«A construção do futuro “é justamente a esperança, a vontade, a confiança de que o sacrifício vale a pena”, sublinhou o professor universitário, que participava na segunda sessão das Conferências Políticas, subordinadas ao tema “A democracia e o futuro”, promovidas pela Divisão de Ação Cultural da Câmara Municipal de Coimbra (CMC).“Na minha vida, que é tão comprida, nunca vi uma situação tão severa na vida portuguesa como hoje e quando se pede a mobilização da população” é necessário que haja um objetivo.Para isso, impõe-se a existência de “conceito estratégico do Estado” (mas “o Estado português não tem conceito estratégico, não o definiu”) e que haja “esperança de que o sacrifício vale a pena e vai nessa direção”, sustentou.“Se a definição do Estado social for eliminada, acho que se elimina o alicerce da construção do futuro, que é justamente a esperança, a vontade, a confiança de que o sacrifício vale a pena”.Antes, Adriano Moreira afirmou-se “preocupado” com “o sentido da palavra” ‘refundação’, pois “é extremamente equívoco”.“Peço desculpa” por recorrer ao Dicionário da Academia das Ciências porque “tenho um pouco de responsabilidade nele”, mas nem aí “encontro facilmente uma diretiva para entender o que é isso de refundação do estado”, disse Adriano Moreira.Mas “aquilo que eu sei”, salientou, “é que ontem [sexta-feira] os reitores das universidades públicas leram, à mesma hora”, os seus respetivos estabelecimento de ensino, um documento referindo que “pelo meio do ano que vem as universidades não poderão pagar salários ao pessoal”.É claro, concluiu Adriano Moreira, que “há um remédio para isto muito fácil, que é começar a diminuir ou a eliminar aquilo que são diretivas da própria Constituição” portuguesa.“O que está a acontecer com esta orientação, que a senhora Merkel (chanceler alemã] professa, é atirar a esperança pela janela”, salientou.»
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domingo, 11 de novembro de 2012
VALE A PENA LER O QUE O SENHOR ADRIANO MOREIRA DIZ EM CONTRAPONTO COM O FEDELHO PASSOS E TRUPPE
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