«Assim, os beneficiários passarão a estar ao dispor de autarquias, juntas de freguesia e IPSS para qualquer que se entenda ser útil à sociedade. Quem não quiser trabalhar, arrisca perder a prestação.
E ter carro, por exemplo, tira também o direito a beneficiar deste apoio do Estado.»
Se isto é verdade, revela novamente como as medidas são tomadas. Em cima dos joelhos para os amantes das vespas! (tinha em boa conta até agora Mota Soares; não defraude as nossas expectativas!).
É que as medidas tem de ser congruentes e proporcionais. Não se podem tomar medidas sem reflectir.
Quem não quer trabalhar arrisca perder a prestação?
Correcto, se tiver condições de saúde, mentais ou devidamente justificadas.Quem tiver carro arrisca perder a prestação?
Num país onde os transportes públicos são em muitas zonas uma miragem, o facto de se ter um automóvel que deve ser um instrumento activo de procura de trabalho (e muitas vezes é um instrumento de transporte até ao hospital), a condição da sua não posse, é ela uma medida devidamente pensada?
Acresce que num país onde os desempregados sem o mínimo de rede social se acotovelam, o RSI devia fazer parte da política moderna chamada de flexigurança que já teve, através da flexibilização do código do trabalho a sua parte, esperando-se agora a devida contraparte.
A não ser que as medidas se enquadrem somente no custe o que custar, que não se chama políticas públicas, mas apenas contabilidade pública!
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