sábado, 12 de fevereiro de 2011

PSD, O IRMÃO GÊMEO DO PS?

Passos ao inviabilizar a moção de censura, está a cometer aos olhos dos Portugueses o mesmo erro do seu vizinho de bancada.

Sendo a credibilidade de tomada de posições o único elemento que já interessa aos Portugueses sem os taticismos miseráveis que  descredibilizam, um chumbo da moção de censura com o argumento hipotético de um abstracto interesse nacional selará o definitivo carimbo dos Portugueses: gêmeos idênticos, na mentira e na falta de confiança camaleónica detectada pelos Portugueses.

Afinal votar no PSD para quê, se são idênticos nas inverdades e na política? 

Penso que o PSD na hora do voto, a continuar por este caminho, ainda irá ter uma surpresa!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

NÃO CONSOMES, NÃO TENS. A MENSAGEM DO PRESIDENTE ALEMÃO.

Presidente Alemão quer vender mais carros da Autoeuropa em Portugal.

Este aviso do Presidente Alemão face aos 5% de carros da AutoEuropa que ficam em Portugal é significativo da falta de visão dos governantes Portugueses e de  distracção antiga de quem de direito.

Cavaco diz que a AutoEuropa é um caso de sucesso. O Presidente Alemão quer é vender mais carros em Portugal. Cavaco ainda tem a mentalidade do incorporador subcontratado em vez do produtor de toda a cadeia, criador de marca, da mina à loja de centro.

Sempre achei que este fosse um motivo para o investimento estrangeiro, ou seja não há investimento estrangeiro que não queira vender no país instalado. Dá margem de segurança, aos investimentos multinacionais, principalmente  no sector automóvel, contar com consumo interno. 

É por isso que uma política inimiga do automobilista é também uma política inimiga do investimento neste sector.

O problema costumeiro é a total dependência do OGE dos impostos via mobilidade. 

A não ser que Sócrates sente à mesa os grandes empresários Portugueses e lhes diga que em vez de explorarem os Portugueses com couves amargadas aos produtores ou importadas, ou centros comerciais de pobres retalhistas, ou bancos com taxas de intermediação pagas 20% e recebes 1%, precisamos é de negócios menos leoninos, trabalhosos e de risco.

 

FÓRMULA ETERNA: SOBE SOBE CRISE SOBE, VEM FICAR NA NOSSA TERRA...


Os jornalistas do costume, os enfeudados e que se vendem na produção de notícias por seis dinheiros, lançaram este tema magistral.
Os avisos de quem avisa!

Assim, Sócrates já percebeu o modus operandi para não mais ser apeado do poder em Portugal.

É só ir dourando a crise, como quem doura a pílula do adormecimento.

Como o topamos, sua iminência!

EFABULAÇÕES OU MANTEIGA

Seis anos depois de aceder ao poder Sócrates dixit:

Sócrates: «Precisamos de mais fábricas, produção e emprego»

Seis anos depois de destruir produção, emprego e empresas com políticas fiscais ruinosas e perseguições aos pequenos e médios empresários Sócrates descobre o óbvio.

Mas como homem de convicções irregulares e temperamento inconstante o que é hoje não será amanhã.

Como só lhe interessam resultados que o mantenham e à clique no poder, está-se borrifando para os dramas humanos que não lhe pagam o Armani impecavelmente engomado. 

 

A GALP, O MONOPÓLIO, O REGULADOR E A LOCUPLETAÇÃO DE LEI

O modelo económico existente em Portugal (e no mundo) está esgotado.
É impossível viver e sobreviver num mundo onde a única voz que se faz ouvir é a voz do metálico das moedas sem gente ao lado.
Esta notícia que poderia nos satisfazer, que nos devia satisfazer, no entanto revolta-nos.

Revolta-nos por nos sentirmos cada vez manipulados, roubados, gozados por uma clique que nos mata todos os dias, que nos esfola, que só não nos come a carne  e nos bebe o sangue porque não pode.

Enquanto velhos morrem duas vezes em nove anos de assentamento no chão gélido da sua cozinha e da nossa consciência e indiferença a GALP, GRUPO DE ATAQUE E DE LOCUPLETAÇÃO PORTUGUESA pela indiferença e pequenez do regulador sequestrado, "  chula"  os Portugueses com a cantiga da boa empresa Portuguesa.

Querem continuar a privatizar os lucros e a colectivizar a pobreza?
Façam-no! Mas depois não se queixem da opulência animalesca portas meias com a pobreza dos famintos e espoliados. 

A MORTE INDIFERENTE DA VELHA SENHORA OU VIVER E MORRER EM PORTUGAL

A morte indiferente da velha senhora salva pelo gong ao retardador do fisco, o tal que nos acompanha do nascimento à tumba, agora mais eficiente na avassaladora pena dos trabalhadores a prémio, que penhora primeiro e pergunta depois, é não mais que a nossa própria morte.
Uma morte revestida a indiferença, revestida a ouro de lei da lei sem senso, sem compaixão, cinzenta e sem cor, uma morte de quem há muito cravou o destino de um Portugal demasiado manipulado pelo vizinho e pelo outro.

Quando uma inteligência parda resolveu distribuir prémios pelo funcionários do fisco para abocanhar tudo o que pudesse em impostos, não foi a eficiência que se encontrou. Foi a indecência de se pensar o país como um enorme alforge onde se pudesse continuar a fazer o trade-off entre as pessoas e a manutenção de ordenados, não só escandalosos mas impraticáveis para aquilo que é a realidade económica. Muitos ainda não perceberam que governar é manipular os dinheiros de todos mas na exacta medida que favoreça as pessoas. Há muito já passamos esse tecto, o tecto do primeiro estão as pessoas. O anel de frodo toca quem se põe em bicos de pés a pensar que pode pensar pelos outros e destinar a nossa vida.

A morte desta senhora às mãos de uma sociedade cada vez mais desumana e cruel, reflecte aquilo que já sabemos na prática. É a nossa morte que está li reproduzida, a morte da indiferença, a morte dos braços caídos, da aceitação de tudo com pouca acção, ou nenhuma, para além de um encolher de ombros ou de um passo à frente.

As corporações então são o melhor.
Uma polícia que não existe em Portugal, não por falta de efectivos, mas por falta de comparência na função. Antes os problemas pessoais dos agentes não se resolviam nas esquadras, sendo a polícia como corporação, ao contrário de outros países, invisível aos olhos dos cidadãos, chegando invariavelmente atrasada aso locais das ocorrências. A responsabilidade seguinte é a dos tribunais, de quem faz as leis e estabelece uma burocracia sem senso e encerra a vida num emaranhado complexo pouco próprio de qualquer simplex. O processo do simplex tornou-se ele próprio o seu contrário. As leis em Portugal visam normalmente criar mais um nível de dificuldade no acto simples que é, ou devia ser, a vida de uma pessoa.

A seguinte a das famílias desprovidas de valores, de garra para combater pelo seu país, de egoísmo exacerbado fechadas em Portugal nas classes elitárias no eu e os outros, sendo normalmente os mais responsáveis, os Pilatos de Portugal, os que mais vertem lágrimas de crocodilo por situações que reflectem a miséria de um país sem rumo dentro de cada um de nós.

É esta a imagem do desgraçado Portugal real do ano da graça de 2010?

É, mas podia ser outro, se cada um de nós quisesse mudar-se mudando colectivamente Portugal.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

E AGORA PSD?

Vão continuar a praticar a política PS da hipocrisia, do autismo de não ouvir o país que tem afundado o país?

Vão continuar a votar com o PS, como o fizeram contra a proposta do CDS no que diz respeito aos falsos recibos verdes, jovens e velhos que são roubados à mão armada de mais de 60% do seu rendimento?

PORQUE MOURINHO É MOURINHO E BENTO, BENTO

Não sendo um homo futebolista tinha para mim que o CV nunca seria utilizado para guerras futebolísticas.
Ma como o que está em causa é mais um problema de expectativas e de gestão estratégica da nossa grandeza e ambição vou discorrer sobre o Portugal versus Argentina.
Bento, que é Bento, cometeu ontem a sua primeira asneira. Asneira que pode ter sido induzida pelos poderosos, sejam eles jogadores, clubes ou treinadores de clubes. Ao retirar parte da esquadra cometeu o erro da falta de ambição de tudo ganhar, própria do mestre José Mourinho e a construção de um Armada Invencível.
É que quando se quer ser o melhor só há um caminho e é esse o caminho que diferencia um razoável Bento de um mestre José Mourinho.

P.S. Post sujeito à tarja do óptimo ou da descrença nacional

SINAL DE HUMOR

Num país onde as notícias parecem sempre mais negativas que positivas o CV resolveu auditorar os seus próprios posts, como forma possível de analisar se está em linha com a onda de pessimismo radical que se abateu sobre o país.

Assim, durante uma semana emolduraremos com uma tarja, do vermelho ao verde, passando pelo neutro amarelo, a imagem de marca do humor postante.

Começaremos já por esta, que por envolver assumida autocrítica , COISA MUITAS VEZES RARA E POUCO VISTA (NÃO É VERDADE SR. DESCANSADO E REFORMADO SILVA) ficará revestida a verde.

PORTUGUESES TIRAM DINHEIRO DOS PPR PARA COMPRAR CARROS

«Portugueses tiram dinheiro dos PPR para comprar carros»


Esta notícia dos Portugueses estarem a tirar dinheiro dos PPR para comprar carros pode ser vistas sob duas ópticas.
A óptica de quem acha que os Portugueses são seres irracionais e que se regem pela racionalidade do deslumbramento e do status.

A segunda, a óptica de quem já incorporou o automóvel como um bem essencial no panorama do país com graves problemas de ordenamento territorial.
Em qual dos dois se sente a viver, OU DEFINITIVAMENTE NÃO HÁ TRADE-OFF NA ESCOLHA?

O MERCADO DO GÁS NATURAL

Trabalho assinado e elaborado em âmbito de Mestrado de Gestão/MBA, 2010, por  Ivone Ferreira, Maria Meque, Mário Belchior,Marisa Santos, P.A.S.


1.   INTRODUÇÃO
O objectivo deste trabalho é o estudo e análise do sector do gás natural, em Portugal, numa perspectiva de percepção, enquadramento e classificação/verificação das suas diferentes fases num destes quadros: o de ambiente concorrencial, o de monopólio, ou mesmo o do oligopólio. Debruçando-nos sobre as diferentes fases da cadeia de valor do sector do gás natural em Portugal, com breve recurso de compreensão e desenvolvimento do enquadramento histórico no circuito produtor – consumidor e na percepção da construção dos custos de transacção, abordaremos o mercado holisticamente, não sem fazer uma apreciação segmentada das três fases da cadeia: o aprovisionamento, a infra-estrutura, a comercialização. O aprovisionamento que não é mais que a importação do gás natural; a infra-estrutura que se consubstancia no transporte, na regaseificação, na armazenagem e distribuição; a comercialização que se efectua aos produtores de electricidade, aos clientes industriais, aos clientes residenciais e aos comerciais.  
A metodologia seguida será a da confrontação dos dados sobre o mercado real, com os elementos base que caracterizam os ambientes de mercado, e a sua análise - confrontação numa óptica holística ou tripartida já que é assente, pelos estudos da histórica Galp Energia[1], a existência de três fases distintas no processo - fases essas aludidas supra.  
Os resultados esperados serão assim a confirmação, ou não, da existência de um verdadeiro mercado liberalizado, se bem que à partida a sua classificação goze do estatuto de afirmação da própria Galp Energia (Energia, 2010), da liberalização na importação/aprovisionamento, da regulação na infra-estrutura, da regulação e liberalização na comercialização e se essa liberalização corresponde, no efectivo, a que tipo de modelo de mercado.
2.   DESENVOLVIMENTO
HIPÓTESES DOS MODELOS
Enquadramento do Mercado de Gás Natural Português na Europa e no Mundo
 O objectivo da introdução do gás natural em Portugal, em 1997, está claro numa newsletter da Galp Energia e resume-se à disponibilização de uma energia para o país, competitiva, cómoda, ecológica, diversificadora dos recursos energéticos, redutora da dependência do petróleo, aumentadora da competitividade da indústria nacional. Diz a newsletter (Energia, 2010): “A Galp Energia liderou este projecto nacional, participando em todas as etapas do desenvolvimento deste sector em Portugal, quer na construção das infra-estruturas de alta a baixa pressão, quer na criação de raiz do mercado de gás natural em Portugal”.
O gás natural é uma fonte de energia do tipo fóssil, representando actualmente cerca de 25% do consumo energético mundial, tendo sido a fonte de energia com maior crescimento de consumo desde os anos 70. Actualmente posiciona-se como a segunda fonte de energia mais utilizada a nível mundial, a seguir ao petróleo, sendo considerada a energia primária do século XXI, como o petróleo o foi no século XX e o carvão no século XIX.
Figura 1 – Principais Mercados de Gás Natural

Organização industrial do mercado do gás natural
A indústria do gás natural caracteriza-se por ser uma indústria de escala, fortemente capital - intensiva e altamente concentrada, em que as suas características tecnológicas intrínsecas ao nível dos vários elos da fileira industrial fomentam a existência de monopólios naturais. Especialmente as actividades do transporte e distribuição, por envolverem grandes investimentos na construção de infra-estruturas relativamente complexas, com uma vida económica longa e de utilização específica, são claramente actividades de escala, criando também e, por isso, fortes barreiras à entrada de novas empresas no mercado.
Pelo facto da exploração e produção do gás natural estar muito ligada à actividade petrolífera, as grandes empresas que operam nestas actividades da fileira são, globalmente, as mesmas, enquanto as actividades de transporte e distribuição de gás se assemelham bastante mais ao sector da electricidade, sendo muito mais heterogéneo o figurino de actividade ao nível destas actividades de “downstream”.
Tradicionalmente, o mercado do gás natural apresentava uma estrutura bastante simples, com reduzida flexibilidade e opções disponíveis, em que as empresas produtoras exploravam e extraíam o gás dos depósitos subterrâneos, que era posteriormente vendido às empresas de transporte, detentoras dos “pipelines”, e finalmente distribuído por empresas locais aos consumidores. A indústria era geralmente verticalmente integrada, extremamente linear, com os serviços de fornecimento de gás e o seu transporte e distribuição fornecidos como um pacote ao cliente final, com características puras de monopólio natural dominado por empresas públicas.
Figura 2 – Fileira industrial do gás natural, em mercado protegido
Por outro lado, os preços eram também regulados ao longo dos vários elos da fileira até ao cliente final o que, associado à posição monopolista das empresas de transporte e distribuição conduziu a uma quase ausência de competição no mercado e, consequentemente, à ausência de incentivos à melhoria nos serviços prestados e à inovação.
A estratégia de proteger o consumidor (e o lucro dos restantes elementos da fileira) através da fixação de preços limite na produção, utilizada em alguns países, acabou por ter efeitos perversos uma vez que a inexistência de incentivos ao seu desenvolvimento pela ausência de lucro de negócio acabou por conduzir a um desencontro entre produção e consumo, com quebras de fornecimento importantes em determinados países, nomeadamente nos Estados Unidos e Reino Unido. Este foi o modelo utilizado na grande maioria dos países até ao início dos respectivos processos de liberalização do sector, iniciado precisamente nestes dois países no final dos anos setenta e início dos anos oitenta.
Desde essa altura, e com intensidade e forma variável de país para país ou região para região, a indústria do gás natural modificou-se de forma dramática, passando a estar muito mais aberta à concorrência e à liberdade de escolha e troca por parte do consumidor. Essa abertura teve como implicação principal no modelo organizacional de mercado a desintegração vertical das diversas actividades de valor e a alteração das regras em cada uma delas, passando os fluxos comerciais a serem muito mais dinâmicos e competitivos.
Assim, com a desregulação do sector, o acesso às redes de transporte e distribuição de gás passou a ser teoricamente aberto a todos os eventuais operadores do mercado, podendo o cliente final negociar o seu fornecimento com qualquer empresa de distribuição local, regional, ou mesmo directamente com o produtor.
Figura 3 – Fileira industrial do gás natural, em mercado liberalizado

Esta estrutura industrial pode ainda variar de acordo com o tipo de regulação existente em cada mercado. De facto, e apesar da reestruturação e desregulação efectuada em certas actividades da fileira, é fundamental supervisionar e regular o mercado de forma a garantir que os agentes que possam a vir a auferir de uma certa forma de monopólio não beneficiem abusivamente dessa sua posição e, com isso, criem distorções na eficiência e normal funcionamento do mercado.
A regulação directa incide, de uma forma geral, sobre as actividades de transporte e distribuição devido às suas características intrínsecas de monopólios naturais, de forma a garantir um acesso à rede transparente, sem descriminação de agentes de mercado, e inibição de qualquer tipo de abuso de posição dominante.
As redes de transporte e distribuição passam também a funcionar apenas como tal, sem qualquer tipo de propriedade sobre o gás, sendo remuneradas por essa actividade de forma regulada, remuneração essa que inclui os custos do serviço de transporte propriamente dito, a manutenção das redes e os investimentos da sua expansão.
No que diz respeito às actividades de produção e de agente comercial estas não são habitualmente reguladas mas funcionam, naturalmente, segundo determinadas regras e enquadramentos legislativos. Os preços praticados são função da própria dinâmica da oferta e da procura e, por isso, reflectem a competitividade do mercado, não existindo regulação e imposição à sua marcação.
O processo de liberalização do mercado do gás natural na União europeia
Os processos de liberalização do sector energético iniciaram-se, de uma forma geral, no início dos anos 90, com a excepção do Reino Unido, com especial incidência a partir da segunda metade da década, altura em que foram publicadas as primeiras Directivas Europeias associadas a esta área.
As primeiras etapas deste processo de liberalização, incidiram em medidas que visavam assegurar a transparência dos preços praticados no consumidor industrial final, criando assim condições para uma efectiva liberdade de escolha de fornecedor (sem prejuízo da confidencialidade na concepção dos preços). As empresas de gás ficaram, a partir de então, obrigadas a comunicar ao Centro Estatístico das Comunidades Europeias os preços praticados e, mais relevante ainda, os detalhes da sua composição, assim como as características dos seus consumidores finais industriais, nos termos considerados pela respectiva directiva e com garantia total da confidencialidade das informações.
Apesar destas medidas implementadas, a liberalização do mercado encontrou alguns entraves, nomeadamente associados com:
·         Diferentes níveis de abertura dos mercados, que impediam o alcance das vantagens competitivas para os clientes;
·         Estruturas tarifárias inadequadas e grandes disparidades entre países e regiões ao nível das tarifas de acesso à rede para operações de transporte e distribuição, criando obstáculos à concorrência e gerando receitas para subvenções cruzadas;
·         Falta de interoperabilidade das redes de gás e de uma tarifação harmonizada para o transporte transfronteiriço de longa distância;
·         Concentração da produção e importação de gás num reduzido número de empresas e desenvolvimento lento das bolsas de gás, o que implicava dificuldades acrescidas para os novos operadores em adquirirem gás no mercado grossista em condições razoáveis;
Por outro lado, questões como a preservação da integração vertical das actividades nas empresas monopolistas, preços proibitivos no acesso à rede e ao gás armazenado e separação insuficiente entre a comercialização do gás e as actividades de armazenagem, transporte e distribuição, foram também identificados em diversos relatórios como inibidores do processo de liberalização.
A liberalização dos mercados não é por si só uma garantia de que esses mercados sejam verdadeiramente competitivos, i.e. que existam reais possibilidades de escolha entre fornecedores; este aspecto depende das características do mercado em geral, incluindo a existência de competição do lado da oferta, a possibilidade de acesso não discriminatório ao sistema de transporte existente e às infra-estruturas de armazenagem de gás, a remoção dos obstáculos à livre circulação do gás e a possibilidade de interoperabilidade das rede, entre outros.
O mercado do gás natural em Portugal 
O parágrafo anterior é suficiente para a percepção focada no nosso estudo que liberalização dos mercados nem sempre é sinónimo de verdadeira e efectiva concorrência nos mercados. A perspectiva e retrospectiva histórica da organização do mercado de gás natural em Portugal: “Até Fevereiro de 2006, o mercado português do gás natural estava dividido em duas grandes áreas: actividades de importação, armazenamento, transporte e regaseificação de gás natural, ou gás natural liquefeito, estavam sujeitas a uma única concessão atribuída a uma empresa do grupo Galp Energia, a Transgás. A distribuição local e regional era efectuada sob concessão ou licença atribuída a empresas de distribuição local ou regional, nas quais a Galp Energia – à excepção da Portgás – tem uma participação significativa. Os consumidores de gás natural com um consumo anual inferior a dois milhões m3 eram abastecidos pelas empresas de distribuição regional – as concessionárias – e local – as licenciadas – enquanto, que os consumidores cujo consumo anual era igual ou superior a dois milhões m3 eram abastecidos directamente pela Transgás. Para os grandes clientes, com consumos superiores a 50 mil m3, os preços não estavam regulados e eram fixados segundo uma lógica de mercado livre, concorrencial com outros produtos energéticos, e com base em contratos individuais. Para os clientes com consumos inferiores a 50 mil m3, a fórmula do preço e as actualizações referentes à taxa de inflação e ao preço do gás natural eram definidas nos contratos de concessão.” (Energia, 2010)
A transposição para a realidade actual também é entretanto feita: “A publicação do Decreto-Lei nº 30/2006, de 15 de Fevereiro, marcou a transposição pelo governo português da directiva comunitária sobre a liberalização do mercado de gás natural. Este diploma consagrou a liberalização dos mercados através do livre acesso de terceiros em condições de igualdade e determinou a separação das actividades comerciais das actividades de gestão de infra-estruturas. A directiva prevê também a existência de um regulador em cada estado-membro – no caso português a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos)  – e a obrigação de publicação das tarifas de acesso às diversas redes. Segundo a nova legislação, entretanto completada com o Decreto-Lei nº140/2006, de 26 de Julho, as distribuidoras de gás natural com mais de 100.000 clientes foram obrigadas a proceder à separação jurídica entre as actividades de distribuição e de comercialização de gás natural enquanto, que para as restantes foi apenas necessária uma separação contabilística entre as duas actividades. A nova legislação obrigou à criação de comercializadores de último recurso, que vendem gás natural a uma tarifa regulada, e de comercializadores livres cujo preço de venda do gás natural é fixado numa lógica de mercado livre. Para ambas as actividades é necessária a atribuição de uma licença por parte do Governo português. A nova legislação definiu também o calendário da liberalização do sector, que ocorreu até ao início de 2010.” (Energia, 2010).
A análise da cadeia de valor do sector do gás natural é entretanto apresentada: “As importações de gás natural entram no mercado português através de Espanha, pelos gasodutos internacionais que ligam Tarifa a Córdoba (Gasoduto Al Andalus) e Córdoba a Campo Maior (Gasoduto Extremadura) ou ainda através do terminal de regaseificação de GNL de Sines. O gasoduto internacional que liga Portugal e Espanha transporta o gás natural contratado à Sonatrach, na Argélia, que entra em Espanha através do gasoduto Europa-Magrebe. Este gasoduto liga os campos de gás natural de Hrassi R’Mel na Argélia à rede de transporte de gás natural de Espanha. O terminal de regaseificação de GNL de Sines recebe navios “metaneiros” adquiridos principalmente à NLNG na Nigéria.”
O transporte e distribuição de gás natural: “As redes de distribuição em Portugal, que são reguladas, dividem-se em três categorias: alta pressão, média pressão e baixa pressão. As tarifas para a utilização das redes são fixadas pelo regulador.
http://www.galpenergia.com/PT/investidor/ConhecerGalpEnergia/Os-nossos-negocios/Gas-Power/Gas-Natural/PublishingImages/ponto131%282%29.jpg
               A transposição da realidade também é entretanto feita: “A publicação do Decreto-Lei nº 30/2006, de 15 de Fevereiro, marcou a transposição pelo governo português da directiva comunitária sobre a liberalização do mercado de gás natural. Este diploma consagrou a liberalização dos mercados através do livre acesso de terceiros em condições de igualdade e determinou a separação das actividades comerciais das actividades de gestão de infra-estruturas.
               A rede de alta pressão é detida pela empresa Redes Energéticas Nacionais. Esta rede é, tipicamente, utilizada para o transporte de maiores quantidades de gás natural a distâncias maiores. A rede de média pressão estabelece a ligação entre as redes de alta e de baixa pressão. É a "espinha dorsal" que conduz à rede de baixa pressão. A rede de baixa pressão é detida pelas distribuidoras e liga cada cliente específico à rede de média pressão. Em Portugal, a distribuição de gás natural é assegurada por seis distribuidoras de gás natural - cinco das quais participadas pela Galp Energia - que exercem a sua actividade ao abrigo de contratos de concessão e por quatro unidades autónomas de distribuição de gás (UADs), também participadas pela Galp Energia, que operam ao abrigo de licenças.”
                 Por fim a caracterização dos segmentos de venda: clientes intermédios e finais: “As vendas de gás natural em Portugal estão divididas em três grandes sectores: o sector eléctrico, que inclui as centrais eléctricas da tapada do Outeiro e a TER (Termoeléctrica do Ribatejo), o sector industrial, no qual se inserem várias indústrias como a cerâmica, os têxteis, a indústria alimentar e do vidro, e as comercializadoras de gás natural que abastecem, por sua vez, os clientes com consumos mais reduzidos, como é o caso dos clientes residenciais e do pequeno comércio.
 “Tudo começou em Julho, quando a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) se insurgiu contra o aumento tarifário no gás natural proposto para o ano 2010-2011. A CIP liderou esta contestação desde o primeiro momento, com empenhamento directo do seu presidente, António Saraiva, que sabe perfeitamente o que representa o custo do gás na produção industrial, adianta Jaime Braga. Depois da ATP surgiu a reacção do sector cerâmico. Não podemos aceitar um aumento desta dimensão, que nem está devidamente justificado, refere Marcelo Sousa, vice-presidente da Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica (APICER). Cerâmica não entende desvios tarifários! A ERSE diz que na origem do aumento está um desvio tarifário, mas até ao momento não conhecemos nenhum documento que o demonstre financeiramente, considera Marcelo Sousa. Dando como exemplo as facturas pagas pela empresa que gere – a Matcerâmica, uma das maiores no segmento das louças -, o agravamento do custo do gás tem sido preocupante pois, entre 2008 e 2010, o preço médio do m3 de gás subiu 56%, o que é incomportável, refere. Como é que os empresários podem assumir compromissos com os clientes se, depois, sem aviso prévio, sofrem aumentos brutais na sua estrutura de custos? questiona.”[2]
Este excerto do jornal do Algarve é claro na assumpção da influência do preço no mercado do gás natural, mercado regulado e liberalizado na comercialização, regulado nas infra-estruturas e liberalizado na importação/aprovisionamento, sendo o preço imposto e regulado por uma entidade “reguladora”, a ERSE[3]. Uma das críticas está clara nesta posição da AHP[4] “Luís Veiga, da AHP, diz que dificilmente se entendem os critérios da ERSE e as parcelas que são incluídas no desvio tarifário, tal como ninguém sabe quem suporta os custos de funcionamento da própria ERSE” e releva também da experiência de alguns de nós como clientes intermédios neste mercado, da sensação de uma regulação pouco transparente, sendo inevitavelmente a repercussão de custos pouco transparentes completamente danosa às empresas. O presidente da ERSE, Vítor Santos, é citado neste excerto como tendo todos os documentos, nomeadamente os relativos a tarifas, publicados no sítio na Internet, total transparência. E adianta: “todas as decisões da ERSE são tomadas segundo as melhores práticas, com grande rigor e com base em contas auditadas”.
Poder de mercado, decisão óptima da empresa com poder de mercado tendo em atenção o impacto da elasticidade da procura e o impacto dos custos fixos, admissão da hipótese de custos marginais constantes e respectiva quantidade óptima que resulta do modelo em monopólio, comparação com o modelo concorrencial e efeitos do poder de mercado em termos de bem - estar social
Havendo desde já uma descrição perfeita do nosso problema podemos perguntar: é o sector do gás em Portugal sujeito de poder de mercado?
Para Baden Fuller, poder de mercado é o “poder de uma empresa aumentar os preços acima do custo da oferta sem que os concorrentes actuais, ou novos concorrentes, lhe retirem clientela em devido tempo”. Mas a definição de poder de mercado não tem correspondência no campo do direito da concorrência. Neste último campo, releva essencialmente a capacidade, ou não, de liberdade de actuação face às pressões do mercado. E uma empresa será qualificada como tendo uma posição dominante (isto é, um poder de mercado de tal grau) que se torna jus concorrencialmente relevante quando tenha a “possibilidade de adoptar comportamentos independentes que lhe permitem agir sem ter, nomeadamente, em conta os concorrentes, os clientes ou os fornecedores; tal sucede quando, devido à sua quota de mercado, ou desta em combinação com a posse de conhecimentos técnicos, de matérias-primas ou de capitais, dispõe da possibilidade de determinar os preços ou de controlar a produção ou a distribuição para uma parte significativa dos produtos em causa; que esta possibilidade não deve necessariamente resultar de um domínio absoluto que permita eliminar completamente a vontade dos seus parceiros económicos, bastando que ela seja suficientemente forte no seu conjunto para, garantir uma independência global de comportamento, mesmo quando existam diferenças de intensidade na sua influência sobre diferentes mercados” - Decisão da Comissão Europeia no caso Continental Can. E nos termos do artigo 82º do Tratado das Comunidades Europeias, proíbe-se a exploração abusiva da posição dominante. Proíbe-se, então, uma manifestação do poder (de mercado) conferido pela posição dominante e que consiste na capacidade de impedir a manutenção de uma concorrência efectiva, que tende a ser subsumida à capacidade de excluir concorrentes. Mas o abuso pode dar-se directamente sobre os consumidores e utilizadores ou indirectamente através do impedimento da concorrência efectiva, com as correspondentes perdas de bem-estar para aqueles agentes (WHISH 2003). Definição de poder de mercado não tem correspondência no campo do direito da concorrência. Neste último campo, releva essencialmente a capacidade, ou não, de liberdade de actuação face às pressões do mercado.
No estudo efectuado, a indústria do gás é um monopólio natural dominado por estados para a sua utilização. Contudo, a liberalização do mercado do gás natural está mudando consideravelmente em toda a parte do mundo, pois, nota-se o crescente aumento de companhias transportadoras, que vendem o gás  para os produtores e distribuidores, ou mesmo para os clientes directamente. Com as mudanças constantes  por causa da concorrência empresarial  e a liberalização nos mercados de gás, a indústria é testemunha das novas aquisições, reestruturação e reagrupamento dos serviços e negócios.
Um dos aspectos fundamentais segundo (Mata, 2009) da concorrência é a não influência dos equilíbrios de mercado, a homogeneidade do produto e a influência decisional negligenciável da empresa no preço, ou quantidades totais, transaccionadas no mercado. Na empresa com poder de mercado a maior diferenciação do produto significa maior grau de discricionariedade das empresas sobre o preço. A localização e concentração de matérias primárias, como o gás[5], conferem também alguma margem sobre o preço embora o seu poder de mercado não seja ilimitado, dado que subidas de preço envolvem segundo Mata “o custo de aceitar alguma redução na quantidade vendida”[6]. E isto para não falar de alguma substituibilidade de factor preço. O gás sendo um produto maioritariamente utilizado no aquecimento, ou mesmo na produção eléctrica, pode ser sempre substituído por combustível sólido ou energias limpas. Num mercado como o gás, não é também fácil perceber qual o valor da decisão óptima, dado que já vimos que no nosso mercado a formação de preço final depende de múltiplos operadores, todos eles interessados em maximizar o lucro. A formação do preço aparece, assim, como um acumulado de custos e margens que parecem competir exclusivamente com os produtos derivados. É indubitável, como diz Mata, que a decisão óptima da empresa encontra-se na quantidade para a qual o custo marginal igual a receita marginal (Mata, 2009, p. 207). Custos fixos domésticos não evitáveis neste sector (o terminal portuário de gás e os gasodutos) convivem, assim, com uma procura com alguma elasticidade. A chamada falácia do preço baseado no custo total (Mata, 2009, p. 214) é talvez um dos problemas mais graves que o sector do gás pode enfrentar em Portugal. Dado, como vimos, a relativa elasticidade da procura - gás no mercado doméstico, a subida do preço no mercado oligopolista mundial, pode tornar o gás e os investimentos com os gasodutos e terminais um produto prematuramente afundado pelo preço.
Os efeitos sociais do poder de mercado são, também, visíveis e obscenos. Efeitos perversos directos económicos, como os que redundam em Portugal em sectores transaccionáveis parasitados e destruídos pelos sectores não transaccionáveis, efeitos indirectos como o desemprego e a desigualdade final – também factor de inibição de sustentabilidade e Take Off económico. O Trade Off entre o excedente do consumidor e o excedente do lucro da empresa de monopólio recebe a designação de “perda de bem-estar” (Mata, 2009, p. 220). A esta transferência de margem para uns e perda para outros juntam-se as ineficiências e a improdutividade dos sectores. Em Portugal a percepção é que até os reguladores promovem esta ineficiência na sua actividade de reguladores de preços.   
3.   Conclusão
Com base no processo anterior[7] descrito, percebemos que do monopólio verticalmente integrado até 2006 passou-se através da transposição da Directiva 2003/55/CE para separação de actividades ao longo da cadeia de valor. Estabeleceu-se tarifas por actividades reguladas: uso terminal; armazenamento; uso global sistema; uso rede distribuição; tarifa de comercialização; Tarifa de acesso às redes; Tarifa de Venda a Clientes Finais…
O relatório (Silva, Fernandes, Lima, Monteiro, & al, 2009, p. 49) é claro, entretanto, a afirmar:” A regulação do preço do gás… definido para o utilizador final distorce o funcionamento do mercado…”
A introdução ao mercado do gás em Portugal, permite-nos entender que não só o mercado está dependente do poder de mercado do cartel dos produtores mundiais como do volátil mercado cambial mundial, dos incumbentes encarregados das infra-estruturas de transporte, da própria regulação e da própria atribuição do estado de concessões e licenças. O mercado do gás, pela sua própria complexidade é, em termos de custos de transacção, também palco daquilo que se denomina de racionalidade limitada. A informação assimétrica foi por nós detectada na queixa relativa à inexistência de informação relativamente aos custos de funcionamento da própria ERSE, com consequências no conhecimento transparente da formação dos custos. A cadeia de custos começa na importação aparentemente liberalizada no destino[8], no custo de utilização das infra-estruturas reguladas (dependência dos operadores de infra-estruturas, gasoduto Euromagrebiano e terminal marítimo de GNL e da próprios custos impostos e incorporados pelo regulador). A importação de gás está assim sempre dependente de infra-estruturas de transporte e entrada, criando-se um poder monopolista intermédio nos operadores das redes de distribuição mesmo (ou apesar de?) regulados.

Bibliografia

Energia, G. (22 de 11 de 2010). O mercado em Portugal. Obtido em 22 de 11 de 2010, de Galp Energia: http://www.galpenergia.com/PT/agalpenergia/os-nossos-negocios/Gas-Power/Gas-Natural/Paginas/Mercado-em-Portugal.aspx
ERSE. (15 de 06 de 2010). Comunicado. Obtido em 22 de 11 de 2010, de ERSE: http://www.erse.pt/pt/imprensa/comunicados/2010/Comunicados/COMUNICADO%20TARIFAS%20GN%20%202010-2011.pdf
Mata, J. (2009). Economia da Empresa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Morais, F. F. (07 de 2005). O mercado do gás natural: diversificação em contexto de mercado liberalizado. Obtido em 22 de 11 de 2010, de ISEG: http://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/1047
REN. (s.d.). Sistema Nacional de Gás Natural. Obtido em 22 de 11 de 2010, de REN: http://www.ren.pt/vPT/Gas/SistemaNacionaldeGasNatural/Pages/gas-natural_sistema-nacional-gas-natural.aspx
Silva, M. M., Fernandes, L., Lima, B. P., Monteiro, A., & al. (07 de 2009). Redução da Independência Energética de Portugal: um plano de acção sustentável 2010-2015 Grupo Trabalho cds.pt. Obtido em 11 de 28 de 2010, de cds.pt: http://www.cds.pt/pdf/relatorios/Energia.pdf



[2] http://www.jornaldoalgarve.pt/2010/11/novas-tarifas-abrem-guerra-no-gas-natural/
[3] Entidade reguladora do mercado energético
[4] Associação de hóteis de Portugal.
[5] Escassas, só existentes nalgumas zonas do globo e muitas vezes cartelizadas.
[6] Mais não seja por efeito rendimento. Mesmo que precisemos de um produto, o nosso rendimento pode não o permitir pagar…
[7] E neste relatório do grupo de trabalho (Silva, Fernandes, Lima, Monteiro, & al, 2009).
[8] Monopolizada ou oligopolizada na origem com alguma rigidez na procura dados os custos de substituibilidade e a própria escassez e modelo monopolista dos produtos substituíveis como o petróleo e a electricidade em algumas utilizações. 

A CAPTURA DO REGULADOR E OUVIRAM-NOS

Governo prepara novas regras no sector dos combustíveis
«Carlos Zorrinho, secretário de Estado da Energia e Inovação, garante que o Executivo está a preparar alterações no sector dos combustíveis.
Em cima da mesa está a regulamentação da lei de bases.
O Governo vai avançar com a regulamentação da lei de bases do sector petrolífero, uma medida que está, desde Fevereiro de 2006, nas gavetas do Ministério da Economia e que é apontada como uma das peças-chave para o reforço da concorrência no sector.
Entre os alvos de mudança promete estar, segundo o Diário Económico apurou, a área das infra-estruturas logísticas, hoje concentradas nas mãos dos grandes operadores petrolíferos (Galp, BP e Repsol), que limitam a capacidade de importação.
"Esta é uma das prioridades em que estamos a trabalhar, bem como na criação de um contexto que favoreça o aprofundamento da transparência de todo o mercado dos combustíveis", afirmou ao Diário Económico o secretário de Estado da Energia e Inovação, sem revelar pormenores. Carlos Zorrinho reagia às críticas do ex-presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Abel Mateus, que em entrevista à Rádio Renascença criticou o Governo por não resolver a falta de concorrência nos combustíveis.»
Ao contrário do que alguma certa arrogância pensa e fez escola, não fica mal a ninguém ouvir a sociedade civil. 
Para o efeito deixo-vos no P.F. post um estudo de de alunos da Uab do MBA/mestrado,  que aponta o modelo existente no sector dos combustíveis e a necessidade de combater o monopólio que se gera na gestão logística das plataformas.
Fosse o Sebastião pessoa mais lesta, não esquecendo que em economia de empresa e na relação entre Estado e empresas há um conceito que se  chama de "   a captura do regulador"   .

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SOCIEDADE HORRIBILIS

«Uma idosa esteve morta durante nove anos dentro de casa, na Rinchoa, sem que as autoridades ou familiares a tivessem procurado, segundo avançou o Correio da Manhã. Foi uma penhora por parte das Finanças que fez com que a nova proprietária descobrisse o terrível cenário.
Porém, na altura do desaparecimento, em Agosto de 2002, uma vizinha garante que estranhou a ausência e que alertou a polícia. A mulher explicou que os agentes recusaram-se a arrombar o apartamento, mesmo depois de terem sido alertados para o facto de o correio não ser recolhido e de o vale de reforma não ser levantado.
Passados nove anos, veio a encontrar-se o cadáver da idosa na cozinha, que completaria 96 anos no sábado, e o do seu cão na varanda.
O que afastou a hipótese de morte foi a ausência de mau cheiro.»
Esta notícia é horrível a vários títulos. 
É horrível porque demonstra a enorme solidão e egoísmo de uma sociedade indiferente perante o seu semelhante.
É horrível porque demonstra o estado de indiferença a que a polícia chegou.
É horrível porque demonstra como o Estado se apropria cada vez mais da propriedade privada, pela penhora marchar, marchar, sem ponta de solidariedade.

JÁ HÁ CLARIVIDENTES NO CÉU

Ainda sobre o assunto anterior podemos dizer que Já há clarividentes no céu!

«Esta estória dos reguladores só serve para dar tacho aos amigos do poder político.
Afinal que tipo de concorrência será possível ter quando apenas a GALP produz os combustíveis e aqui se forma o grosso do custo do bem. Todos os outros pseudo-concorrentes estão a juzante e apenas emprestam outros nomes para comercialização, mero pin-ups ... Logo não pode haver concorrência enquanto a GALP tiver o monopólio da produção ...entenderam seus anjinhos tonto».

O TIRO NO PÉ SEGUNDO ABEL MATEUS

O tiro no pé segundo Abel Mateus é algo que há muito se vem por aqui denunciando.

Curiosamente Abel Mateus vem dizer aquilo que já estava plasmado no trabalho colectivo sobre o sector do gás natural em Portugal. A liberalização e o a regulação quedam-se quase sempre em apregoar a liberalização dos sectores sem se cuidar de toda a linha logística que promove uma verdadeira liberalização de mercado. 

Baixar salários sem se baixar os preços dos não transaccionáveis, quando o problema da economia Portuguesa já era o razão transaccionável - não transaccionável é atirar combustível para o fogo da falta de competitividade da economia Portuguesa.

FIM DA LINHA PARA COSTINHA E LIEDSON



Liedson foi verdadeiramente na sua Marca (e como precisamos de marcas), um grande profissional e reflecte aquilo que mais me aborrece em Portugal. A ingratidão e a não recompensa do esforço, do mérito e dos resultados em detrimento da recompensa dos fala baratos e parasitas.

Os adeptos ferrenhos de futebol são para mim irritantes. Irritantes de burros, quero eu dizer. É que quando inflamados pela sua clubite, incapazes de pensarem e raciocinarem como gente, cegam como asnos. O adepto de futebol é um ser que gosta de se deixar enganar, pedem bis e re - bis e chamam os energumenos da máfia desportiva de... meu Presidente.

Os clubes de futebol suportados pelo pobre adepto são máquinas trituradoras de lealdades cegas clubistas onde só há um vencedor: o esperto dirigente desportivo que à conta da mão - de - obra esclavagista, do esclavagismo moderno do futebol e da burrice e cegueira do adepto/associado vai facturando na sua máquina registadora. Do hoje já comprei aqui, amanhã já vendi ali, as comissões vão fazendo milionários em pouco tempo, homens imunes ao poder político e judicial pelo seu poder de controlo das massas futebolísticas. 

E sim, os dirigentes não se comovem com o bom atleta, porque o vendem como se vende uma banana ou um nabo, nem que para isso tenham de levar os fiéis asnos adeptos às lágrimas. E aqui chegamos ao ponto fulcral que me arrepia. 

É que este sistema do futebol, da clubite exacerbada, desprovido de massa cinzenta, de análise das situações, já estará definitivamente plasmado na política das multidões lerdas das lealdades cegas e acríticas da política como forma de escolha de caminhos porque... sim!


E ele há melhor argumento do que o argumento acéfalo do porque sim?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A SRª MERKEL CONHECE OS TRATADOS?

«O Der Spiegel dizia ainda que a chanceler Angela Merkel também se mostrou aberta à ideia, e que o tema estaria na agenda das consultas seguintes entre os governos alemão, português e espanhol.»


Mostrar aberta à ideia?
A Srª. Merkel conhece os princípios da União Europeia, ou esta só serve para destruir as empresas nacionais e criar mercados de exportação dos produtos Alemães.

Façam lá o favorzinho de deixar entrar uns Portuguesinhos no mercado Interno Europeu do Espaço de Schengen.

Bolas, antes emigrar para Angola!

DADOS DA NAÇÃO

«Gabinete do sr. Sócrates:
436,70€/dia em combustíveis (aos preços de hoje são 4549 km/dia);
382,00€/dia em chamadas de telemóvel (são 53 horas/dia ao telefone);
370,00€/dia em deslocações e estadas;
750,00€/dia em despesas de representação;
276,00€/dia em refeições; Só aqui já vamos em cerca de 2.216€/dia, mas há mais:
220,00€/dia em locação de material de transporte;
72,81€/dia em telefone fixo;
1.434€/dia em aquisição de bens; Já vamos em cerca de 3.940€/dia.
Mais: 448 são as viaturas da presidência do Conselho de Ministros (gabinete do sr. sócrates e do sr. pedro silva pereira); Desde Outubro de 2009 Sócrates nomeou 71 pessoas para o seu gabinete, onde se incluem 13 secretárias e 20 motoristas;
No total é um gasto médio diário de 11.391€. ATENÇÃO QUE É POR DIA»
Não há povo que tal suporte!

O QUE PENSA UMA LUSITANA FIGURA

«Os anos de Sócrates e Guterres irão ser mais uma página negra na história da nação. Guterres vendeu a ideia que eramos europeus, logo ricos. Com isso, promoveu o descontrolo das contas públicas e privadas. Passámos de aforradores a gastadores. Sócrates, mestre da ilusão colectiva, apesar de ter todos os dados para perceber a tempo o caminho ruinoso que estava a trilhar, optou sempre pela 'fuga para a frente', persistindo na fórmula gasta do incentivo público para revitalizar a economia. Com o agravar da situação, não teve remédio senão carregar a economia real com impostos que se estão a revelar insuportaveis, que destruirão o pouco que ainda resta. Eu digo basta! Temos de voltar aos valores básicos da honradez, do trabalho e da justiça. Temos de respeitar a autoridade, aceitar desafios e sacrificios. Ganhar antes de gastar»

BCP E A POLÓNIA

«Pekao quer comprar banco do BCP na Polónia»

Como gestor e micro-accionista do BCP vos digo: se o BCP vender o negócio da Polónia, país de 40 MH, com um enorme  potencial de crescimento,  não contará mais comigo como cliente.

O que Soares Santos dirá desta miserável visão destes comissários políticos colocados a gerir empresas privadas.

DEMOCRACIA DE ASSEMBLEIA

Ao 'i', Henrique Neto ataca ainda o presidente do PS, Almeida Santos, acusando-o de censurar os críticos nas reuniões do partido. "Nas reuniões da comissão nacional, o presidente do partido, Almeida Santos, controla tudo. Só dá a palavra verdadeiramente a quem quer, corta a palavra, diz que não há tempo".
Até nas Assembleias de condóminos tal se verifica. 
Democracia de Assembleia!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O GRANDE EMBUSTE DA RTP DO SERVIÇO PÚBLICO

Por ordem aleatória os meus programas televisivos preferidos que penso se situam, com o contraponto no óbvio contraditório, na definição do domínio do verdadeiro serviço público:

O Eixo do mal
Plano Inclinado
Grande Reportagem
Expresso da Meia Noite
Sociedade das Nações
Europa XXI
Quadratura do Círculo
Negócios da Semana
Falar global
Eu Europa
Repórter TVI

Quantos se destacam pela taxa de serviço público RTP?
Quantos pela SIC de serviço ao público?

ESTÃO A MATAR PORTUGAL


No mesmo hospital onde se cruza a miséria a que chegou Portugal, a uma senhora acamada muito velha, sózinha, o enfermeiro de balcão perguntava à velha senhora se queria que ele chamasse a ambulância e se tinha dinheiro para  a pagar.
Ao que a senhora confusa, lá respondeu, a custo.  
Quanto é? Trinta Euros respondeu o Enfermeiro, ao que a senhora fechou os olhos e não respondeu.

E mais não soube, mas pergunto-me que País é este, que tem o Mexia a dizer que merecia ganhar mais de 3.100.000 por ano à custa da nossa electricidade, enquanto nos hospitais velhos e velhas são abandonados ao azar de terem nascido vizinhos de tão grandes Portugueses.

Não está na hora de voltar a nacionalizar EDP's e quejandas e correr com estes energumenos? 

CARTA AO PSD DE PROFESSOR

«Caros deputados do PSD,

Chamo-me Rui Santos e sou professor em actividades de enriquecimento curricular, vulgarmente designadas por AEC.
Exerço esta actividade para duas Câmara Municipais em diferentes escolas, auferindo um valor bruto de 12 euros por hora a recibos verdes.
O que perfaz um valor mensal 1050 euros, deste valor tenho de suportar a Segurança Social, as deslocações, um seguro profissional e ainda a retenção na fonte à taxa de 21,5%.

Com o aplicação do actual Código Contributivo, passo a ter que contribuir em 51,1% do valor dos meus recibos para o IRS e para a Segurança Social.
Sobrando-me 513 euros mensais para pagar as deslocações, o seguro profissional (obrigatório) e tentar sobreviver.

Não estou interessado em ter contribuir mais para o sistema de segurança social sob o fraco pretexto que terei agora direito a assistência a doença, sendo que a mesma só se aplica pós 30 dias de baixa.

Somos inúmeros professores na mesma situação e que pensam da mesma forma, para além dos professores existem 1 milhão de portugueses trabalhadores a recibos verdes, representamos 20% do trabalhadores existentes em Portugal, a maioria exerce um trabalho precário, sem direito a 14 meses de salário (eu recebo apenas 10), não temos direito a subsídio de desemprego, indemnizações, nem outras regalias.

Como nossos representantes espera que estas situações de injustiça fossem do conhecimento dos senhores deputados e que viabilizassem favoravelmente uma proposta que vêem diminuir uma injustiça.

Mas para o descontentamento de "muitos recibos verdes" o vosso grupo parlamentar (PSD) absteve-se, mostrando que deseja que a situação se prolongue e que o actual artigo previsto no código contributivo continue a vigorar.

Lamento que os senhores estejam tão afastados dos nossos problemas ou que estejam a espera do tempo político ou do protagonismo para se lembrar que existimos e temos o direito a sobreviver."»

MATARAM O GRATUITO DO SNS E DEIXARAM SÓ O TENDENCIAL

Hoje fui ao hospital para curar uma infecção respiratória.
Médica jovem, bonita, simpática, atenciosa, cuidadosa - que nem tudo é mau em Portugal. 
O hospital, o intragável labirinto que conhecemos, as hierarquias que desconhecemos, um hospital a fazer lembrar um pátio onde quem manda são as varinas das auxiliares e os marialvas dos seguranças, tudo corporações que não respeitam a hierarquia funcional de quem a devia juntar à autoridade hierárquica. 
À entrada o pagamento da taxa moderadora coisa pouca, 10€ - estava lembrar-me de todos os recibos verdes licenciados que auferem 1000€ de rendimento bruto e que expurgados de contribuições e retenções lhes sobra  para fazer face ao SNS tendencialmente gratuito pouco mais de 300€ por mês. À saída o lugar do estacionamento mais 7€ do SNS e mais 20€ de medicamentos (poucos) tendencialmente gratuitos.  
Tudo por um antibiótico não passível de ser aconselhado por um farmacêutico que poupava deslocação, estacionamento e custo de enfermeiro para a triagem, segurança para acompanhamento na deslocação interna do que pareceu mais de 500 metros até aos aerosóis e custo do acto médico. 
E ainda há quem pense que para salvar o SNS basta considerá-lo tendencialmente gratuito ou será que seria melhor tendencialmente bem administrado?
Finalmente, mas que raio significa o tendencialmente gratuito na boca de políticos do governo quando com numa pázada se deixa, fora impostos, 17€ para o Estado, mais uma parcela dos medicamentos de uma farmácia hospitalar?

O E-GOVERNEMENT DITADO PELOS PROVINCIANOS

Hoje a palavra de ordem é tudo o que seja government, tudo o que pareça simplificação é feito por uma só via: a via da Internet, do e - government com procedimento cívico taxativo pela mesma via.

Sabendo que só 48% do lares tem Internet não criar sistemas recorrentes paralelos é infoexcluir da democracia 52% dos cidadãos Portugueses. 

Afinal número bem parecido com os que regularmente cumprem os seus direitos de voto. 

E, então, vamos criar outro país menos tecnologicamente evoluído, ou Portugal e já só um jardim de 48%?

MEXIA: OS MEUS VENCIMENTOS ESTÃO ABAIXO DAQUILO QUE SE PAGA LÁ FORA

Com tanto gestor desempregado, que não fazia depender a sua competência do seu milionário ordenado, Mexe com qualquer um, um gestor de uma empresa na realidade a operar em monopólio e que vive dos 200€ da Dona Joaquina ou do fecho da empresa do transaccionável, dizer estas barbaridades. 
Tem Mexia consciência daquilo que está a dizer e da revolta que cria com as suas palavras?

É Mexia um ser humano, ou um homem cuja dimensão humana cabe apenas no seu - e não dos outros -imaginário?
Respeito muito mais a velhinha com 200€ de reforma que apesar da desumanidade de alguns dos seus conterrâneos, porque os recursos são escassos e a economia é de soma 0, que é esbulhada, do que aqueles seres que esperemos serão castigados no inferno sem dimensão humana que se locupletam.

O que pensarão filhos de pais destes, a não ser que estejam a ser criados para o egoísmo mais rasteiro?