sexta-feira, 8 de março de 2013

SALÁRIO MÍNIMO BARREIRA PARA O EMPREGO, SÓ NOS MANUAIS SEM VIDA DO SR. PEDRO PASSOS

Dizer que a subida do salário mínimo é uma barreira para o emprego é de uma ignorância tamanha até para um empresário.
Primeiro porque as empresas em portugal não tem fechado pelos custos mas pelas receitas. 
E isto significa empresas a fechar por o estado português se ter tornado um estado espoliador através dos impostos - estuprando o mercado interno com efeito multiplicador para atividades rentáveis e sem influência no défice da balança comercial. Antes pelo contrário só tem agravado o défice orçamental por destruição de emprego
E sem mercado interno como sabemos setores dos serviços que vivem dele não sobrevivem.
Alguma destas «senhorinhas que dizem no entanto do alto dos seus 6000€ por mês os políticos ganharem mal», já fez um estudo sobre a «massa falida» para saber os motivos porque fecham as empresas em portugal? 
Perguntem-lhes antes pela justificação destas atoardas hipócritas de quem tem umas fracas noções de economia.
Que desgraça de ser humano e de economista é este «lapídeo».

quarta-feira, 6 de março de 2013

RUI MOREIRA - RESPOSTA

Antes de mais caro Rui Moreira agradeço-lhe a participação, embora discordando de si neste particular - que não em muitas das suas reflexões sobre a sociedade portuguesa e o momento presente.
Porque se é verdade que a democracia participativa acarreta riscos, não é menos verdade que esses riscos se estendem a todas as formas de participação - também explicadas pela sociologia e não envolvendo menores riscos - pela degradação acentuada da perceção democrática ocasionada pelo contínuo rapto da democracia (extensiva muitas vezes à má comunicação social, que confunde comunicação social com a voz dos donos).
A pseudo - democracia em que vivemos, aquilo que a ciência política denomina de sistema parlamentar de primeiro - ministro, dificilmente se regenerará e estará sempre à mercê de lealdades contrárias aos interesses da maioria do povo (não há almoços grátis e muito menos eleições grátis!)
A crescente escolarização de grandes massas do povo português e a «chamada» à política como virtude (infeliz) desta crise, não pode estar dependente de representantes (mesmo os de boas intenções) submergidos e dependentes como eleitos nos interesses (dificilmente alguém neste sistema político conseguirá ser eleito pelos seus méritos, e mesmo que o seja rapidamente perceberá o seu limitado poder face ao poder das corporações e dos interesses instalados de uma sociedade ainda muito de «antigo regime», e de nobreza de corte; nem ninguém consegue ser um fiel tradutor da maioria).
O exemplo que deu no outro dia no Econometrix dos progons irracionais da sociedade portuguesa (estou-me a lembrar de como até estudantes da universidade tiveram de ser travados pelo reitor em tempos de inquisição, contra as barbáries contra os judeus) dos populismos irracionais, são no fundo reação a democracias «mal construídas».
O populismo bate-se pela difusão do conhecimento, pela chamada à participação e pela educação pelo civismo, não pela (im) participação ou por eleitos repletos de «verdades substanciais».
É verdade que há aqui uma responsabilidade de todo um povo, muito alheado dos actos políticos, como se a política não fosse escolha de todos os dias.
Mas, também, de falta de propostas entre um coletivismo que a maioria não apoia e um liberalismo dos interesses, como se não pudesse a cada momento pensar nas melhores alternativas como uma interceção de subconjuntos do conjunto maior, a democracia.
Um regime participado exigindo maior responsabilidade e transparência a cada um de nós, não me parece que não seja já exigência do presente e que devamos ainda tentar formas uninominais de participação. Essa etapa pela exigência de participação dos povos nos seus interesses parece-me já desfasada da realidade dos tempos.
Como dizia Lula (o fazer seria talvez um exemplo da sua falta de correspondência) a única coisa que se pede à democracia é «Fazer O Óbvio!»
E o óbvio é, infelizmente, todos os dias violado pelos ditos representantes das democracias representativas que se esquecem rapidamente dos seus deveres para com os representados e que pensam ter tirado um «ticket a 4 anos».
De resto, caro Rui Moreira, obrigado pela sua clarividência relativamente à necessidade ingente de mais e verdadeira concorrência na economia portuguesa (…)    

terça-feira, 5 de março de 2013

RUI MOREIRA, A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E O POPULISMO

Rui Moreira, um gestor de bom senso, cujas opiniões muitos gostam de seguir, tem agora - esperemos que não por aparecer como candidato a uma câmara municipal - tem da democracia participativa uma visão de perigo populista.
Não concordo, ou não fosse a democracia Suíça um dos grandes exemplos de participação via constante auscultação. 
Um certo elitismo, em democracias onde os seus representantes não representam e não respeitam coisa nenhuma? 

AUMENTAR O IVA ESPANHOL, RECOMENDA A TROIKA! A QUEM SERVE ESTA UE?


«Espanha: Bruxelas defende subida do IVA e reforma das pensões
Recomendações contidas no segundo relatório de avaliação do resgate à banca espanhola»

Porque a Troika não aprende nada? 
O aumento do IVA em espanha é um medida suicidária para a economia espanhola. A perceção que fica da Troika é que se pretende a destruição de mais uma economia, a benefício de quem? 
Com este tipo de medidas a UE caminha para o suicídio.

INVESTIR NAS DÍVIDAS, UM NEGÓCIO, APENAS?!, OPORTUNISTA?

«Acionista das agências de rating investe em dívida portuguesa
Gestoras de fundos norte-americanas começam a acreditar em Portugal
A recuperação da dívida soberana portuguesa atraiu as atenções de algumas das gestoras de fundos mais influentes do mundo.
Por exemplo, a Pimco, a gestora responsável pelo maior fundo de obrigações do mundo, e a Capital Research and Management, acionista de referência das empresas que controlam as agências de rating Moody¿s e Standard & Poor¿s, começaram a investir em dívida nacional no fim de 2012, avança o «Diário Económico».
No final do ano passado, entidades do Capital Group reportaram uma posição superior a 100 milhões de euros em dívida portuguesa. Esta gestora é uma das maiores dos EUA e tem uma posição de 12,71% na empresa que detém a Standrd & Poor¿s e uma participação de 11,5% na Moody¿s.
Já a Pimco, liderada por Bill Gross, que é visto como um dos melhores investidores em obrigações do mundo, aplicou quase 30 milhões de euros em dívida nacional.
Apesar dos baixos montantes, para os economistas ouvidos pelo jornal, este interesse é «positivo».
Explicará isto alguma coisa ou quase tudo sobre o sistema financeiro internacional e como países estão nas mãos de especuladores? 
Há alguma estadista que queira mudar este estado de coisas? 
Se não há, os altos e baixos serão de curta duração. 

CONTRATOS DE CONSULTADORIA EM RODA LIVRE

Para quem falava em necessidade de transparência, nunca se assistiu a tantos golpes de falta de transparência com contratações de consultadorias. 
Um negócio de milhões a pagar pelos pobres tostões dos cada vez mais empobrecidos portugueses.  
«O Governo está a avançar com o processo de privatização dos transportes públicos. A consultora Roland Berger foi contratada pelo Estado para assessorar a venda ou concessão a privados das empresas ou serviços de transportes públicos do Estado.»

segunda-feira, 4 de março de 2013

A FRAUDE OU ENGANO DA AFIRMAÇÃO DA CRISE COMO DECORRENTE DO DESCONTROLO ORÇAMENTAL OU DA FALTA DE REFORMAS ESTRUTURAIS

Podendo muitos de nós ser avessos a «fazer ciência» através da blogosfera, não deixa de ser verdade que a profunda actualização dos seus dados, a convergência de múltiplos pontos de vista e a sua diversidade de matérias, promove muitas vezes princípios orientadores e inovadores de teses focadas sobre o tempo atual.

O economista Ricardo Paes Mamede afirma, num post denominado «a crise europeia explicada em dois gráficos», http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2013/03/a-crise-europeia-explicada-em-dois.html, uma mais que possível explicação para a atual crise das dívidas soberanas apontando a visão do “estar no comboio da frente” da integração (custe o que custar?), como a mãe de todos os erros de governação.


No post linkado acima está descrita a tese de Paes Mamede e o contraponto que faz à versão oficial da explicação e causas, para alguns, da crise: a crise resulta de práticas orçamentais erradas e da ausência de reformas estruturais em alguns países.”
Através das correlações e quadros apresentados, Paes Mamede afirma: A crise das dívidas soberanas decorre da acumulação de dívida externa (pública e privada) em algumas das economias da UE nas últimas duas décadas (e não do descontrolo orçamental ou da ausência de ‘reformas estruturais’)”.
E explica mais detalhadamente:
«Nos 20 anos que precederam a grande crise internacional, as economias da UE foram sujeitas a um conjunto de transformações profundas, grande parte das quais politicamente induzidas, como sejam: a abolição das barreiras alfandegárias no seio da UE, a criação do mercado interno de capitais, a liberalização dos movimentos e actividades financeiras, a crescente centralização das políticas monetária e orçamental, os acordos de comércio entre a UE e a China (e outras economias emergentes), o alargamento da EU a Leste, a apreciação do euro face ao dólar (a partir de 2003), ou o forte aumento dos preços do petróleo (entre 2002 e 2008). Estas transformações e evoluções aplicaram-se a todos os Estados Membros por igual. No entanto, sendo as estruturas económicas de partida muito diferentes, tais alterações tiveram impactos muito diferenciados. Tendo abdicado dos instrumentos de política fundamentais para gerir esses impactos, os países com estruturas produtivas menos avançadas acumularam muito mais dívida externa (pública e privada) do que os restantes. É isto que mostra o segundo gráfico.»
Alguns comentadores acrescentam: «Portugal, Holanda ou Finlândia, por exemplo, são países totalmente diferentes, quer do ponto de vista económico quer do político ou mesmo do cultural. Como é que passou pela cabeça de alguns iluminados de que a mesma política funcionaria para todos?» não provocando inevitáveis choques assimétricos, acrescentaria eu.
E Paes Mamede conclui: «Não faz sentido afirmar que a crise das dívidas soberanas se deve fundamentalmente a erros de governação (que existiram, sem dúvida) cometidos nas últimas décadas nos países mais afectados. A crise deve-se à decisão de submeter economias com estruturas muito distintas às mesmas regras e às mesmas políticas. O erro de governação fundamental que pode ser apontado aos governos dos países em crise foi a decisão de participar no processo de integração europeia nos termos em que o fizeram (e que se revelaram desastrosos para as respectivas economias). O erro que lhes será apontado no futuro será o de não aprenderem com a história e prosseguirem pela mesma via.»
Nos últimos anos abracei três áreas distintas: a economia, a gestão e os estudos europeus -ou estudos sobre a europa. Sempre pensei que só olhares integradores, conjugando ângulos e abordagens diferentes, permitem aceder a inferências escondidas e novas abordagens. O subconjunto dos pontos de vista tem sempre um outro conjunto que o abarca.
A tese, «a crise europeia sob o olhar de instrumentos de gestão», confronta a gestão estratégica e a economia regional com a crise atual europeia – na linha da conclusão similar à despoletada por Ricardo Paes Mamede. Fenómenos de polarização, já perfeitamente explicados por Myrdal, acumulam com a observação de estratégias não convergentes na UE (a quase exclusão de alguns dos princípios fundamentais constituintes da UE - que funcionavam como cimento agregador nas fases de maior divergência e convergência, como o do respeito pela identidade nacional dos estados membros, o princípio da solidariedade, o princípio da integração diferenciada, o princípio da não discriminação e o princípio da subsidiariedade).
Parece, assim, evidente, dois tempos na UE. Um primeiro, ganhador, de aparente integração com respeito pelas tropias próprias das partes com a UE como cimento do coletivo; uma segunda, com a tentativa de implementação de um modelo único, com pouca atenção a pontos de partida e às identidades próprias.
A crise mostrando os seus efeitos nos orçamentos, não parece ter estas como causa, e muito menos a falta de reformas estruturais, já que muitos desses desequilíbrios são consequência, eles próprios, dessas reformas de aproximação de contextos (de formação, de infra-estruturação, etc…), mas em estratégias comuns erradas e numa evidente falta de solidariedade do todo Europeu - que contrarie os naturais desequilíbrios provocados por “europas diferenciadas” na escala e pontos de partida.
A informação veiculada por este órgão de comunicação social, A TVI 24, é ela própria indiciadora de uma Europa que reforçou paradoxalmente a sua componente mais soberana, sucumbindo à pressão do mais forte através da afirmação do conselho, em detrimento de uma Europa mais democrática e menos centralista:
«Os ministros das Finanças da Zona Euro reúnem-se esta segunda-feira em Bruxelas e um dos temas em cima da mesa é a extensão das maturidades dos empréstimos a Portugal e à Irlanda. Ou seja, o Eurogrupo vai debater se vai ou não dar mais tempo aos dois países para pagarem de volta o dinheiro emprestado pelas entidades europeias.»
A Europa como um todo de departamentos e partes na economia das empresas, só se pode construir na diversidade e na convergência da liderança democrática, não na liderança diretiva, na polaridade, na imparidade e na desigualdade pela escala. 

domingo, 3 de março de 2013

A VOZ DE UM POVO CONTRA A TROIKA CRIMINOSA E UM GOVERNO GOLDMAN

«E a Grândola, outra vez. O senhor Mendes, 62 anos, já muito rouco de tanto a cantar, está emocionado e nervoso. «O problema não está na idade da reforma, no valor das pensões. O problema está no milhão e meio de portugueses que não têm trabalho. O problema não está em reduzir a despesa, o problema está em reduzir a pobreza».