terça-feira, 27 de março de 2012

PAI, PERDOA-LHES QUE NÃO SABEM O QUE FAZEM!


«Pois a mim não me choca assim tanto. Tenho para mim que as cargas policiais, para além de terem a função imediata de repor a ordem, têm também a de servir de exemplo e dissuassor de pantominas futuras. Daí que... quando há disturbios, só se perdem as que caem no chão.


Simultaneamente não ponho, de todo, ao mesmo nivel a violencia exercida pelas forças policias e a dos manifestantes, em absoluto. A violência é monopólio do Estado, disse Max Weber, e eu concordo plenamente tanto com o enunciado como com o desenvolvimento que Weber fez sobre o tema. E as forças policiais são representantes da autoridade do Estado. Portanto, numa carga policial não são policias a bater em cidadãos mas sim o Estado a exercer a sua autoridade contra uns quantos arruaceiros que atentam contra a liberdade individual e os direitos da sociedade, incluindo contra o direito de manifestação pacífica. Desde onde vejo a coisa, atirar uma chávena que seja contra um polícia justifica só por si que o que a atirou leve automaticamente uma belissima sova até se lhe acalmarem os nervos. É que ele não atira essa chávena contra um Polícia. Atira-a contra o Estado»
O Estado tem o monopólio da violência?! Zuricher não se afasta muito da visão de quem alimentou o Estado Novo e o Estado Totalitário Hitleriano. Também este tinha o monopólio totalitário da ordem pública e do direito  a abafar o direito à indignação e ao pensamento diferente.

Está explicado porque dificilmente teremos uma democracia ao estilo das sociais democracias, que colocam o homem no topo das preocupações. Sá Carneiro, que foi um dos nossos melhores, não ia gostar do que viu e do caminho por onde anda a sua social - democracia!

Há ainda há muitas reminiscências do Estado Novo, hoje corporizadas numa "elite", ontem "contada" no Prós e Contras em 40-50.000 almas, que já não se distingue pela formação, pela virtude ou pela decência, que vive na ilusão e ilude, apenas pelo sequestro do Estado trauliteiro, que vive de enganos e más contas.

Deve o Estado defender a maioria? Deve, mas dentro dos limites da decência, da proporcionalidade, não jogando com as mesmas armas de quem tem comportamentos desviantes ou frustrações sentidas.

Zuricher, pessoa com certeza de bem, só podia mesmo estar a ironizar!

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