«...esta cambada de “governo de extrema direita”, tendo em conta os
desmandos fiscais, sociais, económicos, políticos, etc que vem
praticando. Concordo plenamente com esta designação.
Nunca fomos antes governados por gente politicamente tão abjecta!
Não
têm um pingo de pudor social! São obscenos! Os cortes na Saúde são
aviltantes da dignidade humana. Na Educação são escandalosos. O que se
passa na Justiça é lamentável. A Agricultura está entregue a uma
impreparada menina da Linha. A Economia na mão de um pobre diabo vindo
do planeta dos macacos. As Finanças sob o mando “diáfano” de um
incompetente, que nada sabe do mundo real e mesmo de finanças, basta ver
o resultado calamitoso das medidas que tem tomado (não há crescimento
económico, a receita fiscal caiu a pique, o desemprego aumentou, as
falências sucedem-se, o PIB foi-se, o consumo baixou, etc, etc), a
Segurança social está nas mãos de um tolo que “metodicamente” a vai
destruindo. E por aí!
E a tudo isto Passos e Portas, que subscreve
inteiramente todo este criminoso abismo para que caminhamos, não só
assistem impávidos, como procuram agora agudizar ainda mais (com o novo
pacote de austeridade que aí vem). Como se não bastasse o que já existe e
foi feito. E tudo, com o silencioso consentimento de Belém!
E não há
vozes, por mais lúcidas (como por exemplo a do Bastonário da Ordem dos
Médicos e diversos comentadores de economia) que consigam travar o
desastre em que nos encontramos. Este governo é repelente! Mete asco!
Tem
uma ausência de sentido social que choca! E a sua gritante incapacidade
de ver que as medidas que defendem não recuperam a economia, que sem
consumo não há economia, que sem empresas não há riqueza e emprego,
impressiona! Além de incompetentes, são estúpidos! E são gente má,
porque quem espolia os mais debilitados economicamente, privilegia os
mais ricos, não se compadece com quem é doente (terminal e outros), com
quem tem fome, com quem não tem dinheiro para comprar medicamentos,
livros escolares, pagar a casa, a alimentação, até os transportes (!),
etc, é gente que merece desprezo, merece asco.
Sinto uma revolta imensa, como nunca antes senti!
P.Rufino»
«Nem de propósito hoje Pedro Santos Guerreiro escrevia no
Jornal de Negócios
um interessante artigo com o título 'O Orçamento que não queremos
querer'. Transcrevo esse lúcido artigo, com o qual concordo, quase na
totalidade:
Saberemos todos o que pedimos, quando pedimos que cortem a despesa?
O pedido é justo. A troika diz que é obrigatório. E nós acrescentamos
que o Governo falhou nisso. Quando acordou do sonho das gorduras,
encontrou músculos e ossos. Quais deles vai rasgar e amputar agora?
Os impostos estão a matar a economia. Nem é necessário explicar
porquê. Basta ver que um terço da austeridade prevista para o próximo
ano decorre da recessão que a própria austeridade provoca ou agrava. E
isto é admitindo que o PIB só cai 1% em 2013, o que já parece optimista.
Não é preciso esperar por relatório nenhum para adivinhar que a
actividade económica travou em Setembro, imediatamente após o anúncio de
novas medidas de austeridade.
A redução do défice prevista para os próximos dois anos é tão
dramática que exige cortes como nunca se fez. Cortes que se somarão à
redução de pensões e de salários da função pública. Como vai o Governo
cortar quatro mil milhões de euros nos próximos dois anos? Como vai o
Governo fazer o que não fez, baixar de modo permanente o custo do
Estado? Só assim será possível baixar impostos. E sem baixar impostos a
economia não cresce, consome-se - some-se.
Baixar a despesa do Estado tem de ser mais do que cortar salários à
Função Pública e pensões. Se a troika nos baixasse os juros, como aqui
se tem defendido, seria mais fácil. Mas mesmo assim, é preciso reduzir a
despesa primária. Por muito moralizador e importante que seja eliminar
meia dúzia de fundações do Estado, isso pesa pouco na conta final.
"Cortar despesa" é desmamar muitas clientelas políticas. Reformar a
administração local a sério é muito mais do que fundir freguesias, é
desempregar muitos políticos. Baixar os custos do Estado é fechar
institutos que não servem para nada senão para pagar os salários de quem
lá anda.
Reestruturar empresas públicas a sério é muito mais que antecipar as
reformas a duas mil pessoas e aumentar brutalmente as tarifas. Mesmo
assim, esta é a parte fácil de exigir.
A parte difícil é outra. É perceber que "cortar despesa" além das
reduções temporárias de salários significa fazer reduções brutais como
provavelmente só o Ministério da Saúde fez este ano. E com esse custo
social. Nem despedir todos os políticos parasitas bastaria. "Cortar
despesa" é reduzir serviços nos hospitais, nas escolas, nos tribunais,
sítios onde já há falta de meios. "Cortar despesa" é tirar dinheiro a
muita gente, médicos, professores, militares ou polícias. "Cortar
despesa" é fechar partes de empresas públicas e organismos do Estado.
"Cortar despesa" é abrir um programa de rescisões entre os funcionários
públicos, o que nunca foi feito - e que numa economia em recessão é
dramático.
É isso que o próximo Orçamento do Estado vai trazer. Mais impostos.
Cortes na despesa. E isso é, em qualquer caso, fazer das tripas de
outros o coração da reestruturação do Estado. É obrigatório mudar a
equação do Estado, tornando-o suportável e deixando os agentes
económicos respirar dos impostos que agora os asfixiam. O que poucos
assumem é o odioso do que quer dizer "cortar despesa". É amputar corpos.
É isso que andamos a querer. É nisso que não queremos crer.
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É aqui que queremos chegar, Ministro Paulo Portas? |
<>
O Governo, com o Orçamento de 2013, prepara-se para ir ao osso dos portugueses, para amputar corpos,
para lançar a miséria indiscriminadamente, para lançar a indignidade
sobre a nossa vida, para nos roubar o futuro de forma irreversível.
Não há alternativas, dizem. Ora não há nada de mais errado. Há sempre alternativas.
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É este o modelo que queremos, Presidente Cavaco Silva? |
Sei o que são fazer modelos. Posso até dizer que comecei a minha vida
profissional a fazê-los e, justamente, a fazer modelos sob orientação do
Banco Mundial. A minha formação académica andou à volta de números.
Mas, felizmente, porque não sou estúpida, sei que os números são
uma abstracção para representar a realidade, sei que os modelos são a
forma analítica de representar a realidade, de a encenar, de a
manipular. Tenho dito aqui, por vezes, que não fui grande estudante. Mas
quando o digo, digo no sentido de nunca ter feito uma directa para
estudar para um exame, de não perder muito tempo a 'marrar', de
privilegiar o tempo de namoro ao de estudo. Mas o facto de não precisar
de estudar, não significa que não tenha sido uma boa aluna. Acabei o meu
curso com média de 16 numa escola a sério em que a exigência era
grande. Depois da licenciatura fiz pós-graduações e vários outros cursos
de formação profissional. Tenho tantos anos de vida profissional que
nem me atrevo aqui a dizer. Não estou a falar nisto para me gabar do que
quer que seja. Digo-o apenas para vos dizer que sei do que falo quando
opino sobre algumas matérias. Não falo de cor, não papagueio, não falo
do que não sei.
Quando digo que há alternativas não o digo apenas por convicção pessoal
ou referindo-me a aspectos do ponto de vista social, político ou, até,
filosófico: digo-o também do ponto de vista da elaboração de modelos, os
célebres modelos que neste Governo são a bíblia.
Quando se fazem modelos estabelece-se qual o objectivo a atingir e
definem-se as condições, as restrições, definem-se as constantes e as
variáveis e quais as ligações entre elas.
Ora, se um estúpido qualquer se puser a brincar com modelos que mexem
com a vida das pessoas e não tiver estabelecido que há limites que não
podem ser ultrapassados, que há 'objectos' que não são constantes mas
sim variáveis e outros que, pelo contrário, são constantes que não podem
ser questionadas, o que vai acontecer é que o resultado é um aborto ou
uma arma de destruição em massa.
É o que está a acontecer com este governo. Não percebem nada de nada de
coisa nenhuma. E o drama é que a nossa vida, a qualidade da nossa vida,
para estas ignorantes criaturas, são meras variáveis em geometria
variável. E, em contrapartida, recusam-se a mexer naquilo em que o
deveriam fazer. São ignorantes. É que isto de fazer modelos complexos
não é para aprendizes, para ignorantes.
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É este o modelo para que queremos para Portugal, senhores Deputados? |
A dívida para eles é uma constante, a dívida e o serviço da dívida (isto
é os encargos a ela inerentes), são uma 'coisa' na qual não se pode
mexer. Em contrapartida retirar rendimento das pessoas para pagar essa
dívida é uma variável. Ou seja, não equacionam que se pode e deve
renegociar a dívida, pagá-la em mais anos, dizer que não se paga como
forma de pressão para que se aliviem os juros. Mas parece-lhes normal
roubar os rendimentos dos trabalhadores e reformados, parece-lhes normal
deixar doentes sem tratamento, crianças sem vacinas (ouvi ontem na
televisão que já há muitas pais que não conseguem vacinar as crianças
contra a meningite), parece-lhes normal atirar as pessoas para o
desemprego e para a miséria.
É que a porcaria dos modelos que andam a fazer padece de um erro fatal.
Imaginem os meus Caros, o seguinte. Imaginem que estão a gerir uma
empresa e que querem geri-la o melhor possível. Então, para verem onde
mexer, fazem um modelo que represente a empresa. E imaginem que por um
azar dos távoras, têm um totó, ignorante e estúpido, a fazer esse
modelo. E o que é que ele faz? Faz um modelo que tem por objectivo
minimizar os custos da empresa.
Acham razoável? À primeira vista pode parecer mas alguém mais experiente
ou com dois dedos de cabeça verá logo que isso é errado pois, de
redução em redução, o melhor é fechar a empresa que assim terá custos
zero.
O que se deverá fazer é o oposto, ou seja, um modelo que maximize os
resultados. Ou seja, um modelo que permita encontrar o justo equilíbrio
entre as vendas e os respectivos custos. Geralmente, o melhor para a
empresa é atingido pelo aumento de vendas, ou seja, conseguindo o
crescimento da empresa, e ajustando os recursos a esse crescimento.
Pois o que está a acontecer em Portugal é que os 'espertos' do Governo
(Braga de Macedo, Carlos Moedas, Gaspar, Passos Coelho, etc) acham que o
resultado se vai atingir com cortes, cortes, austeridade e mais
austeridade quando deveriam estar a fazer tudo ao contrário, olhar para o
resultado, apostar no crescimento da economia, ir buscar os fundos não
aproveitados do QREN, alocá-los ao crescimento, unirmo-nos aos
italianos, aos gregos, aos espanhóis, aos irlandeses, para fazer pressão
sobre a Alemanha, para que não imponha o seu jugo absolutista. O
objectivo tem que ser o de se fazer de tudo para potenciar o crescimento
do País - porque, crescendo a economia, crescem naturalmente os
impostos, amortiza-se a dívida, reduz-se o défice. Mas primeiro tem que
crescer a economia porque aqui a ordem dos factores não é arbitrária.
O que está a acontecer é que Passos Coelho está a conduzir o país para a
catástrofe. E Paulo Portas está a ser conivente. E Cavaco Silva está a
assobiar para o lado.
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Vamos aceitar estas condições para as crianças de Portugal?
Vamos tolerar esta tristeza nos olhos das nossas crianças? |
O País não pode aceitar a sua destruição, não pode. Eu não aceito. Eu não aceito!»
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