domingo, 22 de maio de 2011

OS DESRESPONSABILIZADOS: ELEITORALISMOS DE FILIPE ROCHA DA SILVA

«A minha visão sobre as consequências das próximas eleições é um pouco pessimista quanto a uma mudança. Se está certa a estatística de Medina Carreira de que existem seis milhões de portugueses que vivem directa ou indirectamente do Estado, então os resultados eleitorais dependem essencialmente da capacidade em seduzir estes potenciais eleitores.
Ora a sobrevivência na função pública actual baseia-se numa capacidade básica que se aprende após os primeiros meses de “função”: A técnica da desresponsabilização. Parte-se do princípio de que “o que é de todos não é de ninguém” e por isso o mau ou péssimo uso que é feito da coisa pública não tem nada que ser penalizado. Todos nós quando recorremos aos serviços públicos nos confrontamos com a informação do funcionário de que o problema “não é com ele” e não raro acabamos ambos a dizer in abstractu mal do serviço.
Por isso me parece que o estilo José Sócrates é tão apreciado. Ele provou ser mestre na arte da desresponsabilização e por isso é um excelente representante da maioria destes funcionários e daqueles outros que, de uma ou de outra forma, mesmo sem receberem todos os dias 20s, do mais alto ao mais baixo nível financeiro, vão vivendo do OGE. Se ele se safar nas eleições então existe uma réstia de esperança de que talvez os outros também se safem, independentemente dos resultados que venham obtendo. Todos têm afinal, segundo a expressão usada frequentemente, “dado o seu melhor”.»

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