sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A MORTE INDIFERENTE DA VELHA SENHORA OU VIVER E MORRER EM PORTUGAL

A morte indiferente da velha senhora salva pelo gong ao retardador do fisco, o tal que nos acompanha do nascimento à tumba, agora mais eficiente na avassaladora pena dos trabalhadores a prémio, que penhora primeiro e pergunta depois, é não mais que a nossa própria morte.
Uma morte revestida a indiferença, revestida a ouro de lei da lei sem senso, sem compaixão, cinzenta e sem cor, uma morte de quem há muito cravou o destino de um Portugal demasiado manipulado pelo vizinho e pelo outro.

Quando uma inteligência parda resolveu distribuir prémios pelo funcionários do fisco para abocanhar tudo o que pudesse em impostos, não foi a eficiência que se encontrou. Foi a indecência de se pensar o país como um enorme alforge onde se pudesse continuar a fazer o trade-off entre as pessoas e a manutenção de ordenados, não só escandalosos mas impraticáveis para aquilo que é a realidade económica. Muitos ainda não perceberam que governar é manipular os dinheiros de todos mas na exacta medida que favoreça as pessoas. Há muito já passamos esse tecto, o tecto do primeiro estão as pessoas. O anel de frodo toca quem se põe em bicos de pés a pensar que pode pensar pelos outros e destinar a nossa vida.

A morte desta senhora às mãos de uma sociedade cada vez mais desumana e cruel, reflecte aquilo que já sabemos na prática. É a nossa morte que está li reproduzida, a morte da indiferença, a morte dos braços caídos, da aceitação de tudo com pouca acção, ou nenhuma, para além de um encolher de ombros ou de um passo à frente.

As corporações então são o melhor.
Uma polícia que não existe em Portugal, não por falta de efectivos, mas por falta de comparência na função. Antes os problemas pessoais dos agentes não se resolviam nas esquadras, sendo a polícia como corporação, ao contrário de outros países, invisível aos olhos dos cidadãos, chegando invariavelmente atrasada aso locais das ocorrências. A responsabilidade seguinte é a dos tribunais, de quem faz as leis e estabelece uma burocracia sem senso e encerra a vida num emaranhado complexo pouco próprio de qualquer simplex. O processo do simplex tornou-se ele próprio o seu contrário. As leis em Portugal visam normalmente criar mais um nível de dificuldade no acto simples que é, ou devia ser, a vida de uma pessoa.

A seguinte a das famílias desprovidas de valores, de garra para combater pelo seu país, de egoísmo exacerbado fechadas em Portugal nas classes elitárias no eu e os outros, sendo normalmente os mais responsáveis, os Pilatos de Portugal, os que mais vertem lágrimas de crocodilo por situações que reflectem a miséria de um país sem rumo dentro de cada um de nós.

É esta a imagem do desgraçado Portugal real do ano da graça de 2010?

É, mas podia ser outro, se cada um de nós quisesse mudar-se mudando colectivamente Portugal.

1 comentário:

Kruzes Kanhoto disse...

Mas nós não queremos mudar. Só se for para pior!

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