sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A CENSURA DO GOSTO: O MEU GOSTO É MELHOR QUE OS VOSSOS!

«Azeredo Lopes deixa alerta

ERC preocupada por RTP imitar SIC e TVI

Regulador diz que há «um certo mimetismo» entre os privados e o serviço públicoA Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) está preocupada com a aproximação da programação e informação da RTP à SIC e TVI, reforçada o ano passado, de acordo com o relatório anual de regulação divulgado esta sexta-feira.

Segundo o presidente da ERC, José Azeredo Lopes, esta «tendência consolidada» é um dos aspectos que mais se destaca neste relatório, escreve a Lusa.

«Verifica-se um certo mimetismo entre os privados e o serviço público de televisão, não estando assegurado de forma satisfatória o princípio da distinção», rematou o responsável.»

Não é só chocante, é ridículo, e profundamente revelador do tipo de país que se anda a construir.

Como é possível num Estado democrático ou dito, este mimetismo e esta censura do gosto?


VÍTIMAS DAS SUAS PRÓPRIAS MAQUINAÇÕES REGULATÓRIAS

«Directiva da ERC determina suspensão de comentários de políticos em época de eleições«Pouco democrática», «absurda», «excessiva» e «sem garante da equidade e pluralismo»: assim classificam os políticos contactados esta quinta-feira pela Agência Financeira sobre a mais recente directiva da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

A ERC determinou, há uma semana, que os órgãos de informação «deverão suspender» a «participação e a colaboração» regulares com comentadores, analistas e colunistas que são candidatos às eleições legislativas de 27 de Setembro e autárquicas de 11 de Outubro, sempre que não esteja garantido espaço para todas as candidaturas se exprimirem.

Pacheco Pereira e Estrela Serrano trocam acusações

Esta quinta-feira a confederação das empresas de comunicação social considerou a decisão «inadmissível».

Opinião partilhada por Fernando Rosas que defende que «são os órgãos de comunicação social que devem decidir qual a pertinência, o estatuto e a manutenção (ou não) dos seus colaboradores depois de estes se candidatarem a cargos públicos». «Não é um Big Brother exterior que deve ditar as regras», disse o deputado do BE à Agência Financeira.

ERC contra de utilizadores de «chats»

Também Ruben de Carvalho, do PCP, criticou a medida da ERC, declarando-se lesado. «Eu sou jornalista, com carteira profissional há 40 anos, e agora posso vir a ser impedido de colaborar nos órgãos de comunicação social», disse, fazendo referência ao seu programa de música na RDP, assim como às suas colaborações com o «Expresso» e na SIC.

Questionados desde esta manhã, o CDS, PS e PSD não deram, até ao momento, uma opinião oficial sobre este assunto.»

Ao quererem tudo legislar e regular os políticos tornam-se vítimas das suas próprias medidas. Como são afectados gritam contra a medida. É pena é que também não se lembrem de gritar quando medidas de outro teor afectam gravemente a sobrevivência de muitas famílias. Mas, infelizmente, a grande maioria dos políticos está na política por um estranho e muito pessoal serviço cívico.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O FADO PORTUGUÊS

Elite quer dizer, essencialmente, distância. Uma elite distancia-se de duas formas diferentes: no primeiro caso, fá-lo pelas suas realizações; no segundo caso, fá-lo empurrando o resto da sociedade para trás. A distância entre elite e o resto da sociedade está lá; mas foi atingida de duas formas completamente diferentes.

Não é difícil imaginar qual das duas formas é mais benéfica para a sociedade como um todo. Feliz a sociedade na qual a elite precisa, para se manter elite, de lutar sempre por realizações novas e constantes, de estudar e trabalhar mais, em suma, de fazer tanto quanto se faz de melhor pelo mundo fora em cada área. Em muitas outras sociedades, contudo, a elite segura o seu lugar deixando o resto da sociedade na desigualdade de acesso à riqueza e ao conhecimento. A distância é a mesma; as sociedades são radicalmente diferentes e tendem a aumentar as suas diferenças.

Não é difícil, também, adivinhar em qual dos casos se encontrou Portugal em grande parte do século XX e, para dizer verdade, em grande parte da sua história. Alguém pode citar grandes realizações das nossas elites nacionais que facilmente aguentassem a comparação com aquilo que de melhor se faz no mundo? É difícil. Por contraste, o único português vivo que detém um Prémio Nobel é um homem nascido no Ribatejo pobre e a quem a ditadura nunca garantiu o acesso ao ensino superior. Quantos josés saramagos se perderam durante o século XX português? Quantos possíveis Prémios Nobel noutras áreas poderíamos ter tido? Nunca o saberemos, evidentemente. Mas sabemos perfeitamente que a nossa elite nacional lá se foi aguentando, mediocremente, com a sua distância em relação ao resto da sociedade sempre mantida da forma mais preguiçosa, e menos produtiva para a sociedade como um todo.

***

Com a urbanização e a industrialização do país, alguma pressão foi colocada sobre as elites nacionais. Cada português ganhou alguma oportunidade de acesso ao conhecimento e de mobilidade social. E a sociedade ganhou com os efeitos acumulados — com as “externalidades positivas”, diriam os economistas — desse processo.

«Mas a ruptura política do 25 de Abril foi um momento crucial nesta história, e não é por acaso: este é um problema político. Se quiserem, este é um problema do consenso político que a sociedade tem sobre si mesma. Saber, por exemplo, se a rigidez social do país deve ser aceite um facto da natureza — ou saber, por outro lado, se os filhos das classes baixas devem ter acesso à Universidade — foi provavelmente uma das grandes questões para que os portugueses queriam resposta a seguir à revolução. Isto é política, como já tinha sido na Iª República ou no início do Liberalismo monárquico. A questão de saber se a elite nacional teria dever a ganhar a sua distância com trabalho, ou se teria direito a mantê-la sem ele, — eles são distintos ou têm de distinguir-se? — esteve sempre presente na política nacional.

Hoje há dois elementos a acrescentar a esta história. Um deles é a “precariedade”; o outro é a “sociedade do conhecimento” — para dizer a verdade, são os dois mesmíssimos elementos que já conhecíamos, mas com novos nomes. E a questão fundamental continua a ter de ser respondida. Quando através da precariedade se desperdiça a capacidade das novas gerações, ou através das propinas altas o acesso ao conhecimento volta a ser socialmente condicionado, o Estado vai estar do lado de quem?»

Rui Tavares é um daqueles homens a quem se vislumbra nos olhos simplicidade e bondade.

Porque bondoso é o homem que arrepia caminho das pseudo elites que tem estiolado o país.

O problema é, hoje, no entanto, complexo. As elites do privilégio amedrontam-se com a crise e temem para si o pior. O que será dos seus filhos, interrogam-se, face a esta estranha globalização e massificação do conhecimento que poderá colocar os seus mais que tudo num patamar inferior, aos seus pais, na escala social.

É que hoje o problema está disfarçado pelas guerras ideológicas e pelas assunções dos espaços partidários.

Mas propinas e precariedade farão o favor de repor a desigualdade. Bem como o, para breve, controlo da blogoesfera e de todos os canais que promovam igualdade de conhecimento e participação. Porque em Portugal não se é, nem nunca se será, pelo mérito ou pelo conhecimento, mas pelo nome e pelo poder do ... papá!

POR MARES ENCARPELADOS

Um dos aspectos mais curiosos da blogoesfera é a demonstração do gosto de muitos pela escrita e obviamente pela leitura.

Portugal não é assim somente uma nau decadente, mas uma nau que se robustece nesta ânsia de ler e ser lido, de participar mesmo que ao nível do infinitamente pequenino.

O que nos desgosta, e dá um amargo à boca, é a vida pública, onde a opinião encontra o poder e os cifrões de coisa impúdica.

A PAZ NUNCA ANUNCIADA


Com a força das listas na mão, está instalada a guerra no PSD!

A única conclusão que podemos extrair é esta Portuguesa tendência para a self implosão e auto flagelação, EM NOME DOS INTERESSES PRÓPRIOS, esta força centrípeta que nos impele uns contra os outros, neste Lusitano e suicida rectângulo do fado como destino.

Alguma vez faremos deste Portugal um espaço de cooperação cívica e institucional?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

OS APODERADOS II

Já não basta vivermos num País em que cada dia nos sentimos mais estrangulados e controlados ...

Confirma-se ... não ser verdade os dirigentes não serem avaliados!


Em Portugal, de facto, já não basta as asneiras e falta de bom senso de quem governa, ainda sofremos por informação deturpada.

Assim vivamos no condicional, estilo em nada e ninguém confiar, como convém a partir de agora!

OS APODERADOS

«Governo abre excepção para promoções dos dirigentes do Estado»

Se isto é verdade e teremos sempre de nos condicionar, só isto define o tipo de gentalha que se apoderou do poder.

Cara de carneiro mal morto e beiços caídos não governa para maiorias mas para as minorias estamentárias, cancro da doença Portuguesa: a manutenção do status secular dos podres de Portugal!

CURTO CIRCUITO OU VISÃO REFÉM DE INTERESSES

Vender electricidade à rede na medida exacta daquilo que se produzia é algo que não interessa ao governo.

Lá saberá o governo o porquê dessa nega, que parece o fazer porta voz de alguns minoritários interesses.

As misericórdias queixam-se, porque queriam o modelo fotovoltaico e não os painéis solares, mas as misericórdias esquecem-se que este país para além de não ser para velhos, é também só para velhos interesses!

«A pretensão das Misericórdias é a instalação de painéis fotovoltaicos, em vez dos solares, como propõe o Governo. «No fundo, o que defendemos é a adopção do sistema...»

HISTÓRIA TRÁGICO POLÍTICA

Com o beneplácito de Palavrossaurus Rex e porque o bem fenece porque funciona no individualismo da luta, chapa 10 e subscrição de cada palavra, cada linha ...

Este Estado Português é o maior inimigo dos Portugueses parecendo, nesta história Trágico-Política, o remador depois da tragédia a impelir para o fundo, a golpes de pau, os seus náufragos, que teimam em se agarrar à borda da decadente e esburacada embarcação.

«O MEU DESEMPREGO É POLÍTICO. E O TEU?

Ao ler o texto a seguir transcrito de JPP retomo consciência e recordo quanto do meu desemprego, coincidente com o período de vigência de esta legislatura, tem fundamentos políticos e é, nessa medida, uma tragédia pessoal e um libelo contra a estrutura organizativa do Estado Tentacular e Ubíquo Português, sobretudo quando capturado por um Governo gerido por zelosos vingativos, obstaculizadores da vida de opositores, e ao mesmo tempo dispensadores de favores aos seus dependentes e apoiantes, consoante os casos. Percebi que ou se emigra e desiste de um Portugal Livre e Empreendedor fora da tutela opressiva do Estado, ou se dá toda a luta possível e perseverante ao estado de coisas que persiste. Efectivamente, não há esquerda nem direita, não há ideologia e um sentido de bem comum. O que há é estômago. Estômago de Estado. Estômago de Partido. Estômago dos interesses estabelecidos competindo com, comprometendo e rasurando o simples direito à dignidade pelo trabalho de muitas centenas de milhar. Somos milhares de não alinhados nessa deriva do Partido Socialista em absorver o Estado tão completamente que a ideia de Elisa Ferreira, ao falar do Dinheiro do PS como Dinheiro do Estado, seja efectivamente palpável. Fui remetido à miséria por esse Sistema, mas é impossível remeterem-me ao silêncio. No apogeu da minha vontade de lutar, dou luta todos os dias e veremos quem merecerá ficar de pé: se o Desempregado Político que sou, como outrora o Perseguido Político ou o Preso Político eram o que eram; se o Sistema Viciado e Siciliano do Poder Socialista Tentacular e Ávido. Em qualquer dos casos, só conheço para mim a atitude erecta de um insubmisso, perca ou ganhe nas minhas Causas e Paixões de Vida: «Há pouco dinheiro, há pouco emprego, há pouco espaço fora do Estado, há muito pouca coisa fora da alçada do governo, existe um poderoso establishment nas universidades, nas fundações, na "sociedade que passa por civil mas não é", que também depende do poder, há cada vez mais Estado na economia real, cada vez mais gabinetes ministeriais a decidir sobre matérias que nunca lá chegariam há meia dúzia de anos, há muita corrupção institucionalizada nos partidos e no Estado, há demasiado centralismo, demasiada vontade burocrática, demasiados subsídios, para haver respiração para a liberdade. Numa sociedade civil sadia propostas como os "chips" nos carros, a generalização incontrolada da videovigilância, as administrativas proibições de tudo, de que são exemplos recentes a proposta de proibição de sondagens ou o mundo comunicacional artificial e burocrático da "directiva " da ERC, gerariam enorme controvérsia, desobediência cívica e voltariam ás gavetas dos que as produziram. Mas não é assim, porque os dependentes são muito mais do que os independentes e a acomodação é uma regra social. Dizer que "não" é raro. O governo do PS joga muito nisso, vive nisso, vive disso. A crise ajuda, não os ajudemos nós.» José Pacheco Pereira, Jamais»