sábado, 6 de março de 2010

A FRASE

«As pessoas e as empresas é que têm que se governar, porque o Governo desgoverna», considerou Belmiro de Azevedo.»

sexta-feira, 5 de março de 2010

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE PORTUGAL, PELO CORTA FITAS

Infortúnios de quem pede que lhe dêem música por José Mendonça da Cruz do Corta-Fitas

«O Partido Socialista fala bem aos Portugueses. Fala bem aos Portugueses há muitos anos. Infelizmente para os Portugueses, o que o PS tem para lhes dizer e aquilo que eles pedem ao PS que lhes diga dirige-se com cinismo certeiro às debilidades mais caracteristicamente portuguesas. E traduz-se em maus resultados: baixa produtividade, baixa competitividade, desemprego, desigualdade, atraso, desorganização, empobrecimento, subalternidade, desprestígio.


Mário Soares sabia falar aos Portugueses. Quando a preparação e o rigor seriam bens altamente benéficos para um país acabado de chegar à democracia, Soares cultivou um desprezo soberano pelos dossiers económicos e financeiros. O seu era o reino da bonomia e da política. Apodados de «tecnocratas» e descartados como incultos (a esquerda sempre usou a cultura como arma de arremesso) eram todos os que lançassem um olhar mais grave sobre o estado real da coisa pública. Soares tinha, é verdade, um módico de seriedade que o coloca a anos-luz de Sócrates, e - as coisas são o que são - soube recorrer a Ernâni Lopes na eminência da bancarrota.

Com Guterres, do esforço de 11 anos de Cavaco instando ao trabalho, ao rigor, ao esforço, à disciplina, às boas contas, não ficou pedra sobre pedra. Franco Nogueira citou no seu livro «Um político confessa-se» uma conversa em que Salazar lhe dizia: «Isto só se consegue puxando muito (...) Somos assim: temos grandes rasgos, somos capazes de grande coragem, e isto dura enquanto se puxa. Mas depois cai, e volta tudo atrás.»
Cavaco caiu e tudo voltou atrás com Guterres. O homem que nem sabia o PIB do país que queria governar, desgovernou-o agradando para um lado e o outro, aboletando a mesma legião de boys que disse que não aboletaria, protelando, gastando, engordando Estado e défice e dívida. Mas era fluente na pauta mágica: «É a vida.» «Não há-de ser nada.» «Distensão.» «Depois se verá.» «Salvo erro.» «Consenso.» «Qualquer dia.» Tinha, é verdade, um módico de bom senso e vergonha. Fugiu quando já se atolava no pântano.


Sócrates é bastante pior, Sócrates foi bem mais hábil.
Sócrates falou sobretudo à inveja. As farmácias, a culpa é das farmácias que ganham rios de dinheiro com os medicamentos dos Portugueses desvalidos. Os juízes, a culpa é dos juízes que fazem 3 meses de férias, privilegiados, preguiçosos, enquanto labutam os esforçados Portugueses. Os ricos, a culpa é dos ricos que merecem um Robin dos Bosques para finalmente serem ricos os pobres Portugueses. Os professors, a culpa é dos professores, relapsos e contumazes, calões que descuram os rebentos dos Portugueses. Os bancos, a culpa é dos bancos e banqueiros, que têm bónus e eficiência e lucros, que, se não os tivessem esses plutocratas, seriam o bem-estar dos Portugueses. Os funcionários, a culpa é dos funcionários, legião de inúteis, ingratos em postos vitalícios, insensíveis à crise, malandros.
E os Portugueses - demasiados Portugueses ... aliás, demasiados mortais - gostam que os convençam (mesmo não ficando convencidos) de que a culpa não é deles, é de outros. Assim consolados, alijados dos remorsos, os Portugueses deixaram ovinamente que Sócrates trouxesse a economia para os bastidores do poder e pusesse o poder nos bastidores da justiça, da informação, da construção, da banca, das empresas, da saúde, da cultura. Sócrates ajustou directamente, fez-se pioneiro distribuindo 900 milhões de euros nossos em Magalhães para as criancinhas, proclamou-se vanguarda por ter um superavit da balança tecnológica que afinal representa 6 horas do crescimento diário da nossa dívida. Dívida? Não importa. Sócrates invocou Keynes na vulgata, reuniu 2 construtoras e 2 bancos, e prometeu-nos um futuro risonho a pagar muitos comboios, aeroportos, auto-estradas e pontes, pela modernidade, contra a periferia. E pagou a propaganda e festa em nosso benefício com o nosso dinheiro 
O défice agigantou-se, os 9 impostos subiram, a economia estiolou, a dívida tomou o freio nos dentes, as falências diárias dispararam, a liberdade foi sendo condicionada, a mobilidade social caiu na comparação com toda a Europa, o desemprego bateu recordes. Mas Sócrates teve ainda a ajuda de uma crise internacional gravíssima com que procurou mascarar a sua própria, prévia e gravíssima crise. E aproveitou-a para nos falar ao descaso, ao improviso, ao gosto do assistencialismo, à nossa volúpia de saber como os estrangeiros nos olham e à nossa senda gloriosa no Mundo : «Temos que ser optimistas.» «Portugal é um oásis.» «Descansem que o Estado trata de tudo.» «Juntos venceremos a crise.» «Estamos muito melhor que os outros.» «Somos combativos.» «Não somos Velhos do Restelo.»
Mas era tudo mentira. Agora, os Portugueses começam a compreender que era tudo mentira. E que - se calhar - era verdade o que disseram bem a tempo os «pessimistas», a gente «de braços caídos», os «velhos do Restelo», e «a velha», e «a bruxa», e os «descrentes», e todos aqueles «com quem não se pode construir o futuro».

Os socialistas governam desde 1995, há praticamente 15 anos ininterruptos.
O estado da Nação é o seguinte:
Desemprego: mais de 10% da população activa. Mais de 20% dos jovens.
Défice público: 9,3% do Produto Interno Bruto.
Crescimento em 2009: -3%.
Gastos correntes do Estado: 44,1% do PIB, não incluindo juros da dívida pública.
Dívida Pública: 76,6% do PIB.
Dívida Externa: 110% do PIB (a riqueza produzida em 1 ano já não chega para pagar o que devemos).
Carga fiscal: 20,3% superior à média europeia.

Os Portugueses terão força e inteligência para tirar a conclusão seguinte?
Querem ruptura ou mais música?»
Um agradecimento ao Corta-Fitas pela lição de história que se subscreve

 

A CONCENTRAÇÃO DA INJUSTIÇA, OS TRICHET DA NOSSA VIDA

«Jean-Claude Trichet foi o mais bem remunerado entre os responsáveis dos bancos centrais de todo o mundo no ano passado.Presidente do Banco Central Europeu recebeu mais de 360 mil euros e 2009»
Numa hora em que a ordem é trinchar os salários, reduzindo-os a osso. Numa hora em que a recuperação dos lucros é quase total para os sectores monopolistas como a Edp e outras que tais, nesta hora em que alguns apelam aos sacrifícios dos outros, poderemo-nos perguntar: qual a diferença entre os tempos selvagens e utilitaristas da revolução industrial e estes da ascensão de uma nova classe com pouca vergonha na cara.  

Pelo exemplo é que vamos! 

AS EMPRESAS DO ESTADO TOTAL

REN fica com 7,5% da posição do Estado em Cahora Bassa
REN ao serviço dos negócios do Estado?
O que é verdadeiramente indiciador desta forma de controlar tudo, é a maneira simplex como se põem as empresas do Estado ao serviço do multinteresse.
Afinal, queriam o quê, empresas que tivessem apenas interesses empresariais?

O QUE FAZ CORRER SÓCRATES? A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER?

«Quando chego a uma cidade onde nunca corri, o primeiro impulso é programar uma volta. É preciso estar em forma para não ser comido vivo.»

Bem nos parecia que o mundo vivido e visto de dentro de Sócrates é um mundo necrófago. 
Nunca em toda a sua história Portugal foi alvo e sujeito de um tal psicose individual!

SOLIDARIEDADE DA UNIÃO, EGOÍSMOS OU O FIM DO PROJECTO EUROPEU?

Se à primeira dificuldade a União se esboroa na falta de solidariedade, se a parte não pode contar com o todo, pergunta-se.
Que raio de União é esta que bufa enquanto abre a porta às exportações do centro para a periferia e aniquila os seus sectores produtivos, que à primeira dificuldade das partes se fecha ao egoísmo soberano? 
Que comportamento é este por parte das autoridades Alemãs, que dão uma imagem de oportunismo na construção Europeia? 
Era esta a resposta das autoridades Alemãs face a algum problema de uns dos seus landers?
É assim que se quer fazer esquecer as soberanias e se quer construir um projecto comum?
«Alemanha: «Nem mais um cêntimo» à Grécia
O ministro da Economia alemão, Rainer Bruderle, garantiu esta sexta-feira que o Governo «não dará um cêntimo» à Grécia, em declarações proferidas horas antes do encontro entre a chanceler Angela Merkel e o primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, em Berlim. Papandreou, esperado hoje em Berlim, garantiu que pretende apenas «o apoio» da União Europeia e dos seus parceiros, escreve a Lusa. «Não pedimos dinheiro», garantiu Papandreou ao diário Frankfurter Allgemeine Zeitung.»

O QUE ALGUNS TEIMAM EM NÃO QUERER VER

«Um extraordinário livro, acabado de sair, "The Spirit Level"* mostra-o claramente. Para um grupo de vinte e três países desenvolvidos analisados, quanto mais igualitárias são as sociedades menos intensos são os problemas sociais e mais elevada é a qualidade de vida, concebida de forma ampla. O rendimento per capita é irrelevante neste contexto.

Richard Wilkinson e Kate Pickett, dois dos mais reputados especialistas internacionais na área dos determinantes sociais da saúde, não só sistematizam na obra décadas de investigação empírica, que há muito mostrou que os países mais desiguais têm, globalmente e para os vários escalões sociais, piores resultados na área da saúde pública e níveis muito superiores de sofrimento social evitável, como alargam o leque das relações abordadas: da população prisional aos níveis de confiança, passando pelos resultados escolares.

Como bons cientistas sociais, os autores não confundem correlação com causalidade. A sua análise estatística mostra um padrão claro de associação entre cada um dos problemas abordados e as diferenças entre ricos e pobres, mostrando também que nenhuma outra variável exibe o mesmo comportamento. Este é um ponto de partida para uma detalhada exploração dos mecanismos causais que permitem, para além de qualquer dúvida razoável, dizer que as desigualdades de rendimentos são a principal causa dos problemas escrutinados.

De outra forma, como explicar que países tão diferentes como Portugal, os EUA ou o Reino Unido exibam uma performance tão medíocre em termos de indicadores sociais e que o Japão ou a Suécia, países infinitamente mais igualitários, sejam sociedades bem mais decentes?

Os autores dão uma grande importância à forma como as desigualdades de rendimento criam um filtro que dificulta as relações sociais entre os indivíduos, que aumenta a conflitualidade e o preconceito de classe e que impede a descoberta de soluções cooperativas, a descoberta de regras e de instituições comuns, que são a base material do florescimento humano.

Sabemos que o desempenho dos indivíduos é, em larga medida, o resultado das suas circunstâncias sociais. As sociedades menos desiguais mostram como estas se podem tornar mais humanas. Por isso, apelo ao leitor que esteja atento. Os movimentos sociais e os partidos políticos que pugnam por políticas de maior igualdade das condições materiais estão a contribuir, sobretudo em épocas de crise, para que o leitor possa viver mais e melhor. A evidência empírica não mente. A política que importa tem de se basear nela.»

OS ANTI JOÃO SEMANAS

Pode-se não gostar de uma certa petulância dos de Lisboa, mas que indubitavelmente um certo provincianismo quando chega a Lisboa dá o pior de si, lá isso é verdade. 
E é talvez por isso que muitos Portugueses mesmo que sistematicamente albardados continuam sistematicamente a dar crédito à clique dos  - provincianos - que vestem Armani.Maçada!
«Marinho Pinto indicou que “há pessoas nos mais elevados cargos públicos a acumular fortunas de uma forma escandalosa” e que são “pessoas que vieram da província sem nada”, mas que acumularam grandes patrimónios.»

MEDINA CARREIRA: INCONTORNÁVEL!

INCONTORNÁVEL. O HOMEM DO MOMENTO!

AS CONSEQUÊNCIAS DO ALHEAMENTO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA

«Em Portugal o Governo de José Sócrates desbaratou dinheiro em ajudas aos banqueiros, em brinquedos Magalhães, em auto-estradas e outras obras faraónicas desnecessárias. Agora pede aos trabalhadores que nada receberam que apertem o cinto. Na Função Pública já chegou o congelamento e a seguir virão os aumentos de impostos, primeiro encapotados e depois às claras... -» soucontracorrente

quinta-feira, 4 de março de 2010

PROENÇA, BOLAMA E PIMENTA SACANA: ASSIM SE FAZ O SINDICALISMO DE LUXO!

 

Consta que Proença foi abrir uma filial da UGT em Moçambique.

ALFREDO BAROSSO: A GERAÇAO ACABADA DOS 3000!

«Não aprecio a intrusão de moralistas, oportunistas e arrivistas na política. Não voto em «salvadores da pátria» e não quero que um «santo de serviço» seja eleito Presidente da República.»
Alfredo Barroso não gosta de salvadores da Pátria e muito menos de moralistas. Parece assim fazer parte daquela nobreza que não gosta de moral porque gosta de pecar.  Está no seu direito! Nós pelo nosso lado não gostamos é dos parasitas da Pátria! E como há tantos e de tantos quadrantes em Portugal! 
Pena é viver num Estado de Alma que parece não se compagina com um mundo de iguais!

HORÁCIO ROQUE, O PODER E O ÚNICO BEM TANGÍVEL DA VIDA: A SOLIDARIEDADE

Depois disto:
«Taxa de 50% aos bónus é «ataque aos bancos»
Isto:
Horácio Roque internado depois de sofrer AVC:
Presidente do BANIF está em estado muito grave»

Não há necessariamente causa e efeito em muitas notícias tristes para qualquer ser humano, capaz de humanidade com o seu semelhante.
Mas a realidade é que quando me perguntam de que fujo como o diabo da Cruz, respondo: do dinheiro e do poder. Ambos ofuscam e matam! 

E como nas horas mais graves para qualquer ser humano, somos todos iguais, excepto na tristeza que é ter muito dinheiro e saber não ter o poder suficiente para o levar para uma vida imaterial.

Como em Tolkien, a cada Frodo o seu anel!

DEMOCRACIA ESQUEMÁTICA

No sorumbático são os Camelos da democracia esquemática!

BREAK THE LEG... A NOSSA!

Corte uma perna de Rui Tavares merece ser lido. 


QUE EUROPA É ESTA? DO EMPREGADO DE GUICHET BANCÁRIO, LE BON MESSAGE!... SE NECESSÁRIO! UM ELEMENTO DE SOLIDARIEDADE

quarta-feira, 3 de março de 2010

A VIDA É UMA MARAVILHA, É UM MILAGRE


Este filme de 2004, a vida é um milagre,  de Emir Kusturica, é uma verdadeira maravilha. Miracolo de simplicidade, e de esperança , no bem maior da humanidade...o amor! 
Sinta-o, desfrute-o, MANTENHA-SE NA LINHA, NÃO SEJA BURRO OU TEIMOSO e alimente as suas baterias, que ainda há esperança no homem e na sua capacidade de dar!

A CADELA FIFI


Era uma vez uma cadela
Que se achava importante
Detestava uma trela
Que arrancava num instante.



Dona dona irritada:
- Ò Cadela petulante,
De crista levantada
E de focinho irritante!



- Encontrei-te escorraçada
Sem esse modo elegante,
Lá no caminho do nada,
Não sejas mais arrogante.



E a pobre, envergonhada,
deu-se grata por viva,
Caindo em si de emproada
Rolou uma lágrima furtiva.

BURACADA, A QUADRATURA DOS BURACOS, SHAME OF YOU SR.COSTA! COMA MENOS E TAPE MAIS!

LISBOA, A CIDADE DOS BURACOS, OU O GRANDE BURACO? ONDE ESTÁ O COSTA?

RESPONSABILIDADES

i: «Médicos na reforma vão ser aliciados a voltar aos hospitais»

«O Governo criou o problema com as novas penalizações por reformas antecipadas: só nos primeiros dois meses deste ano, 280 médicos pediram a aposentação.»

Quem paga estes erros com consequências brutais para todos nós?

Como podem passar imunes responsáveis por decisões que causam danos e prejuízos de milhões?

Para quando a penalização de incompetentes e irresponsáveis que tomam medidas em cima do joelho, sem prover às consequências danosas?

Porque é que há uma figura de crime económico e não há uma de crime político? 

 

 

DÁ QUE PENSAR

Lucro da Jerónimo Martins sobe 22,8% para 200 milhões
Vendas aumentaram 18,4% para 7,3 mil milhões de euros
Jerónimo Martins dá um milhão de euros à Madeira
Anota-se positivamente o apoio de 0,5% do lucro anual da Jerónimo Martins à Madeira. Anota-se também por parte da Jerónimo Martins a criação da fundação Soares dos Santos. 
O que se anota, também, e já negativamente,  e entristece, é como um grupo de abastecimento de bens para consumo  tem estes lucros escandalosos, independentemente da sua  putativa boa gestão, pelo que das duas uma: 
1) ou a concorrência no mercado deixa muito a desejar; 
ou a Jerónimo Martins paga aos seus colaboradores muito abaixo daquilo que podia, devia pagar e era sua obrigação social.

É que cada vez mais as empresas só deviam ser detidas por quem lhes imprima uma verdadeira consciência social e uma utilidade para o tecido social geral. Tudo o resto é passado, tudo o resto fará com que a coesão social seja um regresso ao pior do homem e ao individualismo mais liberal.
Afinal para que servem lucros escandalosos, que fazem todos os consumidores pagar bens de consumo mais caros, o esmagamento dos preços aos produtores e que dão aos detentores da "marca" uma vida faustosa por muitas e variadas gerações?
É esta sociedade de regresso ao passado,  arcaica, de desigualdade radical  e promiscuidade que queremos para os nossos filhos?
Parece que é, mas depois não se queixem quando regressarem os colectivismos desregrados e as formas mais fundamentalistas! 

terça-feira, 2 de março de 2010

DE PEQUIM, COM AMOR


«Português está a aproximar-se do estilo brasileiro» 
 
Segundo Pequim, o Português está a deixar de ser Português para ser Brasileiro. 
Matando o acto em ato, está a língua mais rica ou mais pobre?

HORA DE CRIANÇA

ESPERANÇA COR VIDA CRIANÇA

Era uma vez uma gata
De enormes sobrancelhas,
Passava a vida, a chata,
A passear pelas telhas.

Mamãe Lua que dormia
Lá ao longe inteirinha
Refilava que nem Tia
Pela irrequieta fininha.

Ó menina, quietinha,
Que aqui no Céu se dorme
Não levantes a redondinha
Que ela chora logo de fome.

E, assim, a menina fez
Que era obediente
Levantou-se logo de três
E pôs-se a escovar o dente.

(2010, Fev.) P.A.S.



LÁ VAI UMA, LÁ VAI LUA

Que Lua tão bonita
Disse a menina para a Zita.
Mas porque é que a menina
Vai nua, se a Lua está tão catita?

De longe a longe a menina
Media com uma longa fita
O sorriso da Nina
Que lhe lembrava, irmã Tita.

Ó Lua, dá-me um sorriso,
Rebola por esta montanha,
Que estou à espera que o siso
Me dê uma prenda tamanha.

É agora a hora da janta
Quero ver um grande sorriso,
Um douradinho na manta
Mas não engulas o siso.

(2010, Fev.) P.A.S.

DIABO DE PROBLEMA, COMO É QUE SE PODE RESOLVÊ-LO?

 
Este é "o problema" NACIONAL!
Denominado pelos notáveis de inveja, mesquinhez, denominado pelos "outros" de locupletação, roubo, desigualdade, injustiça, este é realmente o verdadeiro problema nacional. O ancient regime ainda mora em Portugal, agora pela mão dos antigos vencedores e combatentes pela democracia! Dobrado o Cabo Bojador da descolonização, alcançada a União Europeia, falta transpor a decência e acabar com a colonização interna!

Dissem os Notáveis, pudera!, que isto é um fait-divers, um problema menor e marginal. Não faz muita diferença para o orçamento! 

Faz! E faz não só pelo quantitativo agregado, faz pela inércia e sensação de injustiça que não cria um espírito de emulação no trabalho a quem se sente mal pago, roubado, duplamente injustiçado pelos novos senhores do antigamente.

ANEDOTA DO DIA

Sabem porque é que está de chuva?
Porque o Sócrates não quis deixar sair o SOL!

- anedota com o alto beneplácito do nosso corpo docente e com muita Graça à mistura.

segunda-feira, 1 de março de 2010

URUBU FERIDO NA ASA

Mês de Março, mês da esperança!
Acusaram-me, ontem, de cultivar a desesperança como um urubu feroz e ferino que se delicia a arrancar pedaços de carne da dead meat dos nossos rapazes - rapaces, os tais que se entretêm por aí  vestidos de Armani a nos atormentar a vida.
Pobre e estafada imagem que  têm de mim! 
E é por isso que de uma braçada arrastei de cima estes carregos que me ornamentavam a mesa. Não mais dead meat destes horrendos personagens que nos estragam o dia... dia após dia. 
Libertada a mesa desta tralha que nos impede os dias, pelo menos por um dia jejuarei de uma mesa despojada dos S rapaces que me dão um ar de urubu, ferido na asa.  

REDUÇÃO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS: A DERIVA DO REFORMISTA KEYNESIANO


Governar alarvemente, aos sacões, sem estratégia, sem olhar a consequências. Esta sem dúvida a deriva reformista, Keynesiana,  avisada e competente do menino Zéquinha.
Dar tostões e sacar milhões! Novas oportunidades, já!

QUEDA DE UM ANJO OU A VINGANÇA DO PARQUE ESCOLAR


A RASOIRA E O NEFELIBATISMO DE JPP OU A PLURI APRENDIZAGEM DO ZÉ POVINHO



«Não pode haver demissão cívica, nem nefelibatismo face aos partidos, porque isso ajuda sempre os piores e deixa os melhores sem apoios. Há políticos conscientes da crise e da sua dimensão e são fragilizados na sua capacidade de poderem fazer melhor, exactamente pela mesma rasoira que trata todos por igual, não apoia e ajuda quem genuinamente deseja mudar as coisas e convencer.»
Não pode haver demissão cívica, nem nefelibatismo face aos partidos, porque isso ajuda sempre os piores e deixa os melhores sem apoios. Há políticos conscientes da crise e da sua dimensão e são fragilizados na sua capacidade de poderem fazer melhor, exactamente pela mesma rasoira que trata todos por igual, não apoia e ajuda quem genuinamente deseja mudar as coisas e convencer.»
Nefelibata:
  1. que ou quem vive nas nuvens
  2. (fig. pej.) que ou quem não obedece as regras literárias (diz-se de escritor)
  3. (fig. p.ext.pej.) que ou quem é muito idealista, vive fugindo da realidade

Rimas com nefelibatismo

  • humanitarismo
  • cepticismo
  • empirismo
  • diletantismo
  • despotismo
  • mecanismo
  • reumatismo
  • ceticismo
  • idealismo
  • dinamismo
  • civismo
  • fanatismo
  • patriotismo
  • organismo
  • abismo
  • pessimismo
  • pedantismo
  • analfabetismo
Rasoira:
1. pau cilíndrico que serve para tirar o que fica acima das bordas de uma medida
2. medida para cereais
3. utensílio de marceneiro com que se tiram as rebarbas à madeira
4. utensílio de gravador para polir o granulado das chapas
5. figurado tudo o que desbasta, corta ou arrasa para nivelar, igualar ou destruir

Rimas com rasoira

  • mentira
  • pira
  • tira
  • piquira
  • hetaira
  • caipira
  • tesoira
  • sátira
  • andira
  • embira
  • ubira
  • guira
  • mira
  • safira
  • ira
  • loira
  • vira
  • lira
Calma, há bancos e rimas para todos!

O DUPOND E O DUPONT DA NOSSA PASSIVIDADE: EU DIRIA MESMO MAIS, O NOSSO MAIOR PASSIVO!

A ler, reler, tresler, mesmo que...diletantemente, amargamente, negativamente, ideologicamente, Keynesianamente, neo-liberalmente, teimosamente, intolerantemente, arrogantemente, mentirosamente, negativamente, diagonalmente, imperceptivelmente, tontamente, desequilibradamente, sectariamente, tristemente, desesperançadamente, enviesadamente... e a todos os lugares que a mente alcança!

RAPINA ORTOGRÁFICA

Acto... ato!
Cacto... Cato?
Jacto... jato!

Há coisas, pequena coisas inofensivas, que existiam para nosso deleite. 
Mas mesmas essas, nestes tempos de corte - rapina? - em S a direito, não nas pouparam, cortaram-nas mesmo pois então, sem dó nem piedade! 
Socorro, roubaram-nos o C que prolongava o acto!

FALHEI UMA VEZ E LEVANTEI-ME, PASSEI A FERRO E GOSTEI. AFINAL, ALISEI A MINHA ESPERANÇA NUM PAÍS QUE NOS DÁ UMA RITA DE PAPEL.

Estava numa de tentar encontrar a resposta do porquê de muitos dos nossos actos falhados, quando dei de caras com uma Rita de Ferro.
Falha minha ter-me negado sempre a topar esta Rita no papel.
É verdade que dela ficam-me apenas sinais de escaparates de livros e uma empatia meio feita dos nossos maiores, aqueles que se espojam e despojam nos divâs dos escaparates. 
Mas foi bom encontrá-la aqui na bloga, neste espaço de second-life onde nos podemos roçar e amimar solidariamente, esvaziados que ficamos de bater em personagens pastéis que nos esgotam a verve.
Mas afinal quem gosta de caudilhos de papel quando pode se anichar no cantinho de uma Rita Ferro a quem já se ama, mesmo que num acto falhado. 

domingo, 28 de fevereiro de 2010

COMPREENDER OS EGOÍSMOS NACIONAIS

«A Grécia deve compreender que os contribuintes alemães, belgas ou luxemburgueses não estão prontos para pagar as despesas das más políticas orçamentais gregas»
Verdade! Mas e a coesão comunitária? E a abertura dos mercados numa Europa polarizada ao centro? Os contribuintes Alemães, Belgas, ... não têm de pagar, mas sabe tão bem colocar os seus produtos e desmantelar a economia transaccionável da Grécia e quejandos. 
Não é este o mesmo argumento que Teixeira dos Santos faz relativamente à solidariedade escamoteada à Madeira? Não há condições específicas das regiões da Europa que implicam solidariedade para ganhar coesão?

Mau caminho este, o de um grande espaço que não quer ser solidário. Haverá União sem solidariedade?