O que segue é uma série de recomendações, elaboradas após anos de atento estudo e observação, que visam a servir de receituário para quem quiser tornar-se um autêntico exemplar do que já se convencionou chamar de perfeito idiota latino-americano (ou europeu, ou asiático etc.). Trata-se de um conjunto de regras básicas para quem deseja fazer parte dessa crescente grei, que espero seja útil aos prováveis candidatos ao troféu de maior idiota do ano - especialmente aos estudantes e professores de Filosofia e de Ciências Sociais nas universidades brasileiras, entre os quais se pode encontrar facilmente alguns de seus espécimes mais ilustres. .
A primeira e mais importante regra de todas, e a qual o aspirante a idiota não pode jamais esquecer, é que ele ou ela deve, em primeiríssimo lugar, dividir a humanidade em duas categorias: os bons e os maus. Os bons são todos aqueles classificados no vago e abrangente rótulo de "esquerda"; os maus, obviamente, são os de "direita". Pode-se ainda refinar essa classificação, trocando esquerda por "revolucionário" ou, se esse termo parecer muito radical, "progressista", em contraposição a "conservador" e "reacionário", que dá na mesma. Desse modo, ter-se-á encontrado a maneira perfeita de definir o bem e o mal, o certo e o errado, em qualquer ramo do conhecimento: diante de um autor que não lhe agrada, mesmo que o que ele diga seja a verdade mais cristalina, basta tascar-lhe o rótulo de "direitista" e ele será imediatamente desacreditado; ante um autor de sua preferência, ainda que seja um notório charlatão e que só diga babatadas, diga que ele é de esquerda e que está do lado das classes populares, e tudo que ele disser virá revestido da verdade mais absoluta. Assim, não sendo mais necessário o exercício cansativo de pensar, tudo poderá ser resumido a essa fórmula extremamente complexa: "É de direita? Então não presta. É de esquerda? Então é bom."
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Jamais seja modesto: tenha em mente que você pertence a uma categoria superior de indivíduos, acima do restante da humanidade, como dizia um dos maiores ídolos da idiotia esquerdista mundial, Che Guevara. Apresente-se sempre como o verdadeiro e legítimo defensor da ética e da democracia, e seus adversários como trogloditas autoritários, além de ladrões e corruptos. Com a repetição sistemática desses epítetos, mediante slogans berrados ad nauseam, estará consolidada no imaginário coletivo a idéia de esquerdista como sinônimo de tudo de bom e positivo existente na espécie humana, com a contraparte inevitável do direitista associado automaticamente a tudo que não presta. Nem precisa ser de esquerda para isso: basta seguir o que dizia o dr. Goebbels.
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Se você tem por volta de 60 anos e tiver a sorte de ter feito parte, um dia, de algum grupelho ou organização de extrema-esquerda adepta da luta armada durante os "anos de chumbo" do regime militar, e se você for pego em flagrante fazendo alguma coisa pouco republicana como um mensalão ou dossiês, faça questão de esfregar na cara de seu interlocutor que você tem uma “história, uma “missão”, em nome da qual todos os meios se justificam. Ignore se alguém lembrar o fato inconveniente de que a organização a que você pertencia praticava assaltos e assassinatos não para que o País se tornasse uma democracia, mas para substituir a ditadura dos generais por outra ditadura, certamente pior. Se você tiver a boa fortuna de poder apresentar um atestado de ex-preso político ou torturado, ainda que tenha passado apenas algumas horas no DOPS depois de ter sido preso em alguma manifestação estudantil, então é a glória: além de "herói da resistência democrática", você poderá requerer uma gorda indenização dos cofres públicos pelos anos de perseguição política, e por não ter podido transformar o Brasil numa nova Cuba.
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Use e abuse de termos como "fascista" para se referir a todos aqueles que, por qualquer motivo, discordam de você e acham que você não é a parte boa da humanidade. Afirme que todo direitista é fascista, e que o comunismo é o contrário do fascismo. Se alguém lhe recordar fatos como o pacto Hitler-Stálin de não-agressão e o massacre dos oficiais poloneses em Katyn, mude de assunto.
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Culpe o capitalismo (ou o neoliberalismo, ou a globalização...) por todos os males do mundo, da pobreza na África ao aquecimento global e à extinção dos ursos polares. Não se importe com o fato de que você não pode viver sem celular e internet, e que essas facilidades são frutos do capitalismo. Quanto ao aquecimento global provocado pelo homem, não tenha dúvidas: é um dogma científico. Afinal, foi Al Gore quem disse, e ele até ganhou um Oscar por isso.
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Ataque o capitalismo, onde quer que ele esteja, e também onde não esteja (como na maioria dos países da África). Deixe claro que você defende a “função social da propriedade” – como se o lucro já não cumprisse uma função social importante - e que, quanto mais Estado, mais bem-estar social - embora, se dependesse do tamanho do Estado e da carga tributária, países como o Brasil seriam de primeiríssimo mundo. Condene como ganância e egoísmo o enriquecimento pelo esforço próprio, mas não o uso dos cofres públicos para beneficiar os “companheiros”.
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Junte ao anticapitalismo uma boa dose de ressentimento racial, colocando a culpa pela crise financeira muncial nos "brancos de olhos azuis". Aliás, o verdadeiro idiota torce para que a crise atual seja o início do fim do sistema capitalista, pois acredita que o capitalismo está sempre em sua fase final de crise e degeneração, desde, pelo menos, o crash da Bolsa de Nova York em 1929.
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Se você passou anos vociferando contra a política econômica “neoliberal”, as privatizações etc., e está agora no governo, defenda a mesma política, a ponto de reivindicar sua paternidade. Reivindique para si as glórias da estabilidade econômica na época de vacas gordas, e culpe os outros (os EUA, os especuladores) em tempos de crise, ou de marolinha que virou tsunami. O importante é não reconhecer jamais, nunca, que quem botou ordem na casa foi outro, e não você.
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Condene sem hesitar o capitalismo e o imperialismo, mas silencie, ou se diga pelo menos "neutro" em relação ao comunismo ou ao terrorismo islamita. Se não for possível tomar partido abertamente em favor destes, pregue a "moderação" e exalte as virtudes da "imparcialidade". Deixe de lado qualquer isenção, porém, quando se tratar do governo Bush ou de algum seu aliado. Declare-se neutro em relação às FARC ou ao conflito Israel-Hamas na Faixa de Gaza, sem se importar com o fato de que você está igualando narcoterroristas a um governo constitucional e um país democrático a fanáticos que juraram varrê-lo do mapa. Isso, lembre, é uma posição "equilibrada".
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Como bom idiota, você acredita que ser "isento" é a suprema aspiração do jornalista, menos quando se trata de desancar a direita. É por isso que você, caro idiota, odeia revistas como a VEJA e adora a Carta Capital, esse modelo de revista "imparcial" e "independente". Ao mesmo tempo, não se esqueça de vociferar, sempre que tiver oportunidade, contra a "mídia burguesa", mas faça questão de dizer que defende a liberdade de expressão - desde que seja a favor, claro.
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Demonstre que é um antiimperialista e defensor da democracia e dos direitos humanos: o verdadeiro progressista dos tempos atuais foi contra a invasão do Iraque e do Afeganistão que, como sabemos, eram as duas Suíças do Oriente Médio, governadas antes da invasão americana por pacatos democratas. Ao mesmo tempo, não esqueça de se mostrar revoltado e horrorizado diante das cenas de soldados americanos torturando prisioneiros em Abu Ghraib e em Guantánamo, mas não diga uma palavra, a não ser em defesa, sobre a ditadura de Saddam Hussein ou a dos irmãos Castro em Cuba, onde existem umas 300 guantánamos. Se tiver de fazê-lo, diga que em Cuba ou na Venezuela existe democracia “até demais”. Lembre-se: você é um ardente defensor dos direitos humanos, menos em Havana ou em Pyongyang. Defenda com veemência o fim do embargo dos EUA a Cuba, não se esquecendo de chamar o embargo de "bloqueio" e de acrescentar-lhe os adjetivos "criminoso e genocida", mas não diga uma palavra sobre os presos políticos e a censura à imprensa na ilha-presídio. O perfeito idiota esquerdista é um inimigo ferrenho de ditaduras passadas, como a de Pinochet, mas não das ditaduras presentes como a cubana. Em relação a esta última, ele é, no máximo, "equilibrado" e "imparcial". Pelo mesmo motivo, denuncie como genocídio o que os EUA fazem no Iraque e o que Israel faz com os palestinos, não o que o governo islamita do Sudão faz em Darfur. Aproveito e tente minimizar o massacre de opositores à teocracia do Irã como uma mera rixa entre vascaínos e flamenguistas.
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Não se contente em se dizer um paladino da luta pela liberdade e pela democracia: tente reescrever a História. Tente, por exemplo, revogar uma Lei que anistiou terroristas e torturadores, de modo a que estes últimos sejam punidos, mas não os primeiros. Aliás, sempre que se colocar diante da questão, diga que o que você e seus companheiros praticaram quarenta anos atrás não foi terrorismo, e que aquele vigia de banco ou aquela dona de casa que levou com uma bala na cabeça ou teve a perna estraçalhada por uma bomba foi apenas um dano colateral da luta armada que queria instalar por estas plagas uma ditadura totalitária. Deixe ainda mais claro seu compromisso com a democracia e com a liberdade, repatriando, na calada da noite, fugitivos de regimes como o de Cuba e concedendo refúgio e status de perseguido político a assassinos da própria grei condenados pela Justiça de ditaduras como a Itália.
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Se alguém lhe exigir coerência, rebata dizendo que democracia e direitos humanos são, na verdade, conceitos ocidentais impostos pelo colonialismo europeu aos demais povos do planeta, e que tais conceitos são relativos - jogando no lixo, assim, a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Mas atenção: só use esse argumento relativista quando o regime em questão for o de Cuba ou da China comunista, ou do Irã ou da Coréia do Norte. Nunca, jamais, use o mesmo argumento para se referir a ditaduras como a de Pinochet no Chile ou a dos militares brasileiros após 1964.
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Se você for petista (um dos tipos mais numerosos de idiota), afirme até se convencer que o mensalão foi uma invenção da mídia golpista e das elites-que-há-quinhentos-anos-governam-o-Brasil, que querem derrubar o governo-que-mais-fez-pelos-pobres-na-História-do-Universo, proclamando que o PT é o partido mais ético do Brasil. Se não der certo, repita o discurso do chefe, e diga que não sabia de nada, que se sente "traído", ou que "todos fazem igual". Apegue-se principalmente a esse último discurso, sacando da manga a seguinte frase: "Ninguém presta na política, inclusive eu". Não ligue para o fato de que, alguns anos atrás, você estava com um discurso completamente diferente, dizendo "Ninguém presta, só eu".
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Se você, por algum motivo, não estiver se sentindo bem no PT, não tem problema: você pode pular do barco, se sentir que ele está afundando, e fundar um novo partido, afirmando que a o governo atual traiu os trabalhadores e o socialismo e voltando ao mesmo discurso moralizante que levou o PT ao governo.
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Há outras regras que caracterizam o perfeito idiota esquerdista. Por motivo de espaço, vou resumi-las aqui:
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- Emocionar-se com os discursos “históricos” de Barack Obama, antes mesmo de eles serem pronunciados;
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- Descartar o Foro de São Paulo como uma fantasia de teóricos conspiracionistas de extrema-direita, mas dar crédito a quem diz que os atentados de 11 de setembro foram uma conspiração da CIA;
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- Negar de pés juntos que o Bolsa-Família seja um programa assistencialista e eleitoreiro e chamar de "imbecil" e "ignorante" quem diz isso;
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- Ler os livros de Emir Sader e de Marilena Chauí, “as maiores cabeças da intelectualidade brasileira”;
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- Comover-se até as lágrimas com os livros de Frei Betto e Leonardo Boff, duas almas elevadas;
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- Considerar Oscar Niemeyer e José Saramago dois gênios da humanidade;
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- Acreditar que os filmes de Michael Moore são documentários, e não peças de ficção;
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- Considerar a China e o Vietnã de hoje exemplos de sucesso do “socialismo”, embora haja mais comunistas hoje na USP do que em Pequim ou em Hanói;
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- Idolatrar Che Guevara, Fidel Castro, Lênin, Trotsky, Mao ou Stálin, e ignorar quem foram Edmund Burke, John Stuart Mill, Ludwig von Mises, Alexander Soljenitsin e Raymond Aron.
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- Denunciar o “pensamento único ‘neoliberal’”, muito embora o esquerdismo seja há décadas o pensamento único nas escolas e universidades, até na vida quotidiana;
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- Acreditar que não ser “alienado” e ter “senso crítico” é repetir slogans em passeatas;
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- Crer que apontar a ignorância do presidente é “preconceito”, pois afinal ele é “do povo” – mesmo tendo deixado de sê-lo há uns trinta anos, pelo menos, e não tendo estudado porque náo quis;
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- Afirmar que a oficialização do racismo por meio das cotas é o caminho para acabar com o... racismo – e isso no Brasil, um país, como se sabe, tão racista quanto era a África do Sul na época do apartheid;
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- Pregar a tolerância com todas as religiões, menos com o cristianismo (e especialmente com a Igreja Católica, a menos que seja a teologia da libertação);
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- Ser a favor do aborto, dos direitos dos gays e das minorias, em nome do "politicamente correto" – ainda que seja preciso proibir pastores evangélicos de citarem a Bíblia e humoristas de fazerem "piada de bicha";
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- Achar que a solução para o problema da violência é o desarmamento – menos dos bandidos;
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- Ser contra a redução da maioridade penal, uma “medida fascista” em vigor em países como Inglaterra e Suiça, e ser a favor da liberalização da maconha;
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- (Se for radical): Achar que Lula e Hugo Chávez não são de esquerda e se venderam ao capital;
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- (Se for moderado): Achar que Lula é a esquerda "vegetariana", um antídoto ao "carnívoro" Chávez;
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- (Se for nos países ricos): Consumir-se de complexo de culpa por ser branco, homem, rico, escolarizado e cristão;
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- (Se for no Brasil): Posar de vítima por ser não-branco, mulher (ou gay), pobre, iletrado e torcedor do Olaria;
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- Acreditar que o desenvolvimento é uma questão de vontade política, via decisão governamental;
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- Achar que a Guerra Fria foi travada por um lado apenas, os EUA;
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- Achar que são “políticas sociais”, e não leis mais duras e repressão policial, a solução para a criminalidade (ou seja: todos os pobres são bandidos em potencial);
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- Não ver problema algum em consumir drogas ilícitas à noite e fazer passeata “pela paz” de manhã;
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Pronto! Se você seguir direitinho as regras acima, garanto que se tornará, em pouco tempo, mais um exemplar da fauna dos perfeitos idiotas esquerdistas. Em breve, terá aposentado de vez a massa cinzenta existente dentro de seu crânio, e estará agindo como um robô apatetado e repetidor de slogans. Asseguro ainda que você jamais se sentirá sozinho e desamparado, pois, se há algo que caracteriza os membros dessa espécie em contínua expansão, é a incrível capacidade gregária, sendo eles vistos quase sempre em grupo, conforme o velho ditado latino: Asinus asinum fricat. Fique certo de que, uma vez aceito como parte do "coletivo", as oportunidades se abrirão, e você terá um futuro radioso pela frente, seja em alguma repartição oficial, em algum cargo comissionado, ou como professor em algum departamento de Filosofia ou Ciências Sociais em alguma universidade pública brasileira.
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Se algum dia alguém lhe vier cobrar que preste contas de suas posições político-ideológicas, não se preocupe: acima de tudo, ser de esquerda - e ser idiota - é nunca ter de pedir perdão.»
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