segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A INFINITA REPÚBLICA!

Variação sobre um olhar sobre a vida da QUARTA REPÚBLICA:

Sendo ainda novo para a reforma e velho para o trabalho, arrastado pela voracidade de um país invertido, entusiasmo-me hoje mais que nunca pela maior riqueza que o mundo me devolveu: o desfrutar do tempo! Quanta tristeza tenho de ver o meu país correndo celere, abotoando-se de rugas materiais, do sempre mais e mais, escondendo-se desta suprema felicidade de tudo fazer nada fazendo! É com certeza um luxo, mas não será este o verdadeiro luxo de corpos que se afundarão eternamente despojados de tudo, menos do sorriso eterno de termos vivido ou sonhado completamente? Celebremos novamente o valor da vida, a leitura, o pensamento, o tempo para recordar e sorrir, a contemplação de uma flor no jardim, o prazer do lento arrastar do nosso olhar.

Afinal estes cadáveres adiados que procriam, também podem aspirar à real felicidade despojada e desmascarada do quase-tudo-nada! Afastemos um pouco a cortina do sucesso e descortinemos através dela um tempo de menor ansiedade e maior felicidade! Afinal para quê apressar o nosso tempo presente?

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