Tenho para mim que o excesso de macroeconomia toldou os espíritos bons e fez de uma geração de perdidos e achados, entre multiplicadores, intersectores da armadilha da liquidez, gente convicta que financiava deficits orçamentais, através da denominada senhoriagem e de bastas políticas de acomodação. A macro é, assim, uma espécie de palavra mágica que abre os corredores do poder, do poder dos Generais sem soldados, cigarras perdidas entre enigmáticas disputas sempre esperando que a realidade futura confirmasse o dilema do prisioneiro. Sem a formiga da microeconomia, a macro é uma mulher despida nos campos despidos de agricultura dos montes Alentejanos, onde segundo um verdadeiro capitão da indústria das beterrabas e dos centeios, há um espaço para 50.000 postos de soldados, soldados que não se queixariam do edifício do Euro sem emissão de dívida pública. E o estúpido Euro fantasista, não mais seria ofendido pelos esforçados capitães da indústria da distribuição, nem pelo estado dos reguladores regulados e sequestrados, nem pelos donos das PPP que atravessam, em viaturas fumadas de grande cilindrada, autoestradas orgulhosas mas vazias entre abandonados e tristes campos desta soberania mitigada pelos poucos donos de tudo, como dado em palavra e promessa pelo futuro PPC - bem intencionado futuro esquecido capitão dos Tugas, que soçobrará entre os Generais fardados com a bengala da Macroeconomia e os outros senhores da futura oposição, que o torturarão todos os dias com o seu contrário. Portugal é, assim, um lugar de muitos Generais que se desprendem do rigor dos custos, do esforço, do pormenor e da maçada dos soldados, principalmente quando se tornam feitores dos peões levados pelo elevador social da glória, pelo que como bem diz o Conde da Bica, entre a Primeira Bica que se bebe e a segunda que já se agenda, no meio de enredos de impropérios e tácticas de futebol, já os senhores do Norte Europeu não esperavam pelo Segundo Óptimo de Pareto e já tinham atirado ao solo dois campos de futebol de caroços de cerejas e três de tremoços e as autoestradas seriam trilhadas por fogosos cavalos de ferro, apenas para correr a bom correr aos mercados, para colocar produto nos nóveis portos recheados de roll on's - roll off's, empilhados de contentores, para aproveitar o Primeiro Óptimo de Pareto do Comércio Livre Mundial.