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quarta-feira, 1 de abril de 2009

O ÚLTIMO A SAIR FECHA AS LUZES DO AEROPORTO

«Imigrantes fogem de Portugal»

Num País que auto-implode arrastado numa esquizofrenia política de enorme manicómio, sustentada em agentes que fizeram do país coutada e palco de uma guerra civil surda, os imigrantes fazem bem.
A eles, no entanto, juntam-se os outros migrantes, os emigrantes que aspiram a países mais sadios, longe dos loucos que nos condenam!
O que me aflige, mais que tudo, é o assistir ao "mudismo" de um homem - Presidente da doente República, porque quem tinha por sensato.
O que trava Cavaco?

domingo, 29 de março de 2009

A RAZÃO DA POBREZA


Para quem não percebia o atraso crónico e contínuo de Portugal, o primeiro decénio do séc. XXI é uma amostra do que tem sido as causas sistémicas da arte de mal governar e empobrecer um País.

Falta de recursos naturais, posicionamento e periferização mundial, falta de escolaridade, falta de empenhamento para o trabalho, falta de empreendedorismo ... tudo isto parece secundário face ao problema número um de Portugal a captura constante do Estado por uma não marginal mão cheia de gente com falta de ética e carácter.
O problema número um de Portugal é pois, assim, um problema de carácter de gente que, sistematicamente por falta de comparência daqueles que ainda a demonstram, açambarca e fazem de Portugal um sítio cronicamente pobre e mal frequentado.

Sem uma verdadeira educação para a cidadania, sem uma verdadeira educação para o respeito do outro Portugal continuará a afundar-se na miséria e na locupletação de poucos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

A FORÇA DO EXEMPLO


Reflexões a propósito de uma outra reflexão postada na Sedes, instituição que prestou valorosos serviços ao País, mas que como espaço de liberdade vai aqui e além se conformando ao status quo do acomodamento de alguns dos seus actores. A história, de facto, está cheia de reVersão de intenções! O que era mau ontem na relação dos actores é hoje bom numa nova configuração do lugar dos actores!
Estão os senhores gestores da coisa pública e das entidade privadas dispostos a diminuir de uma forMa substancial as suas remunerações directas e indirectas?

Salvaguardada a diferença remuneratória entre Espanha e Portugal, eu também concordo com a diminuição de algumas remunerações (agora há que dizer que escalões de remunerações!)... progressiva de 10 a 50 % de quem auferir mais de 2000 € por mês! Como aliás sou da opinião que as medidas de combate à crise em Portugal deveriam ter ido no sentido de dar mais liquiDez aos mais pobres, valor que seria utilizado para consumir mais bens inferiores postos à disposição pela nossa economia e manter nesta fase crítica o máximo possível de postos de trabalho.

Sendo em geral, e até última instância, avesso a eXplosões sociais que degeneram em prejuízo para todos em geral (e se calhar mais preocupante para quem mais recebe), relembro no entanto que quem não tem nada a perder porventura não alinha na mesma preocupação. A este respeito gostaria de chamar a atenção para um comentário a um post aqui



«manuel gouveia disse...Curiosamente, vendendo o leite, o iogurte, a manteiga, a pescada, a batata, etc... ao mesmo preço que em Portugal, Belmiro consegue ter lucro nos seus supermercados espanhóis pagando aí o dobro do ordenado.»


Este blog deste nortenho, ex-professor deSempregado do ensino com 300 €/mês para alimentar mulher e duas filhas pequeninas, que já reflecte quase doentiamente na brutalidade dos seus posts a revolta pela percepção da inumana injustiça social, o mal estar brutal que perpassa na nossa sociedade, já não na relação analfabetos-notáveis, mas numa relação de gente com formação licenciados desempregados-notáveis, deveria fazer reflectir empaticamente todos aqueles que por bafejo da sorte, ou por assumpção ou integração de secular privilégio, ateem-se a soluções e a quadros teóricos esquecendo-se que a economia (ciência? tão inexacta!), as sua teorizações e modelos, só fazem sentido no mundo dos homens e para os homens.

Aliás esta outra notícia é bem exemplo, do que o que se precisa é de um novo paraDigma e uma nova ética e não receitas de manutenção de status quo:


«CM: «Armando Vara duplica salário no BCP»
Ganhava 244 mil euros ano na CGD e passou para quase meio milhão no Banco Comercial Português».

Aliás como pequeno accionista de pequenas poupanças adoro-a, pela maniPulação a que uma grande parte dos Portugueses foi sujeita, por instituições que julgávamos credíveis e reguladas (afinal a responsabilidade não devia ser assacada aos reguladores pagos a peso de ouro? ... independentemente de alguns pensarem que o investimento em empresas é ... ida ao casino!). A nossa economia, no entanto, parece um palco onde actores/jogadores se afanam à arte de se locupletarem em todas as salas e tabuleiros com os bens dos outros.

sexta-feira, 13 de março de 2009

MANUEL DEIXA-NOS ALEGRES! NÃO NOS DEIXES MAIS TRISTES!

QUANDO SE É DEMASIADO TITUBEANTE E TACTICISTA VAI-SE PERDENDO O RESPEITO DE QUEM VISLUMBROU UMA CENTELHA DE FORTE CARÁCTER E PRINCÍPIOS.

APESAR DO SOCIALISMO MONÁRQUICO A RECTIDÃO DE MANUEL ALEGRE MERECIA MELHOR SORTE OU ANALISADAS BEM AS COISAS, ARGÉLIA E PASSADO INCLUSO, ESTA ESTRELA TAMBÉM SE PAUTA PELOS MESMOS INTERESSES INDIVIDUAIS?

segunda-feira, 9 de março de 2009

CAVACO APELA À FORÇA SOLIDÁRIA DOS PORTUGUESES, EM SACO ROTO!

Apelar à força solidária dos Portugueses é bom, é fácil! Mas não seria mais produtivo e éticamente aceitável apelar aos detentores do poder para não replicarem injustiças e incongruências e para se cortar de vez com a raiz do mal em Portugal: o uso INTENSIVO E ABUSIVO DA EXPLORAÇÃO DO OUTRO!
Nada mais a propósito que esta outra notícia: IMI SOBE 135€ COM CLÁUSULA DE SALVAGUARDA, LEIA E ENTENDA-SE É PRECISO VERBAS PARA AS VIAGENS DOS DEPUTADOS E PARA O AUMENTO DA REMUNEREAÇÃO DOS EURODEPUTADOS!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

COGITO, ERGO SUM!

Há muitos anos que Descarte não era tão necessário!
Há quem se pergunte para quê um blog?
No estado de "bovinidade" actual, onde os pastos naturais foram substituídos por estábulos intramuros que já não deixam ver o céu, há quem se pergunte: para sermos lidos?
Errado! Mais importante é que não nos desabituemos de pensar!

COMO O VERDADEIRO ARTISTA
É PORTUGUÊS O VERDADEIRO CARNAVAL É-O TAMBÉM NESTA CASA PORTUGUESA ... COM CERTEZA!

Quer lá saber de Brasil ou samba, Veneza, Torre Vedras ou Loulé, há muitos anos que não sentia o cheiro tão intenso do verdadeiro carnaval, um cheiro difuso mas que se propaga por este imenso Portugal! ... sambistas, mascarados - encaraçados, pierrots indiferentes e plotistas encapuçados ... são aos milhares!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

2010: O DIA DEPOIS!


Podemo-nos irritar às vezes com ele, mas esta peça de J.P.P. peca apenas pelo brilhantismo do futurismo-quasepresente, e pelo sabor que se nos entranha, e que não nos estranha, por todos os sentidos!

«EXERCÍCIO DE FUTURO PRÓXIMO COM BASE NA LEI DE MURPHY

No final de 2009, ou no início de 2010, toma posse o Governo X que resultou de eleições legislativas meses antes. Um longo processo de formação do governo explica-se pelo facto de se tratar de um governo minoritário, que pode apenas contar com uma maioria parlamentar que resulta de um acordo político precário, com franjas políticas instáveis, obtido a muito custo com intervenção directa do Presidente da República em nome do "interesse nacional". É uma espécie de "governo de salvação nacional" sem que ninguém o sinta com legitimidade para tal, que resultou de uma campanha eleitoral muito radicalizada, envolvendo sérias suspeitas sobre o primeiro-ministro anterior que a conclusão precipitada de um inquérito judicial foi incapaz de dissipar. O grau de confiança dos portugueses nos políticos e em instituições como a justiça está nos seus mínimos históricos e ninguém acredita em ninguém.
À esquerda e à direita, cresce a extrema-esquerda e a extrema-direita, uma com expressão eleitoral e a outra com expressão nas ruas, nas conversas, nos fora das rádios e da televisão, no sebastianismo, no populismo grosseiro que também teve tradução nas eleições locais. A dimensão nacional da política quase desapareceu a favor de uma política de proximidade que favorece o mediatismo espectacular e o populismo das soluções fáceis. O discurso do inimigo, do "outro", tornou-se o caldo de cultura da vida política. Cabalas, "forças ocultas", conspirações e excomunhões surgem por todo o lado. A comunicação social enche-se de ajustes de contas por interposta fuga de informações, como se tudo na vida pública fosse uma competição de corrupções. Volta a falar-se de ditadura e de golpes militares.
A rua mergulha também na exclusão do "outro" à medida que a criminalidade violenta e a incapacidade dos governantes em lidar com a insegurança crescente se soma aos crimes "sociais". O emigrante "criminoso", o "preto", os bandos "violentos", os "ricos", os "corruptos", os "políticos" recebem tantos insultos e condenações quantas vezes se respira o ar miasmático das terras de desempregados, de velhos reformados sem futuro, de mulheres que voltaram para casa da fábrica, de jovens sem destino e com tempo a mais.
O Governo X encontra uma situação económica, financeira e social sem paralelo na vida do país a não ser na crise do pós-guerra, pós-1918, quando havia assaltos a mercearias, tumultos nas ruas, tentativas de golpes, uma guerra civil larvar entre monárquicos e republicanos, republicanos e sindicalistas, e a violência política era a regra. Centenas de milhares de trabalhadores estão no desemprego e já passaram a data-limite para receberem o subsídio a que tinham direito. Em múltiplas localidades do Norte e do interior, nos subúrbios industriais das grandes cidades, em todos os sítios do país onde tinha sobrevivido um tecido industrial, os edifícios das fábricas fechadas sucedem-se a outras fábricas fechadas. Já ninguém repara nos cartazes antigos contra o desemprego, nos apelos a greves e manifestações, nas pichagens nos muros exteriores. O trânsito nessas estradas que, no passado, conhecera engarrafamentos de camiões TIR, com contentores, furgonetas, carrinhas de serviços e autocarros com o "pessoal", desapareceu. Numa ou noutra grande instalação que fora industrial os pavilhões servem apenas de armazém. Ocasionalmente, passa um camião com sucata, uma grua, uma camioneta com garrafas de ar comprimido, uns materiais de obras, mas a actividade industrial quase parou.
Nos blocos de habitação barata, nas urbanizações suburbanas que acolherem a mão-de-obra industrial que acompanhara a abertura das fábricas, os anúncios de "vende-se" proliferam, por iniciativa dos bancos a quem as prestações da casa deixaram de ser pagas. A degradação dos prédios acentua--se, porque há muito tempo que os condomínios deixaram de funcionar, e nenhum condómino tem dinheiro para reparar os elevadores. Cafés e lojas no andar térreo fecham e abrem, dando sempre origem a um negócio menos qualificado, a montras com produtos cada vez mais baratos. Algumas viraram "lojas de chineses", mas mesmo esse manancial de consumo baratíssimo parece ter--se estancado. O pequeno comércio antigo, que já subsistia com muita dificuldade, está todo a fechar. Os vidros sujos de muitas lojas permitem ver a correspondência que ninguém recolhe no chão cheia de pó e humidade. Nas cartas enrugadas e sujas proliferam as intimações fiscais.
O Governo X encontra-se com uma emergência social. Herdou uma situação incomportável e que não pode em nenhuma circunstância continuar: milhares de salários em várias indústrias estavam a ser pagos pelo Governo anterior com o disfarce de "formação", por períodos que coincidiam com o ano eleitoral. Não há nenhuma possibilidade de o continuar a fazer no estado em que estão as contas públicas. O país tem uma dívida-recorde e cada vez maior dificuldade em financiar-se no exterior. A receita fiscal cai a pique à medida que a actividade económica pára e nem listas negras de contribuintes, nem os cadernos de vendas de imóveis e carros por execuções fiscais impedem milhares de não pagarem os impostos. Uns porque fogem ao fisco, muitos porque não têm dinheiro para pagar.
Para o Governo X não há muitas soluções para além de um programa muito severo de austeridade, com um aumento drástico de impostos, e uma redução acentuada do nível de vida. Uma geração inteira que nunca conheceu senão sucessivos "apertares de cintos" com a promessa da "luz ao fundo do túnel", com "sacrifícios" exigidos com a contrapartida de benefícios futuros já percebeu, com revolta ou passividade, que no fim pressuposto do ciclo dos "sacrifícios" não há senão outros sacrifícios. O empobrecimento das famílias atinge toda a gente da classe média para baixo e apenas os funcionários públicos, a quem o Estado garantia o emprego, não sentiam os aspectos mais duros da crise. No entanto, todos desconfiavam que essa situação iria mudar, mesmo para quem se pensava protegido, porque o Governo anterior tinha comprometido milhões e milhões de euros e prometido muitos mais, sem que se visse qualquer resultado na economia. E agora não havia dinheiro, nem para manter o Estado.
A radicalização política do partido no anterior Governo, impulsionada por um primeiro-ministro acossado e arrogante, impedira qualquer viragem política, porque este "não queria perder a face". Políticas erradas e ineficazes, em vez de serem corrigidas, eram premiadas com mais e mais dinheiro, numa tentativa de as salvar pela overdose. O Governo tornara-se errático e orientava-se pelas estrelas. O dinheiro fluía para um vazio, enriquecia quem não devia, salvava o património de quem não devia e desbaratava o erário público sem qualquer efeito útil. O período que precedera as eleições que dera origem ao Governo X tinha sido de um desperdício eleitoral sem paralelo, a pretexto da "crise", que o primeiro-ministro cessante tinha prometido não chegar. Na fase final do seu mandato, o mesmo primeiro-ministro tinha inflamado o espaço público com frases incendiárias contra os "ricos" e promessas sobre promessas e inúteis novas divisões, num país que já tinha tantas. Quem veio a seguir encontrava tudo minado e as sementes de violência plantadas cada vez mais fundo.
No dia da posse do Governo X, toda a esperança estava perdida. Tudo o que podia ter corrido mal correra mal.
(Versão do Público, 14/2/2009.) - J. Pacheco Pereira»

sábado, 14 de fevereiro de 2009

FRUTOS PODRES!

«"Mudam-se os tempos mas não se mudam as vontades...
Uma pequena nota no
El País causou-me mal-estar. A Procuradoria Geral espanhola pediu um ano e meio de prisão para um homem que roubou “meia barra de pão”. O autor da nota, Joan Carrach, adianta que na Inglaterra do século XIX roubar uma laranja era um passaporte para a Austrália. “Mudam-se os tempos mas não se mudam as vontades”...Os outros, os assaltantes de primeira gema, não precisam de ter medo de ir para a Austrália ou para a prisão. Gozam com o pagode! » transcrito e subscrito do QUARTA REPÚBLICA!

Muito vezes ponho-me a pensar de quem é a responsabilidade deste estado de coisas! E chego à triste e vã resposta que o povo é o responsável! Pela sua inacção, indiferença, inércia com algo de cobardia! Os outros do tempo daqueles que recebiam um conduto para a Austrália, também de tempos a tempos emolduravam os candeeiros de bem maiores trapaceiros! A mim que sou também fruto dos tempos da inacção, sobram-me no entanto sonhos (e somente sonhos)onde os vilões caem como laranjas podres, dependurados de árvores em processo de desinfestação!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

TAMBÉM QUERO UMA VERDADEIRA DEMOCRACIA!



http://risco-continuo.blogs.sapo.pt/133351.html

A inveja é um sentimento feio! Mas a inveja por paz, pão, habitação, saúde, só há liberdade assim ... cantava in illo tempore Sérgio Godinho!

Agora que quereríamos uma democracia assim DE APARENTE E INICIÁTICA ÉTICA SÃ... isso é verdade!

E PERDOEM-NOS A PETIT PONTINHA DE INVEJA!

SERMÃO DE JPP AOS PEIXES!


Podemo-nos irritar com JPP pelo seu enorme snobismo, pela sua recusa à normal vulgaridade, não nos podemos é irritar com JPP é com o seu amor ao Padre António Vieira, porque chega de sermos peixes nesta poça inquinada e barrenta que dá pelo nome de Portugal!

«O texto de Santo Agostinho fala geralmente de
todos os reinos, em que são ordinárias semelhantes opressões e injustiças, e diz
que, entre os tais reinos e as covas dos ladrões — a que o santo chama
latrocínios — só há uma diferença. E qual é? Que os reinos são latrocínios, ou
ladroeiras grandes, e os latrocínios, ou ladroeiras, são reinos pequenos:
Sublata justitia, quid sunt regna, nisi magna latrocinia? Quia et latrocinia
quid sunt, nisi parva regna? É o que disse o outro pirata a Alexandre Magno.
Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia,
e como fosse trazido à sua presença um pirata que por ali andava roubando os
pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém, ele,
que não era medroso nem lerdo, respondeu assim. — Basta, senhor, que eu, porque
roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois
imperador? — Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o
roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas
Séneca, que sabia bem distinguir as qualidades e interpretar as significações, a
uns e outros definiu com o mesmo nome: Eodem loco pone latronem et piratam, quo
regem animum latronis et piratae habentem. Se o Rei de Macedónia, ou qualquer
outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata, o ladrão, o pirata e o rei, todos
têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.
Ponhamos o exemplo da culpa, onde a não pode
haver. Pôs Deus a Adão no Paraíso, com jurisdição e poder sobre todos os
viventes, e com senhorio absoluto de todas as coisas criadas, excepta somente
uma árvore. Faltavam-lhe poucas letras a Adão para ladrão, e ao fruto para furto
não lhe faltava nenhuma. Enfim, ele e sua mulher — que muitas vezes são as
terceiras — aquela só coisa que havia no mundo que não fosse sua, essa roubaram.
Já temos a Adão eleito, já o temos com ofício, já o temos ladrão. E quem foi o
que pagou o furto? Caso sobre todos admirável! Pagou o furto quem elegeu e quem
deu o ofício ao ladrão. Quem elegeu e quem deu o ofício a Adão foi Deus: e Deus
foi o que pagou o furto tanto à sua custa, como sabemos. O mesmo Deus o disse
assim, referindo o muito que lhe custara a satisfação do furto e dos danos dele:
Quae non rapui, tunc exolvebam . Vistes o corpo humano de que me vesti, sendo
Deus; vistes o muito que padeci, vistes o sangue que derramei, vistes a morte a
que fui condenado, entre ladrões. Pois, então, e com tudo isso, pagava o que não
furtei. Adão foi o que furtou, e eu o que paguei: Quae non rapui, tunc
exolvebam.
Mas estou vendo que com este mesmo exemplo de
Deus se desculpam ou podem desculpar os reis, porque, se a Deus lhe sucedeu tão
mal com Adão, conhecendo muito bem Deus o que ele havia de ser, que muito é que
suceda o mesmo aos reis, com os homens que elegem para os ofícios, se eles não
sabem nem podem saber o que depois farão? A desculpa é aparente, mas tão falsa
como mal fundada, porque Deus não faz eleição dos homens pelo que sabe que hão
de ser, senão pelo que de presente são. Bem sabia Cristo que Judas havia de ser
ladrão; mas quando o elegeu para o ofício em que o foi, não só não era ladrão,
mas muito digno de se lhe fiar o cuidado de guardar e distribuir as esmolas dos
pobres. Elejam assim os reis as pessoas, e provejam assim os ofícios, e Deus os
desobrigará nesta parte da restituição. Porém as eleições e provimentos que se
usam não se fazem assim. Querem saber os reis se os que provêem nos ofícios são
ladrões ou não? Observem a regra de Cristo: Qui non intrat per ostium, fur est
et latro . A porta por onde legitimamente se entra ao ofício, é só o
merecimento. E todo o que não entra pela porta, não só diz Cristo que é ladrão,
senão ladrão e ladrão: Fur est latro. E por que é duas vezes ladrão? Uma vez
porque furta o ofício, e outra vez porque há de furtar com ele. O que entra pela
porta poderá vir a ser ladrão, mas os que não entram por ela já o são. Uns
entram pelo parentesco, outros pela amizade, outros pela valia, outros pelo
suborno, e todos pela negociação. E quem negocia não há mister outra prova: já
se sabe que não vai a perder. Agora será ladrão oculto, mas depois ladrão
descoberto, que essa é, como diz S. Jerônimo, a diferença de fur a
latro.
Suponho finalmente que os ladrões de que falo
não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua fortuna condenou a
este género de vida, porque a mesma sua miséria, ou escusa, ou alivia o seu
pecado, como diz Salomão: Non grandis est culpa, cum quis furatus fuerit:
furatur enim ut esurientem impleat animam.O ladrão que furta para comer, não
vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são
outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do
mesmo nome e do mesmo predicamento, distingue muito bem S. Basílio Magno: Non
est intelligendum fures esse solum bursarum incisores, vel latrocinantes in
balneis; sed et qui duces legionum statuti, vel qui commisso sibi regimine
civitatum, aut gentium, hoc quidem furtim tollunt, hoc vero vi et publice
exigunt: Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os
que se vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e
dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os
exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das
cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os
outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam
debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são
enforcados: estes furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista
que os outros homens, viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça
levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: — Lá vão os ladrões grandes
a enforcar os pequenos. — Ditosa Grécia, que tinha tal pregador!»

É bom revisitarmos e recordarmos o Padre António Vieira, para nos pormos em dia com o nosso passado e vermos aonde e como perdemos a nossa dignidade como povo!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A INFINITA REPÚBLICA!

Variação sobre um olhar sobre a vida da QUARTA REPÚBLICA:

Sendo ainda novo para a reforma e velho para o trabalho, arrastado pela voracidade de um país invertido, entusiasmo-me hoje mais que nunca pela maior riqueza que o mundo me devolveu: o desfrutar do tempo! Quanta tristeza tenho de ver o meu país correndo celere, abotoando-se de rugas materiais, do sempre mais e mais, escondendo-se desta suprema felicidade de tudo fazer nada fazendo! É com certeza um luxo, mas não será este o verdadeiro luxo de corpos que se afundarão eternamente despojados de tudo, menos do sorriso eterno de termos vivido ou sonhado completamente? Celebremos novamente o valor da vida, a leitura, o pensamento, o tempo para recordar e sorrir, a contemplação de uma flor no jardim, o prazer do lento arrastar do nosso olhar.

Afinal estes cadáveres adiados que procriam, também podem aspirar à real felicidade despojada e desmascarada do quase-tudo-nada! Afastemos um pouco a cortina do sucesso e descortinemos através dela um tempo de menor ansiedade e maior felicidade! Afinal para quê apressar o nosso tempo presente?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

ABUSO DE CONFIANÇA POLÍTICO-DESPORTIVO!



Compartilha-se, CONFIGURANDO um verdadeiro e genuíno abuso de confiança político-desportivo!

sábado, 10 de janeiro de 2009

O QUE PENSAM 9.500.000
DE PORTUGUESES DA ACTUAL REPÚBLICA!

Há alguém ainda que não subscreva estas palavras?


«A CORJA POR

O actual sistema político português tem sido desolador. Pela improdutividade, pelo descontrole do seu próprio funcionamento e pelos abusos a que tem dado origem.Aproveitando-se da índole pacífica dum povo inculto, adormecido por 40 anos de ditadura e exausto por uma prolongada guerra colonial, os chamados “democratas” apoderaram-se das instituições políticas do país, manipulando-as a seu belo prazer e cometendo os mesmos abusos, senão mais e maiores, dos que foram cometidos durante a ditadura e que tão criticados foram enquanto eram oposição. Criaram-se Ministros, não só sem pasta, mas sem conta, Secretários de Estado “a granel”, centenas de lugares de deputados, pagos a peso de ouro, inúmeros lugares de assessores, secretárias, motoristas, etc.Se isso se sente ao nível do país que dizer dos governos regionais. Criou-se uma pesadíssima máquina administrativa que absorve grande parte dos orçamentos regionais, para satisfação duma classe política voraz. O que dantes se resolvia com três Governadores Civis, três Presidentes de Juntas Gerais e meia dúzia de funcionários, necessita agora de inúmeros Secretários Regionais, um sem número Directores Regionais, assessores, secretárias, motoristas a perder de vista, e automóveis. Muitos e bons automóveis. Também se criou um exagerado número de deputados que reúnem pouco e que são completamente desnecessários, pelo menos da maneira que funcionam, mas cujos lugares são necessários para eles mesmos.Todas as vezes que muda um governo mudam-se centenas de administradores de empresas públicas que outra qualificação não têm do que o cartão do partido no poder. E, dada a desafogada situação económica, renovam-se também, os Directores-Gerais, os assessores, as secretárias e a frota automóvel dos diferentes departamentos governamentais, com a desculpa de que são lugares de «confiança política»!Creio que o vulgar cidadão tem dificuldade em entender o que são lugares de «confiança política».Poderão ser da «conveniência dos políticos», mas seguramente não por razões técnicas. Não será o melhor gestor duma determinada empresa aquele que a desconhece por completo e que como curriculum só apresenta as credenciais partidárias. Percebe-se a intenção das nomeações para as empresas públicas dos políticos dispensados de funções governativas e que nada têm a ver com as referidas empresas. Por certo que não no interesse das empresas nem do país. Não seria lógico que houvesse nessas empresas uma carreira a que se teria acesso por concurso público e quem fosse tecnicamente melhor ocupasse os lugares? Assim seria num país civilizado e sério, mas em Portugal, com um regime afro-sul-americano, será nomeado o que for o mais subserviente ao PS, ao PPD ou ao CDS ou familiar dos seus dirigentes.Quando o governo PSD substituiu o do PS e o acusou de delapidar erário quase levando o pais à bancarrota e obrigando a renovados sacrifícios, ouvimos um coro de protestos do PS acusando o Governo de irresponsabilidade porque isso iria diminuir a confiança do povo e de eventuais investidores nacionais e estrangeiros. Agora, invertido o cenário, assistimos ao PS a acusar o PSD de “delapidar erário quase levando o país à bancarrota e obrigando a renovados sacrifícios” mas já não se fala no prejuízo de “diminuir a confiança do povo e de eventuais investidores nacionais e estrangeiros”.Nunca vemos, da parte de qualquer governo, a vontade de aproveitar uma ideia que lhe seja sugerida por um opositor. São invariavelmente chumbadas na Assembleia, quantas vezes com prejuízo do país, só porque não partiram da bancada da maioria!Assistimos frequentemente a longos e inúteis debates, por questões quantas vezes fúteis, em que uma bancada ou o governo propõe determinada lei que já tinha sido proposta pela agora oposição e que esta longamente debate a inconveniência de tal legislação que, num passado recente, tinha ela própria proposto aos deputados!!!As lutas partidárias tornaram-se tão estéreis e ridículas como as partidas de futebol, onde impera o clubismo, o dinheiro, obscuros interesses económicos e não o interesse desportivo. A Assembleia transformou-se também num campo desportivo, onde imperam os interesses pessoais e partidários em detrimento dos interesses do país.O deputado pode matar, roubar, ser pedófilo, etc., que está protegido pela tutelar Assembleia! Tem direito à impunidade! Ao deputado é permitido, dada a situação de desafogo económico do país, viajar em 1ª classe e subdividir as passagens para levar a família, a amiga e o gatinho. E ter ajudas de custo! Já não é ilegal porque o Dr. Mota Amaral propôs e permitiu a legalização da trafulhice.Aos políticos e aos administradores das empresas públicas são concedidas benesses que ao comum dos portugueses são negadas. Basta-lhes estarem sentados durante doze anos – e às vezes nem isso – sem produzir rigorosamente nada, para ter direito a uma choruda pensão vitalícia!Os ministros permitem-se o gozo de férias, quatro meses após o início de funções!!! O que não é permitido ao comum dos portugueses. Mas falam em acabar nos privilégios dos políticos…Assistimos, já com indiferença, aos políticos prometerem a lua durante as campanhas eleitorais para depois de eleitos esquecerem as promessas que fizeram e com as quais conquistaram o eleitorado. Na vida civil chama-se a isso “publicidade enganosa” e os prevaricadores, se não tiverem “cunhas”, são habitualmente punidos. Ao político, como não é responsável, tudo é permitido. É inimputável! O que para o comum dos cidadãos não é um adjectivo lisonjeiro.Já ninguém acredita nos benefícios da subida dos impostos e do aumento dos investimentos públicos. Sabe-se, por experiência, que o aumento dos impostos vai servir para aumentar a classe política e alimentar as benesses que ela se atribui. Sabe-se, também por experiência, que os custos dos investimentos públicos “derrapam” sempre para benefício de quem os promove e não para benefício dos seus destinatários.No Orçamento Regional de 2008 a verba atribuída à ALRA é de 10.412.606 €. Esta enorme despesa significa 200.242 €uros por deputado que no próximo ano aumentará ainda!! São 40.500 contos por cada um destes inúteis, fora seguramente as chorudas pensões de reforma conseguidas, não pelo seu mérito mas pela subserviência ao seu chefe partidário, em apenas doze anos de preguiça!Recentemente foi eleito um jovem deputado, creio que ainda estudante universitário, cujo único mérito conhecido é o de ser filho do Presidente do Governo. Assim aos trinta e poucos anos terá direito a uma choruda pensão de reforma sem necessidade de trabalhar ou de ter preocupações! Seguramente que lá está para defender os interesses do povo…Ser-se deputado deixou de ser uma função. Passou a ser uma profissão. Numerosa, bem paga e com direito a chorudas pensões vitalícias. Os deputados nos Açores são 52 para uma população de 241.763 habitantes. A manter-se uma proporção Lisboa deveria ter 2.150, os Estados Unidos 63.026 e a China 276.811 deputados. Alguns puristas, ainda assim, acham que temos poucos deputados.As despesas da Assembleia da República foram de 109.818.630 €uros (22 milhões de contos) !!!!!! Dividindo pelos 230 vorazes e inúteis deputados temos uma despesa de 477.472 € (95.724 contos!!!) por cada um dos elementos desta corja.A inacreditável reabilitação de Salazar e do Estado Novo, 40 anos após a sua morte, deve-se unicamente à conduta política e podridão destes “democratas” que se apoderaram do poder para se servirem a si e aos seus, transformando o próprio Estado no maior ladrão e caloteiro que o país conhece, muitas vezes a coberto da lei que eles próprios inventaram. Salazar, com todos os seus reconhecidos defeitos, nunca beneficiou a família ou a si próprio com benesses e privilégios monetários escandalosos. Sendo um ditador quem o impediria de o ter feito? Não o fez simplesmente porque era honesto. Não era democrata e não o escondia. Talvez menos pelo sistema em si, mas porque conhecia demasiado bem os nossos “democratas”. Encobriu escândalos? Seguramente. Mas hoje a transparência democrática também o faz, quando não consegue através da inoperante justiça ilibar os criminosos.São os casos de óbvio enriquecimento dos detentores de cargos políticos sem que ninguém cuide de investigar como e porquê. São os casos dos faxes de Macau, da Casa Pia, dos McCann, das viagens fantasmas dos deputados, dos Isaltinos, dos Valentins, das Fátimas Felgueiras, das derrapagens nas obras públicas, etc, etc, etc,.A negligência demonstrada enquanto detentores de cargos de responsabilidade, pagos a peso de ouro pelos miseráveis contribuintes, é premiada com o encobrimento quando não com a promoção. São disso exemplo os casos recentes dos gestores da CGD e do Banco de Portugal.A Democracia deixou de ser um objectivo e uma atitude perante a vida, para se tornar num álibi. Para se ser democrata não é só preciso ser-se eleito. É imprescindível ter uma mentalidade e comportamento democrático, que definitivamente não encontramos nos nossos políticos. Tudo é permitido porque afinal são democratas e dizem defender o povo e o país. Como é óbvio…Para um país miserável, falido, sem indústria e sem agricultura, com 500.000 desempregados, tecnicamente em recessão e com 334 mil pessoas recebem rendimento social de inserção, fonte de inaceitáveis e injustificáveis abusos, é escandaloso este estado de coisas.Antigamente obrigavam-nos a pertencer à Mocidade Portuguesa. Agora obrigam-nos a subvencionar os partidos políticos, quer queiramos quer não, quer acreditemos neles ou não, quando numa verdadeira democracia deveriam ser os seus militantes a fazê-lo voluntariamente. Mal estaremos nós se tivermos de subsidiar todas as agremiações e empresas que se revelem improdutivas e não rentáveis, só para benefício dos insaciáveis que vorazmente se alimentam da política.Já não surpreende ninguém, nem os próprios políticos, a cada vez mais elevada abstenção nos actos eleitorais. A meteorologia tem servido como explicação encontrada para justificar o desinteresse. Se há chuva é essa a razão porque os eleitores ficam em casa. Se faz sol é porque foram para a praia. Se está ameno será porque foram passear. Nunca pelo desencantamento, desinteresse e até revolta.Votar em quem? E para quê? Só pelo simples prazer de mudar de embusteiro e colaborar com esta corja? Não vale a pena…»

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

É O DESEMPREGO, ESTÚPIDOS!

«MAIS VALE TER TRABALHO DO QUE NÃO TER, O que vou escrever vai por os cabelos em pé a muita gente. Mas nestes dias de crise mais vale ter emprego, mesmo que mau, desprotegido, sem direitos, precário, do que não ter emprego nenhum. E é por isso que o reforço dos direitos laborais, o aumento das contribuições sociais, a dificuldade de contratar a recibo verde, a penalização do trabalho “negro”, têm um enorme preço em deixar mais gente na miséria.»

Pérola de JPachecoPereira usando de realismo tout court, imaginação e sentido de Estado solidarista. É isto o que se pede de um político? É o Desemprego, Estúpidos! ... como é a desigualdade, Estúpidos! ... como é a locupletação, Estúpidos! Tudo é permitido no reino da hipocrisia política, porque ela não tem verdadeiramente motivações de serviço público ... apenas motivações de se servirem ... do público!

NÃO PODEMOS SALTAR JÁ PARA O ANO 2020, ONDE TODA ESTA GERAÇÃO SERÁ APENAS UMA MÁ MEMÓRIA! ... CLICK! CLICK! ...

DE REGRESSO À TERRA?

Há seis meses, mais coisa menos coisa, também regressava de Dublin ... e de Limerik ... e de ... embalado pelo sono daquela "Air Língua", visonava os frondosos campos Irlandeses, povoados de rebanhos, alazões Irlandeses a dar "com pau", cliffs of Mohers, vibrantes castelos e sonhava com um país próprio assim verde, com troços de estradas rurais, desprovido de auto-estradas, desprovido de grandes obras, mas rodeado de grinaldas, de homens e mulheres bem tratados, rodeados de greens ... grandes homens e mulheres in situ, rodeados e aperfumados de verde!

Foi assim no Eire, mas foi assim também no "reino de Copenhaga", como foi assim na clara meia-noite dos lagos da Suécia, nas frondosas florestas de coníferas da Finlândia e nos fiordes da Noruega.

Há muito que nós, os Portugueses, escolhemos as nossas muralhas e os nossos castelos, as nossas vibrantes e despidas autoestradas, os nossos "colombos", os nossos elefantes brancos voltados para o Tejo. Há muito que estamos desprovidos das proporções e vivemos não para os homens e para as mulheres deste povo, mas para as nossas tristes ilusões.

E assim o nosso regresso como o de João Tordo , cava sempre mais profundo o nosso implexo de incomodidade, a nossa alienação da felicidade da terra!

O DIABO ANDA À SOLTA!
DESMINTA-O QUEM CONSEGUIR!

HÁ MUITO QUE SE SABIA QUE O TGV FAZ PARTE DE UMA ESPÉCIE DE INTERNACIONAL FILIPISMO DE PINTO DE SOUSA.

HÁ MUITO QUE SE SABIA QUE DE UM PAÍS POBRE MAS REMEDIADO PASSÁMOS A UM PAÍS DE MULTIMILIONÁRIOS LARÁPIOS E MULTIDÕES DE POBRES.

HÁ MUITO QUE SABÍAMOS QUE EM CONFORMIDADE INÚMERAS FAMÍLIAS JÁ NEM PARA ALIMENTAR LHES SOBRA. HÁ MUITO QUE SABÍAMOS QUE FACE AOS AMANHÃS QUE CANTAM, OS HOJE DÓIEM E REVOLTAM!

HÁ MUITO QUE SABÍAMOS DA INVOLUÇÃO DA LIBERDADE DE IMPRENSA, AMARRADA AOS CRIMINOSOS BARRABÁS COMPRADOS E A ESSAS PÉROLAS DE ÉTICA DENOMINADAS DE EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO E SONDAGENS.

AGORA SABERÁ A CORJA QUE NOS (SE) (DES)GOVERNA QUE 2009 SERÁ O ANO QUE OS CONDENA, OU ANDAM DEFINITIVAMENTE DISTRAÍDOS SEM SABER LER OS SINAIS?


quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

PARA ACABAR O ANO:
UM SONHO DE UTOPIA!

Lord’s of Utopia, ou os senhores de nenhum lugar! Feliz o tema, a utopia, o corte epistemológico como salto para um outro patamar, de uma suprema human hapiness porque para mim, para More e para os Utopians é pelo “sonho”[1] que vamos!
Feliz, também, porque acabava de postar em blog meu (CausaVossa, 2008)[2], em forma de curta recensão, denominado (mudam-se os tempos, mantêm-se os vícios): “Ao ler More, Thomas, enunciar que uma sociedade estruturada hierarquicamente não pode constituir um commonwealth virtuoso já que em todas as hierarquias, são sempre os piores que ganham poder e o usam em benefício próprio … para além da existência das hierarquias encorajar o orgulho, que é o pior dos vícios, já que destrói todo o sentido de justiça e equidade, pergunto-me: afinal estamos assim tão perto de 1535?”. E não resisto à transcrição da continuação em forma de discurso directo, entre Thomas e uma incógnita figura, possível arquétipo dos tempos[3]: ”(T.M.) O orgulho é “tramado”[4], vicia e inebria, dá-nos uma falsa sensação de superioridade sobre os outros, de imparidade, tão inteiramente ignorante e mesquinho de gente fraca! (P.S.) Mas e as hierarquias? (T.M.) As hierarquias têm de ser hierarquias paritárias de verdadeira superioridade moral e humanitária! Tudo o resto não são hierarquias, são orgulho de poder em comprimido! (P.S.) Mas desconfio tanto dos moralistas! (T.M.) Desconfias, desconfias porque verdadeiramente só conheces...os falsos moralistas!”
Tão longe, embora ainda tão perto, que começamos a estar da Wergild e do comunitarismo “kinshipariano” Anglo-Saxónico, desta solidariedade na adversidade do mundo fechado e imóvel, espécie de confiança e segurança “intra-uterina”, quando se começa a questionar o course of the Sun, a moral philosophy, a nature of the good, a virtude, ou a “promover” o misticismo, a individualidade, o prazer e a felicidade humana ou tão simplesmente o calcorrear por caminhos mais distantes onde perpassam influências e texturas[5] anteriormente ausentes!
Tão longe, embora ainda tão perto, que começamos a estar do mundo geocêntrico, imobilista, tradicional, postuladamente hierarquizado, cosmológica e religiosamente “fadado” e alinhado, em algo que Giddens define como o mundo do pensamento “contra-factual”[6] (Faria, 1996, p. 122).
E o que dizer das condições de resistência ao potencial destruidor do mundo físico (Faria, 1996, p. 124) e a atitude, ainda iniciática é certo, mas mais activa do entendimento do risco e do reconhecimento e enfrentamento da sua existência?[7]
Um mundo onde as opções existenciais e racionais parecem querer tomar forma, sob o manto das novas descobertas geográficas, da difusão da imprensa, dos novos legados filológicos, astronómicos, geográficos – cartográficos, anatómicos[8] e linguísticos, um mundo optativo, afirmativo, corte epistemológico de um mundo passivo, fisicamente aristotélico e filosoficamente escolástico. Giordano Bruno, Képler, Leonardo, Galileu, Erasmo, fazem parte desse novo mundo, desse early modern, interessado, sonhador, dialéctico! Se o crescimento “silencioso da ciência começa a reformar praticamente a nossa mentalidade” (Faria, 1996, p. 239), não são o Renascimento, o Humanismo tout court e pedagógico, e a Reforma (ou as reformas! com a sua especificidade insular), mudança de agulha de uma nova epistemologia[9] existencial?
Casa de Wessex, Casa da Dinamarca, Casa da Dinamarca 1ª usurpação, Casa de Wessex 1ª Restauração, Casa da Dinamarca 2ª Usurpação, Casa de Wessex 2ª Restauração, Dinastia Normanda, Plantagenetas[10], nova deposição e a rosa vermelha da casa de Lancaster, a interposição da Rosa Branca da Casa de York, nova deposição da de Lancaster, novo regresso deposição da rosa de York e finalmente[11] as duas cores da rosa dos Tudor e Eduardo VIII, trono em 1509, 44º rei Inglês, “edificado” sobre a tutoria construtora e anti-clerical de John Skelton, senhor de soberania[12], contemporâneo das religiosas cisões e reflexões, do absolutismo real como forma de poder, do híbrido Anglicano, do descrédito do direito romano e da elevação do common law, bom ou mau leitor da obra de Maquiavel, Príncipe e viúvo, à força ou consentido, de pelo menos seis mártires mulheres, exaurador de súbditos[13], contemporâneo e conterrâneo de More e influenciado leitor, enviesado embora, do De officio regis de Wycliffe e do seu braço influenciador protestante e autonómico nacionalista, mas simultânea e socialmente ameaçador Lollardiano. O Book of Martyrs de John Foxe bem como a Supplication for the Beggars, pomo de discórdia entre dois estados, o povo e o clero, um congregatio fidelium, ameaça “por tabela” da autoridade real.
Se sobre as grandes alterações epistemológicas no que poderíamos chamar de período “Early Modern Changes”, parecem chegar as hipóteses explicativas do mix religião, ciência, mundovisão, difusão, recentremo-nos novamente na relevância de um dos actores, Thomas, e na sua Utopia, fruto e flor de outras reflexões do lugar de cada homem no mundo e da relação com os outros, ascensão do poder temporal em detrimento do espiritual, consolidação de Estados e relação de soberanias, naquilo que começa a tomar forma como a sociedade mundial, relação de soberanias tão do agrado de um actor reflector de outros espaços futuros, nosso, de seu nome Adriano Moreira!
Orgia literária, admirável e perigoso mundo novo[14] em dois volumes, respostas (a livro II, da sociedade perfeita) para as perguntas das interrogações – males ou inquietações discorridos no livro I, a De Optimo Reipublicae Statu deque Nova Insula Utopia, ou sobre o melhor estado de uma república ou sobre a nova ilha Utopia a 2 volumes, é resultado de uma espécie de ambiente - bolo alimentar dos múltiplos ingredientes supra aduzidos, aditados ou condimentados por um absolutismo tirano, em deriva, de uma sociedade aparentemente quase distópica[15] e dual em busca de definição religiosa própria, uma sociedade onde Thomas “passeia” o seu English Character, exercendo e exibindo com mestria a complexidade do seu contra-factual. Mas a reforma Henriquina foi demais para More: muito sob o signo do homónimo Thomas, Cromwell, reformation parliament, act of restraint of appeals, act for the submission of the Clergy, irreversibilidade da secularização do estado, Act in Restraint of Appeals to Rome e os fatídicos e finais actos constitucionais (para More) Act of Succession e Supremacy, abriu não só o cesto para a “saída” da Church of England, como encerrou pelo carrasco a cabeça de Saint Thomas More, amigo da virtude, inimigo da injustiça, da submissão do clero ou da desautorização do Papa ao rei.
Fica em conclusão e jeito final deste, para alguns, socialista avant la lettre, para outros tão só a afirmação dos ideais do humanismo cristão como orientador moral da conduta quotidiana, a utopia de uma organização política democrática, de uma sociedade ou orgânica social impoluta e partilhada, das críticas parcelares às enclosures, aos oligopólios, à rejeição da ética das razões de Estado, à virtude como única nobreza. Fica também, para si próprio, que Utopia é irrealizável nalguns pontos mas implementável noutros, ou parafraseando Mateus (na mensagem que passa várias vezes Hitlodeu – More) (Silva, 2000) “O que vos digo em voz baixa e ao ouvido, pregai-o em voz alta e abertamente”, sendo a seriedade das suas propostas retomadas no futuro por outros, na forma da New Atlantis de Francis Bacon, nas viagens de Gulliver de J. Swift, ou Robinson Crusoe de Defoe e na definição de novas ideologias. Last but not the least, o mundo caminha agora, assim, levado “ao colo” pela reflexão e materialização terrena de utopias de homens como Thomas More, por novas concepções sobre o universo e a natureza humana, pela descoberta de novos horizontes da ciência, do espaço, tempo e espaços geográficos, alicerçado em novas convicções religiosas, reflexões e coordenadas do lugar do homem e da sua relação com o mundo.
[1] Sonho: “Utopia”, espaço de nenhum lugar! O sonho a assumir a dimensão do verdadeiro e diário corte epistemológico com a realidade!
[2] Causavossa.blogspot.com, onde se procura “dissecar em camadas” o que é nosso!
[3] Racional descendente de Hitlodeu “o Luso”, onde abunda o hythlos e o daios, o oco e a esperteza, acompanhante de Vespúcio, Filósofo, viajante, humanista? … conhecedor das realidades humanas? … em “linha recta ou curva - torcida”? Crítica só da sociedade Inglesa?
[4] Termo alterado, por elegância, da minha postagem original.
[5] Termo feliz porque rima nesta passagem para a modernidade da vida humana com … delicadeza!
[6] O mundo do “contra factos não há argumentos”!
[7] Ou já não andasse Magalhães e Vespúcio, no tempo de More, a “cavalgar ondas” e a enfrentar os Adamastores; e ao comentário de More da distinção dos dois planos e do uso da razão “… to find governments wisely established and sensibly ruled is not so easy.” (Faria, 1996, p. 242)
[8] Excelente o nome da obra - atlas humano de Vesalius “De corporis humani fabrica”, fábrica de corpos e não de almas.
[9] Ou de um novo rumo ou atitude existencial mais activa, “global”, individual e centralizado.
[10] E a Carta “Grande”, Magna de seu nome, do Príncipe sem terra!
[11] Fazendo jus à máxima, “se não os podes vencer junta-te a eles!”.
[12] Esse poder que não reconhece igual na ordem interna ou superior na externa!
[13] Thomas More e Miladies à mistura, entre muitos outros!
[14] Admirável e elucidativo “o admirável comentário sobre Utopia” da autoria de Uiran Silva!
[15] Embora só com Stuart Mill o termo distópico seja usado, não seria o seu antónimo usado como um desejo reflexo de uma sociedade e de tempos perigosamente duais e claustrofóbicos?

SUBSCREVA-SE E ASSINE-SE ... DUAS VEZES!

«Se existiu coisa ruim no ano que termina - e, por causa das eleições que se avizinham, é de esperar o pior - essa coisa correspondeu à degradação da noção de informação, mais prosaicamente, de comunicação social. Salvo honrosas e pontuais excepções, a qualidade do que "comunica a comunicação social" redundou por não ter tido praticamente qualidade alguma. Informar não é produzir fretes. Informar não é massajar o ego do poder esteja ele onde estiver. Informar não é opinar de acordo com qualquer interesse de circunstância. E, sobretudo, informar não é manipular a ignorância alheia que é muita e pode pouco. Podia desejar melhoras. Podia mas sei que não vale a pena. Até há blogues que, voluntaria ou involuntariamente, são uma espécie de longa manus de outras coisas. Pior do que a má informação é a informação que se auto-mutila ou que se "vende" por precários pratos de lentinhas. Na sua deliberada inconsciência, esquece-se que, mais tarde ou mais cedo, será a primeira vítima da própria pusilanimidade. E entre liberdade e pusilanimidade, nunca se deve hesitar.»Portugal dos pequeninos!


Miúdinho,mas real, tão inteiramente real que Portugal parecem oito letrinhas a escorregar em espiral por um ralo! Valha-me a minha amiga das sopinhas, Brasileira de gema, que continua a sorrir neste país irreal, de sopinha de pedra!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

ANTES QUE O ANO ACABE

«O castigo por não participares na política é acabares por ser governado por quem te é inferior.»

Platão

Há muito que os tempos não eram tão propícios aos ensinamentos de Platão; antes que o ano velho acabe, façamos novo o ano novo!