«Às vezes apetece-me dar uma resposta torta. Alguém me disse: “eu tenho um amigo que votou sempre PSD ou PS, mas agora está tão zangado com tudo, que diz que vai votar Bloco de Esquerda”. A resposta torta que dei foi esta: “então diga lá ao seu amigo que quando houver mais desemprego, quando tiver que pagar mais juros no banco, quando nem um tostão vier de fora para Portugal, porque um país com uma extrema-esquerda com dez por cento, não é destino de qualquer investimento, tem o seu rating ameaçado, ninguém vai abrir uma fabriqueta se “quem tem lucros não pode despedir”, e se houver muitos Robins dos Bosques à solta pelas árvores, então que agradeça a si próprio ter votado por zanga no Bloco de Esquerda”. É que votar no Bloco de Esquerda por zanga com a política e com o país não muda um átomo nenhuma coisa, deixa-nos só pior do que o que estamos. É uma brincadeira que se paga caro, parece tudo muito bonito, mas tem enormes custos sociais e políticos. É por isso que dei logo uma resposta torta. E se for preciso repito-a tantas vezes quanto necessário.»
Mesmo que tenha parcialmente razão, e provavelmente têm-na, menos nesta irritante mania de acharmos que tudo o que vem de fora é bom e não há lugar para o florir e desabrochar de empresas Portuguesas, pouco dadas a rápidas deslocalizações, Pacheco Pereira tem de reconhecer que as migrações, mesmo para fartos imaginários que nos reconduzam aos bidonvilles de pobres cidades, é muito mais uma resposta à condição da constante e fustigada desilusão humana, que se reconcilia consigo próprio na condição do ... perdido por um perdido por mil! Há que assim não dar uma resposta torta , mas alinhar o sentido desta pobre democracia no ... um por todos, todos por um!
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