, onde divulga regularmente as atrocidades cometidas no seu país. Através deste blogue, apela à comunidade internacional para pôr cobro à violência sofrida pelos manifestantes, mantendo igualmente contactos regulares com os meios de comunicação social internacionais para que estes dêem testemunho da situação na Síria. Razan Zaitouneh está actualmente escondida das autoridades, que a acusaram de ser uma agente estrangeira. O seu marido e o seu irmão encontram-se detidos.

Ali Farzat

Ali Farzat é um caricaturista político e um conhecido crítico do regime de Bashar al-Assad. Com o crescimento da actual revolta na Síria, iniciada em Março, Farzat tornou-se mais directo nas suas caricaturas anti-regime, visando especificamente al-Assad. Em Agosto, foi espancado pelas forças de segurança sírias, que fracturaram as mãos de Farzat e lhe confiscaram os desenhos, tendo-lhe depois dito: "Isto é apenas um aviso".

Mohamed Bouazizi

Mohamed Bouazizi era um vendedor ambulante tunisino, cuja auto-imolação, em Dezembro do ano passado, esteve na origem dos motins que despoletaram a revolução tunisina e o consequente derrube do Presidente Ben Ali. Esta revolta inspirou manifestações e revoluções noutros países árabes, como o Egipto e a Líbia, movimento que ficou conhecido pela designação de "Primavera árabe".

Numa altura em que a Europa parece esquecer o modelo social e o seu ADN solidário e de compromisso, Asmaa Mahfouz (Egipto), Ahmed al-Zubair al-Sanusi (Líbia), Razan Zaitouneh (Síria), Ali Farzat (Síria) e, postumamente, Mohamed Bouazizi (Tunísia), representam a denominada Primavera Árabe do Grande Magreb ao Sudoeste Asiático - a que ironicamente alguns podiam chamar de “grande Club Med Árabe Magrebiano da liberdade”. Se a Tunísia, a Líbia, o Egipto, ganharam já o primeiro round, a história do combatente pela liberdade Sírio, ainda se escreve a sangue de Damasco à fronteira da Turquia.

GUILLERMO FARINAS

Ao todo, foram 24 as greves de fome que Guillermo Fariñas já levou a cabo em protesto contra o regime cubano com o objectivo de promover uma mudança política pacífica e a liberdade de expressão no seu país.
Doutorado em Psicologia, jornalista e dissidente político, Fariñas fundou a agência de notícias independente de Cuba, mas foi obrigado a encerrá-la pelas autoridades cubanas.
A sua luta centra-se na libertação dos muitos presos políticos existentes em Cuba e a sua última greve de fome deveu-se precisamente à morte controversa de Orlando Zapata Tamayo, um prisioneiro de consciência falecido após 82 dias de greve de fome iniciada pelas mesmas razões.
Numa carta enviada a Raúl Castro, Fariñas exortou-o a demonstrar ao seu povo e ao mundo que o compromisso de mudança manifestado à imprensa era verdadeiro e solicitou a libertação dos presos políticos. Cuba negou a sua existência.
Tal como aconteceu a outros galardoados cubanos com o Prémio Sakharov, Fariñas não foi autorizado a viajar até França para receber o prémio.
Uma cadeira vazia no hemiciclo de Estrasburgo simbolizou a sua presença. Numa mensagem gravada, o dissidente apelou à União Europeia que continue a pressionar Cuba para que respeite os direitos humanos e não se deixe enganar pelo “regime de comunismo selvagem” de Cuba.
PRÉMIO SAKHAROV para a liberdade de pensamento - 2010
Ser dissidente é discordar de uma política oficial, de um poder constituído, de uma decisão colectiva. Farinas têm tudo isso relativamente ao poder constituído em Cuba. A liberdade de expressão e pensamento que Farinas, psicólogo e jornalista independente, vencedor do ciberlibertad dos repórteres sem fronteiras defende, não é aceitável pelo poder Cubano que vê na sua dissidência, o perigo colocado pela oposição à ortodoxia e estabilidade do regime. A sua última obra “Radiografia de los miedos en Cuba” é o retrato de uma sociedade dividida ao meio e dominada pelo medo.

O QUE MOVE PASSOS? A FÉ?

Todos sabemos que há aumentos de taxas que significam diminuição de receitas. Todos sabemos que o estado Português está em colapso financeiro. Então porque teimam políticos impreparados como Passos Coelho em tomar medidas que agravam as finanças públicas?

«O aumento do IVA no sector de alimentação e bebidas de 13 para 23 por cento irá levar ao encerramento de 21 mil empresas e à perda de 47 mil postos de trabalho.

A garantia foi dada esta terça-feira pela Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) que garantiu ainda que este aumento vai trazer «uma significativa diminuição das receitas fiscais, causando o efeito inverso desejado pelo Governo».

GOVERNO DE SALVAÇÃO NACIONAL

O governo PSD/CDS com muita gente saída das juventudes demonstra não estar à altura dos acontecimentos a que criminosas gestões partidárias nos trouxeram e obviamente os governos anteriores - sim porque não nos podemos esquecer de Isaltino's, de Pedro's Santana Lopes (que construiu 10 piscinas a 2.500.000€ cada, hoje muitas sem dinheiro para os combustíveis e às moscas duplicando estruturas já existentes e sem gastos para o estado).

Basta estar atento ao artigo de Carlos Oliveira Cruz para perceber que este orçamento vai falhar do lado da receita e a que a história do cão atrás da cauda vai ser uma certeza.

A necessidade óbvia de reestruturar as empresas de transporte é assim uma necessidade e uma urgência num país que a breve trecho necessitará de um governo de salvação nacional.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

GUARDAR A ALMA NO BOLSO

O meu amigo Barbeiro está a passar mal, em devaneios existenciais. Diz ele em surdina: "Há dias em que a alma me dói tanto que fico com a ideia de ter uma! Nesses dias não sei se me devo ir nela ou se a devo guardar no bolso".

Pois, Barbeiro, o conselho que lhe posso dar é que a ponha no bolso, que poderá ter de a usar novamente...

Irra! E ainda diz o meu amigo Barbeiro que é tempo de austeridade!

AO MIGUEL ESTEVES CARDOSO, À MARIA JOÃO E AO IPO


Conheci o Miguel Esteves Cardoso, téte à téte, nada mais, entre um croissant gelatinoso e um livro de antropologia, na cantina da Nova à Av. de Berna. Quando o conheci estava rodeado de jovens fêmeas, num acto de charme libidinoso de engate de escritor consagrado e de professor laureado... ou terá sido o contrário? Achei-lhe graça e resolvi conhecê-lo melhor, comprei-lhe os livros todos. 

Durante uns anos Miguel, o escritor, a pessoa, desapareceu das estantes. Conheci-lhe mais tarde as histórias e os tormentos, num daqueles semanários cor-de-rosa de consultório que nos enche de bâton por todos os lados. Ontem conheci-o novamente e reparto-o aqui com os meus amigos em apoio ao Miguel, à sua mulher Maria João e ao IPO, uma parte daquele Estado que merece de nós uma palavra de gratidão.

“O IPO consegue ser uma segunda casa. Nenhum outro hospital consegue ser isso. Podem ser hospitais muito bons. Mas não são como uma casa. O IPO é. Há uma alegria, um humor, uma dedicação e uma solidariedade, bem-educada e generosa, que não poderiam ser mais diferentes da nossa atitude e maneira de ser - resignada, fatalista e piegas - que são o default institucional da nacionalidade portuguesa. É graxa? Para que tratem bem a Maria João? Talvez seja. Mas é merecida. Até porque toda a gente que os três IPO de Portugal tratam é tratada como se tivesse direito a todas as regalias. Há muitos elogios que, não obstante serem feitos para nos beneficiarem, não deixam de ser absolutamente justos e justificados.

Este é um deles. Eu estou aqui ao pé de ti. Como tu estás ao pé de mim. Chorar em público é como pedir que nada de mau nos aconteça. É uma sorte. É o contrário do luto. Volta para mim.»

É A HORA! SERÁ, TALVEZ, UM DIA!

Há coisas que não se apagam com a antiguidade. O olhar determinado, o sinal charmoso, a cor do verniz.  

Hoje o reitor Nóvoa, que não pertence aquele quadro, naquele congresso magistral onde parece se velava a UE, glosou Bocage sobre o caminho Europeu. Perguntou: quem somos, de onde vimos, para onde vamos. Esqueçamos o colectivo. Pensemos no individual. É bom partilharmos o nosso passado, mostrando quem somos, de onde vimos, para onde vamos. Aconchega-nos a alma, mesmo por caminhos desencontrados, a nós e a eles. Estamos vivos e com um sorriso na alma! Afinal, como dizia Pessoa, "Ó Portugal, hoje és nevoeiro... É a Hora!". Será, talvez, um dia!

ORGANIZAÇÃO MEMORIAL

Fundada em 1988, a organização não governamental Memorial reuniu documentos, acompanhou e procurou repor a verdade sobre as violações dos direitos humanos na Rússia e em outras repúblicas da ex-URSS, numa tentativa de lhes assegurar um futuro democrático.
Ao longo dos anos, conseguiu mais de 1.300.000 nomes de pessoas perseguidas, tendo em vista criar um arquivo, acessível ao público, de documentação histórica sobre as consequências da repressão totalitária.
Através do seu trabalho de protecção dos refugiados e vítimas de discriminação e de repressão política, a Memorial contribuiu para a aprovação da lei sobre a reabilitação das vítimas de repressão política e para a instituição do Dia de Evocação das Vítimas da Repressão Política nos países da ex-URSS.
O preço pago foi alto. Em 2008, a ONG viu confiscados pelas autoridades russas os discos rígidos com a totalidade do arquivo dos crimes cometidos durante o período estalinista. Um ano depois, a sua representante em Grozny, Natalia Estemirova, que investigava crimes na Checénia, foi raptada e assassinada. No mesmo ano, outros dois colaboradores foram mortos nas mesmas circunstâncias.
O prémio foi atribuído a três representantes: Sergei Kovalev, Oleg Orlov e Lyudmila Alexeyeva, os dois últimos também detidos no passado devido à defesa dos direitos humanos na Rússia.PRÉMIO SAKHAROV para a liberdade de pensamento - 2009

Apesar da “Memorial” que tenta contrariar o branqueamento histórico e afirmar-se como "património mundial da verdade histórica", resquícios estalinistas/totalitários repousam ainda em áreas da ex – URSS pós- Perestroika - podendo afirmar-se no capítulo dos direitos humanos, glosando E. M. Remarque, que "a Leste ainda muito pouco de novo". Para quem julga as liberdades irreversíveis e a memória histórica consolidada, esta ONG é exemplo de luta contra a fragilidade democrática de alguns regimes/culturas e contra a violação da memória do passado - projecção das saudades do futuro.