segunda-feira, 19 de abril de 2010

A PERGUNTA DE URBANO TAVARES RODRIGUES

“Como explicar que o povo que foi sujeito da Revolução de Abril tenha hoje como Primeiro-ministro, transcorridos 35 anos, uma criatura como José Sócrates? Como podem os portugueses suportar passivamente há mais de cinco anos a humilhação de uma política autocrática, semeada de escândalos, que ofende a razão e arruína e ridiculariza o Pais perante o Mundo?” Urbano Tavares Rodrigues
Esta pergunta de Urbano Tavares Rodrigues tem vindo a dilacerar-me há muito tempo. Como todos, tenho alguma área ideológica com quem empatizo mais, mas as lealdades ficam à porta da ética, do discernimento e dos faccionismos hediondos. Primeiro está sempre a selecção Nacional, só depois os clubes, e mesmo estes sob o olhar atento do fair - play e do bom jogar. 

Algumas respostas perpassam: ou o Povo Português se foi da ética libertando e é hoje uma massa amorfa, indiferente e titubeante; ou é um povo menor, entorpecido, alienado e  cobarde; ou é um povo mestre de trafulha; ou, simplesmente, é um povo inexistente.

Depois de muito pensar chego à conclusão que só a última das quatro hipóteses é viável. Todas as outras seriam demasiado dolorosas. A irritação de Cavaco perante a indelicadeza e falta protocolar de Vaclac Klaus, encerrava  no fim uma consciência dolorosa para a responsabilidade de Cavaco como Presidente. 
A pergunta de Vaclac poderia ter sido: senhor Presidente de Portugal, com a responsabilidade que teve sob Portugal durante tantos anos, como se pode conformar a um país com um índice de Gini indiciador de tanta desigualdade na Europa a 27, incluindo antigos Estados de Leste? 
Somos, definitivamente, um povo inexistente, uma espécie de cinza que entope qualquer acção-reacção. 
Estaremos a hibernar ou em Estado - sim Estado! -  de rigor mortis? 

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