sábado, 26 de junho de 2010

VUVUZELAS

O DISCURSO FAZ O QUE EU DIGO NÃO O QUE EU FAÇO

«Se é mais Europa neoliberal numa Europa dominada pelo neo-liberalismo, o Estado português tem uma palavra a dizer. Sabemos que somos um país pequeno mas temos que fazer ouvir a nossa voz», disse. 
Este discurso de Alegre não é apenas poético, de cigarra da "Coimbra tem mais encanto na hora das eleições." É também o discurso do sol na eira e chuva no Nabal, o discurso de quem do povo se serve, para prover privilégios dinásticos.
Cavaco foi mole, demasiado agarrado à separação de poderes, demasiado enquistado numa velhice recatada? Talvez!
Cavaco é co-responsável pelo Estado do País? Talvez!
Mas para o bem e para o mal toda esta classe política que teve sempre pouco de formiga e muito de cigarra, é co-responsável de um país que já não acredita em nada, porque tudo lhe vem sendo pedido à trinta anos, sem horizonte e fim de túnel à vista. 
Razão tem quem diz que, para Portugal só uma política: a política da sem política, com cada cidadão a prover a sua própria dispensa! 

O PORTUGAL BESTIAL... DE BESTA!

Por falar em bons modos à mesa e ainda mais à mesa do orçamento:
«Expresso: «Ex-assessor do Governo vende chips para SCUT»
Pedro Bento passou do gabinete do secretário de Estado Paulo Campos para a empresa pública que gere o sistema de portagens nas auto-estradas»

TODOS ADVERSÁRIOS, TODOS AMIGOS

«Ao lado de Mário Soares, coube-me o privilégio de criar o sistema partidário português. Fomos capazes de inventar um sistema político à portuguesa: todos adversários e todos amigos», enfatizou. 
As palavras enfatizadas de Freitas do Amaral, inspiradoras da matriz da política à Portuguesa, são também reveladoras daquilo que o povo, os representados, percepcionam de mais negativo em Portugal.

«Todos adversários, todos amigos», naquilo que o povo considera a nomenclatura dos interesses de um regime republicano com muito de monárquico e de privilégio, muito sentado na mesa do orçamento, de uma certa "nobreza dos Papas e Papás da democracia", e de um país onde as redes de amiguismo e de reprodução dinástica, seja no simples emprego, seja nos lugares de topo, dominam a última ceia.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

QUI SERÁ, SERÁ!

«5% já lá vão: A razão por que governar é uma arte imperfeita e que por isso é melhor fazer pouco do que muito e deixar os grandes planos para os marxistas, os jornais e os blogues, é que depois a economia vai seguindo o seu caminho sem prestar lá grande atenção. Reduzir os salários nominais em 20%? Com uma lei ou coisa parecida? Boa, embora lá, que parece mesmo que aquelas curvas no gráfico estão a pedir e assim elas descem e a gente ganha todos. Pois é, mas entretatanto... No último mês (mais coisa menos coisa), o euro desceu 10%. Ora como este país exporta, digamos, metade para fora do euro, isso quer dizer que teve um ganho de competitividade externa de 5%. Parem as rotativas da Imprensa Nacional, que afinal a lei deve ser só para reduzir os salários em 15%: Pedro Lains

Definitivamente um adepto do mercado entregue a si próprio. Mas como diz a arte de governar é bem mais imperfeita e quem daria em Portugal por falta da governação. Entretanto continuo a estudar a armadilha da liquidez versus o efeito crowding out e as variáveis política orçamental e política monetária de modo a perceber se devemos dar hurras de satisfação por tanto desperdício de governação ou por uma economia que vai seguindo o seu caminho. Que virá, virá! 

POLÍTICA LITERÁRIA OU LITERÁRIA POLÍTICA?

Se lhe falassem em política literária pensaria mesmo nisso, nessa forma optativa dos caminhos futuristas da literatura!
Mas se lhe falassem em política como forma literária? Se lhe dissessem que a política tem laivos de literatura e poética, o que pensaria?
Que o seu interlocutor decididamente tinha enlouquecido! Via na política, essa forma mais ou menos nobre de encantar ou desencantar em toda a sala?
Talvez, ou nem por isso!
Mas que a política cada vez mais deve ser vista com um olhar surpreendentemente literário, a necessitar de ser afagada de miminhos poéticos, lá isso é verdade!

PERGUNTA TRISTE A ALEGRE FEITA DE VOX POPULI: DE ALEGRE NADA DE NOVO!

  • popei: meu rapaz farto do Mário Soares ficaram os portugueses , já agora alegres temos demais, desertor também queres tacho, mas já perdeste porque os portugueses deixaram de ser parvos.
  • 2: a Politica é a filosofia do GAMELO, elevado à altura dos Queixos. GAMELO = Local aonde comem os SUÍNOS.
  • Zé Povinho: ALEGRE, até porque essa fundação seria uma TRISTEZA.
  • almeida: como é possível um homem destes dar lições de moral a quem quer que seja? Quantos soldados morreram à sua conta? O povo, realmente, tem a memória curta e aceita um desertor para se candidatar a Presidente. Acordem!!!
  • esquerdista: apesar de esquerdista ou de assim se intitular, é tão oportunista como os outros, veja-se por exemplo a acumulação de pensões!
Juntaram-se na praça da nossa Aldeia, o Popei, o 2, o Zé Povinho, o Almeida e o Esquerdista e disseram cobras e lagartos do velho poeta. 
Quando Alegre aparentemente se rebelou contra a nomenclatura, uma mole imensa de povo ingénuo e bom, botou voto na racha da urdidura electiva.
Mas os meses e os anos passaram e o bom e esforçado povo sofredor, nem uma voz, nem um som, ouviu de tão monárquica e poética voz. Que ainda não era tempo,dizia! E o povo desesperava, vendo as rugas a semear-se-lhe por entre a cara!
Cansaram-se as andorinhas desesperadas, à espera de um ninho esperançoso, e assim na volta da companhia, notaram nas barbas de molho de tão ilustre cidadão, uma imensa perda de simpatia pelo que divisam ao perto: de Alegre, tudo tão triste e  previsível, porque a Norte e Oeste de Alegre, hoje, já nada de novo!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

ANCHE TU, SOROS?

«Soros: "Alemanha pode destruir projecto europeu"»

terça-feira, 22 de junho de 2010

PORTUGAL POSITIVO

Ontem, nos Prós e Contras, Soares mantinha-se naquela posição dúbia de pai da pátria capaz de estar bem com Deus e o Diabo. Mas defendia o Portugal positivo, que o há, embora cada vez mais à beira de um ataque de nervos com a classe política - que rema em sentido inverso.
Mas que Soares, mau grado os arrebites mais ou menos flutuantes da sua ratice política, é um verdadeiro e único representante de uma classe política com visão, é verdade.
Ao lado dele, o Vitorino, irritante  emproado na medida inversa da sua pequenez física, fez figura de político pequenino, qual Antoninho a quem sobra em arrogância, cinismo e falta de sentido pátrio o que lhe permitiria a inteligência.

A ESTRANHA FORMA DA UE FAZER OS SEUS CIDADÃOS SAIREM DO PATAMAR DA POBREZA

Há quem culpe, Paul Krugman, o neo liberalismo, que tem na srª Merkel uma lança na Europa.
«A média dos 27 estados-membros da União Europeia (EU) é de 73%, com 38% a considerarem que a pobreza «aumentou muito» e 37% a dizerem que «cresceu ligeiramente».
Este inquérito surge quando já decorreu a primeira metade do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social e após o compromisso assumido no passado dia 17, pelos dirigentes da UE, de retirar 20 milhões de europeus da pobreza e da exclusão social na próxima década»
Mas que o rolo compressor Alemão e a sua obsessão ainda sem consolidação dos 2% do défice orçamental, independentemente da necessidade da baixa tendencial, é mesmo trabalhar para anos infindos de recessão!

AS CONSEQUÊNCIAS INDIRECTAS DAS PORTAGENS

A Associação Empresarial do Minho já se queixa que a introdução de portagens nesta região vai aumentar custos a empresas da região com os consequentes despedimentos à vista.
A equação necessidade de portajar, para orçamento ver, versus necessidade de manter competitividades, é um equação danada.
O problema maior parece, no entanto, o preço das portagens.
É que já alguma das iminências pardas deste governo pensou que se se diminuíssem para metade o valor das portagens em todo o país, mesmo que tivessem de duplicar o período da concessão, talvez este agravamento dos custos sobre a competitividade, desonerado para metade do factor preço ao utilizador final, funcionasse como um estabilizador automático?
Não seria inteligente ouvir a sociedade civil e pensar Portugal à medida dos Portugueses?

domingo, 20 de junho de 2010

PORTUGUESES NA AUSTRÁLIA

Excelente o programa de ontem da RTP sobre a nova diáspora.
Diáspora hoje feita dos nossos melhores, daqueles que com raiva  e arreganho partem para terras onde simplicidade, justiça e distribuição soam mais correcto. Onde o fazer não coincide com dificuldade, onde o saber não sofre de inveja mesquinha, onde... Desta feita para a terra dos cangurus, onde não se vislumbram à distância snobismos bacocos, absurdos e racismo, de classe, baseado no poder.
Em Portugal, paradoxal e hipocritamente, estas diferenças são às vezes guindadas ao populismo mais rasteiro e ordinário, quando algumas vozes de quem esteve, e está, do lado dos problemas se lembra de limpar a consciência.
Desgraça e decadência para Portugal é, entretanto, o resultado de uma pseudo democracia económica que já está a fazer um brain drain pior em quantitativo que o ancien régime.
E ainda há alguém que se pergunte porque há países que teimam ao longo dos séculos em não fazer o take off?

140 DIAS PARA PAGAR IMPOSTOS: A MULA DOS IMPOSTOS!

Mesmo para os não liberais, mais de 140 dias só para pagar impostos é de mais e marca a diferença entre o crescimento, a saúde económica e a falta dela.
Alguém já se perguntou verdadeiramente quais os serviços públicos que utiliza. 
O SNS, sem dúvida, mas na generalidade das pessoas saudáveis de corpo e de mente, poucas para justificar os gastos absurdos do sistema, sem obviamente nos esquecermos das já existentes taxas moderadoras. 
A segurança interna e a nacional, sem dúvida, mas não se pode pôr os polícias mais na rua como na série Men in Blue. 
O sistema de ensino, pobre, muito pobre para aquilo que se paga, obrigando muitos a utilizar o ensino privado ou mesmo o brilhante ensino público, hoje já pago através das propinas de forma não dispicienda no superior... é para isto que vão 140 dias dos nossos impostos, ou é para manter privilégios de poucos e brutais ineficiências no sistema?
Bendita crise e bendita banca-rota que se aproxima, para obrigar exogenamente a verdadeira reforma em Portugal que não passem sempre pelo agravar do problema: o aumento dos impostos!

MEMORIAL A SARAMAGO

Morto Saramago para a vida vivo a obra e a polémica eis o pouco basto povo Português todos contra todos a invectivarem-se em canais e fóruns electrónicos postos perante este desassossego pergunto-me como podia perguntar Blimunda sem vírgulas ou outras coisas mesquinhas que nos castram e deprimem sem um laço de ressentimento mas com um enorme acervo de sentimentos despojo de quem vive alarvemente somos tão poucos e mesmo assim somos tão pouco unos somos um povo que pode ser chamado por esse nome mereceremos viver e crescer à beira do Almonda ou desta árvore que não sei se é um castanheiro um pinheiro ou uma outra árvore qualquer. Plim apaguei a luz está escuro mas as rezas que a mim próprio fiz não as fiz por um Deus qualquer ou por uma aragem que me refresca a alma dos censores dos hipócritas dos sem dimensão humana plim apaguei a luz mas estende-se perante mim um extenso prado o prado da vida depois da morte uma nova pulsão um novo sentir um arremedo da paixão que me levou a Pilar a fronda da vida a morte da pequenez as cinzas desta minha nova paisagem vulcão debaixo de mim sombra debaixo de mim aí e ela tão forte e tão desamparada amo-te Pilar eternamente até às lágrimas que me escorrem como caudais deste poeta que te ama e que vive tão só debaixo desta carapaça desta amálgama sim desta árvore agora sim que dá pelo nome de azinheira onde uma pedra guardará as minhas cinzas mesmo que elas se confundam com o sofrimento da terra o meu nome é Saramago e in nomini mio esta é a minha vida e aqui estarei  firme vogando por esta jangada como um elefante debaixo de um memorial que é o meu a alimentar a polémica neste ano e nos demais que hão-de vir depois da minha morte até te juntares a mim Pilar debaixo da pedra desta azinheira aqui na Lanzarote que nos certificou e confirmou o amor.

REQUIEM POR SARAMAGO E PELA FIGURA DE CAVACO SILVA

A morte de Saramago trás à consciência de todos os homens a noção de aparência.
Aparentemente Saramago era uma homem frio, dotado de uma carapaça amarga e pouco simpática.
Como ele dizia:
eu não tenho culpa de ter esta cara!
Mas só aparentemente, porque no fundo a história de Saramago e Pilar era uma história de amor. Amor pessoal e  amor pelas palavras e história de solidariedade desconhecida.
A morte de Saramago trás também à liça a pequenez de outros gestos. O gesto do sr. Silva, desprovido da condição de representante deste povo desprovido de dimensão cultural, é incompreensível, e revela como a aparência distorce tantas vezes a essência dos homens.  
Como me tens desiludido nos últimos tempos, ò Silva!